quarta-feira, 11 de julho de 2018

"Prana - alento vital" Respiração





"Prana - sopro da vida, de Deus.

"Prana - alento vital"

" Através do controle da respiração, o yogi traz energia e harmonia para o corpo e, portanto, cria uma base sólida para a prática da concentração mental e indução de estados superiores de consciência, bem como a completa superação da mente-corpo no momento de ' Iluminação "

Georg Feuerstein



Saiba como aprender a respirar corretamente e transforme sua vida

                                                       Você sabe respirar? A vida se inicia com a primeira inspiração e termina com a última expiração. O ar é a nossa conexão com esse planeta. É por isso que é importante aprender a respirar corretamente.

O ser humano comum consegue viver aproximadamente 60 dias sem comida e alguns dias sem água, mas sem ar não sobrevive muitos minutos e sem energia vital nem um minuto sequer.
Por isso, aprender a respirar corretamente é muito importante. Muitas pessoas não se atentam para isso, e passam a vida toda sem nem perceber como respiram. Respirar é viver e respirar bem significa qualidade de vida.
A maioria das pessoas utiliza apenas uma pequena parte dos seus pulmões para respirar, e a parte restante, inutilizada, vai perdendo a sua capacidade de atuação.
As técnicas respiratórias do Yoga se chamam Pranayamas e além de aumentarem a capacidade pulmonar, expandem a energia vital pelo corpo. Essa energia é chamada Prana e está presente no sol, nas plantas e em alimentos vivos. Assimilamos essa energia através da respiração e de uma boa alimentação, o que proporciona vitalidade, disposição e bem-estar.
Outro benefício dos Pranayamas é que eles auxiliam no controle das emoções, reduzindo o estresse e proporcionando ao praticante a capacidade de substituir emoções negativas como medo, insegurança, raiva ou angústia por sentimentos como autoconfiança, felicidade, serenidade e paz..

Se você deseja aprender a respirar melhor continue lendo este post.
Nesse post, você vai aprender a respirar corretamente. Através de uma respiração bem executada é possível expandir a capacidade dos pulmões e trazer maior quantidade de oxigênio por ciclos respiratórios para o interior do nosso corpo, oxigenando melhor nossos tecidos e órgãos.
Leia este post quantas vezes forem necessárias até que você possa executar as técnicas sozinho, sem ler.
      Meus alunos em um workshop que eu ministrei, aprendendo respiração alternada.

Então, vamos aprender a respirar corretamente!

Para começarmos a nossa vivência de como aprender a respirar corretamente, é necessário que você se sente em uma posição confortável. Deixe as pernas cruzadas e a coluna ereta.
Deixe as mãos sobre os joelhos com as palmas das mãos voltadas para cima. Abra o peito, alinhe e relaxe os ombros, deixe a fisionomia descontraída. Feche os olhos. Observe se você não está tencionando, sem querer, alguma parte do seu corpo. Se estiver, relaxe.
Se essa posição for cansativa para você, sente-se em cima de uma almofada. Dessa forma, você vai elevar o quadril e vai ajudar a baixar os joelhos. Existe ainda a possibilidade de deitar-se no solo com o abdômen para cima. Com o tempo, você se acostumará com a postura sentada.
A respiração descrita aqui é a respiração completa. Chamada em sânscrito de Maha Pránáyáma ou Prana Kriya.
Antes de aprendermos essa técnica é necessário dividir a nossa respiração em três partes: baixa, média e alta.


Respiração diafragmática ou abdominal


A respiração baixa ou abdominal é chamada em sânscrito de Adhama Pranayama.
Para iniciar essa respiração, leve suas mãos ao abdômen e concentre a sua atenção nessa região.
Inspire pelas narinas de forma lenta projetando o abdômen para fora concentrando o ar na parte baixa dos pulmões.
Ao expirar encolha o abdômen sentindo as mãos afundarem.
Imagine que seu abdomên é como um balão de gás: quando o ar entra ele se dilata, quando o ar sai ele esvazia.
Observe se você está movimentando apenas a região abdominal.
Essa respiração deve ser feita sempre pelas narinas, de forma lenta e profunda.
Experimente por alguns instantes com os olhos fechados e a atenção voltada para a respiração sem pensar em outras coisas.

