O mundo das emanações divinas , a Unidade e a Luz
Jean Charon
’No original, éons. Éon, na filosofia dos gnósticos,
designa a emanação vinda do seio de Deus. Os éons são inteligências eternas que
presidem à formação do universo no qual voltarão a confundir-se. (N. do T.) [1]Ed. Stock.
Uma nova etapa foi franqueada há uma década, quando um
físico francês, Jean Charon, fez intervir o espírito numa descrição física do
universo.
Em seu livro O
mundo eterno das emanações divinas[2], ele escreve:
“Segundo Einstein, assim como Descartes, não há imagens do universo sem uma
substância universal. E esse universo se reduz a figuras em movimento.
Quanto à
substância, Aristóteles tinha descoberto o Éter; Descartes, a Extensão; e
Einstein descobre o espaço-tempo, além de tudo que o Ocidente, desde as
catedrais, a pintura e a música, tinha longamente prefigurado.
Não existe
tampouco, segundo ele, universo sem lei universal explicando este mundo
contínuo, incluído neste o probabilismo.”
A incerteza em nível microscópico, a incapacidade dos
físicos no sentido de descobrir a “pedra
fundamental” da matéria parecem pôr em discussão as teorias unitárias de
Einstein, que, ao contrário dos probabilistas, sempre desconfiou de nossos
sentidos e sempre aceitou somente o que o nosso espírito admite como lógico e
verossímil.
“Uma teoria”,
dizia ele, “pode ser verificada pela experiência, mas nenhum caminho leva da
experiência à elaboração de uma teoria.”
Com Jean Charon, descobrimos um outro caminho, que
tenta sair do impasse entre determinismo e probabilismo criando uma ponte entre
ambos.
Contrariamente
ao determinismo, que se apoia em nosso passado, o probabilismo teve origem nas
descobertas deste século. Desde o início dos anos 1900, descobria-se que o
elétron se deslocava em órbitas concêntricas à volta de um núcleo, e que
matéria e luz tinham ambas a curiosa propriedade de ser ora onda, ora
corpúsculo, isto é, ora contínuos, ora descontínuos.
Planck já tinha demonstrado que a absorção e a emissão
de luz pelos átomos fazem intervir uma constante de descontinuidade, a célebre
constante de Planck. Niels Bohr, em 1913, tinha explicado o mecanismo desses micro
movimentos e proposto seu modelo do átomo como sistema solar.
Introduzindo
nele a constante de Planck, desembocou na noção de “universo incerto”, no qual
os fenômenos não são observáveis, mas apenas exprimíveis no plano matemático,
excluindo a representação pela imagem. O probabilismo estava no auge.
Em 1924, Niels Bohr, Kramers e John Slater
introduziram o probabilismo na descrição científica, de onde nasceu o primeiro
conceito de onda de probabilidade.
Capra sustenta
que a matéria, no nível subatômico, não tem senão uma tendência a existir. Mais
tarde, Heisenberg acelera ainda a interpretação do probabilismo, afirmando que,
para saber se a matéria é onda ou corpúsculo, basta ver, enviando um feixe de
luz sobre o corpúsculo de matéria.
Após numerosas experiências, os físicos da época
acabaram por constatar que o elétron era inobservável, mesmo teoricamente. Não
se pode pois encarar senão uma probabilidade de encontrar tal partícula em tal
lugar, em tal instante. 201
Na primeira parte do livro que assina com Jean Charon[3], Christian de Bartillat
escreve: “Einstein tinha descoberto a simplicidade lógica do espaço-tempo,
mas, desconfiando de nossos sentidos, pregava a lógica da ciência.
Eis por que preconizara o determinismo, já que o
probabilismo se revelava incapaz de fazer progredir o conhecimento fundamental.
Esse modo de
ver nos parece tão mais válido, que a incerteza só pode mergulhar os homens no
pessimismo e na impossibilidade de crer. (...)
