quinta-feira, 10 de julho de 2014

O logos, A mônada, a Alma e seus veículos




"O logos, A mônada, a Alma , a consciência e seus veículos "
Resumo do texto de 

Pedro Oliveira  e Ricardo Lindeman
“Homem, conhece-te a ti mesmo” — tal era a inscrição gravada no frontispício do pórtico de Delfos, na Antiga Grécia. Tão profundo é o conselho que ela nos dá que não devemos nos surpreender pelo fato de que o próprio Sócrates a tomou por divisa.

O veículo átmico, centro da vontade espiritual que nos conduz inexoravelmente pela eternidade através de todas as limitações, constitui-se da ainda mais sutil matéria do plano nirvânico. Foi comparado com “um círculo com sua circunferência em nenhum lugar e seu centro em toda parte”.

Como facilmente se nota estes conceitos são demasiadamente abstratos para que as palavras possam expressá-los de fato. Tentaremos fazê-lo através de uma alegoria.

Como já vimos, a mente do indivíduo poderia ser comparada a uma película de filme constantemente a projetar imagens mentais-emocionais sobre os átomos do mundo físico.

 Se levássemos essa alegoria mais adiante, teríamos a luz de buddhi, proveniente do veículo búdico, representada pela luz que anima o filme projetando-o na tela, ou seja, a luz que anima as imagens mentais:

Poderíamos dizer que a lâmpada que projeta essa luz seria o veículo átmico, porém talvez fosse melhor considerá-lo como o obturador da máquina de projeção cinematográfica por onde a luz da lâmpada passa.

 Para todos os efeitos práticos, ele é a fonte de luz dentro da tríade superior, mas a lâmpada é a Mônada (proveniente do grego monos, um), referida por Pitágoras, que é ainda mais sutil.

“Ela é o centro último de nossa consciência, também conhecido como “centelha divina”. A energia elétrica que anima é o Logos,

Poder-se-ia também considerar que a verdadeira lâmpada ou Sol é o Logos, enquanto a Mônada é um dos seus raios, mantendo suas potencialidades em menor escala como a chispa mantém a característica do fogo do qual proveio.

Seguindo o conceito básico da Tradição-Sabedoria, que é o da unidade da vida, diríamos que, embora existam diversas mentes projetando diferentes películas, há somente uma lâmpada que projeta a luz que as anima.

 Logo, aquele que penetrasse no centro de sua consciência “sintonizar-seja” com a energia que está condensada em toda matéria do Universo e, consequentemente sentir-se-ia “dentro” de todos os seres. Amaria aos outros como a si mesmo de fato!

A Mônada é o centro eterno de nosso Ser, mas ela não é humana porque preexiste a tal condição. Sobre essa “alma” foi dito:
“A alma do homem é imortal, e o seu futuro é o de algo cujo crescimento e esplendor não tem limites”. (9)

Ou, se preferirmos o profético símile da tradição cristã, nas palavras de Paulo, sobre o futuro do ser humano:

“Até que todos nós cheguemos à unidade da fé, e do conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa dc Cristo”. (10)


Talvez agora nós possamos compreender melhor a profundidade existente na inscrição do pórtico de Delfos que, como dissemos no início dessa lição, Sócrates tomou por divisa. Gostaríamos de aprofundar com a própria versão socrática daquela inscrição que merece nossa reflexão e que é a seguinte: 


A primeira função do corpo mental é a de transformar essas sensações em percepções mentais de cor, forma, som, gosto, cheiro e tato. Outra de suas funções é a de criar uma imagem composta a partir da combinação das diferentes percepções mentais, ou imagens, provenientes dos diferentes órgãos dos sentidos.

 Assim, por exemplo, a imagem mental que nós temos de uma laranja é uma combinação de percepções de cor, forma, gosto etc., formando em nossa mente aquela imagem composta à qual, na língua portuguesa, associa-se o nome de “laranja”, que corresponde a certa grafia e som.