Respiração Intercostal ou costal

                                   figure-1
Agora leve as mãos à região das costelas com os polegares voltados para trás e passe para a respiração média, costal ou Madhyama Pranayama.
Inspire afastando as suas mãos lateralmente. Ao expirar tente unir as mãos novamente.
A sua concentração deve estar na parte média dos pulmões, que é a região para onde você deseja direcionar o ar. Quando o ar entra na parte média dos pulmões, as costelas se expandem lateralmente. Quando o ar sai, elas retornam.
Deixe sempre a respiração nasal, lenta e profunda. Tente não mover o abdômen nem o peito.

Respiração peitoral

diaphragm
Agora leve as mãos para a região do peito.
Passando para a respiração alta ou peitoral, Uttama Pranayama.
Leve as suas mãos para a região peitoral e a sua atenção para a parte alta dos pulmões. Ao inspirar eleve o peito. Expirando desça o peito, observando se você não está movimentando as costelas nem o abdômen.
Concentre-se nessa respiração e permaneça por alguns instantes.
Se a posição das pernas estiver desconfortável, troque. Você pode ainda se deitar com o abdômen para cima.

Respiração completa

Agora você vai aprender a respirar corretamente com a respiração completa. Essa a respiração que utilizamos nas práticas de Yoga a maioria do tempo. É a união dessas três que você aprendeu.
Inspire, e na mesma inspiração comece inflando os pulmões de baixo para cima. Projete o abdômen para fora, afaste as costelas e eleve o peito. Soltando o ar vá esvaziando de cima para baixo. Baixando primeiro o peito, unindo as costelas e contraindo o abdômen.
Mais uma vez: Inspire e na mesma inspiração comece inflando os pulmões de baixo para cima. Projete o abdômen para fora, afaste as costelas e eleve o peito. Soltando o ar vá esvaziando de cima para baixo. Baixando primeiro o peito, unindo as costelas e contraindo o abdômen.
Se quiser acompanhe o movimento do tronco com as mãos para ir se familiarizando com o exercício. Como mostra a foto acima.
Essa foto é muito especial para mim. Eu gostaria de compartilhar com você esse momento. Essa menina que está ao fundo é a minha filha, e na frente está uma de suas melhores amigas. Elas estavam em uma vivência de como aprender a respirar corretamente, em um de meus cursos ministrados em Brasília – DF. Como é lindo poder transmitir conhecimento para as pessoas que você ama e ensiná-las a ter mais saúde e qualidade de vida.

Saiba mais sobre a respiração completa

Agora que você já experimentou essas três respirações, você pôde perceber que a respiração abdominal é a mais profunda das três. Essa respiração é responsável por aproximadamente 60% da sua capacidade pulmonar.
A respiração intercostal ou costal é menos profunda, cabendo menos ar que a respiração anterior, sendo responsável por aproximadamente 30% da capacidade pulmonar.
A respiração peitoral, é responsável por apenas 10%.
A maioria das pessoas respira apenas com a parte alta dos pulmões, utilizando muito pouco da capacidade total desse órgão. Isso acontece devido às pressões e emoções a que somos submetidos ao longo da vida.
Nascemos sabendo respirar e desaprendemos. Essa retomada da respiração é como um renascimento.
Com a respiração completa você utiliza 100% dos pulmões melhorando a oxigenação do seu organismo e com isso melhora o funcionamento de todos os seus sistemas.
Reserve um horário do seu dia para se dedicar a aprender a respirar corretamente, e veja como é transformador! Quando você estiver familiarizado com a técnica de respiração completa, você verá que ela irá se tornar a sua respiração habitual. Assim, você estará utilizando seus pulmões em plena capacidade, trazendo mais vitalidade e energia para a sua rotina.
Eu também falo sobre esse assunto no meu canal do Youtube. Veja aqui os vídeos sobre esse assunto:



Pranayama
 é a prática de cultivar força vital ou energia prânica através da respiração. É praticado como um meio de desenvolver uma maior capacidade pulmonar, mas também para eventualmente controlar a respiração de uma maneira incrivelmente benéfica para o corpo e a mente.

