Chakra
Sahasrara – A Iluminação. Vazio Luminoso
Postado por
dharmadhannyael
O Arquétipo do
Self
Charles Breaux
Shri
Nisargadatta Maharaj, que afirma ter visto Deus e nada saber sobre coisas
religiosas normais.
Ó Senhor de Compaixão, ensina-me a
derramar lágrimas
de amor por todos os seres. Eu facilmente posso compreender minhas próprias falhas, deixe-me, portanto, rapidamente perdoar as
falhas dos outros. Abençoa-me, que eu não faça críticas aos companheiros indesejados. Que eu possa aceitar incondicionalmente o outro como ele é. Se eles
pedirem meu conselho na tentativa de corrigir-se,
possa eu oferecer sugestões inspiradas por ti. ----- Sri Paramahansa Yogananda.
de amor por todos os seres. Eu facilmente posso compreender minhas próprias falhas, deixe-me, portanto, rapidamente perdoar as
falhas dos outros. Abençoa-me, que eu não faça críticas aos companheiros indesejados. Que eu possa aceitar incondicionalmente o outro como ele é. Se eles
pedirem meu conselho na tentativa de corrigir-se,
possa eu oferecer sugestões inspiradas por ti. ----- Sri Paramahansa Yogananda.
“Atributo: Vairocana Buda é às vezes chamado de Buda primordial ou supremo Buda. Ele representa a sabedoria de shunyata, "vazio". Ele é considerado a personificação do dharmakaya - tudo, não manifestado, livre de características e distinções. Quando os Budas Dhyani são fotografados juntos em uma mandala, Vairocana está no centro. Vairocana é branco, representando todas as cores, e seu símbolo é a sua roda de Dharma. Sua mão mudra representa o giro da roda. Ele está associado com o primeiro skandha, formulário. Meditação sobre Vairocana vence ignorância”.
“Agora, eu, Vairocana Buda estou sentado em cima de um pedestal de lótus; Em milhares de flores que me rodeiam são mil Budas Sakyamuni. Cada flor suporta cem milhões de mundos, em cada mundo um Buda Sakyamuni aparece. Todos estão sentados sob uma árvore Bodhi, tudo ao mesmo tempo atingir o estado de Buda. Todos estes inumeráveis Budas têm Vairocana como seu corpo original. Vairocana é um buda solar que é a realidade do final do cosmos e aquele que permeia seus componentes. Sua consorte é Tara Branca (para cada Buda Dhyani há uma dakini afiliada)”.
‘Vendo o mundo
como uma ilusão criada numa tela de cinema, ele sabe que a luz (a consciência
pura) é que ilumina a projeção das imagens sempre em mudança. Ele não leva em
consideração a idéia de um Deus exterior, porque compreendeu que “Eu sou Isso”
(a luz da consciência pura).7
— tudo é
oportunidade para praticar o Mahamudrá. Renunciando a todos os desejos e
elaborações conceituais relacionados com as ações do passado, do presente e do
futuro e desenvolvendo um estado ininterrupto de equilíbrio meditativo através
do fantástico sonho da vida, finalmente integramos o estado primordial do Estar
Consciente da Bem-aventurança na nossa existência diária.
Pelo progresso
lia compreensão do fluxo da consciência através dos chakras, obtivemos algum
conhecimento de nossas predisposições instintivas, da ocorrência de sentimentos
e de emoções e das tendências da nossa mente. Estamos agora num ponto em que
podemos experimentai o vazio desses fenômenos — não há self inerente a esses
eventos.
Com a renúncia à ilusão da identidade do self,
nossa experiência do mundo é alterada radicalmente. Deixando de ser
escravizados pelo ego, assumimos um modo de agir espontâneo, não mais dirigido
pelo self. A vida torna-se admiravelmente simples; há apenas uma resposta a
qualquer coisa que ela coloque em nosso caminho — aceitação e compaixão
incondicionais.
Em Aion, Jung
identifica o Self com a “imagem de Deus”. Pelo menos esse Self não pode ser
distinguido da imagem de Deus como Jung a caracteriza.
Podemos pensar
no Self como a esfera de fatores arquetípicos e transpessoais da psique ,
(imagens, símbolos) atuando como uma
força unificadora ou transcendental.
As tendências politeístas das culturas antigas
demonstram a riqueza dos níveis arquetípicos da psique; mas, como aponta Jung,
o monoteísmo revela o Self.
Deus tem
muitas faces... Muitos nomes, e está vivo em todos os povos.
