quarta-feira, 2 de setembro de 2015

budismo - Raiva – Inferno pessoal.




Raiva – Inferno pessoal.  Interpretação no budismo

Gioia diz que “este Reino não é um lugar para onde se vai depois da morte... E algo que pode-se realmente experienciar nesta vida... A agressão externa é muito intensa... Interiorizando-a, tornamo-nos a própria agressividade... o ódio em pessoa... a sensação claustrofóbica de prisioneiros. O inferno nosso de cada dia... Eu, caçador de mim...

O Reino dos Infernos é o último dos seis remos da existência condicionada na qual vivemos ciclicamente. Ultimo, no sentido descendente do girar da Roda da Vida (figura 2).

Na pintura, este Reino localiza-se na parte central inferior. Dentro dele vemos em destaque, acima, um monstro com os cabelos em chama. Este monstro é novamente Varuna, o Senhor da Morte. É o mesmo que segura A Roda da Vida.

Ele está aí para mostrar o que estamos fazendo com a nossa vida e que necessariamente não precisamos fazer dela um inferno. E o principal caminho para transformá-la é olhando para ela, conscientizando-se dela e permanecer olhando para ela.

Atrás de Yama e dos lados estão montanhas cobertas de neve com seres afundados no gelo até o pescoço, duros, rijos, congelados, caracterizando os infernos frios, como dizem os tibetanos.

À frente do monstro, envolvidos no imenso calor do fogo dos seus cabelos, encontram-se seres de outros reinos como os animais, espectros famintos, humanos, todos tentando matar uns aos outros, no meio de chamas de fogo. Esta cena refere-se aos infernos quentes na linguagem tibetana.

Os dois tipos de infernos, tanto o quente quanto o frio, descrevem as duas maneiras possíveis de se experimentar o ódio.

Podemos ficar vermelhos de tanta raiva, isto é, indignados, rebeldes, hiper-sensíveis, vitimizados, cheios de energia para agir no sentido de acabar com aquela pessoa ou aquela situação a qual não estamos tolerando.

Podemos ficar brancos, lívidos de tanta raiva, isto é, duros, contraídos, gelados, insensíveis. Recrudesce em nós uma coragem destrutiva para eliminar a nós mesmos!


Em ambos os infernos, a experiência é descrita como muito intensa. E algo totalmente egocentrado e auto-inflável.

No Reino anterior, dos espíritos famintos, estávamos completamente sem energia própria, sentíamos como se não tivéssemos mais nada que fosse bom dentro da gente, achando que tudo de bom estava com os outros.

Tínhamos uma sensação de vazio, uma carência imensa de tudo e não conseguíamos alcançar, nada que nos alimentasse. Era a vivência paranóica de que todos à nossa volta conseguiam tudo que queriam.

Isso nos fazia sentir sozinhos, querendo o que os outros têm para nos sentir felizes. Daí a ilusão de que o caminho da satisfação era grudar parasitariamente em alguém e desfrutar a felicidade do outro.

Caminho perigoso pois, dependendo de alguém, gostávamos de receber, mas, ao mesmo tempo, sentíamos inveja de quem nos dava.
Este conflito foi minando o sentimento de gratidão que sentíamos pelos que nos ajudavam. Para resolvê-lo, fomos transformando nossa necessidade de receber numa aceitação desconfiada, humilhante, projetamos nossa raiva de precisar em intenções interesseiras de quem nos dava.

Assim, passamos a não confiar em mais ninguém: nem em quem não nos ajudava como também em quem nos ajudava. E, consequentemente, não confiamos mais em nós mesmos, de tão confusos que estávamos interiormente.

Quanto mais vazios, com a auto-estima baixíssima, menos credibilidade demos aos nossos recursos internos de esclarecimento e sabedoria, nosso Buda interior como a nossa intuição, por exemplo.

Afastados nos nossos centros internos de confiança e proteção. tornamo-nos eufóricos (eu-fora de mim) chegando a viver em estados de ansiedade altíssimos, como a mania. Tornando-nos intolerantes, déspotas, necessitando mandar e comandar, na ilusão de conseguirmos segurança e controle das nossas confusas situações internas.