7 razões pranayam faz você mais jovem:

Parece jovem
Enquanto pranayam não pode fazê-lo sozinho, quando adicionado à meditação, e asana, faz a sua pele linda. A oxigenação adicional do seu sangue torna todo o seu corpo mais vital, por isso é visível na sua pele. 

Você parece mais radiante, e experimenta menos fugas e uma redução em outros sinais de envelhecimento, como rugas e olheiras sob os olhos.

 O prana adicional que você desenvolve na sua vontade também o inspirará a ser mais ativo. Depois de adicionar uma dieta saudável, você vai parecer anos mais jovem do que seus amigos que não praticam pranayama e yoga.

Viver mais
Embora os cientistas ocidentais não saibam exatamente como isso acontece, o pranayam tende a prolongar seu tempo de vida. Maharishi Raghuvacharya viveu até a idade de 115 anos.

 Isso não é incomum para muitos iogues. Pranayama práticas ajuda a manter a saúde circulatória e, muitas vezes, desde que você está enchendo o corpo com energia que não envolve ingestão calórica, você vive mais tempo também. Há evidências científicas de que uma ingestão calórica restrita pode prolongar a expectativa de vida.

Seja mais esperto
Pranayama prática faz você mais inteligente, então você é menos propensos a sofrer de demência relacionada à idade. A prática da
respiração yogue aumenta a atividade e a saúde neuronal. Quanto mais você respira como um iogue, mais vital se torna seu cérebro.

Sistema de Imunidade Vital
Outro sinal comum de envelhecimento é uma função imune reduzida. A prática do Pranayama reverte essa degeneração "normal". 
Prosranama torna o sistema imunológico mais vital e aumenta a saúde dos linfócitos no corpo, que é a principal maneira de nossos corpos combaterem invasores estrangeiros como vírus e bactérias.

Melhor sono
As pessoas que não dormem bem envelhecem mais rápido . Pranayam prática tem sido comprovada para aumentar o sono reparador.

Melhorando a Visão e a Audição
Pranayama prática pode tornar a sua visão e audição melhor. Muitas vezes, o envelhecimento das populações experimenta uma redução na audição e visão. 
Isto é frequentemente devido ao fluxo sanguíneo fraco para estes órgãos importantes. Pranayam ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo para os olhos e ouvidos. Se você adicionar asana como shirsasana (headstand) ou outras inversões, esse efeito será um múltiplo significativo.

Radicais Neutralizantes
Pranayama ajuda o corpo a eliminar a ação destrutiva dos radicais livres. Enquanto os radicais livres são os efeitos normais do metabolismo, o pranayama pode ajudar a neutralizá-los.



                                             

Pránáyáma

Prána, a energia vital
penetra nosso corpo
pelos labirintos respiratórios.
Leva a bęnçăo da vida até o nosso peito
e, dele, para todo o nosso ser,
físico e sutil.

Prána, a energia biológica
sem a qual nenhuma forma de vida
animal ou vegetal seria possível.

Prána, que traz a cura
e a regeneraçăo celular.
Para viver todos os seres precisam respirar.
Respirando, incrementamos vitalidade,
revitalizaçăo, reconstituiçăo dos tecidos,
insuflando-lhes a própria vida.

Controlando os ritmos respiratórios,
dominamos nossas emoçőes e açőes.
Alterando os níveis de profundidade da respiraçăo,
conquistamos novos estados de conscięncia.

Interferindo voluntariamente no ato respiratório
cruzamos a fronteira entre o consciente e o inconsciente.

