A harmonia do lar do Feng Shui
O convite do Feng Shui é claro: a harmonia da natureza
pode estar presente na sua casa. Segundo esta técnica de harmonização de
ambientes, a organização correta do seu lar é um passaporte para uma vida em
equilíbrio
Conquistar o equilíbrio proposto pelo Feng Shui não
depende apenas de uma nova disposição dos móveis ou da escolha adequada dos
objetos. A mudança deve ser maior e evoluir no interior de cada um. E, antes
de mais nada, você precisa desejar sinceramente estas transformações.
Vento e Água
Em chinês, Feng significa “vento” e Shui é sinônimo
de “água”. Assim, o sistema do “vento-água” sugere que a casa é um organismo
vivo, onde circulam energias positivas e negativas. Aplicar o Feng Shui é uma
das maneiras de promover a circulação benéfica destas energias e experimentar
os seus resultados na vida prática, seja na carreira, na saúde ou no amor.
Para isso, comece conhecendo os princípios do Tao, a base primordial da
sabedoria oriental.
Yin e Yang
0 Símbolo do Tao representa as forças opostas da natureza em constante processo de troca
Tao, cuja tradução é “caminho”, é o princípio criador
do Universo, que se expressa por meio de duas forças opostas, porém
complementares, da natureza: o Yang e o Yin.
Yang está relacionada ao Sol, à masculinidade, ao
calor, ao dia e à ação. Yin, por sua vez, está associada à Lua, à feminidade,
ao frio, à noite e à contemplação. Quando interagem, as duas forças produzem uma energia vital «tecida como Chi, que pode se manifestar
positiva ou negativamente, dependendo de fatores ligados à natureza e a você
mesma.
Forças do Universo
Como regem todos os movimentos naturais, Yin e Yang
também assumem formas concretas. Elas estão presentes no
Fogo, na Terra, no metal, na Água e na
Madeira. Por isso a melodia da natureza é perfeita, já
que os cinco elementos se integram de modo permanente e espontâneo, independentemente
da ação do Homem.
O mesmo, no entanto, não ocorre s
residências: daí, a importância Feng Shui para ampliar ou inibir Vibração de
cada elemento a fim de que os ciclos gerados por eles não sejam quebrados.
Aplicar o Feng Shui não exige conhecimento erudito nem
herança oriental. Basta assimilar algumas técnicas, sentir a energia da sua
casa e ouvir a voz da intuição.
Pense nesta metáfora: o universo é um corpo
gigantesco, cuja sobrevivência depende da comunicação harmoniosa entre todos
os órgãos. Mas esses órgãos só funcionam se o sangue, o líquido da vida, correr
nas veias. O sangue é o Chi e a terapia é o Feng Shui.
Chapéu Negro
Este sistema de harmonização dos ambientes chegou ao
Ocidente no final do século XIX. Mas o seu casamento com a América só foi
oficializado há vinte anos, com a emigração do mestre do budismo tântrico
tibetano, Thomas Lin Yun, para os Estados Unidos.
Lin Yun é considerado o precursor da Escola do Chapéu
Negro, a chamada “escola americana do Feng Shui”, uma das mais populares em
todo o mundo. Essa escola ensina que os elementos, os pontos cardeais, as
cores e as formas não são suficientes para uma prática eficaz do método.
Também é necessário considerar a ligação psicológica
entre você e o seu ambiente. Portanto, o poder intuitivo é um recurso fundamental
que vai ajustar os ensinamentos do Feng Shui aos seus anseios.
A principal
ferramenta dessa escola é o Ba-guá, um diagrama de oito lados que traz as
lições do oráculo chinês I Ching (O Livro das Mutações).
O Ba-guá não apenas mapeia os aposentos de uma casa,
mas também concentra os aspectos básicos da vida humana. Vem daí a analogia
entre a casa e a alma de quem vive nela.
Se o Setor da
Espiritualidade for acionado nesta casa, o morador terá mais motivação para
voltar os olhos a Deus. O mesmo acontece com todos os outros setores, favorecendo
a sintonia entre a pessoa, o seu interior e o mundo. Há quem chame esta
sintonia de felicidade.
0 dragão é um dos animais primordiais da Escola da Forma. Mito universal da Humanidade, simboliza o vento e a força essencial que impulsiona a vida.
A forte repercussão da Escola do Chapéu Negro no
Ocidente deve-se à sua praticidade. Ao sintetizar conceitos importantes do Feng
Shui, o Ba-guá se torna um instrumento acessível, de fácil assimilação, e
consulta para um grande número de pessoas.
Conheça as outras correntes
Escola da Forma
A mais antiga escola de Feng Shui associa os elementos
e movi mentos da natureza aos seguintes animais: tartaruga, fênix (ou pássaro
vermelho), tigre, dragão e cobra. O papel de cada um é simbólico e o elo entre
eles representa a trajetória humana e a dinâmica da natureza.
Para os
consultores da Escola da Forma, o fluxo do Chi (energia vital) se estabelece
quando todos os animais estão bem representados no ambiente.
Escola da Bússola
Esta escola emprega teorias da Astrologia Oriental e
da Numerologia para compor os diagnósticos dos ambientes. As teorias são
cruzadas com dados relacionados ao terreno e à localização geográfica da casa.
Os principais instrumentos de medição do Chi são o Ba-guá
(ou Pa- Kuá), o Lo-Pan (uma bússola com caracteres chineses e uma agulha
magnética) e o Lo-Shu, o chamado “quadrado mágico”, que se baseia na ciência
oculta dos números.