Nem assim conseguindo solução, equilíbrio e paz de espírito, a perda de confiança em quaisquer saída instalou-se nos nossos corações.

Experimentamos assim a entrada no Reino dos Infernos. Chegamos a ele depois de tentarmos diversas maneiras de evitar o sofrimento. Paradoxalmente, experimentamos os maiores deles; os sofrimentos do Reino dos Infernos.

É quando não sentimos mais amor desinteressado por nada nem por ninguém.

Para sentirmos amor incondicional, necessitamos ter satisfação conosco mesmo, confiança em si, na nossa essência, para não necessitarmos do retorno de fora.

Na ausência da capacidade de amar e confiar a solidão cresce dentro de nós, tornando—se tão grande, dando-nos a sensação de estarmos muito, mas muito distantes de tudo de bom e de todos.

Não conseguimos mais nos vincular a ninguém e a nenhuma situação boa e satisfatória. Parece que existem muralhas intransponíveis ao nosso redor que nos espremem e nos tornam cada vez mais inacessíveis.

A situação vai ficando intolerável. A insatisfação e o vazio são agressivos a nossa natureza. Mas esta agressividade é a única vivência que estamos tendo, portanto, e dela que nos alimentamos. Preenchidos de agressão, vamos nos fortalecendo da energia dela que é o ódio.

Sentimos muita aversão, repulsa e ódio. Queremos fugir desta situação criada e não vemos saída: passamos também a nos odiar por estar vivendo uma vida que não escolhemos, que não queríamos para nós.

É total falta de opção, isto é, de livre—arbítrio. Sentimo-nos presas de um destino implacável, alheio à nossa vontade. Este sofrimento claustrofóbico é o pior dos sofrimentos. Pior no sentido de não ter opção. Não ter liberdade de ação. A possibilidade de escolha não Faz parte deste estado de espírito.

 reagimos. Sentimos desespero (desesperança) e queremos fugir. Fugir da situação externa e interna. Só pensamos em nos libertar, matar e/ou morrer. Se destruímos fora e não conseguimos libertação, fortalecemos nosso assassino interior.

Ele buscará mais e mais destruição. Com isto, destruímos quaisquer possibilidades internas de criar alternativas de vida, matando-nos progressivamente.

Estas possibilidades de assassinato e suicídio podem ocorrer física, emocional e espiritualmente falando. Este é o estado de espírito dos assassinos e suicidas.

Os lugares externos com muita energia do reino dos infernos são, por exemplo, as penitenciárias, os asilos, manicômios e hospitais, as pessoas que lá se encontram (fora os profissionais e voluntários), estão confinadas, entre paredes sólidas, sem escolha.
Ao descrevermos um Reino estamos nos referindo a um grupo de experiências que desencadeiam um acúmulo energético em nós se as repetimos continuamente. Este acúmulo, de fato, pode ser percebido num lugar específico do nosso corpo.

A raiva é sentida geralmente no corpo todo, mas há lugares específicos onde o acúmulo acontece. Uma das razões para praticarmos ioga é reconhecer estes acúmulos de tensões e dissolvê-los preventivamente. E comum ouvir o ditado popular: “Estou com o fígado envenenado de tanta raiva”.

Doenças graves como os tumores malignos são resultado de um crescimento acelerado de células assassinas destruindo nosso sistema imunológico. Assim como as doenças auto-imunes são resultado de uma incapacidade súbita do sistema imunológico de reconhecer suas próprias células, rejeitando-as, destruindo-as.

Podemos fazer uma analogia destes processos físicos com os processos emocionais do inferno quente, como sendo ódio contra o Outro, e do inferno frio, ódio contra si mesmo.

— Uma avalancha de descobertas na última década nos forneceu urna imagem mais clara do que nunca de como o cérebro regula as emoções. Há muito foi admitido que os centros emocionais estavam situados nas profundezas do cérebro, em uma série de estruturas que circundam o lado inferior do córtex, chamadas de sistema límbico((límbico, do latim orla).

Dados neurológicos mais recentes indicam que, embora o impulso emocional tenha origem nos centros límbicos, a maneira como expressamos nossas emoções é regulada por estruturas cuja evolução é mais nova, situadas no córtex pré-frontal logo atrás da testa.

