Os sentimento dos seus sons. Segunda parte
MISTURE
e COMBINE!
Pegue agora uma das frases “de que você não gosta ” e pronuncie-a no
mesmo tom e com a mesma expressão que você usou para suas Frases Prioritárias
de Prazer.
Vamos
supor que você adore dizer “Isto é ótimo!” Pegue uma que você deteste dizer
como: “Sinto Muito.”
Habitualmente,
você a murmura ao mesmo tempo que se sente arrependido, fica na defensiva ou se
sente muito mal. Diga agora: “Isto é ótimo!” observando como soa sua inflexão
de voz.
Logo a seguir, diga: “Sinto muito!” — desta
feita empregando a mesma qualidade agradável e a energia que você usou ao
dizer “Isto é ótimo!”
É
muito mais fácil para alguém escutar “Sinto muito” quando a frase soa
agradável e amistosa do que mal-humorada e relutante. Esta técnica eliminará
grande parte das frases que você “detesta dizer” e as retirará da lista das
frases que as outras pessoas “detestam ouvir”!
Nem toda frase PP dará certo, mas você será
capaz de encontrar pelo menos uma que dará. Você poderá então escolher o som
adequado que deseja, dentre uma gama de inflexões positivas. Isto revela, de
repente, várias possibilidades novas em folha bem como muitas opções eficazes.
Por
exemplo, se “Adoro este restaurante” tiver sido uma de suas frases PP e “Não
compreendo”, uma das que você detesta dizer, você dará a impressão de ser muito
aberto e capaz de achar graça de si mesmo se sobrepuser a inflexão de voz n2
1 à n2 2.
Se “Terminei o trabalho” tiver sido uma de
suas frases PP, ela poderá combinar muito bem com: “Não quero mais ver você” ou
“Estou errado”, e maravilhosamente com: “Não posso fazer isso!”
Em
vez de parecer derrotado, arrependido ou ressentido,você dará a impressão de
não estar ameaçado e de ser capaz de admitir jovialmente um erro. Se você
estiver expressando arrependimento, você parecerá adulto e consciencioso, em
vez de indignado, crítico ou na defensiva.
Esta é uma atitude bem mais favorável para a
sua autoestima e salva as aparências do seu ouvinte.
Por
outro lado, se “Seu idiota” foi uma frase PP, sua inflexão poderá não parecer
adequada em “Me dê um beijo!” (a não ser que você queira parecer levemente
exasperado ou estar dando uma ordem de uma maneira afetada).
Se você tomou um pouco de vinho, o ambiente
estava na penumbra, você conheceu a pessoa dos seus sonhos e depois disse:
“Eu me diverti muito!” um tanto ou quanto
sonhadoramente, ISSO se encaixaria perfeitamente em “Beije-me!” ou “Acho que eu
sou o próximo” como uma frase PP se encaixaria perfeitamente em “Isso é
formidável!” (se ela for negativa para você)
Ou em “Você poderia me ajudar?” (agradável,
porém não-servil) ou “Sinto muito” ou “Estou errado”.
Mas
provavelmente não daria tão certo em “Você não entende o que estou querendo
dizer!” Experimente; talvez você ache que dê certo.
Agora
que você já captou a idéia geral, pode realmente começar a ser muito eficaz
quando disser as coisas que são mais difíceis para você.
Isto gera muitos mal-entendidos e um sofrimento
desnecessário. Um de meus clientes, gerente de departamento de uma grande
empresa, chamou um homem que admirava muito para lhe dar a notícia
desagradável de que sua firma não compraria dele no ano seguinte.
O gerente de departamento, Jeff, estava se
sentindo muito mal com relação a essa situação, em particular porque ele
tentara evitar a decisão negativa da sua empresa.
Os dois homens eram suficientemente íntimos
para que Jim, o fornecedor, lhe perguntasse: “Diga-me com sinceridade, você
está pessoalmente desapontado comigo?
Está parecendo tão frio, como se estivesse
zangado com alguma coisa.” Jeff ficou chocado. “Oh, meu Deus, não, Jim!
Apenas
detestei a idéia de ter que lhe dar esta notícia!” No seminário da Charismedia,
Jeff treinou um novo papel, no qual contava as más notícias para Jim com uma
voz calorosa, para que o desapontamento não fosse duas vezes pior por ele ter
parecido pouco amistoso.
Ópera
Caseira
Cante a frase de
Jeff de dez maneiras diferentes. “Oh, mas eu não sei cantar!”, protesta você.
Não se incomode. Isso não tem a menor importância. Além disso, não acredito
nisso!
Todo mundo é capaz de
cantar. Não importa que inúmeros professores, parentes tenham lhe dito que você
é um “ouvinte” ou “simplesmente fique de pé e mexa a boca, mas não cante!” ou
“Você não tem voz!” Coleridge, um antigo depreciador dos que cantavam mal,
escreveu com sarcasmo:
Os
cisnes cantam antes de morrer — não seria mau
Que algumas pessoas morressem antes de cantar!
-
(“EPIGRAMA DE UM POETA VOLUNTÁRIO”)
Não
se incomode! Se você conseguir sustentar os sons, você é capaz de cantar. O
resto é treinar o ouvido.
