Vamos meditar com este video . quando eu sei que sou uma gota do oceano, eu tenho consciencia que eu sou o Oceano.
Somos Um-a só consciencia no corpo de Deus. Dharmadhannya
Parabrahman (e Paramâtman,
Para-Purusha, Paranishpanna)
"A Luz Absoluta só
pode parecer, aos nossos olhos (mentais) relativos, como Trevas, Obscuridade.
Ser Absoluto é Não Ser;
Consciência Absoluta é Inconsciência; Som Absoluto é Silêncio; Luz Absoluta é
Obscuridade e Trevas. A Luz, o Verbo, o Logos inicia a criação, espoleta e
ordena o Cosmos – o Cosmos manifestado, relativo, condicionado… A luz implica
relatividade, distinção entre o Conhecedor, o Conhecido (objecto do
Conhecimento) e o meio do Conhecimento."
Parabrahman
A palavra, por excelência, que procura designar aquilo que, em última instância, não pode ser expressado, mas que corresponde à necessidade atrás referida, é Parabrahman.
Acerca de Parabrahman
(ou Parabrahm, como também se grafa), esclarece Helena Blavatsky, em algumas
das suas obras:
Literalmente, é
“superior a Brahmâ”. É o supremo e infinito Brahma, o “Absoluto”, a Realidade
sem atributos e sem segundo; supremo universal, impessoal e inominado.
É o
Princípio eterno, omnipresente, infinito, imutável, inconcebível e inefável. É
o Único Todo Absoluto, a Única Realidade Absoluta, Aquele, o supremo e
eternamente não manifestado, que antecede a todo o manifestado. É a Causa
incausada do Universo, Raiz sem raiz de ‘tudo o que foi, é e será’.
Tal
Realidade Una é, naturalmente, desprovida de todo e qualquer atributo, e
permanece essencialmente sem relação nenhuma com o Ser manifestado e finito. Parabrahman
não é ‘Deus’ pela razão de que não é um Deus.
Como diz o Mândûkya Upanishad, é
Aquele “que é supremo e não supremo (parâvara)”: é supremo como causa e não
supremo como efeito. É o Espaço infinito, no mais elevado sentido espiritual.
Para os nossos sentidos e para a percepção dos seres finitos, é Não-Ser, no
sentido de que é a única Seidade (Beness); porque neste Todo se encontra oculta
a sua coetânea emanação ou radiação inerente, que, convertendo-se
periodicamente em Brahmâ (a Potência masculino-feminina), desdobra-se
(transformando-se) no Universo manifestado.
O Espírito (ou Consciência) e a
Matéria são os dois símbolos ou aspectos de Parabrahm, o Absoluto, que
constituem a base do Ser condicionado, seja subjectivo ou objectivo”1.
O entendimento de que
se tenta aludir o inefável e indizível está suposto na etimologia da palavra em
causa (Parabrahman). Com efeito, não se define ou restringe de modo algum Isso
ou Aquilo mesmo que está além (Para) de Brahman.
É “apenas” Aquilo ou Isso (e
não Isto) que é diferente e que está mais além de Brahman, sem que nenhum
atributo lhe seja referido, porque dele carece (o Absoluto não pode ter
atributos, pois os atributos, circunscrevendo, delimitando, são do domínio do
relativo).
Toma-se o Brahman – o Todo manifestado – como aquilo que é
cognoscível; e o Para, como Algo de ainda além, é colocado como simples
negação. Qualquer pergunta ou afirmação sobre a sua natureza, recebe a clássica
resposta neti, neti – não é isso, não é isso.
De resto, mesmo nas
concepções mais elevadas, “Parabrahman aparece-nos como Mûlaprakriti (…). Esta
Mûlaprakriti não é mais Parabrahman do que o feixe de atributos deste pilar é o
pilar em si mesmo; Parabrahman é uma realidade absoluta e incondicionada,
enquanto Mûlaprakriti é uma espécie de véu que lhe é lançado”2.
O melhor que
podemos “visualizar”, mesmo com a razão mais lúcida, é esta primeira
coisificação da Realidade Una e Absoluta. Mûlaprakriti, a raiz pré-cósmica da
Substância, as Águas primordias, é aquilo de que ainda é possível tentar
definir e apreender mentalmente; e, contudo, é meramente um véu sobre a
verdadeira e única Realidade – de que só podemos concordar que É. Sobre o
Absoluto (ou talvez melhor, a Absoluteza), só poderemos falar por negação ou
distinção do que é susceptível de ser conhecido (logo, relativo).
