terça-feira, 10 de julho de 2018

Os sentimentos dos seus sons. Segunda parte





Os sentimento dos seus sons. Segunda parte

MISTURE e COMBINE!

Pegue agora uma das frases “de que você não gosta ” e pronun­cie-a no mesmo tom e com a mesma expressão que você usou para suas Frases Prioritárias de Prazer.

Vamos supor que você adore dizer “Isto é ótimo!” Pegue uma que você deteste dizer como: “Sinto Muito.”

Habitualmen­te, você a murmura ao mesmo tempo que se sente arrependido, fica na defensiva ou se sente muito mal. Diga agora: “Isto é ótimo!” observando como soa sua inflexão de voz.

 Logo a seguir, diga: “Sinto muito!” — desta feita empregando a mesma qualidade agradável e a energia que você usou ao dizer “Isto é ótimo!”
É muito mais fácil para alguém escutar “Sinto muito” quan­do a frase soa agradável e amistosa do que mal-humorada e relutante. Esta técnica eliminará grande parte das frases que você “detesta dizer” e as retirará da lista das frases que as outras pessoas “detestam ouvir”!




 Nem toda frase PP dará certo, mas você será capaz de encontrar pelo menos uma que dará. Você poderá então escolher o som adequado que deseja, dentre uma gama de inflexões positivas. Isto revela, de repente, várias possibilidades novas em folha bem como muitas opções efica­zes.

Por exemplo, se “Adoro este restaurante” tiver sido uma de suas frases PP e “Não compreendo”, uma das que você detesta dizer, você dará a impressão de ser muito aberto e capaz de achar graça de si mesmo se sobrepuser a inflexão de voz n2 1 à n2 2.

 Se “Terminei o trabalho” tiver sido uma de suas frases PP, ela poderá combinar muito bem com: “Não quero mais ver você” ou “Estou errado”, e maravilhosamente com: “Não posso fazer isso!”

Em vez de parecer derrotado, arrependido ou ressentido,você dará a impressão de não estar ameaçado e de ser capaz de admitir jovialmente um erro. Se você estiver expressando arre­pendimento, você parecerá adulto e consciencioso, em vez de indignado, crítico ou na defensiva.

 Esta é uma atitude bem mais favorável para a sua autoestima e salva as aparências do seu ouvinte.
Por outro lado, se “Seu idiota” foi uma frase PP, sua inflexão poderá não parecer adequada em “Me dê um beijo!” (a não ser que você queira parecer levemente exasperado ou estar dando uma ordem de uma maneira afetada).
 Se você tomou um pouco de vinho, o ambiente estava na penumbra, você conheceu a pessoa dos seus sonhos e depois disse:

 “Eu me diverti muito!” um tanto ou quanto sonhadoramente, ISSO se encaixaria perfeitamente em “Beije-me!” ou “Acho que eu sou o próximo” como uma frase PP se encaixaria perfeitamente em “Isso é formidável!” (se ela for negativa para você)

 Ou em “Você poderia me ajudar?” (agradável, porém não-servil) ou “Sinto muito” ou “Estou errado”.

Mas provavelmente não daria tão certo em “Você não entende o que estou querendo dizer!” Experimente; talvez você ache que dê certo.
Agora que você já captou a idéia geral, pode realmente começar a ser muito eficaz quando disser as coisas que são mais difíceis para você.


 Isto gera muitos mal-entendidos e um sofri­mento desnecessário. Um de meus clientes, gerente de departa­mento de uma grande empresa, chamou um homem que admi­rava muito para lhe dar a notícia desagradável de que sua firma não compraria dele no ano seguinte.


 O gerente de departamen­to, Jeff, estava se sentindo muito mal com relação a essa situação, em particular porque ele tentara evitar a decisão negativa da sua empresa.

 Os dois homens eram suficientemente íntimos para que Jim, o fornecedor, lhe perguntasse: “Diga-me com sinceridade, você está pessoalmente desapontado comigo?

 Está parecendo tão frio, como se estivesse zangado com alguma coisa.” Jeff ficou chocado. “Oh, meu Deus, não, Jim!

Apenas detestei a idéia de ter que lhe dar esta notícia!” No seminário da Charismedia, Jeff treinou um novo papel, no qual contava as más notícias para Jim com uma voz calorosa, para que o desapontamento não fosse duas vezes pior por ele ter parecido pouco amistoso.
Ópera Caseira

Cante a frase de Jeff de dez maneiras diferentes. “Oh, mas eu não sei cantar!”, protesta você. Não se incomode. Isso não tem a menor importância. Além disso, não acredito nisso!

Todo mundo é capaz de cantar. Não importa que inúmeros professores, parentes tenham lhe dito que você é um “ouvinte” ou “sim­plesmente fique de pé e mexa a boca, mas não cante!” ou “Você não tem voz!” Coleridge, um antigo depreciador dos que canta­vam mal, escreveu com sarcasmo:

Os cisnes cantam antes de morrer — não seria mau
 Que algumas pessoas morressem antes de cantar!

