O padrão emocional do ódio e
da raiva muitas vezes nasce da impotência e do abuso que a criança sofre na
infância.
Reagimos sempre da mesma
maneira quando sentimos que estamos ameaçados, e com medo de sermos destruídos. A
impotência gera a nossa sombra raivosa e vingativa, cega, desequilibrada emocionalmente que vai crescendo quando a
alimentamos.
O sentimento de raiva, de
ódio, vingança e frustração pode ser uma herança que carregamos de vidas
passadas e que aquece nossas emoções em situações de perigo, ameaças e de
injustiça. Dharmadhannya.
“O Reino dos Infernos: quando a mente,
tomada pela raiva, não encontra saída”.
Vale a pena ressaltar que o Reino dos
Infernos não se refere ao inferno descrito pela tradição judaico-cristã, mas
sim a um padrão mental gerado pelo karma negativo acumulado através de ações
baseadas no ódio e na violência.
A natureza da hostilidade
Quem já não recebeu um golpe de
hostilidade quando menos esperava? Basta um gesto brusco, uma palavra
desagradável ou um silêncio cortante para sermos atingidos pela dor daquele que
declara abertamente estar “de mal” com o mundo e, quem sabe, especificamente
com a gente!
A hostilidade é uma energia baseada na
agressividade, e tem como intuito declarar guerra: chamar o inimigo para o
confronto, disputar um lugar ou uma posição. Baseada no ódio e na irritação com
alguém, sua mensagem é clara: desejo prejudicar você!
Assim como diz o ditado popular, “Quando
um não quer, dois não brigam cabe a cada um saber a hora certa de recuar No
entanto, isso não quer dizer que devemos fugir ou desdenhar um aviso de
agressão. Como agir diante da hostilidade?
De acordo com a filosofia budista, não
cabe a nós julgar a atitude alheia, mas sim cuidar da nossa. Neste sentido, em
vez de reagir, podemos sempre escolher como agir.
No entanto, para manter a calma e a
clareza diante da hostilidade, é preciso ter um profundo conhecimento de si
mesmo, baseado na certeza de que vale mais a pena o autocontrole do que se
submeter à provocação alheia. O controle interior uma virtude das pessoas que
se dedicam ao autoconhecimento.
Podemos ver esta atitude naqueles que
são compassivos e gentis por natureza. É admirável observar como os mestres
budistas sabem a hora certa de agir ou de recuar, pois uma vez que reconhecem o
que passa com o outro, conhecem também suas reações
No entanto, eles não são submissos aos abusos
e declaram assertivamente os limites das situações.