Esta formulação, de
cunho vedantino, encontra adequada correspondência no ensinamento da Cabala
acerca da Existência Negativa. “A Árvore da Vida define o Universo relativo em
todos os seus níveis. É o padrão prototípico. No entanto, acima dele, mais além
de Kether – a Coroa oca (…) – jaz o oculto da existência negativa.
A existência negativa é
(…) a pausa que precede a música, o silêncio por detrás de cada nota, a tela em
branco detrás de cada pintura e o espaço vazio pronto para ser preenchido. Sem
esta Existência inexistente nada chegaria a ser. É um vazio e, contudo, sem ele
e o potencial nele encerrado, o universo relativo jamais poderia manifestar-se.
A existência negativa
está sempre presente em todos os níveis da criação. Subjaz ao tempo e ao
espaço. (…) A existência negativa permite a um homem ser quem é” 3 – tal como
permite a um Cosmos ser o que é, acrescentamos nós.
Entre o Absoluto e o
universo relativo estão os três véus da existência negativa, ainda no
ensinamento cabalístico: Ain, o Nada; Ain Soph, o Nada Ilimitado; Ain Soph Aur,
a Luz Ilimitada do Nada.
Note-se que está aqui
em causa um domínio de Transcendência (face ao relativo, ao condicionado, ao
manifestado) mas não à maneira das teologias das Igrejas Cristãs, da maioria
dos postulados Islâmicos ou de outras formulações teístas.
Com efeito, embora
não activamente envolvido no processo de manifestação, o Absoluto, como Todo, é
o espaço ilimitado onde todos os mundos e todos os seres despontam para a
existência, cumprem o seu curso, e se dissolvem finalmente – dele estando,
portanto, necessariamente permeados.
O mesmo autor que
citámos imediatamente antes, expressa isto de forma muito clara e sintética: “O
Absoluto não mantém contacto directo com a criação mas o Ser penetra a matriz
do universo, sustendo-o como o silêncio detrás de cada som. Sem esta realidade
negativa, nada poderia existir” 4.
Introdução
O étimo Para, em sânscrito, transmite a ideia de “infinito”, “de absoluto”, de “supremo”, de “derradeiro”, de “último limite”, de mais elevado, de superior, de alheio, de diferente, de anterior e posterior; em geral, de “aquilo que está mais além de”.
O recurso, de algum modo frequente, a palavras com este prefixo Para justifica-se, em Ocultismo, pela necessidade incontornável de fazer referência a algo que seja absoluta e radicalmente, a algo que seja independentemente de qualquer condicionamento, de qualquer relatividade; a algo que seja permanente (logo, real), face à impermanência (logo, à irrealidade) das coisas contingentes, das coisas que adquirem novas propriedades e perdem outras anteriormente exibidas;
a algo que não esteja envolvido na sucessão fenomenal, a algo que não seja causado e dependente, a algo que seja o fundamento e o substratum da existência; a algo que seja o Ser mais além do ir sendo, a algo que seja infinito e eterno, face à limitação ontológica, espacial e temporal;
a algo que seja Causa de si mesmo, por detrás do fluxo das coisas causadas ou criadas; a algo que, depois de desvanecido tudo quanto é objectivo, manifestado, concreto, individual e específico neste universo, subsista como pura unidade, como o “ser todo” num eterno agora, como o que “sempre foi, é e será”; a algo, enfim, que seja plenitude de Ser e ausência de atributos particulares.
Nenhum sistema filosófico-científico sério pode estar fundado sem uma tal referência de algo permanente (nem que seja o movimento absoluto), nenhuma tradição espiritual pode apresentar como meta algo que não esteja mais além das contingências, que lhes seja alheio e superior.
Até as teologias de Igrejas destituídas de Ciência espiritual e profundidade filosófica falam (ainda que confusamente) de Deus como Alfa e Ómega de tudo quanto existe. Mesmo as doutrinas materialistas postulam a eternidade da matéria.