A imagem de
Deus, projetada das profundezas espirituais da alma, foi por ele chamada de
função transcendente porque seu poder nos leva além do dualismo do nosso ego.
Símbolos transformadores emergem do Self e nos
inspiram a buscar nossa totalidade. Como um rio, somos impelidos a voltar à
nossa fonte. É como se a vida mesma evoluísse através de nós, lançando-se
sempre para a frente para fundir-se no Oceano Ilimitado da Consciência do Ser.
O fim da nossa jornada está próximo. Qual é a
natureza da transformação que está logo adiante? Com a finalidade de pôr essa
questão em perspectiva, vamos resumir o processo de individuação de Jung,
referindo-nos ao simbolismo religioso da nossa cultura nativa e ao símbolo de
Cristo.
Ainda em Aion, Jung fala de Cristo como o
nosso herói cultural e, apesar de sua realidade histórica, é ele que ocupa o
centro da mandala cristã como modelo do Self.2
Conta-se que
Jesus nasceu na aura de sinais divinos auspiciosos e seu nome significa
“Messias”, ou Salvador, em hebraico. De acordo com as escrituras hebraicas, foi
profetizado que nasceria um salvador na família da linhagem de Davi, para ser o
rei dos judeus.
Os hebreus
tinham sofrido opressão, conflito e exílio através de toda a sua história, que
pode ser traçada, remontando ao passado, até Ur e a Caldéia, por volta de 2000 a .C. Suas escrituras
falam de uma votação no contexto dc suas tentativas e fracassos para entrar em
acordo com um Deus às vezes colérico, outras vezes benevolente, Javé.
Os profetas do Velho Testamento antecipavam
com satisfação a vinda de um líder que os reconduziria à virtude e à paz. Jesus
foi aclamado como este rei espiritual por um número relativamente pequeno de
judeus.
Diz-se que, ao
ser batizado por João, Jesus foi encoberto pelo “Espírito Santo” e o “Espírito
de Deus” entrou nele. Ele se tornou assim conhecido como o Cristo (palavra
grega que significa “o ungido do Senhor”, ou “rei por direito divino”) pelos
que acreditavam que Jesus era o Messias esperado.
Observando o
contexto da vida de Jesus e a natureza do seu impacto, podemos ver nele uma
metáfora perfeita das provações tribulações da consciência do ego e da ação
redentora do Self.
Em meio ao tumulto político da opressão
romana, em meio às seita religiosas conflitantes, às esperanças messiânicas e à
agitação revolucionária, Jesus, “o Cristo”, aparece como o mensageiro da paz e
da inteireza interior. (Outro nome associado a Cristo é Emanuel, “o Deu
interior”.)
A imagem de
Cristo é, assim, o arquétipo dos aspectos trans pessoais e totalizadores da
psique. Em termos psicológicos, Cristo é portanto, o mediador ou modelo do Self
em relação ao ego.
O simbolismo
da crucificação, por exemplo, ilustra dramaticamente a psicologia da morte do
ego e a necessidade de reconciliar antagonismo dentro da psique.
A realidade
transpessoal do Self já não pode ser evitada e a identidade pessoal é pendurada
na cruz, que representa a quaternidade de opostos integrados em sua convergência
central ou transcendente.
Até que
alcancemos esse nível crítico de desenvolvimento, tensão e o dualismo básico da
psique não são tão perceptíveis. Durant os estágios anteriores do
desenvolvimento do ego, nós nos identificamos com o ego, que organiza a percepção
dos conteúdos psíquicos em categorias lógicas, ao mesmo tempo em que reprime os
elementos que ameaçam a sua integridade.
Estávamos,
portanto, desesperadamente fixados num lado da polaridade e evitávamos o outro.
Jung afirma ainda, que sempre que há uma ênfase na imagem de Cristo, ela
estimula uma ativação simultânea da sombra, seu complemento inconsciente
conseqüentemente, aumenta a tensão entre as duas. 3
É através do
amor e da aceitação de todas as partes de nós mesmo que nossa redenção
psicológica se completa. E isso é precisamente o que a imagem de Cristo, como
expressão do Self, requer de nós. No mito cristão, Cristo é considerado o Filho
de Deus, isto é, a encarnação de Deus, o qual às vezes é igualado ao puro amor.
Psicologicamente, isso representa a abrangência do Self.
As qualidades
transpessoais do Self procuram ser realizadas dentro dos limites pessoais da consciência
do ego, assim como a consciência presa ao ego finalmente é levada a entrar no
domínio do transpessoal.