Todos
sentimos uma necessidade inata de cantar. Faz parte da capacidade humana
expressar os sentimentos. Quando dizemos a uma criança:
“Você não pode cantar!”, estamos cometendo
uma verdadeira violação do espírito, causando uma ferida secreta e abrasadora.
Todo mundo sente uma profunda ânsia por emitir
exclamações líricas de emoção, dor ou alegria, de uma forma musical.
Existem motivos psicofísicos para isso. Como o
som ininterrupto emprega muito mais a respiração do que a fala do dia-a-dia,
ele oferece a liberação emocional, o alívio do acúmulo psicofísico do estresse
e a satisfação estética.
Cante o mantra Aum Om Aum
visualize sua aura iluminada com alegria,
amor, magnetismo e harmonia.
Manfred
Clynes propôs em seu extraordinário livro, Sentic Cycles, que há um
modelo no cérebro para toda expressão musical-emocional.
É por isso que quando ouvimos um grande
artista expressando com plenitude e precisão uma emoção, nós a reconhecemos,
ficamos emocionados e somos purificados por ela.
Também
temos a tendência de sentir amor pelo artista. Quando os adolescentes
aglomeram-se ao redor de Mick Jagger, ou os fãs da ópera ficam malucos por
causa de joan Sutherland ou Luciano Pavarotti, eles estão expressando um anseio
profundo da natureza humana.
Expressar-se
parece ser uma necessidade humana tão profunda quanto comer e dormir — algumas
vezes até mais importante. Você não precisa ser notável para cantar ou dançar.
A simples expressão dos sentimentos —
especialmente se através de algum tipo de forma configurada — não apenas
suaviza a dor emocional, como também realça os sentimentos inatos de valor
pessoal.
Extraímos uma profunda satisfação do fato de
moldarmos algo belo ou expressivo a partir da emoção bruta. Sentimos que o
fato de sofrermos foi de certa forma valioso, e a alegria de nos comunicarmos e
nos relacionarmos com as emoções profundas das outras pessoas é simplesmente
enorme.
A emoção “lembrada na tranquilidade” através
da arte transforma-se numa maneira de administrarmos o mundo, de nos ligarmos
ao significado da existência.
A
primeira nação ocidental a aplicar a consciência da importância da música em
escala nacional foi a Hungria do pós-guerra.
O
governo comunista ofereceu a Zoltán Kodály, seu maior compositor vivo, a
oportunidade de revolucionar a educação musical húngara da maneira que
desejasse.
Kodály
sabia que cantar era algo extremamente valioso para a saúde mental das
crianças, para o desenvolvimento da concentração, para a capacidade de autoestima
e para a habilidade de se relacionar bem com as pessoas.
Ele começou a aplicar seu treinamento às
crianças a partir do jardim de infância. As crianças na faixa etária entre três
e seis anos de idade cantavam todos os dias, aprendiam a improvisar nas canções
e cantavam juntas.
As
especialmente talentosas eram enviadas para escolas especiais, como ocorre em
todas as partes do mundo, mas o extraordinário foi que a Hungria alcançou um
nível tão elevado de aptidão musical, expressividade e envolvimento em todas as
crianças, que literalmente transformou a consciência musical do país.
Quando
visitei a Hungria, há alguns anos, perguntei se poderia assistir a uma aula
“comum” de crianças de quatorze anos de idade. Estava curiosa, por ter ouvido
falar a respeito desse incrível treinamento, para ouvir o que esses jovens eram
capazes de fazer.
Quando entrei na sala de música, fiquei um
pouco surpresa ao constatar que lá não havia nenhum instrumento musical, nem
mesmo um piano.
O professor começou pedindo a um dos alunos
que cantasse em quatro compassos ao “estilo de Bach”. Alto e desajeitado, o
menino levantou-se e, sem hesitar, improvisou uma melodia de quatro compassos,
encantadora e bastante elaborada, ao estilo de Bach.
Além de sua entoação ser excelente, ele estava
evidentemente se divertindo e não teve nenhuma dificuldade para cumprir a
tarefa que lhe foi solicitada.
O
professor apontou então para outra criança e disse:
“Mari, por favor, cante um
contraponto para o tema.”
Para minha total surpresa, Mari, uma menina
alta e rechonchuda de rabo-de-cavalo, levantou-se e cantou um original
contraponto, de imediato, exatamente como o professor lhe pedira.
A seguir, ocorreram improvisações ao estilo de
Mozart e depois de Beethoven. Fiquei impressionada com o prazer que os alunos
demonstravam sentir ao cantar, e com o fato de eles permanecerem perfeitamente
afinados por mais complicadas que se tornassem as melodias.
Duvido que os alunos formados pelo Julliard ou
qualquer outro conservatório americano pudessem ter tido um desempenho melhor
ou mesmo igual ao deles. Passei de fato uma hora surpreendente.
Por
começarem tão cedo, nenhuma criança é incapaz de cantar. Mesmo que admitamos
que a Hungria apresente uma proporção excepcionalmente elevada de crianças com
talento musical, não pode ser estatisticamente possível — de acordo com o
irônico eufemismo — que não existam “ouvintes” no país.