Entretanto, a Ciência Oculta, bem como as filosofias religiosas mais profundas e subtis, sustentam e demonstram que esse Algo não é, não pode ser, uma Pessoa (mesmo que dita, paradoxalmente, Divina); e que o fundamento de Ser é tanto Espírito como Matéria, ou melhor, é Algo que está além de toda a dualidade, incluindo a dualidade Espírito-Matéria, e de que estes são apenas dois aspectos.
Um Ensinamento Universal…
Não é apenas na
Sabedoria Oculta, na Vedanta e na Cabala que encontramos este mesmo
Ensinamento. Na verdade, a referência ao Absoluto Ser que é Não-Ser qualquer
coisa condicionada, a menção a um mais além mesmo da divina actividade logóica
ou criativa, está universalmente disseminada, nas grandes Religiões, nas
grandes Tradições Espirituais, nas Filosofias mais profundas.
… Nas Religiões…
Comecemos pelas Religiões, referindo essencialmente os seus textos fundamentais.
No Hinduísmo ou
Sanatana Dharma5 podemos ler no Rig Veda: “O Não-Ser e o Ser estão no céu mais
elevado, no nascedouro de Daksha, no seio de Aditi” (Mandala I, Sukta 166).
Aditi é o espaço infinito – sendo o espaço infinito, porventura, a melhor
representação da ilimitação, do não-condicionamento, da transcendência (estar
alheio, estar mais além) de todas as circunstâncias6. É, nos Vedas, a
deusa-Mãe, correspondendo a Mûlaprakriti. Daksha alude ao poder gerador –
inclusive gerador dos deuses criadores, que, justamente, despontam (nascem) do
Espaço matricial e pré-cósmico.
São inúmeras as citações
que poderíamos fazer de frases contidas nos Upanishades, que aliás são base
essencial da Filosofia Vedanta. Limitemo-nos, porém, a alguns exemplos mais
expressivos:
“No início, havia esse
Ser puro, uno, em verdade, sem segundo. Dizem que antes d’Ele era o puro
Não-ser, uno, em verdade, sem segundo; desse Não-ser nasceu a existência”
(Chandogya-Upanishade);
“A respeito desta
verdade, está escrito: antes de surgir o universo, Brahman existia como o
Não-manifesto. Do Não-manifesto, foi emanado o manifesto”
(Taittirya-Upanishade);
“Embora preencha o
Universo, Ele transcende-o… Ele se tornou este Universo: Contudo, permanece
para sempre imutável” (Idem);
No Bhagavad Gîtâ
deparamo-nos com afirmações como estas:
“Tendo penetrado o
Universo inteiro com um fragmento de Mim Mesmo, Eu permaneço (além dele)” (X,
42) 7;
“Ó Causa Primeira, Parabrahman, Infinito, Deus dos deuses, continente de todos os mundos, Imperecível Ser e Não-Ser, Isso, Supremo! Primeiro dos deuses (…) supremo contenedor de tudo o que vive” (XI, 37, 38).
“Ó Causa Primeira, Parabrahman, Infinito, Deus dos deuses, continente de todos os mundos, Imperecível Ser e Não-Ser, Isso, Supremo! Primeiro dos deuses (…) supremo contenedor de tudo o que vive” (XI, 37, 38).
Nas Leis de Manu
podemos ler, por exemplo: “Daquele que É e, portanto, não É, do não-Ser, Causa
Eterna, nasceu o ser Purusha” (Capítulo I, 11). Purusha é o Espírito
manifestado (sacrificado, como se lê nos Vedas) em todo o Universo, de que é o
Logos. “Antes de”, “para além” do próprio Espírito está o Uno Ser/Não Ser
Absoluto…
No Budismo
setentrional, existe o ensinamento acerca de Amitabha, “o esplendor infinito”
ou “o espaço infinito” (correspondente ao Parabrahman e ao Mûlaprakriti
vedantinos e, portanto, ao Imanifestado).
No Taoismo, bastará
recordar as seguintes frases do Tao-te-King: “Não-Ser e Ser saindo de um fundo
único só se diferenciam pelos seus nomes. Este fundo único chama-se Obscuridade”
(I, 7-10); “Todos os seres provêm do Ser; o Ser provém do Não-Ser” (XL, 3-4).
Por sua vez, no
Confucionismo, o equivalente de Parabrahman é Tian (“Céu”), o imanifestado
não-criador, ou Tian-sin (“Céu da Mente”).
