Quem está na terceira idade pode
beber?
Alcoolismo em idosos
Revista Ana Maria.
Segundo um estudo realizado pela Universidade
de São Paulo (USP) em 2010, 8% dos idosos enfrentam problemas com o alcoolismo.
Segundo dados da Unifesp, são 10% dos
idosos e esse número é parecido em todas as faixas etárias (18 a 25 anos; 26 a
45; 45 a 60; e mais de 60).
Esses números são bem alarmantes,
pois, no Brasil, o número de pessoas
com problemas com álcool não diminui e isso vai na contramão da maioria dos países
em que o alcoolismo diminui com a progressão da idade
Idosos podem ingerir bebidas
alcoólicas, mas deve-se ter cuidado ainda maior com os excessos. Falando do
lado bom, auxilia na socialização, que melhora a saúde mental.
0 álcool em pequenas quantidades pode
ajudar a pessoa a viver mais. 0 vinho faz parte da dieta mediterrânea - baseada
em castanhas, peixes, azeite... - e que comprovadamente pela ciência vem se
mostrando como uma das mais saudáveis. Mas lógico que também há malefícios.
Primeiramente, porque o álcool pode
cortar o efeito de certos medicamentos que são de suma importância. A
combinação de remédios e álcool pode dar reação com consequências graves.
Além disso, por alterar os sentidos,
pode levar a acidentes. Lembre-se: quando se é jovem, a recuperação é mais
rápida. Imagine uma queda por conta da bebida?
Pode até ser fatal, levando-se em conta o tipo
do trauma e a recuperação difícil. Compara-se a queda de um idoso aos danos de
um acidente de carro para um jovem.
. Quanto às doenças, não pense apenas
que a cirrose é a vilã. Os efeitos do alcoolismo podem se manifestar sobre
diversos outros órgãos.
Hepatite alcoólica, a pancreatite, a
desnutrição de vitaminas do complexo B e suas consequências, a gastrite
alcoólica... Pode também afetar, a longo prazo, a região responsável pela
memória e elevar as chances da doença de Alzheimer.
Até mesmo uma cervejinha além da
conta pode ser ruim: o idoso tem menos água corpórea por natureza e a cerveja é
um grande diurético.
Ou seja, durante idas e vindas ao banheiro,
pode-se perder diversos nutrientes e até mesmo levar ao desmaio e à
desidratação. Nunca deixe de curtir a vida em todas as idades, mas prudência é
sempre importante, principalmente para o idoso.
O vinho, desde que em pequenas quantidades,
pode até auxiliar a pessoa a viver mais. Mas também pode cortar o efeito de
certos medicamentos que são de suma importância ou mesmo levar a acidentes.
Será que vale a pena?
DR. PAULO CAMIZ
Bebida alcóolica mata mais quem está na meia-idade
http://www.50emais.com.br/
O alcoolismo é um dos
problemas sérios do Brasil:
dezenas de milhares de pessoas morrem anualmente em
consequência do consumo de bebida alcóolica. De acordo com estudo citado neste
artigo de Isabela de Oliveira para o Portal Uai, 19 milhões de pessoas no país
são dependentes de álcool.
Muita gente não está ciente de que o alcoolismo é
responsável também por uma série de doenças, como a tuberculose, alguns tipos
de câncer – de boca, faringe, esôfago, mama e outros -, derrame ou Acidente
Vascular Cerebral, epilepsia, dentre várias outras.
Noites intermináveis de
festas regadas a drogas lícitas e ilícitas podem dar a impressão de que os
jovens são as maiores vítimas dos vícios.
Todos “uma ideia ruim”, segundo o
presidente dos EUA, Barack Obama. Em entrevista publicada no domingo na revista
The New Yorker, ele declarou que não acha que “fumar maconha seja mais perigoso
do que o álcool”. Dezenove estados americanos permitem o uso da maconha para
fins medicinais.
