Doenças que os olhos
denunciam. É só ver!
Fique atenta, pois a
nossa vista acusa problemas sérios de saúde, como AVC, diabetes e até tumores
Patricia Gebara
Apesar de serem
conhecidos como as “janelas da alma”, os olhos podem mostrar muito mais do que
as nossas emoções. Câncer, problemas na tireoide e diabetes, por exemplo, têm
sintomas oftalmológicos e, por isso, é sempre bom prestar atenção a qualquer
coisa estranha na vista.
Em frente ao espelho, analise a região e, se
tiver algum dos sintomas citados nesta matéria, consulte um médico o quanto
antes.
Olhos saltados
Sintoma de quem sofre
de hipertireoidismo, que é quando a glândula tireoide produz mais hormônios do
que deveria. A doença deixa as pálpebras retraídas e, por isso, os olhos
parecem estar sempre arregalados.
O acúmulo de líquido
atrás do globo ocular também acaba empurrando-o para frente. Em alguns casos, a
doença pode até causar cegueira, mas se for tratada no início, o sintoma é
reversível.
Estrabismo
Se você,
repentinamente, ficar estrábica, corra para o médico. Pode ser sinal de AVC ou
de algum problema neurológico.
Dor atrás dos olhos
Pode ser uma simples
rinite alérgica, mas se o sintoma for persistente merece atenção, já que pode
ser algo mais grave, como um tumor no cérebro. Neste caso, os nódulos
acabam empurrando o nervo óptico e
causando a dor.
Pálpebra tremendo
Sintoma bem comum,
principalmente nos dias de hoje. O tremor involuntário das pálpebras é sinal de
estresse. Ele aparece porque liberamos hormônios ligados à fadiga que vão para
o sistema nervoso e estimulam as pálpebras, que passam a se contrair sozinhas.
A princípio, o sinal não indica nenhuma doença grave, mas é um alerta do corpo
para você desacelerar.
Olhos vermelhos
Ficar muito tempo em
frente ao computador e o tempo seco e muito poluído podem deixar os olhos
vermelhos. Entretanto, apesar de parecer comum, esse sintoma pode indicar
muitas doenças.
A hipertensão, por exemplo, causa a dilatação
da membrana externa dos olhos e, consequentemente, vermelhidão.
A leptospirose, doença infecciosa, também tem
como um dos sintomas os olhos vermelhos. Em alguns casos, o sinal também pode
indicar algumas doenças reumatologias, que provocam o chamado olho seco e,
consequentemente, irritação e
vermelhidão.
Pupilas dilatadas ou
contraídas
Normalmente, as pupilas
– “as bolinhas” de dentro das íris – dilatam em ambientes mais escuros e
contraem com a luz. Se elas tiverem algum comportamento anormal, podem indicar
aneurisma cerebral, tumor ou inchaço no cérebro. Então, observe-a com atenção de tempos em
tempos.
Inchaço
Olho inchado e caído
pode ser muito mais do que cansaço. A condição pode significar conjuntivite,
alergia, retenção de líquido e até sinal de hipotireoidismo, que é falta do
hormônio da tireoide no organismo. O acúmulo de líquido na região causa a
alteração e o incômodo. O inchaço também pode indicar problemas renais.
Olhos amarelados
A icterícia – aparência
amarelada de tecidos e secreções orgânicas – é causada pelo acúmulo de
bilirrubina, substância que indica problemas no fígado. Se você perceber que a
área branca dos seus olhos está com uma cor estranha, pode estar com doenças
como hepatite, cirrose e até câncer. Por isso, não vale a pena vacilar!
Visão turva
Pode ser sinal de que
você está muito tempo sem comer ou então que a taxa de glicemia no sangue está
alta. Neste último caso, indica diabetes. Quem tem a doença deve estar atento
aos olhos: ela pode causar retinopatia diabética, que machuca a retina e, em
alguns casos, leva à cegueira. A visão turva também pode indicar um AVC.
Não marque bobeira
❱❱ Exames regulares com
um oftalmologista são essenciais. Eles podem apontar problemas sérios de saúde
antes mesmo que os sintomas apareçam. O ideal é marcar uma consulta pelo menos
uma vez ao ano.
❱❱ Nada de automedicação!
Aquele colírio “inocente” pode causar danos irreparáveis nos seus olhos.
❱❱ Suspenda o uso de
lentes de contato caso sinta qualquer incômodo.
Fontes: Carla Soares, oftalmologista do h. Olhos - hospital de olhos
paulista; Lindalva Carvalho de Morais,
oftalmologista do banco de olhos de Sorocaba nas áreas de visão subnormal,
lentes de contato e refração, especializada em visão subnormal e com mba em gestão
em saúde pela Unifesp; Paulo Olzon,
clínico e infectologista da Unifesp; Thyarles Tomich Neiva, oftalmologista da
corpo oftalmologia. Revista Anamaria
* *
Glaucoma – a doença
silenciosa
O glaucoma é uma doença que pode levar à cegueira quando não devidamente
diagnosticada e tratada. A doença comumente atinge ambos os olhos e suas lesões
são irreversíveis. O glaucoma está geralmente ligado a alterações da pressão de
um líquido transparente chamado humor aquoso, que é produzido dentro do olho.
O humor aquoso nutre as estruturas internas e é escoado por microcanais
na região mais anterior dos olhos. Quando existe dificuldade no escoamento
deste líquido, a pressão ocular aumenta de forma progressiva, e se o olho não
suportar, há riscos de danos nas fibras nervosas.
A obstrução dos microcanais de
saída do humor aquoso pode se dar por uma variedade grande de doenças e por
isso existem vários tipos de glaucoma dependendo do fator causal.
O glaucoma mais frequente é chamado glaucoma de ângulo aberto que pode
ser herdado (hereditário), acometer pessoas acima de 40 anos, atingir mais
comumente pessoas de raça negra (4 vezes mais) entre outros fatores de risco
como miopia, uso de corticosteróides, diabetes, etc.
A pressão elevada atua na região mais fraca e suscetível do olho chamada
papila óptica onde o nervo óptico deixa o olho em direção ao cérebro (lobo
occipital).
O nervo óptico, que transporta as informações visuais, tem em média um
milhão de fibras nervosas. Estas fibras, quando sob alta pressão, alteram seu
fluxo interno e sua oxigenação, podendo levar à morte progressiva e em grandes
quantidades.
A perda da visão inicia-se nas regiões periféricas do campo visual e vai
se afunilando, até uma situação chamada visão tubular, estágio anterior à
cegueira.
O diagnóstico do glaucoma pode
prevenir esta situação. Porém, o paciente geralmente não percebe a doença, uma
vez que na maioria dos casos o desenvolvimento é tão lento que não chega a
ocasionar sintomas (sem dor, olhos vermelhos ou conscientização da perda da
visão).
É comum as pessoas procurarem o especialista em estágios muito avançados
da doença, e levando-se em conta a simplicidade do tratamento baseado em
colírios e eventualmente cirurgia, é de crucial importância a consulta
periódica com o médico Oftalmologista, para avaliar a sua saúde ocular e, se
necessário, na suspeita, realizar exames de última geração para elucidação
diagnóstica e tratamento preciso.
http://hob.med.br/glaucoma-a-doenca-silenciosa/
Nenhum comentário:
Postar um comentário