No Mazdeísmo,
menciona-se Zeroana Akerna, o Tempo sem limites ou a Causa desconhecida. Dele
exsurge o Logos, Ahura-Mazda, “trino diante das outras criaturas”.
Esta mesma noção
aparece também no Judaísmo e no Cristianismo ortodoxo, que tratamos em
conjunto, dado partilharem parcialmente as mesmas Escrituras.
Assim, o Génesis, o
primeiro livro da Biblía, refere-se ao estado anterior a uma criação nestes
termos: “O mundo estava informe e vazio; as trevas cobriam o abismo e o
Espírito Santo pairava sobre as águas” (Idem, 1: 2). Estas águas primordiais
correspondem a Mûlaprakriti, a Virgem Celestial.
As Trevas ou Obscuridade, no
sentido superior, sempre aludem ao Ante-Cosmos (logo, para além do Cosmos
Manifestado): a Luz Absoluta só pode parecer, aos nossos olhos (mentais)
relativos, como Trevas, Obscuridade.
O aparente paradoxo é evidente: Ser
Absoluto é Não Ser; Consciência Absoluta é Inconsciência; Som Absoluto é
Silêncio; Luz Absoluta é Obscuridade e Trevas. A Luz, o Verbo, o Logos inicia a
criação, espoleta e ordena o Cosmos – o Cosmos manifestado, relativo,
condicionado… A luz implica relatividade, distinção entre o Conhecedor, o
Conhecido (objecto do Conhecimento) e o meio do Conhecimento.
Podemos assim entender
melhor o muito conhecido início do Evangelho segundo São João: “O Verbo estava
junto de Deus e o Verbo era Deus … Tudo foi feito pelo Verbo e sem ele nada foi
feito… A luz resplandeceu nas trevas e as trevas não a reprimiram… Ninguém
jamais viu a Deus. O Filho Uno, que está no seio do Pai, é quem o revela” (1:
3, 5 e 18).
No mesmo sentido,
encontramos esta frase na 1ª Epístola de João, “… a vida eterna, que estava no
Pai e que se nos manifestou” (1: 2).
Mesmo no Livro Sagrado
do Islamismo, apesar da sua repetida unicidade de Deus, encontramos uma
expressiva e belíssima referência ao Divino Imanifestado, que não é o criador:
“Deus, Ele, é Uno. É a
plenitude absoluta, bastando-se a Si mesmo. Não engendrou nem foi engendrado”
(Alcorão, CXII, 3).
… Nas Tradições Espirituais…
Nos textos do
Hermetismo, apesar de terem sido corrigidos (isto é, desvirtuados) por mãos
Cristãs, e de grande parte deles se ter perdido, deparamo-nos com a mesma
distinção, como, por exemplo, nestas passagens:
“Deus sempre esteve em
repouso; sempre, também, a eternidade, do mesmo modo que Deus, permanece imóvel
– encerrando dentro de si, antes de nascer, este mundo (…).
Na verdade, o
tempo, por muito que sempre esteja em movimento, possui a força e a natureza da
estabilidade sob uma modalidade que lhe é própria, em virtude dessa necessidade
que o força a voltar ao seu princípio” (Asclépio, 31).
Já anteriormente nos
referimos à Cabala (Judaica); mas evoquemos agora um dos seus textos
fundamentais, o Sepher Ietzirah: “O número dez das esferas de existência
[Sephiroth] emanadas da não-existência” (I, 7).
No Gnosticismo, era
frequente a alusão a Bythos, o Abismo ou Profundidade (embora se deva notar que
tal corresponde mais propriamente ao 1º Logos – que, de qualquer modo, é o
Logos Imanifestado); Simão, o Mago, mencionava o Bem Aventurado e Imperecível
Princípio ou, ainda, o Pai; Basílides aludia a “Aquele que não é”, ao “Não-Ser”
ao “Deus-Nada” (ouk no Theos); num texto valentiniano, lia-se: a “Raiz do Todo,
o Inefável que vive na Mónada. Ele residia sozinho em silêncio, visto que ele
era, e ninguém existiu antes dele”.
… Nas Mitologias…
Vejamos agora
Ensinamentos ou menções contidos em algumas das assim chamadas Mitologias.