E, além disso, cada lado do córtex pré-frontal parece lidar com um conjunto diferente de reações emocionais, com as emoções mais angustiantes — aquelas que podem nos fazer recuar, digamos, com medo ou repulsa — reguladas pelo lado direito, e sentimentos mais positivos, como a felicidade, pelo esquerdo.

Essas descobertas da neurociência oferecem um pano de fundo para o entendimento da dinâmica da nossa vida emocional. As emoções que sentimos e a maneira como lidamos com elas são governadas por esse e outros circuitos cerebrais extensos e interligados.

Psicologicamente falando, os estados psicóticos são alucinações do Reino dos Infernos. As reações psicopáticas de domínio, humilhação e destruição do Outro (do qual a pessoa se sente dependentemente necessitada) são reações perturbadas do inferno quente.

Segundo a psicologia tibetana, o que realmente suporta este ódio é um tipo de orgulho, com muita indignação e a tendência em níveis paranóicos a supervalorizar a importância da pessoa ou situação perturbadora. A dissociação entre o amor/ódio seria o resultado e a causa desta dissociação, seu veneno é o orgulho do apego.

Já as reações esquizofrênicas de distanciamento, auto- suficiência e megalomania são reações perturbadas do inferno frio. Segundo a psicologia tibetana, o que realmente suporta este ódio é um outro tipo de orgulho, com auto comiseração, pena de si mesmo e a tendência a diminuir a importância da pessoa ou situação perturbadora.

A negação do conflito amor/ódio seria o resultado e a causa desta negação, o seu veneno, o orgulho da aversão.

O bom deste Reino é que ele é tão intenso que temos muita energia para sair dele. O problema com os outros Reinos é que liberamos um pequeno bit de energia, que seria a força necessária para sair dele. Assim, neste sentido, o Reino dos Infernos pode não ser tão ruim, por que há a chance nele de sair dele por impulsão.

Em algumas pinturas da Roda da Vida, veremos uma abertura dos Reinos dos Infernos em direção à metade branca do círculo interior, a qual, de acordo com os ensinamentos tradicionais, é por onde podemos alcançar o patamar da iluminação.

Com exceção da subida da montanha no Reino dos Humanos, não achamos nenhuma abertura comparável à ascensão para a Iluminação nos outros Reinos.

Costuma-se ouvir que, quanto pior a experiência, mais perto chegamos da salvação. Quando é muito intensa, nos conscientizamos que é preciso mudar, que algo precisa ser feito e que temos de achar recursos para fazê-lo. Em todos os outros Reinos  as coisas são mais leves, assim nossa resposta pode não ser tão séria.

Os problemas podem até não ser tão sérios, mas a vivência deles no Reino dos Infernos é descrita como um estado de espírito muito feio. E o importante é perceber que está tudo dentro da gente, na nossa mente obscurecida. Que as torturas do inferno são auto fabricadas e auto-infladas” Gioia H.

O segundo demônio comum que iremos encontrar é muito mais doloroso que o desejo. Enquanto o desejo e a mente ávida têm um grande poder de sedução, seu oposto, a energia da raiva e da aversão, é algo bastante desagradável.

Em certos momentos e por curto espaço de tempo, é possível encontrar nela algum prazer. Mas, mo nesses momentos, ela fecha o nosso coração. A raiva tem um lado tenso e corrosivo do qual não conseguimos escapar.

Enquanto oposto da carência, a raiva é força que afasta, condena, julga ou odeia algumas experiências da nossa vida.

O demônio da raiva e da aversão tem muitas faces e disfarces; ele pode ser encontrado formas tais como o medo, o tédio, punição, a má vontade, o julgamento e a censura.

Assim como o desejo, a raiva é uma força extremamente poderosa. Com a maior facilidade deixamo-nos aprisionar por ela ou, então, sentimos tanto medo dela que, mil maneiras inconscientes, manifestamos a sua capacidade de destruição.

Uma triste verdade é que pouquíssimos de nós aprendemos a lidar com a raiva de um modo direto. Sua força pode crescer, passando da simples contrariedade ao medo profundo, ao ódio e à fúria.

