quarta-feira, 13 de abril de 2022

Feng Shui- Intuitivo

 



                                             Feng Shui Intuitivo

A ALGUNS ANOS dei uma palestra em uma livraria e reparei muito uma mulher que estava no fundo da sala semioculta por uma prateleira de livros. Seus olhos escuros brilhavam atrás dos óculos de tamanho exagerado e a expressão no rosto redondo revelava timidez. Enquanto ouvia, enrolava uma madeixa que escapara do coque bem-feito.

No Final da palestra, ela se esgueirou para a frente da sala e disse discretamente: “Eu realmente quero fazer feng shui na minha casa, mas não tenho como pagar um profissional.”

 Eu tinha alguns minutos livres, de modo que eu disse: “Vamos nos sentar por um momento. Talvez eu possa ajudá-la.”

Comecei fazendo perguntas sobre os objeti­vos dela e o que sonhava em fazer na vida. Ela pareceu surpresa e per­guntou: “O que tem isso a ver com o feng shui?”

 Expliquei a ela que não é possível separar as casas das pessoas que vivem nelas. Disse que antes de fazer quaisquer mudanças ela precisa ter certeza do que que­ria na vida para que as mudanças efetuadas amparassem seus sonhos.

Ela começou a chorar, dizendo: “Eu não sei o que quero.” Eu dis­se a ela que, mesmo quando não sabemos conscientemente o que queremos, bem no fundo da mente subconsciente possuímos esse conhecimento.

Sugeri que fizéssemos juntas um exercício rápido. Pedi a ela que fechasse os olhos, imaginasse que estava muito feliz e depois me contasse o que estava vendo.

Alguns instantes depois, ela disse que estava se vendo em um relacionamento amoroso, segurando uma criança nos braços. Ela explicou que nunca tivera um relacionamento, por ser muito tímida e não acreditar que isso fosse possível. Eu pedi a ela que pusesse essa idéia de lado por um momento para que pudés­semos prosseguir com o exercício.


A seguir eu disse: “Imagine que você está entrando na sua casa e sentindo essa mesma emoção de amor e satisfação. Sustente na mente essa imagem e pense no que você pode modificar na sua casa para poder se sentir dessa maneira.”

 Fiquei quieta e segurei a mão dela enquanto ela fazia essa parte do exercício. Alguns minutos depois, ela abriu os olhos e perguntou espantada:

 “Pode ser de fato assim tão fácil?” Seu rosto brilhava e garanti a ela que às vezes pode realmente ser assim. Eu a ani­mei a ir para casa e fazer as mudanças que vira na meditação. Despedi- me então dela e fui pegar meu avião.

Um ano depois, havia esquecido esse breve encontro quando abri uma carta que continha a foto de um casal de aparência muito feliz. Fiquei encantada ao reconhecer a moça.

 Ela dizia na carta que nunca poderia ter imaginado, nem mesmo nos seus sonhos mais extravagan­tes, que uma dia poderia vir a ter um parceiro tão maravilhoso.

 Ela prosseguiu descrevendo as mudanças que havia feito em casa, acres­centando que pouco depois de realizá-las tinha conhecido o homem que hoje era seu marido.

Nem todo mundo poderá pagar pelos serviços de um profissional de feng shui (ou ter acesso a eles). No entanto, você pode usar o poder da sua intuição para descobrir as mudanças que precisa efetuar na sua casa. Este texto lhe mostrará como fazer isso.


Seus antepassados sabiam como viver em harmonia com a terra. Eles intuitivamente encontravam o melhor lugar para construir suas casas, assim como sentiam instintivamente qual o melhor lugar para a porta da frente.

 Embora talvez tenhamos perdido conscientemente essa habilidade instintiva, você pode voltar a despertá-la em si.

Um filhote de pássaro que acaba de sair do ovo se abaixará rapida­mente se um gavião voar por cima dele, mas permanecerá totalmente despreocupado se um pombo voar nas proximidades.

Trata-se de uma reação instintiva. Você também possui habilidades instintivas e pode usar esses instintos para arrumar sua casa de um modo benéfico para você e para todos que nela vivem.

Esta capacidade resulta das nossas memórias ancestrais e relembra as experiências de gerações dos seus antepassados que viviam perto da terra. Ela faz parte do seu legado.