Com menos restrições comerciais, as bebidas alcoólicas matam
anualmente 79.465 pessoas nas Américas. No Brasil, as maiores vítimas são
adultos de 50 a 59 anos, segundo levantamento da Organização Pan-Americana da
Saúde (Opas) publicado no periódico Addiction.
Um total de 19 milhões
de brasileiros são dependentes do alcool
Para os especialistas,
a cultura machista e a ineficiência das políticas públicas fazem com que o país
ocupe o 5º lugar no ranking das nações americanas com mais óbitos causados pelo
álcool. O levantamento com dados de 16 países das américas do Norte, Central e
do Sul foi feito pelas brasileiras Vilma Gawryszewski e Maristela Monteiro.
Elas verificaram que, entre 2007 e 2009, o Brasil registrou mais de 22 mil
mortes diretamente relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas. Os homens
correspondem a 88,5% do total.
Jorge Jaber, presidente
da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad), acredita que taxas tão
elevadas entre os consumidores do sexo masculino é cultural. “Quando a mulher
bebe, vira alvo de críticas, preconceito e desvalorização sexual.
A sociedade,
principalmente os homens, parte do princípio de que elas serão mais fáceis de
serem conquistadas, no sentido sexual. O homem, ao contrário, é estimulado a
beber, leva-se isso na brincadeira”, reflete o especialista em dependência
química pela Universidade de Harvard (EUA) e membro da Associação Brasileira de
Psiquiatria.
Ainda que os homens
estejam na dianteira das estatísticas, o número de mulheres consumidoras de
bebidas cresce. Segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad),
feito pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas,
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 2012, elas representavam 39%
do total de pessoas que bebiam álcool pelo menos uma vez na semana, contra 29%
em 2006.
“A gente pode dizer que elas são grandes alvos das campanhas de
bebida, e a indústria do álcool enxerga hoje no público feminino um grande
nicho”, observa Ana Cecília Marques, psiquiatra e presidente da Associação
Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead).
Causas e efeitos do alcoolismo na
terceira idade
Luis Antônio
http://www.alcoolismo.com.br
Você já viu campanhas contra o
alcoolismo para jovens? Provavelmente, muitas. E com relação a uma campanha
para alertar os idosos sobre o perigo que o estrago representa para a sua
saúde? É quase certo que nenhuma.
Esta falsa premissa de que o álcool é
um tema preocupante apenas para a juventude e não para os idosos, pode estar
provocando uma epidemia silenciosa entre esse segmento da população.
Essa falta de atenção com o
alcoolismo na terceira idade está resultando em diagnósticos equivocados, que
podem ser origem de futuras e graves complicações.
Enquanto os meios de comunicação
alertam o povo acerca do consumo abusivo do álcool entre os jovens, a verdade é
que o próprio sistema não está preparado para detectar facilmente as pessoas
idosas que ingerem bebidas etílicas de forma exagerada.
CAUSAS
O consumo de álcool na terceira idade
está relacionado a transtornos físicos evidentes e com o agravamento do
problema será inevitável que se tomem medidas urgentes, enquanto ainda é tempo.
Esses idosos são mais reservados na hora de relatar seus excessos com esta
droga, além do que os médicos desconfiam menos dos idosos do que da gente
jovem.
Em consequência, esse controle para
os idosos é muito mais difícil. Fatores sócio demográficos e outros também
podem influir para que um idoso abuse do álcool: violências, abandono,
isolamento, depressão, outras doenças, dificuldades econômicas, etc.
As tabelas em uso para avaliar se uma
pessoa é alcoólatra ou não deveriam aplicar-se às pessoas idosas. Não é
razoável admitir que o metabolismo próprio do idoso não afeta a absorção do
álcool.
Na realidade nesta idade o organismo
se torna mais sensível a essa droga. Dessa maneira, quantidades equivalentes de
álcool provocam maiores efeitos físicos e psíquicos em idosos.