Isso é pránáyáma! DeRose


“O Senhor prove todas as nossas necessidades”

Meditar sobre o Prana, na respiração é  entrar em contato com a consciência da essência da vida de Brahma, do Criador de muitos nomes,  da generosidade e abundância da vida.
Se o  Divino mora no coração, e tudo é Brahma, então eu Sou Brahma e respiro e inspiro como Brahma.
Eu sou o que sou. DharmadhannyaEL

"'Prana' é o nome com que se designa um princípio universal, a essência de todo movimento, força ou energia, que se manifesta na gravidade, na eletricidade, na revolução dos planetas ou em todas as formas de vida, desde a mais elevada até a mais baixa. Podemos chamá-lo a alma da Força e da Energia, em todas as suas formas; o princípio que, operando de certo modo, produz a forma de atividade que acompanha a vida". (2)

Já foi afirmado que ninguém sai de uma escola hindu conhecendo o que a ciência e filosofia da Índia afirmam como certo, sem que tenha passado demoradamente pela análise das afirmações dos mestres sobre prana e a respiração.

Se estas duas palavras não são as mais importantes para o hindu, elas tornam, no entanto qualquer tema de grande e imprescindível importância. Notemos que qualquer exposição da sabedoria dos Rishis esta filiada à respiração e Prâna, no homem e no espaço; exemplo frisante temos em Rama Prasad:

“O universo compreende todas as manifestações que nos são familiares, ao mesmo tempo sobre o plano mental e o plano físico.  Todas saíram dos tattvas. Os tattvas são as forças que se prendem à raiz de todas as manifestações: — a criação, a conservação e a destruição, ou mais estritamente a aparição, a conservação e a desaparição dos fenômenos de que somos advertidos e das mudanças táttvicas de Estado.”





Em seguida nos mostra que os tattvas são as modificações, em termos de energia de Svara, reflexo de Parabrahma - ou alentos

Ora, o homem é uma repetição em miniatura do Cosmos. Diz—se mesmo (para repetir o vulgar) que  é o microcosmo.

Se o alento ou “grande respiração” movimento permanente do universo em termos de infinito a respiração no homem toma o atributo — na penetração de prana — como o movimento vital de suas forças intrínsecas.

 Daí dizer o mesmo sábio citado acima:
“Os Tattvas são as cinco modificações do Grande alento”. Agindo sobre Prakriti (a matéria cósmica não diferenciada), esse “Grande Alento” lança—o em cinco estados que tem movimentos vibratórios distintos e que desempenham funções diferentes.

O primeiro estado Akâsa-Tattva. Vêm, em seguida, na ordem respectiva Vayu, Tejas, Apas e Prithivi. Eles são também conhecidos pelo nome de Mahâbhutas.”

Rama Prasad nos oferece um conhecimento que nos acompanhara muito na compreensão do funcionamento dos fenômenos vitais: os cinco Tattvas são manifestações diferenciadas da energia conhecida como Prakriti em si (energia não diferenciada).

Estamos, pois unidos ao cosmos pela respiração. Como poeta talvez possamos nos expressar melhor:


Prana
Em tua face as janelas
Da respiração
Estão sempre abertas.
O ar, asas de prâna,
Traz do pássaro da vida
Sua canção.

Ele não pára, vem e vai
Só que prâna
Alma do ar,
Penetra e não sai...

Deixa o corpo fugir na exalação
E fica para morrer,
Dando—te vida,
Esperando as asas de nova inalação.

O todo a ti se irmana
No ritmo do vento.
Prâna a alma do pássaro
Que faz o ninho alento
Em teu coração.

No altar de teu corpo,
vives do sacrifício
Da respiração.

No mais distante mundo sideral
O mesmo sopro do senhor
Insufla o mesmo hálito vital
Que dá beleza à tua forma,
 dando à tua alma
O ósculo do amor.