Ao analisar os padrões de energia na sua casa, em vez de desmembrá-los em pequenas partes, você verá como eles estão entre­laçados em uma rede intrincada de padrão e ritmo. Desse modo você começará a formar uma idéia clara de como é a “energia essencial” da sua casa.

A “energia essencial” da sua casa é como o tema de uma música. E um motivo que se repete e reaparece continuamente. Embora cada vez que seja ouvido ele possa ser levemente diferente, haverá caracte­rísticas facilmente reconhecíveis que conferem unidade artística à música como um todo.

A energia essencial da sua casa capta a essên­cia dela. Quando você se liga a essa essência energética, se sente mais “em casa” quando está nela. Sempre que você se liga à verdadeira essência de alguma coisa, aprofunda sua conexão com ela. Você encontrará a seguir um exercício simples que poderá ajudá-la a enten­der e se ligar à energia essencial da sua casa.

Feche os olhos e relaxe. Imagine que é tarde da noite e você está cami­nhando pelo seu bairro. As luzes estão apagadas e as pessoas dormindo. Ao parar diante de cada casa, você usa sua visão interior para olhar atra­vés das paredes.

 Dentro de cada casa você consegue perceber um brilho luminoso. Você está sentindo a “energia essencial” ou essência funda­mental dessa casa. A energia essencial de cada habitação pode ter um as­pecto diferente;

 uma pode parecer uma luz azul, outra pode ser um sím­bolo radiante como uma estrela, uma terceira pode ser uma luz dourada ondeante.

 Ao se aproximar da sua casa, imagine-se diante dela observan­do que no interior das paredes existe uma luz luminescente, a energia essencial dela.

Visualize agora um filamento de energia divina de luz rosa, amarelo e branco (ou escolha a cor que você se identificar, ou um arco-íris) emanando de você e se dirigindo para a essência da sua casa. Isso aprofunda sua conexão com a casa e ajuda a torná-la um lugar mais acolhedor para você.

Comunicando-se com seus objetos

Os métodos intuitivos podem parecer no início estranhos e até mes­mo extravagantes. No entanto, quando você comprar uma coisa para sua casa porque ela intuitivamente “parece” certa, quase sempre ela lhe trará mais alegria do que qualquer coisa que você tenha decidido logicamente como o melhor para a sua casa.

Susan entabulou uma “conversa” com uma velha cadeira de balanço que estava pensando em comprar em uma loja de artigos de segunda mão. A cadeira “disse” a ela que fora feliz durante muitos anos em uma grande família.

 Susan viu a imagem de uma criança puxando a cadeira para debaixo de um salgueiro no jardim em dia quente de verão. Ela disse que essas associações com a cadeira fizeram com que tomasse a decisão de comprá-la.

Ao chegar em casa com a nova aquisição, Susan perguntou à cadeira onde gostaria de ser colo­cada. A cadeira “escolheu” um canto ensolarado perto de uma janela voltada para o sul. Por mais excêntrico e impulsivo que este método possa parecer,

Susan afirmou que usar a intuição com relação à mobí­lia e aos objetos da sua casa traz para esta uma energia especial que não estava presente quando ela confiava exclusivamente na sua mente lógi­ca para fazer as compras domésticas.


Se a impressão for boa, o feng shui é bom

O feng shui pode ser muito complexo. Pode surgir confusão quando diferentes escolas de feng shui divergem umas das outras. No entanto, existe um método empírico simples que você pode usar quando esti­ver na dúvida: “Se a impressão for boa, o feng shui é bom.”

Esta regra é fácil de ser aplicada em qualquer lugar. Se você entrar em uma loja e se sentir bem, é bastante provável que ela tenha um feng shui bom.

Se você entrar em um restaurante e não se sentir bem, você frequentemente descobrirá que ele tem um mau feng shui.

 A dificul­dade que temos ao tentar ter acesso ao feng shui da nossa casa é que estamos tão acostumados a viver nela que com frequência não perce­bemos se ela nos transmite uma sensação boa ou má.

Uma das manei­ras de superar esse obstáculo é entrar em um cômodo e fechar os olhos. Permaneça assim alguns momentos para acalmar seus pensa­mentos e a seguir observe como você se sente.

Ao fazer isso na casa toda, você geralmente será capaz de dizer quais os aposentos que têm bom feng shui e os que precisam ser trabalhados.