Esse nome ou uma rápida passagem de olhos por uma laranja qualquer pode evocar em nossa memória toda uma imensa série de imagens relacionadas.

Dessa forma, o corpo mental percebe muito mais do que os nossos limitados sentidos captam, de fato, do mundo que nos cerca; por exemplo, ao ver a laranja, a mente pode lembrar-se de seu gosto, cheiro etc..

 Por outro lado, nós nunca vimos os átomos de uma laranja a vibrar nem os fótons deles provenientes que são percebidos como cor por nossa mente dentro da faixa do vermelho ao violeta a que somos fisicamente sensíveis.

 Logo, não conhecemos em sua totalidade nem sequer uma laranja! Os objetos do mundo que nos cerca só existem com cor, forma étc., em nossa mente; eles são, na verdade, uma manifestação de energia condensada: átomos e moléculas a vibrar. Como nos disse o Dr. I.K. Taimni:

“O objeto é apenas uma causa instrumental desconhecida para excitar a imagem mental que é formada em nossa mente. Vivemos assim, realmente, num mundo de imagens mentais formadas em nossa mente, e projetamos esse mundo para o exterior por um processo chamado Vikshepa em sânscrito.

Esse processo de projetar nosso mundo mental para fora de nós, que deveria ser bastante óbvio para quem quer que se dê ao trabalho de pensar sobre a natureza da percepção sensorial, deve nos convencer de duas coisas.

 Uma é que o mundo em que vivemos esta realmente dentro de nós, em nossa mente, e a outra é que, na verdade, estamos vivendo no meio de ilusões as mais grosseiras, sem mesmo atentarmos no fato”. (4)

Esse mecanismo “objetificante” do corpo mental, a alma irascível ou arrogante do platonismo, é o causador da Grande Heresia:
a ilusão de ser um eu separado. Ela gera o egoísmo que separa os homens. Por isso, a Sra. H.P. Blavatsky escreveu:

“A mente é o grande Assassino do Real”. (5)

Ou seja, da Unidade de tudo que vive. Acrescente-se a isso que os corpos astral e mental usualmente trabalham tão interligados que poderiam ser vistos como sendo um único veículo, que já foi chamado de kama-manas (desejo-mente) no budismo esotérico e de Manomayakosha pelos vendatinos, uma verdadeira “máquina de projetar ilusões”.

Poderíamos até imaginá-la como uma “película de filme” constantemente a projetar imagens mentais-emocionais na “tela” do cinema que seria, nessa visão alegórica, o conjunto de átomos da matéria física que nos cerca.

Outras funções do corpo mental são as de desenvolver os poderes da memória e imaginação, servir oportunamente como veículo independente da consciência no plano mental, servir à consciência como veículo do pensamento concreto bem como expressá-lo no corpo físico através do corpo astral, cérebro etérico e sistema cérebro-espinhal, coordenar movimentos do corpo físico para a ação etc..

E importante compreender, pelo menos parcialmente, que, segundo a Tradição-Sabedoria, o corpo físico, o duplo etérico, o corpo astral e o corpo mental são todos mortais formando, em conjunto, o eu inferior ou personalidade — palavra que provém do termo grego persona (literalmente: fonte de onde vem o som), que era o nome da máscara usada pelos atores nos teatros da Grécia Antiga, sendo indicativa do papel que representavam.

 Assim, o eu inferior, quaternário inferior ou personalidade seria a “camada” mais exterior de nosso Ser, a “máscara” com que o Eu Superior, a Tríade Superior ou Ego se manifestaria no teatro da vida.

A última função do corpo mental inferior, ou simplesmente corpo mental, que precisamos citar seria a de assimilar os resultados das experiências vividas, e passar a sua essência, antes de sua morte, para o Ego imortal, o Homem Real vivendo em seu corpo mental superior, o Pensador.

