domingo, 29 de novembro de 2020

Obesidade Infantil

   



Obesidade Infantil


A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a obesidade como “um acúmulo anormal ou excessivo de gordura e que apresenta risco à saúde”. Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da obesidade infantil como, por exemplo:
  • genéticos: mutação em receptores (melanocortina 4 e leptina) e síndromes (ex.: Prader-Willi);
  • ambientais: alterações emocionais, depressão, estresse crônico que levam à desregulação do apetite e ao ganho de peso;
  • metabólicos: hipotireoidismo, deficiência do hormônio do crescimento, pseudo-hipoparatireoidismo, bem como o excesso glicocorticoides;
  • alimentares: aumento do consumo de alimentos calóricos e com alto índice glicêmico (lanches, doces, fast-foods, refrigerantes e sucos de frutas adicionados de açúcares);
  • sedentarismo: diminuição da prática regular de exercícios físicos.                
  • Pevalência

O sobrepeso é a condição cronica mais comum na infância de acordo com dados publicados na revista Childhood Obesity (2018). Informações recentes da OMS indicam que mais de 41 milhões de crianças com menos de 5 anos estavam com sobrepeso ou obesas em 2016 no mundo. Além disso, o número de crianças e adolescentes obesos em idade escolar aumentou cerca de 10 vezes nos últimos 40 anos (subiu de 11 milhões para 124 milhões em 2016).
Cabe destacar que a chance de uma criança obesa tornar-se um adulto obeso é de 69% a 83% (dependendo da idade), segundo Relly (2003). Ou seja, crianças obesas se tornarão adultos obesos e carregarão todos os problemas de saúde relacionados a este problema.

                                                E no Brasil?

No Brasil, o cenário da obesidade infantil não é diferente. Embora nas últimas duas décadas o governo brasileiro tenha adotado políticas públicas para promover a alimentação saudável no combate à obesidade infantil, os índices ainda são altos. Além disso, a obesidade é a terceira condição mais dispendiosa do mundo e, no Brasil, os custos atribuídos às patologias relacionadas à obesidade alcançam bilhões de reais por ano (cerca de 2,4% do Produto Interno Bruto- PIB).

Huang (2011) discorre que dados como esses são alarmantes, vista crianças e adolescentes serem mais vulneráveis ​​aos efeitos cardiometabólicos deletérios associados à obesidade, como diabetes mellitus tipo II, dislipidemias e hipertensão arterial. 

                                           Como evitar?

A prevenção da obesidade infantil deve englobar mudanças nos hábitos das crianças, assim como a conscientização dos familiares e da escola. Todos estes fatores desempenham um papel fundamental para ajudar as crianças a alcançarem e manterem um peso saudável para sua idade, segundo CDC (EUA).
Diversos estudos recentes tem demonstrado a influência da microbiota intestinal na composição corporal (BOUTAGY et al., 2016; TUOMI et al., 2016; NICOLUCCI et al., 2017). Logo, uma dieta rica em fibras pode auxiliar na modulação da microbiota intestinal e, consequentemente, alterar uma serie de parâmetros ligados à obesidade, conforme Nicolucci (2017).

Consulte sempre seu médico ou nutricionista antes de iniciar qualquer tratamento ou suplementação.

Obesidade infantil

 “Existem diversas causas que levam ao sobrepeso infantil, como maus hábitos alimentares, sedentarismo, influências de familiares e colegas de escola, além de alimentos industrializados que são de fácil preparo e os fast foods”, alerta a nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Carolina da Cruz Marques.

Conforme a profissional, a obesidade infantil é causada pela combinação de fatores genéticos, má alimentação e sedentarismo.

Também doenças hormonais e uso de medicamentos com corticoide podem aumentar o peso da criança. “Para reverter essa condição, é importante o incentivo dos pais que também devem ter uma alimentação saudável.


São os exemplos que as crianças geralmente seguem, por isso precisam deixar de lado os alimentos industrializados e consumir mais alimentos naturais, com menos sal, gordura e açúcares”, aconselha.

 Outros hábitos que podem ser influenciados pelos pais são as atividades físicas. O ideal é que se evite passar muitas horas na frente da TV e computador, optando por brincadeiras que gastem calorias, como pular corda, pega-pega, entre outras.

A nutricionista explica ainda que as crianças têm o paladar diferente dos adultos, tendo normalmente preferência por doces.

No entanto, alguns estudos mostram que o paladar é formado de acordo com o hábito alimentar da família, da região em que vivem e condições financeiras. “Não é tarefa fácil introduzir novos alimentos na dieta habitual, porém com insistência e criatividade é possível.

 Não precisa proibir os doces, mas fazer com que a criança entenda que deve ser consumido moderadamente e numa dieta equilibrada”.

A obesidade tem cura, mas precisa ser tratada. “Alguns casos mais radicais, se não tratados na infância com dieta e exercício físico, poderá na fase adulta ser necessário procedimentos cirúrgicos em que se diminui o tamanho do estômago para perder peso”, adverte.



Obesidade Infantil x Bullying

A obesidade infantil pode estar associada a distúrbios psicológicos, como a ansiedade, depressão, estresse, situações de traumas significativos, entre outros.

 “Quando a criança apresenta obesidade, situações de discriminação podem ocorrer, fazendo com que se sintam cobradas por elas mesmas ou pelos pais, afetando sua maneira de se relacionar e sociabilizar.

 Esse possível isolamento pode ser uma via para que a criança projete suas angústias ainda mais na alimentação incorreta, gerando dificuldades com o peso e contribuindo para o surgimento de patologias no âmbito emocional”, explica a psicóloga do Grupo São Cristóvão Saúde, Aline Melo.

A especialista ressalta que os pais precisam ter sensibilidade para perceber alterações emocionais na criança acima do peso, que podem ser consequência de bullying.

 “Os principais sinais são tristeza, evitar frequentar locais em que passa por essa situação, auto cobrança, auto depreciação, entre outros sintomas. Ao identificá-los, os pais e a escola precisam trabalhar juntos no fortalecimento dessa criança para enfrentar o problema, bem como orientar os outros alunos sobre respeitar as diferenças”.

 Também a criança que provoca o bullying pode estar fragilizada de certa maneira e um acolhimento emocional pode ser necessário.

Portanto, para tratar a obesidade infantil, além de acompanhamento médico e nutricional, é necessário cuidar da mente.

 “Devemos tentar compreender se há algum transtorno emocional presente na vida dessa criança e contribuindo para a obesidade, o que pode ser feito por meio da psicoterapia, do auto conhecimento e das reflexões geradas”, finaliza a psicóloga.

Comer fora de hora desregula hormônios e pode causa obesidade 

Quem está de olho na balança precisa ficar atento, não só à escolha dos alimentos, mas também aos horários das refeições. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, comer fora de hora não faz nada bem à saúde. Além de aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, a confusão do relógio biológico altera o metabolismo, prejudica a absorção de nutrientes e pode causar até obesidade.

Postado por Dharmadhannya

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