terça-feira, 29 de outubro de 2024

Aton - Amanheces formoso no horizonte celeste.

 





Aton -Amanheces formoso no horizonte celeste,

Aton é visto como o criador das estações na estrofe seguinte.

Tu, vivente Aton, princípio da vida!

Quando surgiste no horizonte do oriente

Inundaste toda a terra com tua beleza. [...]

Ó Deus único, nenhum outro se te iguala!

Tu próprio criaste o mundo de acordo com tua vontade,

Enquanto ainda estavas só.

 “(Quando) te levantas, belo, no horizonte do céu, ó Aton vivo, aquele que deu início à vida, (quando) brilhas no horizonte oriental, tu enches todas as terras com a tua perfeição.

 Tu és belo, grande, refulgente, elevado (lit. alto) acima de todas as terras.

 Teus raios cingem as terras até o limite de tudo o que tu criaste. Em tua qualidade de Sol, tu atinges (lit. trazes) os seus confins e os submetes ao filho amado por ti (lit. de ti).

(Embora) estejas longe, teus raios chegam à (lit. estão sobre a) terra e acariciam (?) todas as faces (dos humanos).

1.           Es de formosa aparência no horizonte do céu, Ó Aton vivo, tu que foste o primeiro a viver. Quando te levantas no horizonte oriental, Preenches todos os reinos com tua beleza.

5.       És formoso, grande, deslumbrante, elevado sobre toda a terra;

Teus raios rodeiam as terras até o último limite de tudo que já criaste.

És Ra, e alcanças até aquele limite



E tudo sujeitas [a] teu bem-amado filho;

Embora estejas distante, teus raios estão sobre a terra;

10.       Estás nos rostos de todos, contudo teus movimentos são desconhecidos?).

Quando te pões no horizonte ocidental, A terra em escuridão assemelha-se à morte.

Os homens dormem em suas alcovas com a cabeça coberta, Um olho não contempla o outro.

15.       Fossem roubados todos os seus bens que lhes estão sob a cabeça, Disso nem se dariam conta.

Os leões deixaram todos a sua cova, Todas as cobras picam.

Prevalece a escuridão, e a terra está silente,

20.      Pois ele que tudo criou repousa em seu horizonte.

Na alvorada, quando te ergues no horizonte, Fulguras como Aton de dia,

Dispersas a escuridão

E derramas teus raios.

25.        Os dois Reinos estão com disposição festiva, Despertos, e todos estão de pé,

Pois tu os acordaste;

Lavam seus corpos e vestem (suas) roupas;

Seus braços estão (erguidos) em adoração ao teu aparecimento;

30.       A terra inteira executa seu trabalho.

Os animais estão satisfeitos nos pastos;

Árvores e plantas florescem.

Os pássaros que voam de seus ninhos têm as asas (abertas) em adoração alma;

Os animais saltitam todos;

35.       As aves que voam e pousam

Rejubilam-se quando tu te levantas [para] elas. Barcos navegam igualmente rio acima e abaixo,

Pois todas as rotas se abrem quando apareces.

Caixa de Texto: Os peixes nos rios saltam à tua presença,

 40. Pois teus raios estão no meio do mar.

Tu, criador da prole que nasce da mulher, que fazes o sêmen E que susténs o filho no ventre da mãe,

Que o reconforta e faz cessar suas lágrimas,

Que o alimentas no próprio ventre, que dás o alento que sustém tudo que crias!

45. Quando ele emerge do ventre para respirar no dia de seu nascimento, Abres completamente sua boca e provês suas necessidades.

Quando pia dentro da casca do ovo o pintainho,

Tu lhe dás o alento que o sustém.

Deste-lhe o tempo certo para quebrar o ovo,

50. Para que do ovo emerja piando no tempo certo;

E que possa andar por si quando do ovo emergir.

 Quão diverso é tudo aquilo que obraste, oculto ao olho humano!

Ó deus único, outro não há como tu!