O
treinamento teatral sempre percebeu a ligação vital que existente entre a
linguagem e a música. O grande diretor russo Stanislavski disse: “A linguagem é
música”, e fazia sua companhia treinar o canto para que pudessem falar com um
compasso, colorido e sentimento musicais.
O
ritmo, a entonação e o movimento acrescentavam às palavras uma incomparável
riqueza e sutileza de expressão.
Os
valores do silêncio de repente se tornavam mais significativos. Ralph
Richardson, o grande ator inglês, chegou ao ponto de afirmar que “as pausas são
a parte mais importante da linguagem”.
Elas ajudam a “impregnar as palavras de um
novo conteúdo interior”. Um compositor japonês contemporâneo, Takemitsu,
escreveu que desejava alcançar com sua música “a eloqüência do silêncio”.
Stanislavski
compreendia que sentimentos profundos são liberados através das qualidades do
som. Ele escreveu o seguinte em Building a Character: “Você compreende
que um sentimento interior é liberado através do som claro do A?
Este
som está inseparavelmente ligado a experiências interiores que procuram se
libertar e facilmente se escoam a partir das profundezas do nosso ser.
Mas existe um outro som A. Ele é monótono,
abafado, não se escoa facilmente, permanecendo no interior retumbando de modo
sinistro — como se numa caverna ou câmara mortuária.
Há também o AAA insidioso, que sai rodopiando
para perfurar a pessoa que o escuta. O A alegre sai de dentro de nós como um
foguete, ao contrário do poderoso A que, como um peso de ferro, desce até o
fundo do nosso manancial.”
Experimente
você mesmo:
Por
exemplo, o AHHH eufórico — quando você encontra um amigo querido que não vê há
anos —
“Ahhhhhhh!
Estou tão feliz por ver você!” ou o gemido monótono e deprimido
“Ahhh,
não me amole! Droga, de que adianta?”
(Mais
parecido com um uhh, precedido de um profundo suspiro.)
Como
Stanislavski foi perspicaz quando disse: “Você não percebe que partículas suas
são carregadas para fora junto com essas ondas vocais?
Elas
não são vogais vazias, pois possuem um conteúdo espiritual.”
Como
o sabem os italianos que deram ao mundo a arte do bel canto, o canto é
em grande parte a arte de sustentar vogais.
As
pessoas que não estão acostumadas a cantar em geral alteram o tom ou a forma
dos sons e depois os interrompem bruscamente.
Flutuar no som ininterrupto é uma forma de
confiança. Vocalmente, isso nos coloca em contato com um sentimento sublime de
domínio e poder.
Se o som for colocado da maneira certa, algo
interessante acontece — a nota começa a flutuar. Ela parece crescer a partir do
alto da nossa cabeça, e nos vemos envolvidos por um mar de sons. O cantor
torna-se o som.
É uma sensação indescritivelmente estimulante.
Mas como “colocar o som da maneira certa”?
O
TRAPÉZIO TONAL
Para
entrar em contato com esse arco do qual você é apenas pequena parte, abra a
boca apenas o suficiente para emitir um ahh, natural e sorridente.
Relaxe o maxilar; sua língua descansa quieta na parte inferior da sua boca.
A
articulação posterior do maxilar está suficientemente larga para que um dos
dedos sustente o maxilar superior.
Respire nessa posição, de boca aberta, algumas
vezes, o mais suave e delicadamente possível. Vá aumentando aos poucos o tom da
respiração, e depois diga ahhhhhhhhh, como se você estivesse rindo com
suavidade.
Comece então a cantar haaahh - com a
investida mais imperceptível possível. Dessa maneira, você pode manter a
garganta aberta, em vez de iniciar com uma oclusão glótica.
Quando
o som começa, nada se modifica na boca, na garganta ou na língua. Sinta o som
inundando sua boca, depois penetrando no palato superior duro e no mole,
subindo a seguir através do alto da cabeça e entrando na atmosfera
circunjacente.
Verifique onde mais você sente a vibração;
você pode perceber que seus ombros, pernas ou peito estão zumbindo.
Continue
a emitir o som até ficar sem ar.
Depois, deixando a boca e o maxilar na mesma
posição, deixe o som terminar suavemente, dissolvendo-se no silêncio.
Ainda
sem mover nada, permita que a região posterior da garganta seja uma porta aberta
para sua respiração que sobe do estômago. Não a feche nem comece o som com a
pequena glote contraída.
Não
há nada intrinsecamente errado com a oclusão glótica. Mas para produzir um som
vocálico livre e aberto e conseguir ter acesso às correntes de fôlego oriundas
da região inferior do abdômen, é importante saber começar um som sem a oclusão
glótica (que sempre inicia o som na garganta).
Guarde-a
para os momentos vibrantes — quando ela é extremamente eficaz.
No começo, você poderá achar difícil emitir um
som vocálico sem a oclusão glótica, mas você será recompensado com a liberdade
vocal se o conseguir.
- Segunda parte do texto
Segue na proxima a terceira parte do texto.
Postado por Dharmadhannya
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