" 'Prana', termo sânscrito que significa 'Energia Absoluta'. Muitos eruditos em esoterismo ensinam que o princípio denominado 'Prana' pelos hindus é o princípio universal de energia ou força, e que toda energia ou força deriva deste princípio, ou melhor, é uma forma particular da manifestação deste princípio...

 Podemos considerá-lo como o princípio ativo de vida Força Vital, se assim lhes agrada. Ele é encontrado em todas as formas de vida, desde a ameba até o homem desde a forma mais elementar de vida vegetal à mais elevada forma de vida animal. 'Prana' é onipresente.(2)

De fato, quer no espaço como no homem, o importante o movimento motivado pela respiração.

Não fora o movimento, quer no micro como no Macrocosmo, nada possuiria vida. Esse movimento oriundo da grande respiração ou alento, é o modo de agir de Deus. Deste poder que surge a manifestação de Prakriti que, por sua vez, emite os Tattvas.

Explica melhor Rama Prasad:
“Esse grande poder o Parabrahma dos vedantinos, a primeira mudança de estado que se encontra no ápice da evolução. É a primeira fase positiva da vida. Todos os Upanishads estão de acordo a este respeito. No princípio Tudo era Sat (a fase positiva de Brahma).”

É importante sabermos que Sat equivale à realidade em si mesma, como também é o Absoluto. No princípio, pois, só havia o absoluto. Não se imprimira ainda a manifestação do movimento, ou seja, não surgira o Impulso da Grande Respiração. Foi portanto este impulso que deu nascimento e continuidade à vida.


Prossegue Rama Prasad:
“Desse estado vieram, por graus, os cinco éteres, tattvas ou mahâbhûtas, como também se lhes chama. “Dele vem o akâsa e assim por diante”, diz o Upanishad.

Esse Estado de Parabrahma chama-se-lhe, no texto, “não Manifestado”. A manifestação para nós, não principia se não com o Ego, o sexto princípio da nossa constituição - muito além do que naturalmente Manifestado.”

Por fim vemos que de fato o hindu empresta a Prana absorvido pela respiração todo o poder e continuidade vital do homem. Tanto assim que o autor ditado destaca o poder de Vayu, dizendo:

“ O processo inteiro da criação, em qualquer que seja o  plano da vida é provocado,  muito naturalmente, pelos tattvas nas suas duplas modificações positivas e negativas. Não há nada no universo que a lei táttvica universal da respiração não abranja.

A ciência da respiração assume na Índia a mais minuciosa complexidades basta dizer que os Rishis chamam nossa atenção para as duas principais correntes que operam em a natureza. Uma de prâna, diretamente vinda do sol e outra que se faz da energia solar rebatida na Lua. Isto quanto á natureza. No homem, como sabemos, a Corrente solar se mescla à irradiação de Marte e a corrente lunar (igualmente como o rebatimento solar) se mescla à irradiação de Mercúrio.

Teríamos Sol e Marte  para Pingala e Sol, Mercúrio  e Lua  para Idâ. A ideia de uma corrente lunar somente própria da magia negra. Como este tema foge a nosso propósito, passemos adiante.

Em sentido geral, pelo hábito adquirido, as escolas orientais comuns passaram a referir-se somente ao Sol-Sûrya e Lu-Chandra, quanto às correntes de ar penetradas por nossas narinas. Assim temos:
Pingala-nadi ou Surya-Nadi
Idâ-nâdi ou chandra-ndi



A primeira, penetrando pela narina direita (reconhecida como solar), a segunda, pela narina esquerda (reconhecida como lunar).

Vimos que o homem e o Cosmos se encontram interligados pela respiração. Por isso o ar que respiramos não é somente canal de prana.

É necessário afirmar que o prâna faz parte do primeiro alento de Parabrahma, quando respiramos, absorvemos parte do primeiro impulso que foi dado pelo grande alento. A vida que nos anima sob a forma de prâna nasceu, para os orientais, do hálito Sagrado de Parabrahma ou Deus Cósmico.

O mundo todo e todas as coisas nele existentes são feitos dessa substância primordial universal.

