O poder da respiração
A medicina egípcia via na respiração a função vital mais importante do organismo e o ar era considerado indispensável à preservação da vida. Segundo um texto do Papiro de Ebers, o ar penetra pelas narinas e alcança o pulmão e o coração, de onde é distribuído a todo o corpo pelos vasos sanguíneos. No mesmo papiro, em outra passagem, há referência ao sopro da vida e ao sopro da morte.
Na medicina hebraica, a importância da respiração para a manutenção da vida é ressaltada no Livro dos Salmos: “Se lhes tira a respiração, morrem, e voltam para o seu pó”.
Para a escola
hipocrática, o calor corporal é inerente à vida e para a conservação do calor é
necessária a respiração, que introduz no corpo o pneuma, elemento
vital contido no ar. A respiração leva o pneuma até os pulmões
e, destes, ao ventrículo esquerdo, de onde é transportado pelas artérias a
todas as partes do organismo. Na doutrina hindu, a respiração é a verdadeira
força vital, a qual os indianos chamam prana.
Na história bíblica da Criação, Deus
soprou seu hálito divino no torrão de barro que formou e deu a Adão uma alma
viva. Essa imagem nos mostra de forma muito bela o poder da respiração. Por
meio dela estamos eternamente ligados a algo que transcende a Criação, que está
além da forma. É nisso que reside sua grande importância. O ar que respiramos
nos une num todo, quer queiramos quer não.
– Anatomia do sistema
respiratório, de Giulio Casserio (1552-1616)
Emoção e respiração
O pulmão é o nosso grande órgão de
contato. Possui uma superfície interna de cerca de setenta metros quadrados, ao
passo que a superfície da pele, nosso segundo órgão de contato, mede apenas
dois metros e meio quadrados.
Uma respiração fisiológica deve
satisfazer quatro requisitos: ser tranquila, relaxada, sutil e equivalente.
Existe uma relação estreita entre respiração, tônus muscular e a vida
afetivo-emocional, entre grau de tensão muscular e experiência emocional.