Aton -Amanheces
formoso no horizonte celeste,
Aton é visto como o criador das estações na estrofe seguinte.
Tu,
vivente Aton, princípio da vida!
Quando
surgiste no horizonte do oriente
Inundaste toda a terra com tua beleza. [...]
Ó Deus
único, nenhum outro se te iguala!
Tu
próprio criaste o mundo de acordo com tua vontade,
Enquanto
ainda estavas só.
Tu és belo, grande, refulgente, elevado (lit.
alto) acima de todas as terras.
Teus raios cingem as terras até o limite de
tudo o que tu criaste. Em tua qualidade de Sol, tu atinges (lit. trazes) os
seus confins e os submetes ao filho amado por ti (lit. de ti).
(Embora)
estejas longe, teus raios chegam à (lit. estão sobre a) terra e acariciam (?)
todas as faces (dos humanos).
1. Es de formosa aparência no horizonte do
céu, Ó Aton vivo, tu que foste o primeiro a viver. Quando te levantas no
horizonte oriental, Preenches todos os reinos com tua beleza.
5. És formoso, grande, deslumbrante,
elevado sobre toda a terra;
Teus raios rodeiam as terras até o último limite de tudo
que já criaste.
És Ra, e alcanças até aquele limite
E tudo sujeitas [a] teu bem-amado filho;
Embora estejas distante, teus raios estão sobre a terra;
10. Estás nos rostos de todos, contudo teus
movimentos são desconhecidos?).
Quando te pões no horizonte ocidental, A terra em
escuridão assemelha-se à morte.
Os homens dormem em suas alcovas com a cabeça coberta, Um
olho não contempla o outro.
15. Fossem roubados todos os seus bens que
lhes estão sob a cabeça, Disso nem se dariam conta.
Os leões deixaram todos a sua cova, Todas as cobras
picam.
Prevalece a escuridão, e a terra está silente,
20. Pois ele que tudo criou repousa em seu
horizonte.
Na alvorada, quando te ergues no horizonte, Fulguras como
Aton de dia,
Dispersas a escuridão
E derramas teus raios.
25. Os dois Reinos estão com disposição
festiva, Despertos, e todos estão de pé,
Pois tu os acordaste;
Lavam seus corpos e vestem (suas) roupas;
Seus braços estão (erguidos) em adoração ao teu
aparecimento;
30. A terra inteira executa seu trabalho.
Os animais estão satisfeitos nos pastos;
Árvores e plantas florescem.
Os pássaros que voam de seus ninhos têm as asas (abertas)
em adoração alma;
Os animais saltitam todos;
35. As aves que voam e pousam
Rejubilam-se quando tu te levantas [para] elas. Barcos
navegam igualmente rio acima e abaixo,
Pois todas as rotas se abrem quando apareces.
Os peixes nos rios saltam à tua presença,
40. Pois teus
raios estão no meio do mar.
Tu, criador da prole que nasce da mulher, que fazes o
sêmen E que susténs o filho no ventre da mãe,
Que o reconforta e faz cessar suas lágrimas,
Que o alimentas no próprio ventre, que dás o alento que sustém
tudo que crias!
45. Quando ele emerge do ventre para respirar no dia de
seu nascimento, Abres completamente sua boca e provês suas necessidades.
Quando pia dentro da casca do ovo o pintainho,
Tu lhe dás o alento que o sustém.
Deste-lhe o tempo certo para quebrar o ovo,
50. Para que do ovo emerja piando no tempo certo;
E que possa andar por si quando do ovo emergir.
Quão diverso é
tudo aquilo que obraste, oculto ao olho humano!
Ó deus único, outro não há como tu!
Sozinho criaste a terra de acordo com tua vontade:
55. Humanidade, gado e rebanhos,
Tudo na terra que anda com (seus) pés,
E o que está nas alturas, que voa com suas asas.
Os reinos estrangeiros de Hurru e da Núbia, o reino do
Egito
Colocas cada homem em seu lugar e provês às suas
necessidades;
60. Cada qual tem seu alimento, e a duração de sua vida é delimitada.
Seus idiomas são de fala diversa, assim como sua
natureza;
Suas peles são diferentes, pois tu diversificas os povos.
Fazes o Nilo nascer de sob o solo,
E o fazes subir à terra em teu desejo de cuidar dos seres
humano.
65. Os seres
humanos que os fazes para ti,
És o Senhor de todos eles, os quais te fazem fatigar,
Senhor de todos os reinos, que por eles te levantas,
És o Aton do dia, grande é tua majestade.
E para todos os distantes reinos estrangeiros, tu lhes
dás a vida,
70. Pois colocaste
um Nilo no céu,
Para que ele possa descer para eles,
Para que possa nas montanhas fazer ondas como o mar,
Para regar seus campos entre as cidades.
Como são excelentes teus planos, ó senhor da eternidade!
75. 0 Nilo do céu é para os povos
estrangeiros,
Para os rebanhos de todos os reinos estrangeiros que
andam com (seus) pés, Enquanto o (verdadeiro) Nilo nasce de sob o solo para o
Egito.
Teus raios nutrem todos os campos;
Quando te levantas, eles vivem e vicejam por ti.
80. Fazes as estações sustentarem tudo que
criaste:
O inverno para refrescá-los; o calor para que eles(?)
possam sentir-te.
Fizeste o distante céu para nele levantar-te,
Para ver tudo que fizeste.
Sendo único e alto no céu na tua forma de Aton vivo,
85. Quer visível, brilhando, distante ou próximo,
Crias milhões de formas a partir de ti somente:
Cidades, vilas, campos, estradas e rios. ...
Não há outro que te conheça,
95. Salvo teu filho Akhenaton,
Pois fizeste-o proficiente em teus planos e em teu poder.
Tua mão fez nascer a terra,
Da mesma forma como criaste os homens.
Quando te levantas, eles vivem;
100. Quando te pões, eles morrem.
Pois és a própria duração da existência; só através de ti
se vive;
Os olhos contemplam (tua) beleza até que. te ponhas.
Toda labuta é deixada de lado quando te pões no oeste;
Quando [tu] te levantas [tu] ofereces ... fanfarra para o
rei.
105. Bem como para todos os que se ativam
sobre os pés,
Desde que formaste a terra,
Desperta-os para o teu filho que nasceu de ti, 0 Rei do
Alto e do Baixo Egito, Akhenaton.
Nota:
*Nome pelo qual Amenófis IV é, geralmente,
designado na História. (N.T.)
Introdução e tradução do original inglês de R. J.
Williams, in D. Win- ton Thomas (org.), Documents from Old Testament Times
(Londres: Tho- mas Nelson, 1958)
A primeira estrofe exalta o esplendor de Aton no Egito, conforme ele se levanta no céu. Ra, o deus-sol de Heliópolis, é identificado com Aton no verso 7. ... As duas estrofes seguintes descrevem os terrores da escuridão, quando Aton está ausente do céu, em contraste com as alegrias que o dia produz, quando Aton volta para derramar seus raios benéficos sobre a terra. ... A quarta estrofe fala dos poderes vivificantes de Aton no mundo da natureza. ... A quinta e sexta estrofes louvam Aton como o criador do universo. ... Na sétima estrofe Aton é saudado como um deus universal que cria e sustém a todos. ... A oitava estrofe fala da preocupação de Aton por reinos estrangeiros. ...
pesquisado no livro: O Conhecimento Sagrado De Todas As Eras - de Mircea Eliade Editora Mercuryo
Postado por Dharmadhannya
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