Em última análise, o feng shui deve estar relacionado com viver em harmonia com o ambiente em vez de aderir a regras rígidas.

Nenhuma “Polícia” Feng Shui irá bater na sua porta no meio da noite se você não tiver flautas de bambu penduradas nas vigas. Algumas regras de feng shui muito apropriadas à cultura chinesa não funcionam tão bem nos lares ocidentais sem um pouco de tradução prática.



 O crisântemo pode simbolizar uma coisa em determi­nada parte do mundo e outra completamente diferente em outro lugar.

 E sempre importante avaliar se uma regra ou símbolo faz ou não sentido no seu caso. Sua casa precisa transmitir uma boa sensação a você, porque é você quem vai morar nela.

Procurando o bem na sua casa

E muito fácil sermos críticos com relação à nossa casa. Frequentemente olhamos para ela e enxergamos, acima de tudo, o que está erra­do.

 Por causa dessa tendência, descobri que é muito útil avaliar as casas a partir da perspectiva de Madre Teresa. Quando penso nela entrando em uma casa, imagino que ela o faria com muito amor no coração, independentemente da bagunça existente ou de quantas coi­sas precisassem de reparos ou atenção.

Estou certa de que ela encon­traria o bem nas pessoas que morassem na casa e seria capaz de fazer recomendações de solidariedade e estímulo.

 Se você tem a tendência de ser muito dura consigo mesma, usar essa imagem pode ajudá-la a se aproximar da sua casa de um jeito amoroso e destituído de críticas.

A maneira mais poderosa de nos relacionarmos com outros seres humanos é sempre procurar o melhor. Ao fazermos isso, eles geral­mente satisfazem nossas expectativas, agindo da melhor forma possí­vel. Os lares não são diferentes.

 Quando você começar a olhar para sua casa procurando enxergar o que existe realmente de especial nela, você será capaz de fazer as mudanças necessárias com uma disposição completamente diferente daquela que você teria se começasse em busca de defeitos.

Cada casa, assim como cada pessoa, possui qualidades especiais. Quanto mais você enfatizar os aspectos positivos do seu lar, mais posi­tivo ele se tornará.


Observe como a janela da cozinha recebe a luz da tarde de um jeito especial ou talvez haja uma árvore magnífica cres­cendo do lado de fora do seu quarto. O carvalho dourado do corrimão da escada pode iluminar um corredor que sem ele seria sombrio.

Quando você presta atenção ao que há de melhor na sua casa, você começa a perceber que essas mesmas qualidades se manifestam na sua vida.

Uma possível armadilha no feng shui é nos determos no que está errado com uma construção ao invés de observarmos o que está dan­do certo no local.

 Posso dar como exemplo uma experiência que tive há muitos anos quando era jovem e decidi fazer terapia. Escolhi uma terapeuta com magníficas referências, mas durante nossas sessões geralmente focalizávamos o que estava errado comigo.

Embora os comentários dela a meu respeito provavelmente estivessem certos, comecei a me sentir cada vez pior com relação a mim mesma, de modo que decidi procurar outro profissional.

 A segunda terapeuta não era tão conhecida, mas desde o momento em que estive no seu con­sultório ela enxergou o que havia de bom em mim. Ela salientou meu potencial e muitas qualidades que eu não havia considerado.

Essa maravilhosa terapeuta também percebeu que algumas áreas precisavam de atenção, mas me disse que se trabalhássemos juntas poderíamos facilmente superar esses problemas.

Foi o que fizemos, e comecei a ficar curada e a crescer em um ritmo exponencial. Ela enxergava o que havia de bom em mim. Ela acreditava em mim. Quando reconhecemos o bem em alguma coisa, ele floresce. Este fato é especialmente verdadeiro a respeito da nossa casa.

Alguns sistemas de feng shui apresentam a tendência de se con­centrar na casa e não nas pessoas. Não é possível separar a habitação das pessoas que nela vivem. O bem que vemos em um se refletirá no outro.

 A melhora em uma casa cria um modelo para o desenvolvimen­to da pessoa, e vice-versa. Quando você encontra o bem na sua casa, você está criando as condições corretas para que as pessoas que vivem nela descubram o bem em si mesmas.

Postado por Dharmadhannya

 


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