 Esses resultados de experiências vividas são os “tesouros” que Jesus aconselha ajuntar “no céu”, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam”. (6)

Porém esse “cofre espiritual”, que é o corpo mental superior ou corpo causal, como é mais frequentemente chamado por acumular as “causas” do futuro, por ser constituído da matéria sutilíssima dos 3 subplanos superiores do plano mental, só pode acumular a essência das mais sublimes experiências de nossas vidas, sendo a imensa maioria de nossas ações grosseiras demais para atingi-lo.

O corpo causal é também o veículo do pensamento abstrato, em contrapartida ao corpo mental que é o do pensamento concreto. O pensamento é meramente o estabelecimento de relações entre as imagens presentes em nossa mente; caso essas imagens sejam nomes e formas por um lado, ou conceitos, leis e princípios por outro, teremos, respectivamente, pensamentos concretos ou abstratos.

 Logo, é natural que o corpo causal, chamado Vijnana-mayakosha pelos vedantinos, que acumula a essência das experiências, trabalhe no nível das leis e princípios que se ocultam detrás das formas mais concretas. Platão chama-o de alma inteligível.

Os outros dois componentes da Tríade Superior são de natureza ainda mais sutil.

O veículo búdico é aquele responsável pela compreensão que ilumina o pensamento; dele provém a luz de buddhi ou intuição que dissolve as dúvidas e desperta a compaixão por todos os seres, visto que no plano búdico já se pode sentir como absolutamente real a unidade de tudo que vive.

 Esse veículo, comparado frequentemente a uma estrela de luz cujos raios tudo penetram e tudo abrangem, tem sido identificado com o Cristo Interno, referido diversas vezes na tradição cristã. Talvez o apóstolo Paulo tenha legado a nós a mais bela dessas referências:
“Cristo em vós, a esperança de glória”. (7)

É interessante verificar a semelhança dessa referência com outra da tradição budista:

“Olha para dentro: Tu és Buda”. (8)

_Por sua vez, entre os vedantinos, o veículo búdico era chamado de Anandamayakosha, ou seja, veículo ou envoltório de bem-aventurança. Aquele que consegue focar sua consciência nele atinge um êxtase elevadíssimo, somente inferior ao do veículo átmico.


“Homem: conhece-te a ti mesmo. Assim conhecerás o Universo e
os deuses”

Essa misteriosa sentença atinge o próprio coração do mais irônico e constrangedor problema que aflige o homem: o nosso desconhecimento a respeito de nós mesmos! Problema esse que desafia, desde épocas já encobertas pelas névoas do tempo, mesmo a mais sagaz mente humana, que, perplexa, indaga: afinal, quem sou eu?

Na tentativa de trazer luz a essa profunda questão cabe-nos iniciar tal investigação, ao que tudo indica, pelo nosso corpo físico e seus constituintes, os átomos.

Até pouco tempo a Ciência admitia apenas três estados para a matéria: o sólido, o líquido e o gasoso. Entretanto, recentes pesquisas com gases de altíssimas temperaturas, na busca da fusão nuclear, vieram a demonstrar propriedades tais na matéria que esse plasma poderia ser considerado como um quarto estado.

A Ciência oculta considera, desde tempos imemoriais, a existência de 7 planos materiais, de sutileza crescente, subdivididos em 7 estados ou subplanos cada. Isso totaliza 49 estados, ou seja, o sólido, o líquido, o gasoso e mais 46 estados com coesão atômica cada vez menor e, conseqüentemente, com sutileza e plasticidade crescentes ou, em outras palavras, com crescentes graus de liberdade.

Assim, por exemplo, o corpo físico, que é constituído de sólidos, líquidos e gases, teria uma contraparte sutil que seria constituída pelos 4 estados de matéria seguintes, chamados éteres pelos ocultistas.

 Por isso, essa contraparte é chamada, às vezes, de corpo etérico e, em condições normais de vida, ela interpenetraria o corpo físico, que se constitui de matéria mais densa.