 Os conhecimentos da índia, em sua profundidade científica e filosófica, são comumente sintetizados, para maior entendimento ou retenção mental dos chelas. Principalmente em se tratando de chelas (discípulos adiantados) ocidentais. Exemplo do que afirmamos está na síntese apresentada em três nervos (ou nâdis) do mecanismo vital do ser Idâ, Pingalâ Sushumnâ.

Ora, estes três nâdis são somente parte dos dez nâdis principais. Dizem até que 72.000 nâdis saem do umbigo  ramificando-se pelo corpo. Todos eles, afirmam, conduzindo a força vital ou prâna, em seguida, explicam que os nâdis — de dois a dois — se cruzam até formarem um número de 24 e destes destacam os 10 mais importantes, dos quais três são os conhecidos Idâ, Pingalâ e Sushumnâ.

De qualquer forma todos os nâdis são canais de prâna, dizem, quer seja através deles, em cima ou embaixo dos mesmos.

 Os nâdis ligam-se ao chakras que, por sua vez, suportam as cargas maiores da energia vital ou prâna.



De qualquer modo, a síntese apresentada nos três elementos básicos no ato do prânâyâma ou respiração dirigida, há de, por certo, atingir todos os nâdis que possui o corpo. O importante, para os mestres, é a ligação que fizermos entre respiração, atitude do corpo (ou asâna) e pensamento.

Nunca é demais recordarmos que prânâyâma - domínio respiratório do alento vital pela respiração encontrou seu maior desenvolvimento em Patanjali. Neste insigne pensador que descobrimos a base do tema da respiração, bem como das múltiplas manifestações de pontos importantes do corpo humano que ordenam a circulação da vida.

Realmente Patañjali e sua escola simplificam as questões que muitos falsos instrutores têm complica do de tal modo até torná-las incompreensíveis. Observamos isto quando, sobre os mesmos ensinamentos de Patanjali, sentimos a felicidade de encontrar um comentarista do valor de Ramacharaka. Temos o prazer de transcrever alguns trechos deste autor, servindo parte do que se segue para recapitulação e reforço de temas já estudados certamente pelo leitor:

“... Ensina-se a respirar ritmicamente,com inspiração lenta, retenção momentânea do ar inspirado e expiração também lenta acompanhado todo ele (o exercício) da sagrada palavra aum pronunciada mentalmente para servir de ritmo  respiratório.

O seguinte período do pranayama a respiração por uma só narina.

Ensina-se ao candidato a tapar a narina direita, de modo que, ao respirar, o ar só penetre pela narina esquerda, então o pensamento dirigido à corrente de Ida para que chegue até o padma ou chakra da base da coluna vertebral e atue em kundalini ali armazenado.

Uma vez feita a inspiração pela narina esquerda, a corrente de Idâ dirigida ao centro psíquico da base da espinha, retém-se durante alguns momentos a respiração, pensando imaginativamente que a corrente atravessa o dito centro e passa ao lado direito da coluna vertebral por onde circula a corrente de Pingala. Efetuada  esta representação mental se expira ou exala o alento lentamente pela narina direita, mantendo entretanto tapada a narina esquerda.”

Ramacharaka  apresenta parte do exercício. o mesmo deve ser feito porém alternando a respiração, ora pela narina da direita,  ora pela esquerda. Prossegue  o mesmo yoguî:

“Sushumnâ canal da corrente central está fechado no homem comum, porém quando se abre alcança o indivíduo a categoria de Yogui.

Assim que ao excitar a latente energia de kundalini ela tende a ascender e vai abrindo caminho lenta e gradualmente a Sushumnâ, enquanto ativa os diversos chakras situados ao longo da coluna.