No Antigo Egipto,
postulava-se sobre Nouth ou Neith – a Deusa do Espaço Celestial, o Espaço que É
para além de toda a Manifestação. É a Noite Primordial, o Caos Primordial, a
Mãe dos Deuses, especialmente de Ammon-Ra. Nouth era também Mehueret, a vaca
celestial da qual nascera o céu antes de a vida despertar.
Fazendo a transição para
a Mitologia Grega, os nomes Egípcios Nouth e Neith não podem deixar de nos
fazer evocar Nux ou Nix. Na Mitologia Grega, e, aliás, também na Romana,
existia, antes de tudo, a referência ao Caos primordial (ou seja, antes do
exsurgimento do Cosmos manifestado) e a deuses incriadores (ou que devoram os
próprios filhos – assim configurando o 1º Logos, o Logos Imanifestado), só
depois se chegando ao Demiurgo, Zeus ou Júpiter.
Ora, numa variante da
cosmogonia órfica, o Caos e Nix ou Nux (a Noite) estão na origem do mundo: Nix
põe um ovo (correspondente a Hiranyagarbha, o Ovo do Mundo ), de que nasce
Eros, enquanto Urano e Gaia se formam das duas metades da casca partida. Nesta
acepção, Nix corresponde a Mûlaprakriti – a raiz imanifestada da Matéria.
Nas cosmogonias da
Suméria, da Babilónia, da Caldeia e da Assíria, encontramos também o Espaço, o
Caos Primordial – Absu, Apsu, Abiss ou Mummu – onde mora Ab, o Pai das Águas, e
Tiamat (a Grande Mãe, princípio deífico feminino, idêntico a Mûlaprakriti).
A Caldeia justifica uma
referência especial, não só pelas várias fases de desenvolvimento da sua
Mitologia Cosmogónica, como pela influência directa que exerceu na Cosmogénese
Judaica, nomeadamente a vertida no Genesis bíblico.
Damos a palavra a
Helena Blavatsky: “… Se nos viramos para a Caldeia, encontramos aí Anu, a
Divindade oculta, o Uno, cujo nome, de resto, revela ser de origem sânscrita.
Anu, que em sânscrito significa ‘átomo’, aníyámsam anîyasâm (o mais pequeno dos
pequenos), é um nome de Parabrahm na filosofia Vedantina; Parabrahaman sendo
descrito como menor que o mais diminuto dos átomos, e maior que a mais imensa
esfera ou universo: ‘Anagraniyam e Mahatorvavat’.
Nos primeiros
versículos do Genesis acadiano, tal como encontrado nos textos cuneiformes
sobre os ladrilhos babilónicos, ou ‘Lacteras Coctiles’, e segundo foi traduzido
por George Smith8, vemos Anu, a Divindade Passiva ou Ain-Soph; Bel, o Criador,
o Espírito de Deus ou Sephira, movendo-se na Face das Águas, e, portanto, a
própria Água; e Hea, a Alma Universal ou a Sabedoria dos Três reunidos.
Eis como são expressos
os oito primeitros versículos:
1. Quando, acima, ainda existiam os Céus;
2. e abaixo, na Terra, nenhuma planta havia brotado;
3. o abismo não havia quebrado as suas fronteiras.
4. O Chaos [ou a Água] Tiamat [o mar] era a mãe produtora de todos eles. [São os Aditi e o Sephira Cósmicos]
1. Quando, acima, ainda existiam os Céus;
2. e abaixo, na Terra, nenhuma planta havia brotado;
3. o abismo não havia quebrado as suas fronteiras.
4. O Chaos [ou a Água] Tiamat [o mar] era a mãe produtora de todos eles. [São os Aditi e o Sephira Cósmicos]
5. As Águas foram, no princípio, ordenadas; mas
6. nem uma árvore havia crescido, nem uma flor havia desabrochado.
7. Quando nenhum deus ainda havia surgido,
8. nenhuma planta crescia, e a ordem não existia.
Era a fase caótica ou
ante-genésica; o duplo Cisne e o Cisne Negro, que se tornou branco quando a Luz
foi criada”9.
… Nas Filosofias
Alguns dos grandes
Filósofos do Ocidente, tal como fizeram os seus congéneres Orientais, também
expressaram a necessidade deste domínio de ilimitação, de não-condicionamento,
de puro-Ser além de qualquer circunstância, que está antes e depois de qualquer
Cosmos, como Espaço inamovível.