Por outro lado, por ela ser uma duplicata exata do corpo físico, célula por célula, ela é mais frequentemente conhecida como duplo etérico.

Uma de suas principais funções é servir como matriz do corpo físico. Segundo a tradição oculta as células físicas crescem de acordo com o molde das etéricas que, por sua vez, constituem o duplo etérico. Seria esse duplo o “organizador” das células, obrigando-as a trabalhar como um todo, ou seja, como um organismo.

O trabalho da parapsicóloga Thelma Moss sobre o efeito fantasma é uma das mais recentes evidências dessa função do duplo etérico. Em condições normais o duplo não pode ser fotografado, devido à sutileza dos seus constituintes, porém um campo elétrico é influenciado pela sua presença.

 Tal é o princípio da fotografia Kirlian que, embora não possa fotografar o duplo etérico, fotografa o ar ionizado pelo efeito corona e influenciado pela interação com o duplo, e, dessa forma, consegue, ao menos, a definição do seu contorno.

 Por exemplo, uma folha recém-retirada da árvore, mas com parte de sua superfície cortada e destruída, tem o seu contorno original nitidamente definido na fotografia Kirlian, como se ela ainda estivesse inteira. Esse contorno, que continua aparecendo mesmo sem a parte física correspondente, foi chamado de efeito fantasma e se deve presença do duplo etérico da folha.

O duplo tende a exercer sua função moldante no sentido de orientar o crescimento das células físicas, porém, se a lesão é muito grande, ela afeta o próprio duplo gerando uma irregularidade no fluxo das energias deste que gerará, no devido tempo, a cicatriz física.

Isso nos leva à segunda função do duplo etérico que é a de absorção, especialização e distribuição da energia vital proveniente do Sol, conhecida corno prana na tradição hindu. Por isso os hindus chamam o duplo etérico de pranamayakosha, veículo de prana.

Os grandes centros de prana são as glândulas e os centros nervosos do corpo físico, bem como os respectivos centros de força do duplo etérico, conhecidos como chakras na tradição hindu, ou dos outros corpos sutis.

 A palavra chakra provém do sânscrito e, literalmente, significa roda. Os chakras são usualmente descritos como vórtices em forma de sino ou flor situados na superfície do duplo etérico, com um diâmetro de aproximadamente 10 cm, com suas “hastes” conectando alguns deles à medula espinhal e outros a algumas glândulas do corpo físico.
Os sete chakras tradicionais são situados na base da coluna, no baço, no umbigo, no coração, na garganta, entre os olhos e no topo da cabeça.

É comum às diversas tradições religiosas considerar um ou mais desses pontos do corpo como sendo sagrados, como é o caso do “terceiro olho” dos hindus e dos faraós, e da auréola no topo da cabeça nas tradições cristã e budista, entre outras.

As linhas de fluxo do prana no duplo etérico formam um verdadeiro sistema de circulação e é nele que se baseiam as técnicas da Hatha-Yoga e da Acupuntura, por exemplo.

Existe ainda uma terceira função do duplo etéricó que é, ao que tudo indica ou parece indicar, a mais significativa para o nosso estudo. E aquela função de intermediário que o duplo etérico exerce entre a nossa consciência e o corpo físico, visto que é através dos centros do duplo que a nossa consciência passa a ter relação com o sistema nervoso e algumas glândulas do corpo físico.

 Ocorrendo a morte, essa função, bem como as outras, não é mais exercida, pois o “cordão de prata”, como é chamado o vínculo entre o físico e o duplo na Bíblia, em Eclesiastes 12:6, se rompe libertando a consciência do corpo.

A partir desse momento as funções sensoras e motoras do sistema nervoso físico desvinculam-se completamente da consciência. Fenômeno similar produz a ausência de dor durante o transe hipnótico, devido à paralisação do fluxo de prana em alguma parte do duplo.