Depois  ensina-se ao candidato a virtude de OHAS  — nome de uma superior modalidade de energia armazenada no Sahasrâra - que se manifesta na inteligência e na espiritualidades”

Após estas preciosas anotaçoes à margem da obra “Filosofia e religiões da Índia” de Ramacharaka, é indispensável que chamemos a atenção quanto ao valor da respiração dirigida, bem como de todo o evolver dos fatos internos e do desenvolvimento das energias latentes como tendo essa complexidade da vida — origem no alento vital ou prâna.

 Sem prâna inalado pelo indivíduo nada pode ser conquistado quanto à sua vida psíquica, física e mental. Esta é pois a razão por que todos os exercícios e ensinamentos, com base na respiração, guardam tão grande prestígio entre os Rishis e yoguis.

A descoberta dos segredos do alento vital ou Prana, quer no cosmos como no indivíduo, foi a fonte da realização mística da Índia. A  própria Blavatsky - entusiasta fervorosa da sabedoria hindu — exalta as excelcitudes de prâna de modo eloquente e até mesmo poético:

“A vida universal, onipresente, eterna, indestrutível, e a parte desta vida universal individualizada ou assimilada a nosso corpo é a que se designa com o nome de Prâna.

“Encontra-se em todas as coisas que têm vida, e como a filosofia ocultista ensina que a vida reside em todas as coisas, em cada átomo e que a aparente falta de vida de algumas coisas é só um grau inferior de manifestação, podemos admitir este ensinamento de que o 'Prana' está em todas as partes e em todas as coisas.

Não se deve confundir o 'Prana' com o Ego, esse fragmento de espírito divino que há em toda alma, em volta do qual se agrupa a matéria e energia. 'Prana' é meramente uma forma de energia utilizada pelo Ego, em sua manifestação material.

Quando o Ego abandona o corpo, não estando mais o 'Prana' controlado pelo Ego, só responde aos mandados dos átomos individuais ou grupos de átomos, que formam o corpo, e quando o corpo se desintegra e se dissolve em seus elementos originais, cada átomo leva consigo suficiente 'Prana' para permitir-lhe formar novas combinações, e o 'Prana' não utilizado volta ao grande depósito universal do qual originou. Enquanto o Ego controla, existe coesão, e os átomos mantêm-se unidos pela Vontade do Ego”. (2)