Entre outros, podemos
mencionar Anaximandro, com a sua noção de Ápeiron, o Ilimitado, a partir da
qual trabalharam Pitágoras e os seus discípulos; Parménides, com o seu Ser Uno,
que “é e não pode não ser”, que “nunca foi nem será, porque é agora todo de uma
vez, uno e contínuo”, que é indivisível, necessário, auto-suficiente;
Fílon de
Alexandria, com o seu “Primeiro Deus”, o inefável, o inexprimível, que só se
pode conceber de maneira negativa; os neoplatónicos que, afirmando o Uno como
raiz de tudo, colocavam ainda além do Uno (manifestado) o “para além”, o
“não-ser anterior ao ser” (como Porfírio), o princípio absolutamente inefável
(como Jâmblico), o Proto-Uno ou a Proto-Causa (como Proclo);
o
Pseudo-Aeropagita, com a sua teologia negativa, do que Deus não é; João Escoto
Erígena, com a essência incognoscível de Deus; Meister Eckart, com o seu
“não-Deus, não-Espírito, não-pessoa, não-imagem”; Giordano Bruno, com o Deus
“Todo Infinito”; Schelling, com a sua referência ao Absoluto que “nada pode
gerar a não ser ele mesmo”; Hartmann, com o seu Inconsciente, etc., etc..
Mais além do Eu Condicionado
A palavra “Eu”, em
Ciência Oculta, pode ser referida a vários níveis, desde o Eu Inferior – o
Kama-Manas, a Personalidade –, passando pelo Eu Humano pensante e reencarnante
– o Manas, a Mente Superior –, até ao Eu Espiritual – Âtma-Buddhi, Âtman, o
Espírito, manifestando-se através de Buddhi, a Alma Espiritual.
Âtman é o Princípio
mais elevado no Homem – e enfatizamos o no em vez de do, porque é uma realidade
Universal, embora se ligue a uma existência individual.
Mas, ainda além,
transcendendo qualquer condicionamento, é Paramâtman. Este é
o Eu Supremo, que é um com o Espírito Universal ou Espírio Supremo (como no Bhagavad Gîta é designado); é “eu mais além” (a Testemunha!), no qual mesmo a mais leve tinta de sepatividade inexiste.
o Eu Supremo, que é um com o Espírito Universal ou Espírio Supremo (como no Bhagavad Gîta é designado); é “eu mais além” (a Testemunha!), no qual mesmo a mais leve tinta de sepatividade inexiste.
Este Eu Universal é a
fonte do nosso ser e de todos os seres que existem na mesma Hierarquia
Universal, do mesmo modo como também a meta para o qual todos estamos a
caminhar. É de Paramâtman (o que está além de Âtman) que radia Âtman. Conforme
as expressões de Subba Row, Advaitista e Teósofo do século XIX, Jivâtman – o
Espírito Divino no Homem, o Espírito individual, o “Cristo real, o puro
espírito” – é, “por assim dizer, o filho de Paramâtman” 10.
“Somente Paramâtman é
auto-existente, simples, eterno, imutável, e comum a todas as criaturas, tanto
as mais elevadas como as inferiores” 11.
Analogamente à
identidade Âtman-Brahman, postulado vedantino que ecoa o Ensinamento da Eterna
Sabedoria, Paramâtman é idêntico com Parabrahman. E Âtman, semelhantemente ao
Brahman manifestado num particular universo, é o Logos de uma particular
individualidade. Todos somos Logoi de nós mesmos – ou, se quiseremos dizer de
outra forma, todos somos a criação do nosso Logos radiando do Eu Absoluto. E,
assim, Paramâtman “pode ser considerado como fora do Ovo Áurico Humano, tal
como está também fora do Ovo Macrocósmico ou Ovo de Brahmâ” 12.
Ao termo Âtman
corresponde Purusha, na Filosofia Samkhya. E também neste caso, mais além,
existe Parapa-Purusha – “O Principio Masculino supremo; o Ser ou Espírito
supremo” 13. Note-se que Purusha significa etimologicamente “o que tem
atributos masculinos”, como Prakriti, a Substância, significa “o que tem
atributos femininos” 14.
Na mesma esteira, e
correspondentemente, se há um estado de Samâdhi, também há Para-Samâdhi, que “é
um estado que não é um estado e no qual não é possível nenhum novo
progresso”15.