 Essa é a arte que certos faquires e hatha-yogues orientais dominam, possibilitando assim o controle da dor e mesmo de funções mais complexas como a pulsação do coração etc., a ponto de existir referência oficial de casos em que mestres dessa arte, considerados clinicamente mortos, terem “repentinamente” voltado à vida.

É também essa função do duplo que produz a interação da mente com o corpo, gerando as doenças psicossomáticas etc.

Outro ponto que merece destaque é que os chakras são a porta pela qual o cérebro pode tomar contato com os “mundos” sutis, ou seja, são o instrumento da percepção extra-sensorial.
 Por exemplo, a clarividência — o poder de ver a matéria sutil e, conseqüentemente, o lado oculto da Natureza — está relacionada com o chakra frontal ou “terceiro olho”. Essa relação está simbolizada, na tradição Egípcia, pela serpente que sai da fronte do faraó, indicando que ele era possuidor desse poder e do conhecimento que dele decorre.

Aliás, foi através da clarividência que a maioria dos conhecimentos que a Tradição-Sabedoria nos oferece foram adquiridos e ratificados, ao longo dos milênios, por uma linha ininterrupta de ocultistas ocidentais e orientais, até os dias de hoje.

Aquela serpente é um símbolo comum à tradição hindu, representando a kundalini — energia poderosíssima que, no homem comum, “dorme como uma serpente enrolada” no chakra da base da coluna vertebral.

Pelo uso de certas práticas de Yoga, o candidato capacitado, e sob a orientação direta de um instrutor competente, desperta essa força e a põe em ascensão através de sushumna — como é chamada a passagem interna da espinha dorsal.

À medida que essa energia passa através dos chakras, eles vão sendo vivificados, um a um, abrindo, assim, as portas da percepção do candidato às dimensões sutis, também chamadas de planos.

Nunca é demais alertar que essas práticas são empreendidas somente nos últimos estágios do caminho do discipulado que leva à Iluminação. Nenhum noviço pode se aventurar nessas técnicas sem expor seu corpo físico a grande perigo, provocando, eventualmente, a loucura ou a morte.

Foi através da clarividência que os alquimistas da Idade Média conheceram o veículo da consciência que está imediatamente além do duplo etérico.

 Eles o chamavam de corpo astral porque, quando observado clarividentemente, assemelhava-se ao corpo físico, porém era circundado por uma aura ovóide de cores brilhantes como as de uma estrela, que se moviam constantemente.

Ele seria constituído de matéria astral, ou seja, dos 7 estados ou subplanos imediatamente mais sutis que os éteres. Essa matéria seria tão sutil que os seus átomos possuiriam um grau de liberdade a mais para vibrar, isto é, uma nova direção para deslocamento.

Isso caracterizaria o plano astral, constituído por essa matéria, como quadridimensional e, portanto, interior ao plano físico tridimensional.

Essa interpenetração dos planos mais sutis em relação aos mais densos seria similar à “interpenetração” das diferentes ondas de rádio no mesmo espaço. Também o corpo astral, seguindo a mesma linha de raciocínio, usualmente interpenetraria o duplo etérico que, por sua vez, interpenetraria o corpo físico. Nesse sentido, os mundos sutis estão• aqui e agora conosco ou, usando a expressão do Cristo:
“O reino dos céus está dentro de vós”. (3)

O problema real encontra-se na dificuldade de focarmos nossa consciência nesses estados elevados, sintonizarmos, por assim dizer, nosso “receptor” cerebral com essas “ondas”.

Uma das funções do corpo astral é a de transformar as vibrações captadas pelos órgãos dos sentidos do corpo físico em sensações na consciência.

 A Ciência moderna tem encontrado dificuldades em “dissecar” a consciência em laboratório, de modo que admite a ocorrência de tal transformação em algum recanto do cérebro, que tem sido vasculhado “de ponta a ponta” nessa busca.