Ela pode ser experimentada em relação a alguém ou algo que esteja presente, junto a nós, agora, ou que esteja distante no tempo ou no espaço. Às vezes sentimos profunda raiva por fatos passados que há muito se concluíram e a respeito dos quais nada podemos fazer.

Também é possível que fiquemos furiosos com alguma coisa que não aconteceu, mas que apenas imaginamos que talvez a acontecer. Quando sua presença é forte na nossa mente, a raiva matiza toda a nossa experiência de vida.

Quando nosso mau humor independe de quem entra na sala ou do lugar aonde precisamos ir, então, algo está errado conosco. A raiva pode uma fonte de imenso sofrimento, tanto na nossa mente quanto no nosso relacionamento com os outros, e no mundo em geral.

Nome à Raiva
Tudo isso pode ser compreendido quando começamos a dar nome aos aspectos raiva, à medida que ela aflora. Podemos sentir, por experiência própria, como o medo, o julgamento e o tédio são formas de aversão.

Examinando-os, vemos que são baseados na nossa aversão a algum aspecto de uma experiência.  Dar um nome às formas da raiva oferece-nos uma oportunidade de encontrar a liberdade em meio a essas formas.

De início, chame-a com suavidade dizendo “raiva, raiva” ou “ódio, ódio”, enquanto esse estado persistir. Ao dar nome a ele, observe quanto tempo esse estado permanece, em que se transforma e como volta a aflorar.

Chame a raiva pelo nome e observe como você a sente. Em que lugar do corpo você a percebe? Seu corpo se enrijece ou se enternece com a raiva? Você nota diferentes tipos de raiva? Quando a raiva surge, qual é a sua temperatura, o seu efeito sobre a respiração, o seu grau de dor?

Como ela afeta a mente? Sua mente fica menor, mais rígida, mais contida? Você sente tensão ou contração? Ouça as vozes que acompanham a raiva.

O que elas dizem? “Tenho medo disso.”“Odeio isso.”“Não quero experimentar aquilo.” Será que temos condições de dar nome ao demônio e tornar o nosso coração suficientemente grande para permitir que tanto a raiva quanto o sujeito da raiva nos mostrem a sua dança?

Assim descrito numa página impressa, o processo de dar nome a uma experiência e senti-la com uma atenção equilibrada pode parecer bastante fácil — mas, é claro que nem sempre é assim.

Em um retiro que dirigi na Califórnia há muitos anos, havia alguns terapeutas treinados na tradição do “grito primal”.* Sua metodologia envolvia um processo de liberação e catarse: gritar e liberar os sentimentos.

Depois de meditar por alguns dias, esses terapeutas disseram: “Esta prática não está funcionando”. Perguntei-lhes por que e me responderam: “Ela está represando nossa energia e raiva interiores.

Precisamos de um lugar para liberá-las. Poderíamos usar a sala de meditação, numa certa hora do dia, para gritar e liberar? Caso contrário, sé as mantivermos represadas, elas se tornarão tóxicas”.

Nossa sugestão foi que eles recomeçassem, dessem nome àquela energia interior e simplesmente tomassem consciência dela isso não iria matá-los! Já que tinham vindo ao retiro para aprender algo novo, nós lhes pedimos que continuassem a meditar para ver o que poderia acontecer.

Eles assim o fizeram. Depois de alguns dias, afirmaram: “Surpreendente!” Perguntei-lhes: “O que é surpreendente?” Responderam-me: “Depois de tratá-la pelo nome por algum tempo, ela mudou”.

Raiva, medo, desejo — podemos estudar o processo de todas essas forças. Elas emergem dentro de certas condições e, quando estão presentes, de algum modo afetam o corpo e a mente. Se não nos deixarmos aprisionar por elas podemos observá-las como se fossem uma tempestade e ver que, depois de estarem presentes por algum tempo, elas passam, como a própria tempestade.

Quando prestamos atenção à raiva, também podemos sentir suas origens. Existem dois estados difíceis que precedem o aparecimento da raiva; as raízes da raiva quase sempre estão em um deles.

Deixamo-nos dominar pela raiva quando somos feridos e sofremos, ou, então, quando sentimos medo. Preste atenção à sua vida e veja se isso é verdade. A próxima vez que a raiva e a irritação surgirem dentro de você, observe se sentiu medo ou dor um instante antes de elas aflorarem.