Por excelso que seja o
estado de Samâdhi, o Nirvâna, segundo a interpretação esotérica, é-lhe ainda
superior, representando a libertação definitiva de toda a existência
condicionada. Entretanto, em relação ao Nirvâna, há ainda além, o Para-Nirvana,
a mais perfeita e ultérrima bem-aventurança e omnisciência 16.
Um termo com
significado idêntico a Para-Nirvâna é Paranishpanna. Acerca dele, ensinou
Helena P. Blavatsky em A Doutrina Secreta: “Paranishpanna é o summum bonum, o
Absoluto, o mesmo que Paranirvâna. Além de ser o estado final, é aquela
condição de subjectividade relacionada exclusivamente com a Verdade Una
Absoluta (Paramârthasatya), no seu próprio plano. É o estado que conduz à
verdadeira apreciação do significado pleno do Não-Ser, que é, como já
explicámos, o Absoluto Ser.
Mais cedo ou mais
tarde, tudo quanto agora parece existir, existirá real e verdadeiramente no
estado de Paranishpanna. Mas há uma grande diferença entre o Ser consciente e o
Ser inconsciente. A condição de Paranishpanna sem Paramârtha, a consciência que
se analisa a si mesmo (Svasamvedâna), não é a bem-aventurança, mas simplesmente
a extinção durante Sete Eternidades. Uma bola de ferro, por exemplo, aquece
quando exposta aos raios ardentes do Sol, mas não sente nem percebe o calor,
como sucede com o homem.
Só ‘com uma
inteligência clara, não obscurecida pela personalidade, e com a assimilação do
mérito de múltiplas existências consagradas ao Ser na sua colectividade (todo o
Universo vivente e senciente)’ é que poderemos libertar-nos da existência
pessoal e realizar a união com aquele Absoluto, identificando-nos com ele e
continuando em plena posse de Paramârtha” 17.
José Manuel Anacleto
Presidente do Centro Lusitano de Unificação Cultural
———————————
1 Estas afirmações, por palavras textuais ou muito aproximadas, podem encontrar-se em Glossário Teosófico (Ed. Ground, S. Paulo) e A Doutrina Secreta (Ed. Pensamento, S. Paulo, 1973), Vol. I, págs. 81 e 75-6.
2 Subba Row, Philosophy of the Bhagavad Gîtâ, The Theosophical Publishing House, Adyar, 2ª ed., 1994; pág. 17.
3 Z’ev ben Shimon Halevi, Árbol de la Vida, Editora y Distribuidora Yug, México, 1999; pág. 31.
4 Idem, pág. 16.
5 Sanatana Dharma , uma das designações que os hindus dão à sua religiosidade matriz, significa Lei Eterna, Sabedoria Perene.
1 Estas afirmações, por palavras textuais ou muito aproximadas, podem encontrar-se em Glossário Teosófico (Ed. Ground, S. Paulo) e A Doutrina Secreta (Ed. Pensamento, S. Paulo, 1973), Vol. I, págs. 81 e 75-6.
2 Subba Row, Philosophy of the Bhagavad Gîtâ, The Theosophical Publishing House, Adyar, 2ª ed., 1994; pág. 17.
3 Z’ev ben Shimon Halevi, Árbol de la Vida, Editora y Distribuidora Yug, México, 1999; pág. 31.
4 Idem, pág. 16.
5 Sanatana Dharma , uma das designações que os hindus dão à sua religiosidade matriz, significa Lei Eterna, Sabedoria Perene.
6 O Espaço é, “no plano da abstracção absoluta, a sempre incognoscível
divindade, que é vazia apenas para as mentes finitas, e, no da percepção
mayávica, o Plenum divino, o absoluto Continente de tudo quanto existe, tanto
manifestado como não-manifestado, sendo portanto o Todo Absoluto (…). O Espaço
sempre foi é, e será; é a causa eterna de tudo, a divindade incompreensível,
cujas vestimentas invisíveis constituem a mística raiz de toda a matéria e do
Universo.
É a única coisa eterna que podemos facilmente imaginar, imóvel na sua
abstracção e não influenciada pela presença nem pela ausência de um universo
objectivo nele. Carece de dimensões em todos os sentidos e é existente por si
mesmo”. Helena Blavatsky, A Doutina Secreta, op. cit., vol. I, págs. 77 e 100.