 Por exemplo, é um fato científico que as imagens formadas em nossa retina são invertidas em relação ao mundo exterior, pois elas se formaram por intermédio do cristalino do globo ocular que, sendo uma lente biconvexa, necessariamente inverte todas as imagens reais; porém onde ocorreria a reinversão? Seria no cérebro?

 A investigação clarividente, com seu instrumental mais adequado para dissecar, por assim dizer, as sucessivas camadas da consciência, pode ir mais longe. Segundo a Tradição-Sabedoria, essas vibrações captadas do mundo físico pelos sentidos fluiriam pelo sistema nervoso até o cérebro do corpo físico de onde seriam refletidas para o cérebro etérico e deste para o corpo astral.

 Somente então elas se converteriam em sensações. Seria neste estágio que, eventualmente, a sensação poderia receber o “colorido” ou qualidade de “agradável” ou de “desagradável”, que anteriormente não existia.

 Caso houvesse algum envolvimento do mental através da memória ou antecipação, surgiriam desse processo a atração, isto é, o desejo de experimentar novamente essa sensação agradável, ou a repulsão, no sentido de evitar a desagradável.

De acordo com esse ponto de vista, essas são as raízes mais elementares do desejo e da emoção. Por isso o corpo astral é também conhecido como veículo dos desejos (kama, em sânscrito), alma animal ou veículo emocional. Ela é o veículo que expressa nossos sentimentos, paixões, desejos e emoções. Platão chamava-o de alma apetitiva.

Assim como os impactos sobre os sentidos físicos transmitidos pelo prana não se transformariam em sensações sem a intervenção dos centros de corpo astral, assim também essas sensações não chegariam à mente sem a ação mediadora desse veículo.

 Essa é a segunda função do veículo astral: servir como uma ponte entre a mente e a matéria física. Saliente-se que essa ponte funciona em ambos os sentidos, visto que a mente comanda o cérebro físico e, consequentemente, o corpo físico por meio de estímulos transmitidos através do corpo astral.

Qual é a influência dessa inter-relação dos veículos sobre o nosso estado de espírito, como causa da contradição humana?

A terceira função do veículo astral é atuar como veículo independente da consciência. Por exemplo, durante o sono normal ou em um estado de transe seria possível separar-se o corpo astral do corpo físico, libertando o primeiro para funcionar independentemente no plano astral.

 Embora não tenhamos espaço aqui para abordar mais profundamente a temática do sonho, da “viagem astral” etc., poderíamos citar uns poucos fenômenos que seriam explicados por essa função.

 Como o plano astral é o das emoções, nele elas são muito mais intensas do que podem ser sentidas quando nossa consciência está focada no cérebro físico. Assim, por exemplo, podemos sentir certos tipos de medo em um pesadelo ou extrema alegria em alguns “sonhos coloridos” que são desconhecidos no estado de vigília, porque, quando dormimos, a consciência não está focada no cérebro físico, mas sim no veículo astral.

 A dificuldade está em trazer claras recordações daquele mundo de quatro dimensões para o nosso cérebro tridimensional quando acordamos — só um cérebro treinado pode fazê-lo plenamente.

 Alguns distúrbios no retorno do corpo astral ao físico são também os responsáveis por processos de catalepsia, bem como certas sensações de queda bastante comuns que costumam acompanhar um despertar súbito.

Essa terceira função do veículo astral também está ligada às condições da consciência após a morte física, que tem algumas semelhanças com o processo do sonho.

Caso quiséssemos levar mais a fundo essa investigação sobre a natureza real do ser humano, nós nos depararíamos, segundo nos diria a Tradição-Sabedoria, com o que os ocultistas denominaram plano mental: o reino do pensamento.

Ele seria constituído de matéria mais sutil que a astral, na verdade, pelos 7 estados de matéria seguintes. O veículo da consciência que se constituiria dos primeiros 4 estados ou subplanos do mental seria, por analogia com os outros, chamado de corpo mental e estaria relacionado com os pensamentos concretos. É importante que investiguemos mais detalhadamente o que são esses pensamentos concretos, ao invés de apenas dizer que são aqueles não classificáveis como abstratos.