Sozinho criaste a terra de acordo com tua vontade:

55.      Humanidade, gado e rebanhos,

Tudo na terra que anda com (seus) pés,

E o que está nas alturas, que voa com suas asas.

Os reinos estrangeiros de Hurru e da Núbia, o reino do Egito

Colocas cada homem em seu lugar e provês às suas necessidades;



60.     Cada qual tem seu alimento, e a duração de sua vida é delimitada.

Seus idiomas são de fala diversa, assim como sua natureza;

Suas peles são diferentes, pois tu diversificas os povos.

Fazes o Nilo nascer de sob o solo,

E o fazes subir à terra em teu desejo de cuidar dos seres humano.

 65. Os seres humanos que os fazes para ti,

És o Senhor de todos eles, os quais te fazem fatigar,

Senhor de todos os reinos, que por eles te levantas,

És o Aton do dia, grande é tua majestade.

E para todos os distantes reinos estrangeiros, tu lhes dás a vida,

 70. Pois colocaste um Nilo no céu,

Para que ele possa descer para eles,

Para que possa nas montanhas fazer ondas como o mar,

Para regar seus campos entre as cidades.

Como são excelentes teus planos, ó senhor da eternidade!

75.   0 Nilo do céu é para os povos estrangeiros,

Para os rebanhos de todos os reinos estrangeiros que andam com (seus) pés, Enquanto o (verdadeiro) Nilo nasce de sob o solo para o Egito.


Teus raios nutrem todos os campos;

Quando te levantas, eles vivem e vicejam por ti.

80.     Fazes as estações sustentarem tudo que criaste:

O inverno para refrescá-los; o calor para que eles(?) possam sentir-te.

Fizeste o distante céu para nele levantar-te,

Para ver tudo que fizeste.

Sendo único e alto no céu na tua forma de Aton vivo,

85. Quer visível, brilhando, distante ou próximo,

Crias milhões de formas a partir de ti somente:

Cidades, vilas, campos, estradas e rios. ...

Não há outro que te conheça,

95. Salvo teu filho Akhenaton,

Pois fizeste-o proficiente em teus planos e em teu poder.

Tua mão fez nascer a terra,

Da mesma forma como criaste os homens.

Quando te levantas, eles vivem;

100.     Quando te pões, eles morrem.

Pois és a própria duração da existência; só através de ti se vive;

Os olhos contemplam (tua) beleza até que. te ponhas.

Toda labuta é deixada de lado quando te pões no oeste;

Quando [tu] te levantas [tu] ofereces ... fanfarra para o rei.

105.    Bem como para todos os que se ativam sobre os pés,

Desde que formaste a terra,

Desperta-os para o teu filho que nasceu de ti, 0 Rei do Alto e do Baixo Egito, Akhenaton.

Nota:

*Nome pelo qual Amenófis IV é, geralmente, designado na História. (N.T.)

Introdução e tradução do original inglês de R. J. Williams, in D. Win- ton Thomas (org.), Documents from Old Testament Times (Londres: Tho- mas Nelson, 1958)

A primeira estrofe exalta o esplendor de Aton no Egito, conforme ele se levanta no céu. Ra, o deus-sol de Heliópolis, é identificado com Aton no verso 7. ... As duas estrofes seguintes descrevem os terrores da escuridão, quando Aton está ausen­te do céu, em contraste com as alegrias que o dia produz, quando Aton volta para derramar seus raios benéficos sobre a terra. ... A quarta estrofe fala dos po­deres vivificantes de Aton no mundo da natureza. ... A quinta e sexta estrofes louvam Aton como o criador do universo. ... Na sétima estrofe Aton é saudado como um deus universal que cria e sustém a todos. ... A oitava estrofe fala da preocupação de Aton por reinos estrangeiros. ... 

pesquisado no livro: O Conhecimento Sagrado  De  Todas  As Eras - de Mircea Eliade Editora Mercuryo

Postado por Dharmadhannya



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