7 Krishna, em vários passos do Bhagavad Gita, é posto a discursar como se fosse a Divindade, tanto imanifestada, como manifestada.
8 George Smith foi um famoso e pioneiro Assiriologista inglês, que descobriu e traduziu pela primeira vez o Épico de Gilgamesh.
9 A Doutrina Secreta, op. cit., Vol. II, págs. 63-4.
10 Cfr. Esoteric Writings, The Theosophical Publishing House, Adyar, Chennai, 1951, pág. 9.
11 Echoes of The Orient, Vol. I, Point Loma Publications, San Diego, 1975, pág. 148.
12 Helena Blavatsky, Collected Writings, Vol. XII, The Theosophical Publishing House, Wheaton, 1980, pág. 623.
13 Helena Blavatsky, Glossário Teosófico, op. cit..
14 Há bem pouca diferença entre Parapa-Purusha e Para-Prakriti – a natureza superior, o ainda além da Natureza ou Matéria, a Prakriti não manifestada, o Elemento vital que anima e sustenta todos os seres.
Para-Prakriti é o mesmo que
“Daiviprakriti, a vida una pela qual todo o universo é suportado” (Bhagavad
Gîtâ, VII, 5). Como já referimos, o Imanifestado, o Eterno, o Ilimitado, não é
Espírito e Matéria mas, sim, Proto-Espírito (Parabrahman) e Proto-Matéria
(Mûlaprakriti) ou, ainda mais propriamente, aquilo que transcende toda a
dualidade Espírito-Matéria (Para-Parabrahman).
15 Helena Blavatsky,Glossário Teosófico, op. cit.. Eis como a
autora aqui
define Samadhi: “É um estado de arrebatamento extático completo. Tal palavra
deriva das palavras sam-âdha, ‘posse de si mesmo’. Quem possui tal poder é
capaz de exercer um domínio absoluto sobre todas as suas faculdades, tanto
físicas como mentais. É o supremo grau do Yoga”.
Por sua vez, numa nota de A Voz do Silêncio, H. P. Blavatsky escreveu: “Samadhi é o estado em que o asceta perde a consciência de toda a individualidade, incluindo a sua. Torna-se o Todo” (cfr. Livraria Clássica Editora, Lisboa, 1921, pág. 32; Ed. Pensamento, S. Paulo, pág. 57).
16 Acerca do Nirvâna e do Para-Nirvâna, remetemos para o nosso artigo publicado, nesta mesma secção, no nº 31 da Biosofia (Centro Lusitano de Unificação Cultural, Lisboa, 2007).
17 Op. cit., Vol. I, pág. 115.
biosofia.net
Postado por
Dharmadhannya
Psicoterapeuta
Transpessoal
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Agora.
Repassando a
Chama Violeta que cura que libera...
Eu sou, Eu Sou, Eu sou, a Divina Presença Vitoriosa de Deus,
que chameja o Fogo da Chama
Violeta (TRÊS VEZES) através de
cada particula de meu ser, e em
meu mundo.
Selai-me num pilar de fogo Sagrado e
transformai e renovai
minha energia, purificai-me com a
pureza, harmonia, amor,
liberdade e perfeição da Graça da
Chama Violeta
Haja luz para compartilhar para o bem
de todos.
Coloque a mão no seu coração
e sinta o fogo do amor Divino
da sua Alma no seu coração.
Que ela ascenda a liberação do dharma
no seu coração.
Eu mereço ser feliz.
eu mereço amar e ser amada.
Eu mereço ter milhões amigos.
Eu mereço a prosperidade da vida.
Eu mereço o trabalho que me dá
sucesso e riqueza.
Envie este amor para o seu lar, para
a sua vida,
para tudo e para todos.
Eu sou a Fonte.
Passe para frente com o seu
amor à Chama violeta da Cura,
Purificação e da
Liberação. ..
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Kodoish! Kodoisch! Kodoisch!
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Gabriel,
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Raziel, Uriel, Samuel.
Kodoish! Kodoisch! Kodoisch!
Os anjos seguem na frente abrindo
meus caminhos
e me protegendo Com a Justiça Divina.
Amém!
Kodoish! Kodoisch! Kodoisch!
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