sábado, 5 de junho de 2021

Aprenda idiomas - Gratis - 0 JOGO DA DUOLINGO

 


Aprenda idiomas - 0 JOGO DA DUOLINGO

Plataforma gratuita de ensino de idiomas atrai alunos com gamificação, possui 30 milhões de usuários no Brasil e acelera atuação no País.

 Beto SILVA

MONETIZAÇÃO Criado em 2011 em Pittsburgh, nos Estados Unidos, o Duolingo oferece gratuitamente ensino de 40 idiomas, desde os mais falados do mundo até idiomas fictícios, como o Alto Valiriano, de Game of Thrones, e o Klingon, de Star Trek. A receita da companhia, na casa dos US$ 200 milhões em 2020, vem de duas principais fontes: 85% das assinaturas do Duolingo Plus, versão sem propagandas e um ensino mais fluído, e 15% de publicidade que empresas que fazem anúncios programáticos no app e da co­brança do teste de proficiência, no valor de US$ 49. Desde que foi lançada, a plataforma já recebeu US$ 183 milhões em aportes, entre eles do Google e do ator Ashton Kutcher. O valuation está na casa dos US$ 2,4 bilhões. Um sucesso que atrai investidores e alunos. De Bill Gates a Alexandre Ribeiro.

Bill Gates e Alexandre Ribeiro. O primeiro você deve co­nhecer. Bilionário, 65 anos, quarto homem mais rico do mundo, com fortuna avaliada em US$ 126,3 bilhões, fun­dador da Microsoft, uma das cinco maiores empresas de tecnologia do planeta.

 O segundo provavelmente você não conhe­ce, mas vai conhecê-lo agora. Estudante de 22 anos, nascido na favela da Torre, em Diadema, cidade da região metropolitana de São Paulo. O que duas pessoas de realidades tão díspares podem ter em comum? Por que os dois estão juntos, como protagonistas, no início de uma reportagem sobre tecnologia?

Vamos às respostas. Ambos utilizam o Duolingo, plataforma gratuita de aprendizado de idiomas mais popular e o app educacional mais baixado do mundo. Sã o 500 milhões de usuários globais, entre eles Bill Gates, que faz aulas de francês. 

Desses, 30 milhões no Brasil, entre os quais Alexandre Ribeiro, que aprende inglês e alemão. O fato de um magnata, fã dos musicais da Broadway de Rodgers e Hammerstein, e um jovem aman­te do hip hop, que se autointitula “moleque de favela”, usarem a mesma ferramenta para aprender outras línguas ilustra bem a pro­posta democrática e social do Duolingo, que tem a missão de “tomar a educação gratui­ta, divertida e acessível a todos”.

“Aprender idioma traz sensações boas, de conquista”, disse à DINHEIRO Analigia Martins, diretora de marketing da empresa no Brasil. “Temos um papel mais importan­te do que as escolas tradicionais, que é aju­dar todas as pessoas.” A executiva comanda a operação no País, segundo maior mercado da Duolingo, que abriu seu escritório por aqui dez meses. A relação de Bill Gates com a plataforma é interessante. Ele já disse se sentir “muito estúpido” por não falar outros idiomas. E deixou intocada parte de seus bilhões de dólares para se cadastrar gratui­tamente no Duolingo.

Mas a história do Alexandre Ribeiro com o aplicativo é mais fascinante. Quando foi trabalhar como jovem aprendiz em um ho­tel na região da Rua Oscar Freire, área nobre de São Paulo, teve contato com outras cul­turas. C omeçou um curso de inglês em que gastava quase todo seu salário. Não conseguiu continuar. Foi então que conheceu o Duo­lingo. Começou a usá-lo por dois motivos. Primeiro porque possibilitou que estudasse gratuitamente todos os dias. Segundo porque é muito competitivo e a plataforma estimu­la isso com seu método de gamificação.

Ao completar as aulas (curtas, de cinco minutos em média) e exercícios baseados em situações cotidianas como ir ao aero­porto ou fazer compras no mercado, o usu­ário ganha vidas, pontos de experiência, há divisões ranqueadas para competir com outros estudantes e até conquistas a serem desbloqueadas. A corujinha Duo (mascote do Duolingo) também aparece na dinâmica para orientar e dar dicas para obter melhordesempenho. Inteligência artificial auxilia a calibrar o nível de aprendizado em que está cada usuário.

O que começou por necessidade e brincadeira virou coisa séria para Alexandre. O estudante conseguiu dominar o inglês e resolveu fazer trabalho voluntário em Hamburgo, na Alemanha. No país europeu, candidatou-se a uma bolsa de estudos para a universida­de Bard College Berlin. O Duolingo abriu outra porta para Alexan­dre.

 Fez o teste de proficiência em inglês na plataforma, o Duolingo English Test. Passou, ganhou a bolsa e agora estuda alemão no app. “Ferramentas gratuitas como o Duolingo podem ser de grande ajuda, tendo paciência e sendo constante nos estudos”, afirmou.

Para atrair mais Alexandres’ no Brasil, o Duolingo impulsiona conteúdos nas redes sociais e até muda algumas nome de abas na plataforma. O brasileiro, que gosta de gramática, não clicava tanto no botão Dicas, onde estão as regras dos idiomas. A nomenclatura virou Explicação e aumentou em 40% o engajamento nessa aba.

Revista  IstoÉ dinheiro 

Beto Silva


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