Fluxo do Pensamento -
Leis do Campo Mental
Nubor Orlando Facure
A Indução Mental
Indução, em termos eletrônicos, consiste na transmissão de uma energia eletromagnética entre dois corpos sem que haja contato entre eles. Este fenômeno ocorre por conjugação de ondas através de um fluxo de energia que é transmitido de um corpo a outro. No campo mental o processo é idêntico.
Existe uma corrente de ondas suscetíveis de reproduzir suas próprias características sobre uma outra corrente mental que passa a sintonizar com ela.
Expressando qualquer pensamento em que acreditamos, estamos induzindo os outros a pensarem como nós. A aceitação que os outros fazem de nossas ideias passa a ser questão de sintonia.
Por outro lado, ao sentirmos uma ideia, absorvemos e passamos a refletir todas as correntes mentais que se assemelham a essa ideia, comungando os mesmos propósitos.
Portanto, nossas ideias e convicções nos ligam compulsoriamente a todas as mentes que pensam como nós e, quanto maior nossa insistência em sustentar uma ideia ou uma opinião, mais nos fixamos às correntes mentais das pessoas que se sentem como nós e que esposam as mesmas opiniões.
Imagens Mentais
O espírito é a fonte geradora de todas as expressões da vida, e toda espécie de vida se orienta ou se modifica pelo impulso mental.
Sempre que pensamos, estamos expressando uma vontade correspondente ao campo íntimo das ideias, e as ideias, representando a expressão de energia mental, se corporificam pelo pensamento em ondas e corpúsculos, que se organizam conforme o teor e a intensidade da vibração mental e o propósito do pensamento emitido.
Portanto, na expressão de qualquer pensamento, o comprimento da onda emitida varia com a intensidade da concentração nos objetivos desejados e a natureza das ideias emitidas.
Com as ideias criamos em torno de nós um campo de vibrações mentais que identificam, pelo seu próprio conteúdo, as nossas mais íntimas condições psíquicas.
Nessa atmosfera idearia que nos cerca, os corpúsculos da matéria mental que compõem nossos pensamentos modelam "imagens" correspondentes às ideias que mentalmente projetamos.
Psiquicamente, na medida em que expressamos mentalmente uma vontade, um desejo, uma ideia, uma opinião, um objetivo qualquer,
passamos a ser carregadores ambulantes de vontades com formas, de desejos com moldes, de ideias vivas que as representam, de objetivos e opiniões que se exteriorizam com cenas que materializam em torno de nós os nossos pensamentos.
Nossa mente projeta fora de nós as formas, as figuras e os personagens de todos os nossos desejos, inclusive com todo o conteúdo dinâmico do cenário elaborado. Com essa constelação de adornos mentais atraímos ou repelimos as mentes que conosco assimilam ou desaprovam nosso modo de pensar.
Perturbações do Fluxo Mental
A criação da matéria mental se origina do estímulo ideário do Espírito, que é a fonte da energia vital para o cérebro. O Fluido Cósmico fornece o elemento para essas construções.
Os corpúsculos mentais, sob o impulso do Espírito são exteriorizados em movimentos de agitação constante, produzindo correntes de formas dilatórias que se expressam na aura da personalidade que os cria.
Nesses vórtices de energia em que cada individualidade se exprime em correntes de matéria mental, também se cria, pela corrente de átomos excitados, um fluxo energético com consequente resíduo eletromagnético, que se expressa na aura de cada um de nós.
A capacidade criativa da mente alimenta de forma permanente essa corrente em constante agitação.
O fluxo resultante do processo ideário pode apresentar perturbações semelhantes a defeitos da circulação da corrente elétrica comum a qualquer aparelho doméstico.
Assim, a ausência de uma corrente eletromagnética residual pode ser identificada no cérebro de pessoas profundamente ociosas. Os circuitos mentais podem permanecer bloqueados, impedindo a circulação do fluxo mental, em razão de ideias fixas ou obsessivas.
As lesões orgânicas cerebrais perturbam, naturalmente, as expressões do pensamento, já que o cérebro é o veículo para a manifestação física da mente.
O pensamento tem início
de forma embrionária em seres vivos que foram aprendendo a se concentrar com
determinado teor de persistência rumo a um certo objetivo, como o de se
apropriarem de um alimento.
Nessa longa caminhada,
o pensamento passou a ser o instrumento sutil da vontade do Espírito, que
exterioriza a matéria mental para atuar nas formações da matéria física,
obtendo por esse caminho as satisfações que deseja.
A matéria mental é
criação da energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de
partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do
Universo.
Elaborando pensamentos,
cada um de nós cria em torno de si um campo de vibrações impulsionado pela
vontade, que estabelece uma onda mental própria, capaz de nos caracterizar
individualmente.
Obedecendo às mesmas
leis da energia e partículas do mundo físico, as ondas e partículas da matéria
mental, em graus de excitações variados, se expressam em frequência e cores
particulares dependendo da intensidade e qualidade do pensamento emitido, ou
seja, da vibração mental emitida.
Considerando o terreno
das manifestações da física dos átomos, sabemos que o calor, a luz e os raios
gama, são expressões vibratórias de uma mesma energia.
