MÉTODO HINDU PARA SONHAR LUCIDAMENTE:
Antes de se deitar
- pratique concentrar sua mente por alguns
minutos. Pode ser uma vela, uma flor, um mantra, uma oração;
- observe bem sua respiração,
pensamentos e emoções antes de dormir;
- segure um objeto que tenha significado
espiritual para você, durante toda a noite;
- visualize a si mesmo cercado de um
halo de luz, quando for dormir;
- mantenha um mantra ou uma oração
como o último pensamento antes de mergulhar no sono.
- durma do seu lado esquerdo;
- entregue-se com confiança à sua
sabedoria interior, ao seu mestre interior.
Depois de acordar
- depois de escrever o seu sonho,
sente por alguns momentos numa posição receptiva, com as palmas para cima.
Silenciosamente repita a afirmação: "Eu quero entender a mensagem que me
foi enviada.
" Daí permita que a interpretação do seu sonho venha de dentro
de você;
- reveja seus sonhos durante uma
semana e colete insights, como coletaria pedras preciosas. Que luz eles
projetam na sua vida, e em que direção? Ponha seus insights em ação e observe
os resultados;
- pergunte aos seus sonhos: Estou
fazendo a coisa certa? E espere pela resposta. Você aos poucos vai ganhar
experiência e desenvolver a confiança no seu guru interior;
- pergunte a si mesmo:
Quais são
minhas necessidades neste momento? Como distinguir necessidades de desejos?
Como meus sonhos estão respondendo às minhas
reais necessidades?
Você acredita na existência da alma?
Á vida é sonho?
Costumamos dividir nossa existência
em real ou não-real, existente ou não-existente, visível ou não- visível.
Queremos experiências concretas, palpáveis,
resultados que possamos medir. Aí chega alguém e pergunta:
Você acredita na existência da alma?
O que é isso que você sente, experimenta, que
lhe dá a sensação de estar vivo, uma coisa à qual você se apega e considera
“sua”? Um sonho.
Tudo não passa de um sonho. Um sonho dentro do
sonho. Como um labirinto de espelhos. O grande sábio taoísta Chuang Tzu
tornou-se famoso pela sua indagação:
“Serei uma borboleta sonhando que sou Chuang
Tzu ou sou Chuang Tzu sonhando que sou uma borboleta?”
Considerações sobre regressão, vidas
passadas, reencarnação, então, se tornam o sonho dentro do sonho dentro do
sonho dentro do sonho...
Recordo-me que quando comecei minhas
práticas no budismo tibetano, com Chagdud Tulku Rinpoche (que tem 16
reencarnações reconhecidas, sempre como superior de um monastério no Tibete
Central),
e ao mesmo tempo ajudava a organização da vinda do Dalai Lama (que tem 14
reencarnações reconhecidas) ao Brasil, em 1992, comecei a sonhar todas as
noites, sonhos incríveis.
Ora estava num palácio, recebendo ensinamentos diretamente
do Dalai Lama, num dos cantos de um imenso salão.
2
ora estava com meu mestre, recebendo
ensinamentos com um pequeno grupo, ora via o próprio Buda, feito de nuvens,
dissolvendo-se no
espaço.
A sensação, quando acordava, era da
mais pura realidade, e muitas vezes o sonho era absolutamente palpável.
Enquanto isso, eu vivia momentos na vida real que pareciam translúcidos como um
fiapo de sonho.
Ao conversar com Rinpoche, sobre
esses sonhos, ele deixou bem claro que o importante era eu ter a consciência de
que estava sonhando.
O assunto do sonho não era importante;
importante era saber que estava sonhando, e para isso existiam algumas práticas
de meditação para se fazer à noite. O ponto então, não era desenvolver insights psicológicos, mas da verdadeira natureza do sonhador, isto
é, de mim mesma.
O que
Freud considerava o caminho real para o subconsciente, os mestres da
yoga dos sonhos consideram o caminho para a iluminação.
Porque, como dizem os
tibetanos, essa yoga deve continuar durante o dia, quando vemos o café como um
sonho, o telefone como um sonho, o chefe como um sonho...
Perceber que cada
acontecimento tem a mesma natureza de um sonho torna as pessoas mais calmas,
centradas e equilibradas. E também mais realistas.
Mas o que isso tem a ver com vidas
passadas? Tudo, já que, segundo o budismo tibetano, o período de vida, em cada
encarnação, é chamado de bardo.
Existiriam seis bardos: O bardo do
período em que se nasce até que se morre; o bardo dos sonhos; o bardo do início
da morte até a morte propriamente dita, quando se abandona o corpo;
o bardo
quando se vaga pelo período de 49 dias como espírito; o bardo quando nos encaminhamos
para reencarnar; e o bardo que dura enquanto começamos a meditar até que terminemos
a meditação.
Por isso meditar é tão importante;
quando meditamos, estamos compreendendo todos os bardos da nossa existência, encarnada
ou não.
É como navegar com uma carta de
navegação. Você aprende que ali tem um obstáculo, lá um iceberg, acolá uma
correnteza boa. Tem uma idéia da totalidade...
Já, segundo os hinduístas, este mundo
é apenas um sonho de Vishnu, a principal divindade do panteão hindu.
E o sonho se transforma numa
maravilhosa oportunidade para acessar o “guru interior”, que durante as
atividades diárias desaparece atrás do véu de distrações da mente, mas que está
sempre disponível enquanto sonhamos.
Swami Radha, considerada uma grande
mestra do seu tempo e autora do livro “Realities of the Dreaming Mind”, ensina
um método para receber orientação espiritual enquanto se dorme (veja tabela na
página anterior).
Já os sufis prestam uma grande
atenção aos sonhos, que significam para essa tradição uma espécie de balisa no
caminho espiritual.
A interpretação de sonhos, incluindo sonhos que
envolvem diálogos com mestres, tem papel especial dentro de algumas ordens
sufis.
Tanto que os sufis só contam seus sonhos para
seus orientadores espirituais, que os ajudam a interpretar o significado. Eles
não têm técnicas específicas, mas aprendem apenas a estar abertos às mensagens
de sabedoria interior.
“As pessoas dizem que esquecem dos seus
sonhos, quando se levantam, diz o mestre sufi Vaughan-Lee, que também é Ph.D.
em psicologia junguiana.
Mas quando você tem realmente um sonho
importante, você vai relembrá-lo. O Ser Superior dentro de você vai fazer com
que você se lembre.”
Como dizem os budistas, a vida é
sonho; mas é melhor ter um sonho bom que um pesadelo. Bons Sonhos!!!
Segundo Rinpoche, o importante é a
consciência de que se está sonhando;
o assunto
do sonho não e importante.
O ponto
não é
desenvolver insights psicológicos,
como os
psicólogos freudianos e junguianos,
mas
descobrir a verdadeira natureza do
sonhador;
ou seja a consciência de si mesmo.
Revista Planeta -
Postado por Dharmadhannya
Nenhum comentário:
Postar um comentário