Geralmente os idosos não tem
problemas legais, sociais e profissionais que limitem ou impeçam o consumo de
bebidas alcoólicas, apesar de sofrerem danos muito mais sérios do que os
jovens.
De fato o Instituto Nacional do
Alcoolismo e Abuso do Álcool (NIAAA), norte americano, recomenda que não se
deve ingerir diariamente, mais de uma bebida alcoólica, a partir dos 60 anos.
Outro ponto importante para
diagnosticar corretamente esse tipo de pacientes é contextualizar seu consumo,
ou sua vida alcoólica, em outras palavras. Sendo um grande bebedor ou não,
disso dependerá que se descarte ou solidifique certas impressões do
especialista que estuda o paciente.
EFEITOS
O consumo de álcool por idosos se
relaciona geralmente com problemas físicos, psicológicos e mentais (memória,
aprendizado, etc). Também leva a uma maior tendência a ficar doente
(morbilidade), ter uma pior imagem de si mesmo (autoestima);
fazer mais visitas ao médico,
apresentar transtornos depressivos, ter menos satisfação com o(a) parceiro(a) e
menos relações sociais do que os abstêmios.
As supostas virtudes terapêuticas do
consumo moderado do álcool resumem-se em redução do risco de moléstias
coronárias, derrames e demência.
Todavia, segundo os autores, esses
efeitos dependem do perfil do consumidor que pode não ser bebedor, fazê-lo
moderada ou abusivamente, terreno ainda pouco estudado.
TRATAMENTO
Existem poucos estudos que avaliem a eficiência
dos diversos tratamentos para idosos alcoólatras. A terapia pode beneficiar e
ajudar a reduzir o abuso. Tomar consciência do problema, permitiria ajudar
muito a combater o vazio terapêutico existente no tratamento do alcoolismo
entre os idosos. Uma das recomendações é a de internação para desintoxicação em
pacientes com idade avançada. Outra alternativa são os grupos de apoio.
Neste contexto, a Igreja Batista
Carioca e Novo Rumo Obras Sociais colocam à disposição dos interessados um
projeto de grande relevância no tratamento do alcoolismo denominado “Celebrando
a Recuperação”.
PREVENÇÃO
O tema do uso do álcool por idosos,
deve ser redefinido com novos limites, novos critérios, diagnósticos mais
precisos e novos instrumentos de prevenção e acompanhamento. Neste contexto,
esperamos sensibilizar o Poder Legislativo a criar leis específicas para a
terceira idade, atualizando o Estatuto do Idoso, proibindo a venda e o consumo
de qualquer tipo de bebida alcoólica por maiores de 60 anos, a exemplo do que já
é feito para os menores de 18 anos.
5 coisas do alcoolismo
O alcoolismo não tem
idade para acontecer. Apesar do grande número de dependentes do álcool entre
adolescentes, jovens e adultos, vem crescendo o número de idosos com esta
doença. Segundo a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas
(Abead), o problema não costuma ser diagnosticado nesta faixa etária porque os
sintomas do alcoolismo são atribuídos a outras doenças crônicas ou ao próprio
envelhecimento.
Segundo a psicóloga
Aurea Tami Baraldi, da Clinica viva, a solidão, frustrações ao longo da
vida ou não compartilhar os problemas são possíveis causas que levam o idoso a
buscar o álcool. “Muitos são viúvos ou perderam pessoas queridas, então bebem
querendo preencher um vazio.
Não conseguem enxergar a bebida como um
problema e, sim, como uma solução”, diz. Outra possibilidade para o alcoolismo
na terceira idade, segundo ela, é a busca de novas amizades em bares.
Para Aurea, falta
informação sobre as consequências da bebida alcóolica. “As pessoas,
normalmente, não percebem que estão dependentes do álcool, acreditam que não
faz mal beber e não sabem das consequências que isso acarreta”.
A psicóloga afirma que
as famílias devem ficar atentas aos sinais de que o idoso anda bebendo em
excesso. “É preciso conversar com ele e ficar atento pois eles tendem a
esconder o problema. Se perceber que a pessoa está tendo problemas com o álcool
deve-se procurar uma ajuda especializada”, ressalta Aurea.