A excitação, por
exemplo, dos átomos de uma barra de ferro por uma fonte de energia permite
produzirmos calor de uma extremidade à outra da barra de ferro.
A excitação dos
elétrons de um filamento metálico permitirá a transmissão da luz, e a agitação
dos núcleos atômicos de determinados materiais produzirá emissão de raios gama.
Tanto quanto na matéria
física, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento
e frequência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do
objetivo desejado.
Como a matéria é
expressão da energia em diferentes condições de vibração e velocidade, a
energia mental também se manifesta conforme as variações da corrente
ondulatória, em corpúsculos da matéria mental.
Aqui também se
identificam as mesmas leis que regulam a mecânica quântica na transmissão de
energia entre as partículas subatômicas.
Quando vibram os átomos
da matéria mental, correspondendo à formação de calor na matéria física,
geram-se ondas de comprimento longo que se estabelecem com o propósito de
manutenção de nossa individualidade ou de simples noção do Eu.
Essas ondas longas prestam-se, também, para
sustentar a integração da nossa unidade corporal, mantendo interligado o
universo de células que compõem o nosso corpo físico.
Quando ocorrem as
vibrações dos elétrons da matéria mental, irradiam-se luzes de tonalidades
diferentes conforme a energia atinja os elétrons da superfície ou das
proximidades do núcleo do átomo mental.
Esse tipo de agitação ondulatória
corresponde à emissão de pensamentos de intensidades variadas que vão, desde uma
atenção momentânea voltada rapidamente a um certo objetivo, até a uma reflexão
ou uma concentração profunda tentando resolver questões complexas.
Por fim, já vimos que a
excitação dos núcleos atômicos gera os raios gama e, no campo da mente, a
correspondente vibração dos núcleos dos átomos mentais gera ondas ultracurtas
emitidas com imenso poder de penetração de suas energias. Essas vibrações
resultam de expressões de sentimentos profundos, de cores cruciantes ou de
atitudes de concentração muito intensas.
As Leis do Campo Mental
Nossa atividade mental
através do discernimento e do raciocínio nos dá a prerrogativa de nós mesmos
escolhermos nossos objetivos.
Projetando nossas ideias,
produzimos os pensamentos, exteriorizando em torno de nós irradiações
eletromagnéticas com poder mais ou menos intenso, conforme o comprimento das
ondas mentalmente emitidas.
Essa corrente de
partículas mentais nascidas de emoções, desejos, opiniões e vontades, constrói
em torno de nós, cenas em forma de quadros vivos que são percebidos em flashes
ou imagens seriadas, ou cenas contínuas que nos colocam em sintonia com todas
as mentes que harmonizam com os pensamentos que exteriorizamos.
Já vimos, também, que
somos suscetíveis de induzir pensamentos-imagens nos outros, assim como
recebemos sugestões que se corporificam em formas vivificadas dentro de nossa
psicosfera.
A simples leitura de
uma página de jornal, uma conversação rotineira, a contemplação de um quadro,
uma visita a familiares, o interesse por um espetáculo artístico ou programa de
televisão, um simples conselho, são todos agentes de indução que nos compromete
psiquicamente com as mentes sintonizadas nos mesmos assuntos.
Pensar ou conversar
constantemente significa projetar nos outros e atrair para nós as mesmas
imagens que criamos, suportando em nós mesmos as consequências dessa influência
recíproca.
Persistir em ideias
fixas, em comportamentos obsessivos ou tensões emocionais deliberadamente
violentas, nos escraviza a um ambiente psiquicamente infeliz, com imagens que
nós forjamos e que nos mantêm num circuito de reflexos condicionais viciosos.
Construindo com o
conteúdo dos nossos pensamentos o campo mental que nos cerca, vivemos
psiquicamente dentro dele, obedecendo a leis fundamentais relacionadas com a
estruturação desse campo.
Por princípio, temos
que entender que o campo mental é resultado de emissão de ideias que nós
criamos, com nossa participação exclusiva e, portanto, com nossa total
responsabilidade. Esta é a primeira lei do Campo Mental.
A segunda lei é a da
assimilação, que estabelece que nós estamos ligados unicamente às mentes com
quem nós nos afeiçoamos.
Portanto, além da
sintonia, é necessário haver aceitação das ideias para que assimilemos as
interferências boas ou más que recebemos.
A lei da assimilação
significa também que uma ideia que nos incomoda, que nos martiriza ou nos
revolta, só persiste em nós pela aceitação que fazemos de seu conteúdo e pelas
ligações que mantemos com o seu emissor.
A terceira lei do campo
mental está relacionada com o estudo e o aprendizado que desenvolve em nós o
discernimento e o raciocínio. Ela estabelece que cada de um de nós só
assimilará ideias, sugestões ou informações inéditas ou inovadoras, se já
desenvolvemos a compreensão necessária ao avanço desses pontos de vista.
(Baseado na obra de
André Luiz, "Mecanismos da Mediunidade", psicografada por F. C.
Xavier e Valdo Vieira)
(Jornal Mundo Espírita
de Abril de 1998)
Pesquisado por Dharmadhannya
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se puder repasse...
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