Nós consideramos há pouco como os impactos da matéria física, atingindo os sentidos, transmitiam-se pelo sistema nervoso para se converterem em sensações no corpo astral.


(1) BLAVATSKY, H. P. A Doutrina Secreta. São Paulo, Pensamento, 1980, v,1,p,81.

(2)Ibidem, v.2,p.191

(3) THE HOLY Bible. King James Version, 1611. New York, American Bible Society, 1980. Luke 17:21. (Lucas 17:21).

(4) TAIMNI, 1. K. Autocultura; À Luz do Ocultismo. Rio de - Janeiro, Grupo Annie Besant, 1980, p. 98.

(5) BLAVATSKY, H. P. A Voz do Silêncio. São Paulo, Pensamento, p. 45 aforismo 4.

(6) THE HOLY, op. cit. acima nota (2), (Mateus 6:20).
(7) Ibidem, (Colossenses 1:27).

(8) BLAVATSKY, op. cit. acima nota (4), p. 61 aforismo 116.

(9) COLLINS, Mabel. O Idílio do Lótus Branco. São Paulo, Pensamento, p. 83.

(10) THE HOLY, op. cit. acima nota (2), (Efésios 4:13).

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA:
BESANT, Annie. O Homem e seus Corpos. São Paulo, Pensamento, 1976.
TAIMNI, op. cit. acima nota (3).
LEADBEATER, C. W. O Homem Visível e Invisível. São Paulo, Pensamento, 1969.
__________ A Mônada. São Paulo, Pensamento. 87 p.

QUESTÕES PARA ESTUDO DIRIGIDO:
1) O que é clarividência?
2) O que são os planos (astral, mental etc.)?
3) De que se constitui a personalidade, quaternário ou eu inferior? Quais as respectivas funções desses constituintes?
4) De que se constitui o Ego imortal, Tríade ou Eu Superior? Quais as respectivas funções desses constituintes?
5) O que é a Mônada?
6) Quais são as raízes mais elementares do desejo?
7) O que gera o egoísmo?
8) Há real incompatibilidade entre espírito e néria?
Responsável por este capítulo: Ricardo Lindmann.
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É sabido que a Ciência moderna avançou tanto na direção do estudo das partículas subatômicas que as experiências que demonstram a relatividade espaço-temporal nesse reino, ou do comportamento ondulatório dessas partículas, acabaram por abalar irreversivelmente os próprios alicerces do materialismo científico-mecanicista do século passado.

Ao que tudo indica, a humanidade como um todo ainda está longe de compreender as conseqüências filosóficas e até mesmo metafísicas do magnífico trabalho do Dr. Albert Einstein sobre a possibilidade da conversão da matéria em energia etc..

Tanto isso é verdade que o uso que tem sido feito desse conhecimento é o mais trágico que a história já registrou — a bomba atômica — instrumento de morte em massa nesse patético jogo de dominação e destruição.

Em 1888, muito antes de todo esse avanço da Ciência, madame Blavatsky já afirmava, em sua obra A Doutrina Secreta, que a matéria era uma “condensação” do espírito e que ambos eram diferentes pólos de manifestação da mesma realidade subjacente caracterizada como um único

 “Princípio Onipresente, sem limites, eterno e imutável.” (1), além dos dualismos, de modo similar ao gelo e ao vapor d’água, que são dois pólos extremos de manifestação da mesma essência, a água (H20). Essa idéia foi particularmente expressa da seguinte maneira:

“... um dos pólos é o Espírito puro, perdido no absoluto do Não- Ser, e o outro pólo é a Matéria, na qual ele se condensa, “cristalizando-se” em tipos cada vez mais grosseiros, à medida que desce na manifestação” (2).
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