- (“EPIGRAMA DE UM POETA VOLUNTÁRIO”)
Não se incomode! Se você conseguir sustentar os sons, você é capaz de cantar. O resto é treinar o ouvido.

Todos sentimos uma necessidade inata de cantar. Faz parte da capacidade humana expressar os sentimentos. Quando dize­mos a uma criança:

 “Você não pode cantar!”, estamos cometen­do uma verdadeira violação do espírito, causando uma ferida secreta e abrasadora.
 Todo mundo sente uma profunda ânsia por emitir exclamações líricas de emoção, dor ou alegria, de uma forma musical.

 Existem motivos psicofísicos para isso. Como o som ininterrupto emprega muito mais a respiração do que a fala do dia-a-dia, ele oferece a liberação emocional, o alívio do acúmulo psicofísico do estresse e a satisfação estética.


Cante o mantra Aum Om Aum
visualize sua aura iluminada com alegria, 
amor, magnetismo e harmonia.

Manfred Clynes propôs em seu extraordinário livro, Sentic Cycles, que há um modelo no cérebro para toda expressão musical-emocional.
 É por isso que quando ouvimos um grande artista expres­sando com plenitude e precisão uma emoção, nós a reconhecemos, ficamos emocionados e somos purificados por ela.

Também temos a tendência de sentir amor pelo artista. Quando os adolescentes aglomeram-se ao redor de Mick Jagger, ou os fãs da ópera ficam malucos por causa de joan Sutherland ou Luciano Pavarotti, eles estão expressando um anseio profun­do da natureza humana.

Expressar-se parece ser uma necessidade humana tão pro­funda quanto comer e dormir — algumas vezes até mais impor­tante. Você não precisa ser notável para cantar ou dançar.

 A simples expressão dos sentimentos — especialmente se através de algum tipo de forma configurada — não apenas suaviza a dor emocional, como também realça os sentimentos inatos de valor pessoal.


 Extraímos uma profunda satisfação do fato de moldar­mos algo belo ou expressivo a partir da emoção bruta. Sentimos que o fato de sofrermos foi de certa forma valioso, e a alegria de nos comunicarmos e nos relacionarmos com as emoções profundas das outras pessoas é simplesmente enorme.

 A emo­ção “lembrada na tranquilidade” através da arte transforma-se numa maneira de administrarmos o mundo, de nos ligarmos ao significado da existência.

A primeira nação ocidental a aplicar a consciência da im­portância da música em escala nacional foi a Hungria do pós-guerra.  

O governo comunista ofereceu a Zoltán Kodály, seu maior compositor vivo, a oportunidade de revolucionar a edu­cação musical húngara da maneira que desejasse.

Kodály sabia que cantar era algo extremamente valioso para a saúde mental das crianças, para o desenvolvimento da concen­tração, para a capacidade de autoestima e para a habilidade de se relacionar bem com as pessoas.

 Ele começou a aplicar seu treinamento às crianças a partir do jardim de infância. As crianças na faixa etária entre três e seis anos de idade cantavam todos os dias, aprendiam a improvisar nas canções e cantavam juntas.

As especialmente talentosas eram enviadas para escolas especiais, como ocorre em todas as partes do mundo, mas o extraordinário foi que a Hungria alcançou um nível tão elevado de aptidão musical, expressividade e envolvimento em todas as crianças, que literalmente transformou a consciência musical do país.

Quando visitei a Hungria, há alguns anos, perguntei se poderia assistir a uma aula “comum” de crianças de quatorze anos de idade. Estava curiosa, por ter ouvido falar a respeito desse incrível treinamento, para ouvir o que esses jovens eram capazes de fazer.

 Quando entrei na sala de música, fiquei um pouco surpresa ao constatar que lá não havia nenhum instru­mento musical, nem mesmo um piano.

 O professor começou pedindo a um dos alunos que cantasse em quatro compassos ao “estilo de Bach”. Alto e desajeitado, o menino levantou-se e, sem hesitar, improvisou uma melodia de quatro compassos, 
encantadora e bastante elaborada, ao estilo de Bach.

 Além de sua entoação ser excelente, ele estava evidentemente se divertindo e não teve nenhuma dificuldade para cumprir a tarefa que lhe foi solicitada.


O professor apontou então para outra criança e disse: 
“Mari, por favor, cante um contraponto para o tema.”

 Para minha total surpresa, Mari, uma menina alta e rechonchuda de rabo-de-cavalo, levantou-se e cantou um original contraponto, de imediato, exatamente como o professor lhe pedira.

 A seguir, ocorreram improvisações ao estilo de Mozart e depois de Beethoven. Fiquei impressionada com o prazer que os alunos demonstravam sentir ao cantar, e com o fato de eles permanecerem perfeitamente afinados por mais complicadas que se tornassem as melodias.

 Duvido que os alunos formados pelo Julliard ou qualquer outro conservatório americano pudessem ter tido um desempenho melhor ou mesmo igual ao deles. Passei de fato uma hora surpreendente.