O PRANA, é o nosso corpo energético, nosso segundo Kosa ou invólucro.
http://yogi.somanatureza.com.br/2016/03/02/pranayama/
Vários nomes são atribuidos a energia pranica, ou prana: energia muscular, energia mental, energia sexual, energia cósmica, e por ai vai.
Na China, o prana é denominado chi, e no Japão, ki. O prana é muitas vezes chamado de vento, sopro vital.
Todas as energias vibrantes são prana, todas as energias físicas – calor, luz, gravidade, magnetismo e eletricidade – também são prana.
Ela é a energia oculta em todos os seres, é o principal motor de todas as atividades, liberada em carga máxima quando a sobrevivência está ameaçada.
Vigor, força, vitalidade, vida e espírito são formas de prana.
O prana, na forma de respiração é o ponto de partida. A respiração é apenas uma de suas manifestações.
O sufixo AYAMA quer dizer extensão, expansão, amplitude, regulação, prolongamento, contenção e controle.
PRANAYAMA significa expansão e controle da energia vital.
Porém, não se pode aumentar o volume de algo tão volátil e explosivo como a energia pura sem tratar de contê-la, refreá-la e direcioná-la.
Por isso Patanjali alertava que é preciso haver uma transição entre a prática do ásana e a do pranayama pois por meio dos ásanas , os circuitos do corpo ganham força e estabilidade para resistir ao aumento da corrente provocado pela prática do pranayama.
A jornada interior requer muita energia sutil e de alta qualidade. O prana é especial porque carrega a percepção, ele é o veículo da consciência por todo o interior do corpo.
Para gerar prana você deve cultivar a extensão, a expansão, o controle e a contenção da respiração normal.
O pranayama cuida de restaurar o conduto para que a inteligência que porta a energia do macrocosmo possa iluminar nosso microcosmo.
O pranayama não é a respiração normal – nem simplesmente a respiração profunda. Pranayama é a técnica de gerar energia vital pela fusão de dois elementos antagonicos: fogo e água. O fogo é o atributo da mente e a água, o elemento que corresponde ao corpo fisiológico. O ar que corre pelos pulmões é o que gera a corrente dinâmica que funde água e fogo e produz um fluxo energético de prana. Este se espalha pelo sistema nervoso e pela corrente sanguínea e assim se distribui pelo corpo, rejuvenescendo cada célula.
A necessidade de um espaço harmonioso e simétrico explica a importancia da coluna – pilar central do sistema nervoso – e sua musculatura de sustentação.
Somente com as técnicas de pranayama, que regulam, canalizam e (ao reter a respiração) represam o fluxo para melhor controlar e extrair a energia inerente, é que produzimos energia suficiente para vitalizar todo o sistema.
Devemos viver plenamente antes de morrer. Devemos gerar energia suficiente para realizar todo o nosso potencial. A jornada para o centro infinito da existência é ardua. Só a energia prânica pode nos levar até lá.
Ao observar o fluxo da respiração, também aprendemos a estabilizar a consciência, o que possibilita a concentração.
As técnicas de respiração iogues são meditativas na origem e nos efeitos. Consistem basicamente em quatro partes:
  • Inspiração (puraka): deve ser longa, sutil, profunda rítmica e uniforme
  • Retenção após inspiração (antara kumbhaka): momento de absorção compelta da energia da respiração inalada e distribuição por todo o sistema e circulação sanguínea. Ao reter a inspiração, você retém a divina infinitude que habita o seu interior e realiza todo o potencial da sua individualidade.
  • Expiração (recaka): a lenta descarga do ar durante a expiração, remove e libera as tensões.
  • Retenção após expiração (bahya kumbhaka): mente silenciosa e tranquila. Remoção do véu da ilusão que encobre o eu.
Respiração é vida, por isso a arte de respirar de maneira atenta, refletida e comedida é uma prece de gratidão que oferecemos à própria vida.
O pranayama é o início do recolhimento da mente e dos sentidos de suas ocupações externas (…) serve de ponte entre o corpo e a mente (…) na respiração o importante são os ouvidos – é preciso escutar o som da vibração da mente para ajustar sua harmonia. A mente também é uma vibração no espaço. O som de sua vibração só pode ser captado pelos ouvidos (…) o pranayama nos aproxima da faculdade intuitiva da mente.
Na respiração yogue, o cérebro e as extremidades do corpo permanecem passivos, e somente os pulmões são ativados.
Para domesticar o cérebro você tem que domesticar a respiração e deixar-se absorver,momento a momento, no fluxo sereno do movimento circular da inspiração e expiração.
O yogue aprende a utilizar a mente para governar os sentidos e utiliza a respiração para governar a mente.
No Pranayama Kosa, o invólucro energético, trabalhamos não só com a respiração, mas também com as emoções.
É com o pranayama que começamos a aprender a recolher os sentidos e a mente de seu envolvimento externo. Com isso, a percepção e a energia são investidas dentro.
quinta pétala do yoga (pratyahara) é a continuação e intensificação desse processo, levando ao domínio da mente e dos sentidos.
Um homem pode viver em seu corpo durante o tempo que desejar, não apenas cem anos. Mas para isso, prana vayu suddhi é essencial. Prana vayu suddhi significa manter Prana vayu sob seu controle. Se prana vayu deve ser mantido sob nosso controle, Pranayama é a ferramenta mais importante. Nossos ancestrais seguiram essesE assim viviam enquanto desejassem e servissem de Pessoas deste mundo e até hoje existem como almas famosas e iluminadas. – Krishnamacharya
 Fonte:
Luz na Vida – B.K.S. Yiengar
Yoga Makaranda – Krishnamacharya
Este texto é uma compilação uma pesquisa :
(1)   Luis Goulart
(2)   (2) Ramacharaka
(3)   Postado por Dharmadhannya

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