Álcool é o combustivel
da violência
1720Agressões ocorrem
três vezes mais em casas onde a bebida está presente; em 83% das ocorrências, é
o principal motivo.
Um problema de saúde
que também é caso de polícia. O alcoolismo, que na última semana foi apontado
pelo Ministério da Saúde como um dos principais responsáveis pelas mortes
decorrentes de doenças do aparelho circulatório aparece também associado a
histórias de violência.
Um estudo inédito da
Universidade Federal de São Paulo, realizado em 7.939 domicílios de 108 cidades
brasileiras, revela que houve violência em 35% das residências. Em 17,4% dos
casos, o abuso do álcool estava presente.
A maioria absoluta dos
agressores alcoolizados (90%) são homens, e 65% das vítimas, são mulheres. Um
quarto dos registros foi de violência física e 5%, de agressões com armas.
— O álcool é a droga
mais associada à violência. Favorece a violência, rebaixa a crítica e aumenta a
agressividade — diz a professora Ana Regina Noto, coordenadora do Centro
Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid).
Nos domicílios onde há
álcool, a violência tende a ser mais duradoura. As agressões que se perpetuam
por até cinco anos ocorrem três vezes mais nessas casas do que onde a bebida
não está presente. Entre as vítimas, 86,4% não procuram ajuda. Para Arilton
Martins Fonseca, autor do estudo, os principais motivos são a vergonha e o
medo.
– Quando o álcool está
presente, a violência é reincidente e o tempo de duração é gigante — diz
Fonseca.
Ele coletou os dados em
2005, mas o estudo foi apresentado à comunidade científica pela primeira vez em
julho deste ano, em um congresso sobre o alcoolismo em Washington, nos Estados
Unidos.
Outro trabalho da
Escola Paulista de Medicina, da pesquisadora Cláudia Tondowski, diz que, em
alguns casos de violência doméstica associada ao álcool, os casais permanecem
juntos por mais de 20 anos. Muitos entrevistados viam como única possibilidade
de rompimento a morte de um dos parceiros.
Uma parcela
significativa das mulheres vítimas de cônjuges alcoolizados conseguiu se
separar do parceiro agressor, mas estabeleceram novas relações com companheiros
violentos.
A pesquisadora analisou
o histórico familiar de 42 pessoas vítimas ou agentes de diferentes tipos de
ofensas relacionadas com o uso excessivo da bebida.
Ela estudou 790
familiares e percebeu que, para 83%, o álcool é a principal causa da agressão.
O estudo conclui que o abuso da droga pode ser compreendido como um padrão
familiar e que crianças aprendem a ser violentas com os pais. Adultas, acabam
repetindo as agressões.
Entre os homens
adultos, 11% bebem todos os dias
O alcoolismo é
considerado doença pela Organização Mundial da Saúde. A substância é
classificada como droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central. Seu
consumo, segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad),
provoca mudanças de comportamento e gera potencial risco de dependência.
Os dados oficiais sobre
o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil, de 2007, indicam que, entre os
homens adultos, 11% bebem todos os dias e 28% de uma a quatro vezes por semana.
No ano passado, o governo lançou a Política Nacional sobre o Álcool, focada no
tratamento de dependentes e no combate de álcool no trânsito. Outro foco é a
capacitação de profissionais para enfrentar o problema.
— Estamos capacitando
profissionais da rede pública para identificar essa situação antes de o usuário
se transformar em dependente — afirma a secretária adjunta da Senad, Paulina
Duarte, que completa: — Não há dúvida de que o álcool está associado à
violência, seja ela interpessoal doméstica ou violência no trânsito.
Fonte: Catarina
Alencastro / O Globo – RJ
http://www.alcoolismo.com.br
Postado por dharmadhannya
Nenhum comentário:
Postar um comentário