Por começarem tão cedo, nenhuma criança é incapaz de cantar. Mesmo que admitamos que a Hungria apresente uma proporção excepcionalmente elevada de crianças com talento musical, não pode ser estatisticamente possível — de acordo com o irônico eufemismo — que não existam “ouvintes” no país.

O treinamento teatral sempre percebeu a ligação vital que existente entre a linguagem e a música. O grande diretor russo Stanislavski disse: “A linguagem é música”, e fazia sua compa­nhia treinar o canto para que pudessem falar com um compasso, colorido e sentimento musicais.

O ritmo, a entonação e o movimento acrescentavam às palavras uma incomparável riqueza e sutileza de expressão.

Os valores do silêncio de repente se tornavam mais significativos. Ralph Richardson, o grande ator inglês, chegou ao ponto de afirmar que “as pausas são a parte mais importante da lingua­gem”.

 Elas ajudam a “impregnar as palavras de um novo conteúdo interior”. Um compositor japonês contemporâneo, Takemitsu, escreveu que desejava alcançar com sua música “a eloqüência do silêncio”.

Stanislavski compreendia que sentimentos profundos são liberados através das qualidades do som. Ele escreveu o seguinte em Building a Character: “Você compreende que um sentimento interior é liberado através do som claro do A?

Este som está inseparavelmente ligado a experiências interiores que procu­ram se libertar e facilmente se escoam a partir das profundezas do nosso ser.


 Mas existe um outro som A. Ele é monótono, abafado, não se escoa facilmente, permanecendo no interior retumbando de modo sinistro — como se numa caverna ou câmara mortuária.

 Há também o AAA insidioso, que sai rodo­piando para perfurar a pessoa que o escuta. O A alegre sai de dentro de nós como um foguete, ao contrário do poderoso A que, como um peso de ferro, desce até o fundo do nosso manancial.”

Experimente você mesmo:
Por exemplo, o AHHH eufórico — quando você encontra um amigo querido que não vê há anos —
“Ahhhhhhh! Estou tão feliz por ver você!” ou o gemido monótono e deprimido

“Ahhh, não me amole! Droga, de que adianta?”

(Mais parecido com um uhh, precedido de um profundo suspiro.)
Como Stanislavski foi perspicaz quando disse: “Você não percebe que partículas suas são carregadas para fora junto com essas ondas vocais?
Elas não são vogais vazias, pois possuem um conteúdo espiritual.”

Como o sabem os italianos que deram ao mundo a arte do bel canto, o canto é em grande parte a arte de sustentar vogais.

As pessoas que não estão acostumadas a cantar em geral alteram o tom ou a forma dos sons e depois os interrompem bruscamen­te.

 Flutuar no som ininterrupto é uma forma de confiança. Vocalmente, isso nos coloca em contato com um sentimento sublime de domínio e poder.

 Se o som for colocado da maneira certa, algo interessante acontece — a nota começa a flutuar. Ela parece crescer a partir do alto da nossa cabeça, e nos vemos envolvidos por um mar de sons. O cantor torna-se o som.

 É uma sensação indescritivelmente estimulante. Mas como “colocar o som da maneira certa”?

O TRAPÉZIO TONAL
Para entrar em contato com esse arco do qual você é apenas pequena parte, abra a boca apenas o suficiente para emitir um ahh, natural e sorridente. Relaxe o maxilar; sua língua descansa quieta na parte inferior da sua boca.

A articulação posterior do maxilar está suficientemente larga para que um dos dedos sustente o maxilar superior.
 Respire nessa posição, de boca aberta, algumas vezes, o mais suave e delicadamente possível. Vá aumentando aos poucos o tom da respiração, e depois diga ahhhhhhhhh, como se você estivesse rindo com suavidade.

 Comece então a cantar haaahh - com a investida mais imperceptível possível. Dessa maneira, você pode manter a garganta aberta, em vez de iniciar com uma oclusão glótica.

Quando o som começa, nada se modifica na boca, na garganta ou na língua. Sinta o som inundando sua boca, depois penetrando no palato superior duro e no mole, subindo a seguir através do alto da cabeça e entrando na atmosfera circunjacente.

 Verifique onde mais você sente a vibração; você pode perceber que seus ombros, pernas ou peito estão zumbindo.
Continue a emitir o som até ficar sem ar.

 Depois, deixando a boca e o maxilar na mesma posição, deixe o som terminar suavemente, dissolvendo-se no silêncio.
Ainda sem mover nada, permita que a região posterior da garganta seja uma porta aberta para sua respiração que sobe do estômago. Não a feche nem comece o som com a pequena glote contraída.

Não há nada intrinsecamente errado com a oclusão glótica. Mas para produzir um som vocálico livre e aberto e conseguir ter acesso às correntes de fôlego oriundas da região inferior do abdômen, é importante saber começar um som sem a oclusão glótica (que sempre inicia o som na garganta).



Guarde-a para os momentos vibrantes — quando ela é extremamente eficaz.

 No começo, você poderá achar difícil emitir um som vocálico sem a oclusão glótica, mas você será recompensado com a liberdade vocal se o conseguir.
- Segunda parte do texto
Segue na proxima a terceira parte do texto.
Postado por Dharmadhannya 


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