A figura
lendária de Jesus Cristo é realmente um modelo para o tipo de ser em que
qualquer um pode se transformar quando transfigurado. A ressurreição e a
ascensão são mitos que denotam a transcendência das condições temporais e
pessoais da existência centrada no ego.
Quer falemos
de Buda ou de Cristo, há uma transformação radical que ocorre quando nos
rendemos ao Self. Parece que Jung aproximou- se desses portais, mas, porque a
possibilidade de iluminação não aparece nos relatos que fez do processo de
individuação, podemos concluir que ele não os ultrapassou.
Ele afirma que a meta da individuação nunca é
realizada plenamente; a individuação é apenas um processo que leva rumo à
totalidade. Em outras palavras, ela não é um fim, mas o meio pelo qual acontece
o processo de integração transpessoal.
Por fim, Jung
considerava o ego um recipiente que cresce constantemente para afinal
circunscrever e conter uma fonte inesgotável de expressões simbólicas do Self.
Este Self, todavia, permanece transcendente —
uma meta oculta e inatingível, de acordo com a analista junguiana Jung sem
dúvida aborda aqui um grande mistério, mas ainda que o self racional não possa
assimilar todo o potencial do Self, há a possibilidade de manifestação de
níveis superiores de consciência em que o Grande Mistério é compreendido
plenamente, O êxtase do místico é um evento muito real que afeta profundamente
o self pessoal.
Em sua autobiografia, The Life of Teresa of
Jesus, Santa Teresa fala de visões e êxtases que têm um efeito purificador
maravilhoso. Mais detalhadamente, ela diz que esses efeitos são como uma grande
chama que consome a nossa natureza sensual e todos os desejos da vida, O que
permanece é uma profunda veneração. 5
Fenômenos
espirituais extraordinários, como os comumente associados aos homens santos do
Oriente, foram atribuídos a Santa Teresa. Por exemplo, ela era propensa à
levitação, e quando morreu seu corpo tinha o perfume das flores frescas e não
se decompôs!
Santa Catarina
de Sena também teve êxtases em que seu corpo se erguia no ar e emitia uma doce
fragrância. Nesses estados de transe, ela às vezes verbalizava uma efusão de
diálogos “inebriados de Deus”. Posteriormente ela compôs alguns deles, anotados
pelos que presenciavam seus êxtases nos Diálogos divinos.
Nesses diálogos ela menciona a visão de coisas
ocultas de Deus que a faziam explodir em supremo esplendor e sei transformada
na “Sua” providência imensurável. Ela diz que, embora alma fique saciada com
essas experiências, ainda continua faminta de ver Deus na Sua luz e pela Sua
luz. É essa luz que mostrou a ela a Sua verdade e a mais alta e infinita Beleza
de Deus que está além de toda a Beleza e a Sabedoria de Deus que está além de
toda a Sabedoria.
Outro exemplo
foi o místico Jan Van Ruysbroeck, que se retirou para a floresta quando o
Espírito Santo o moveu a isso. Certa vez, depois de uma prolongada ausência,
vários monges foram procurá-lo. Eles acharam sentado sob uma árvore resplandecendo
de luz. Ele estava em êxtase profundo e cercado por uma aura brilhante de Luz
Divina.
Ruysbroeck era
flamengo, contemporâneo de Meister Eckhart. Foi um autor fecundo de literatura
mística; escapando por pouco da censura da Igreja, não compartilhou com Eckhart
a acusação de herege Repetindo Eckhart, Ruysbroek escreveu em The Sparkling
Stone que aqueles que vêem a Deus intuitivamente transcendem todas as distinções
e são transfigurados por uma luz inata com a qual estão unidos e através da
qual vêem. 6
Poderia essa
luz inata — ou o resplandecente Espírito Santo da graça de Deus — relatada por
esses místicos cristãos, ser realmente a Luz Clara do Vazio? Quando lemos os
relatos dos místicos das várias tradições espirituais, a referência mais comum
a Deus que encontramos é a de uma luz celestial perene. É necessário, ou mesmo
útil, sobrepor uma imagem de Deus a essa experiência do Absoluto?
Em The
Blissful Life, Robert Powell conta a história de um santo hindu moderno, Shri Nisargadatta
Maharaj, que afirma ter visto Deus e nada saber sobre coisas religiosas
normais.
Vendo o mundo
como uma ilusão criada numa tela de cinema, ele sabe que a luz (a consciência
pura) é que ilumina a projeção das imagens sempre em mudança. Ele não leva em
consideração a idéia de um Deus exterior, porque compreendeu que “Eu sou Isso”
(a luz da consciência pura).7
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