Aprenda a aplicar o Ba-guá
Com a planta (desenho) da sua casa em mãos, é possível
aplicar o Ba-guá para identificar a localização de cada um dos oito setores que
representam a vida
Nem sempre o Ba-guá preenche todos os espaços da sua casa. A
primeira exigência para uma correta aplicação é direcionar o Setor do Trabalho
à parede da porta de entrada. Certifique-se também de que o Centro do Ba-guá
esteja sobreposto ao centro do desenho da sua residência.
Passo a passo
1
- De olho na planta
Observe a planta e visualize o centro da sua casa.
Direcione o Ba-guá para a parede da porta de entrada (se houver mais de uma
porta, priorize a de maior circulação). Ela será a entrada do Chi
(energia vital).
2
- Localize as extremidades
Se a planta for quadrada, identifique em sua casa,
além do Centro, onde estão as extremidades inferior (Setor do Trabalho) e
superior (Setor do Sucesso) do Ba-guá. Assim, é mais fácil situar os seis
setores restantes e a probabilidade de haver áreas faltantes (quando um setor
do Ba-guá fica sem referência no desenho da casa) será menor.
3
Use a intuição
Ao aplicar o Ba-guá na planta, não se prenda ao rigor
das linhas do diagrama. O Ba-guá não é uma bússola inflexível, criada para
delimitar geometricamente a sua casa. É um acessório da sua própria intuição.
Use-a para ampliar ou reduzir os setores separados pelas linhas, mesmo que a
simetria não fique perfeita. O importante é que todos os setores sejam assinalados
na planta, ainda que caiam no lugar de paredes.
4
- “Estique” se for preciso
Caso o projeto da sua casa seja estreito horizontalmente
ou verticalmente, “estique” o Ba-guá (ver matéria da Casa Tradicional). Ele ficará
“fino” e “comprido”, ou “baixo” e “largo”. Esse recurso diminui a possibilidade
da sua residência conter áreas faltantes (veja exemplos nas plantas das
páginas seguintes).
5
- Jamais copie um modelo
Não reproduza a aplicação do Ba-guá de outra casa para
o lugar onde você mora. As pessoas são diferentes umas das outras, assim, as
residências também emanam vibrações distintas. Os exemplos de aplicação podem
servir como fontes de inspiração, mas as escolhas devem ser feitas segundo as
preferências do morador
3. Os Elementos da Vida
Um dos suportes do Feng Shui é a Teoria dos Cinco
Elementos:
Fogo, Terra, Metal, Água e Madeira. Eles ajudam a
promover as transformações da Natureza, como as quatro estações do ano, e
formam ciclos, que podem ser construtivos ou destrutivos.
Harmonizá-los atrai boas vibrações para a sua casa
No Feng Shui, os cinco elementos da natureza são
utilizados para ampliar ou sedar energias desequilibradas por excesso ou escassez
em um ambiente.
Um exemplo: se um cômodo da casa apresentar uma
quantidade exagerada de móveis de ferro (Metal), deverá ser neutralizado com
a presença do elemento Fogo, através de objetos de couro ou da cor vermelha.
Ambos geram calor e dominam o Metal, harmonizando o trânsito das vibrações sutis.
Este é o ciclo destrutivo.
Mas se um ambiente da sua residência possuir poucos
móveis e objetos de madeira, este elemento precisará ser ativado com fontes ou
aquários, que evocam a Água (alimento da Madeira). Este é o ciclo construtivo
Madeira Confira a essência de cada demento |
Fogo Está associado ao verão, à maturidade e à plenitude |
Terra Ligado à transição dos ciclos e à estabilidade |
Metal Sinal de força, introspecção e sobriedade |
Água Expressa recolhimento, aceitação e adaptação |
Água Madeira Origina os outros quatro elementos, representa a
força da vida e a germinação das sementes |
Forma |
Pontiaguda e triangular |
Pesada e quadrado |
Esférica |
Sinuosa |
Alongada e estreita |
Atitude |
Ação |
Equilíbrio |
Controle |
Flexibilidade |
Crescimento |
|
Vermelha |
Amarela |
Branca |
Preta |
Verde |
|
Norte |
Centro |
Oeste |
Sul |
Leste |
Estação |
Verão |
Alto verão |
Outono |
Inverno |
Primavera |
|
Quente |
Úmido |
Seco |
Frio |
Ventoso |
Exemplos de materiais relacionados aos cinco
elementos: |
|
Madeira: utilização
de lambris e painéis nas paredes, mobiliário em madeira aparente, fibras
naturais como rattan, junco e cana da índia, assoalho sem tábua corrida ou tacos
e utilização de plantas que crescem verticalmente para cima, simulando o
desenvolvendo de uma árvore. |
|
Fogo: representado
pelo uso das cores provenientes do vermelho em tons mais escuros como o vinho
e o pink, e também pelo laranja, pelas formas angulares e recortadas, pelas
cortinas com bandôs retorcidos em cores quentes e pelos tapetes e acessórios
vermelhos. |
|
Terra: simbolizada
pelos tons terrosos do marrom até o bege, o revestimento de piso deve ser em
lajotas de cerâmica mais natural ou rústica, ou em pedras como a ardósia, por
exemplo. Vasos em terracota, paredes ou pisos em tijolos aparentes ou pedras
e plantas que crescem para os lados, alastrando-se em uma simulação da
própria terra, do chão. |
|
Metal: representado
pelo branco, cinza, prata e ouro; pelos pisos em granito polido; móveis em
aço escovado, alumínio ou cromados; estofamentos brancos e tapetes e almofadas
redondos. |
|
Água: identificada
na cor azul-marinho ou no preto; na presença física da água, como vistas para
o mar ou lago, piscina, fontes, aquários, cascatas, etc; nas arcadas ou
janelas em arcos e nos móveis e paredes em vidro. |
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