Se você, em primeiro lugar, prestar atenção ao medo e à dor, será que a raiva chegará a aparecer?

A raiva mostra-se exatamente no local onde estamos paralisados, no local onde se fixam os nossos limites, no local onde nos apegamos aos nossos medos e às nossas crenças.

A aversão é semelhante a um sinal de alerta; ela acende uma luz vermelha e avisa: “Apegado, apegado!” A força da nossa raiva revela a intensidade do nosso apego. Contudo, sabemos que esse apego é opcional. Podemos manter um relacionamento mais sábio.

Nossa raiva, condicionada pelo ponto de vista do momento, não é permanente; é um sentimento que associou as sensações e os pensamentos que aparecem e desaparecem. Não é necessário que nos liguemos a ela nem que sejamos por ela conduzidos.

Em geral, a raiva baseia-se na limitação das nossas idéias sobre o que deveria acontecer. Pensamos saber como Deus deveria ter criado o mundo, como alguém nos deveria ter tratado, qual é exatamente o nosso dever.

Mas, na verdade, o que sabemos? Será que estamos em contato assim tão íntimo com o plano divino a ponto de conhecer as mágoas e dificuldades, a beleza e os milagres que nos são concedidos?

Em vez de envolver-nos com o modo segundo o qual desejaríamos que a história fosse escrita, podemos começar a enfrentar e compreender as forças que fazem a raiva aflorar.

Assim como ocorre com o desejo, assim também temos a possibilidade de estudar a raiva e de aprender a usá-la de maneira adequada. Teria ela algum valor? Teria ela valor como proteção ou fonte de energia?

Seria ela necessária para alcançarmos a força, para estabelecermos limites ou para crescermos? Existem outras fontes, além da raiva, para a força que buscamos?

Muitos de nós fomos condicionados a odiar a nossa própria raiva. Quando tentamos observá-la, encontramos a tendência a julgá-la e a reprimi-la, a nos livrar dela, pois ela é “má” e dolorosa, é vergonhosa e “não espiritual”.

Precisamos ser muito cuidadosos ao abrir a mente e o coração à nossa prática, deixando-nos sentir a nós mesmos plenamente, ainda que isso signifique atingir o poço mais profundo da mágoa, do medo, da culpa, do julgamento, da solidão, da tristeza e da raiva dentro de nós. Essas forças movem a nossa vida e precisamos senti-las para poder chegar a um acordo com elas.

A meditação não é um processo de livrar-se de alguma coisa; é um processo de abertura e de compreensão.

Quando trabalhamos com ela na meditação, a raiva pode tomar-se bastante forte. De início, talvez sintamos apenas um pouco de raiva; mas, naqueles que aprenderam a reprimi-la e a mantê-la oculta, a raiva se transformará em fúria.

Toda a raiva que foi conservada no corpo se mostrará sob a forma de tensão e calor nos braços, nas costas ou no pescoço. Todas as palavras que foram engolidas poderão vir à tona, fazendo tomar plena consciência de imagens poderosas, de fúrias vulcânicas e censuras abusivas.

É possível que esse processo de abertura dure muitos dias, semanas ou meses. Esses sentimentos são excelentes – necessários, mas é importante ter em mente como lidar com eles.

Quando os demônios tiram a máscara, você talvez sinta que está enlouquecendo ou fazendo algo errado, mas, na verdade, você finalmente começou a enfrentar as forças que o impediam de viver de um modo amoroso plenamente consciente.

Enfrentamos essas forças repetidas vezes. Talvez precisemos trabalhar com a raiva um milhar de vezes na nossa prática, antes de chegarmos a uni modo de vida equilibrado e atento. Isso é natural.

O veneno a ser identificado em nós é o veneno do ódio, da reprovação e da ilusão de que, através da culpa e da punição, encontraremos a salvação eterna.

Este texto é resultado de uma pesquisa é uma compilação inspirada em vários autores:
Heloisa  Gioia , Dalai Lama e outros...

Pesquisado por Dharmadhannya
Este texto está livre para divulgação desde que seja citada a fonte:


Repassando à Chama  Violeta da Purificação e da Liberação
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