Só uma nova
ciência, uma representação harmoniosa de um universo que integre o homem no seu
pensamento, pode ser a matriz subjacente de uma mensagem essencial. Esta visão
nova seria, então, o cadinho da civilização de emanação divina da nova geração
que se prepara para o amanhã ou para o depois de amanhã.
É precisamente na ótica de realizar essa representação
harmoniosa do universo que Jean Charon, em 1976, elabora sua “teoria da
relatividade complexa”, acrescentando ao continuum espaço-tempo a
dimensão do imaginário.
Ele postula que
o espírito é o profundo “interior” de cada coisa e tenta reintegrar o espírito
na matéria, o dentro no fora.
Segundo ele[4],
a luz original seria a única realidade, o que parece confirmar Einstein, quando
ele prova que a velocidade da luz é o único limite.
Newton falava
de duas luzes: a luz fenomenal, física, material, visível, a de fora, e a luz
numênica, virtual, invisível, a de dentro.
Para Charon, são as emanações divinas que nos levam do
início ao fim do universo, da luz fenomenal à luz numênica: foi o verbo, a luz,
o espírito, que criou a matéria no início. Isso é, foi e será fora do tempo.
No início, houve o verbo, a luz que contém em si
fótons e antifótons, partículas impalpáveis mas cuja existência parece agora
certa. A teoria de Jean Charon é uma teoria física, que descobriu o espírito
numa física melhorada até o extremo do conhecimento da matéria.
Essa teoria é influenciada pelas pesquisas efetuadas
pelos defensores da Gnose de Princeton, os quais afirmam que Deus é vidente e
não cego, antiacaso, jogo consciente.
De fato, a natureza
não raciocina pelo absurdo. Jean Charon acrescentou, pois, à teoria da
relatividade de Einstein a dimensão do imaginário, admitindo o desdobramento de
cada uma das quatro dimensões—três de espaço e uma de tempo — em uma parte real
e uma parte imaginária, um universo de fora e um universo de dentro.
Para isso, ele foi levado a estabelecer um paralelo
entre o buraco negro e o elétron, que ele considera não como uma partícula de
matéria, mas como um microburaco negro situado no interior imaterial do homem,
e não no exterior material do universo.
Ao fim da vida de um sol, a massa da estrela se
encolhe e gira cada vez mais depressa; uma rotação que luta contra a atração da
gravidade.
Essa estrela
moribunda se toma primeiramente um pulsar, que continua a se reduzir de maneira
catastrófica. Embora seu raio não ultrapasse alguns quilômetros, ela possui
sempre uma massa comparável à do sol inicial.
O espaço em sua
vizinhança se curva cada vez mais. Quando a curvatura se toma excessivamente
forte, o espaço se fecha sobre si mesmo, isolando completamente a estrela
moribunda do mundo exterior.
A gravitação se
toma tão intensa no interior dessa espécie de bolsão no espaço, que nem mesmo a
luz pode escapar dela. Nesse buraco negro, supõe-se que o tempo se desenrola em
sentido inverso; agora o espaço se esgota e se desloca no tempo.
É um mundo ao
inverso que vai para o passado e onde o observador que envelhecesse veria tudo
rejuvenescer à sua volta. Finalmente, o buraco negro poderia então destacar-se
de nosso universo e tomar-se um novo universo em expansão, como nosso próprio
universo, que originalmente teria sido talvez um buraco negro também, destacado
de um universo precedente.
Isso vai ao
encontro de certas tradições míticas, que falam de outros universos, e de almas
provenientes de um outro ciclo de universo.
Como o buraco negro, o elétron fica invisível,
qualquer que
Seja o seu crescimento. Ele está aliás num tempo e num
espaço interiores invisíveis. Enquanto um próton batendo num nêutron
ricocheteia segundo as leis mecânicas, um elétron batendo num nêutron prossegue
seu caminho apenas com um leve desvio, devido à presença de cargas elétricas
neste último.
Tudo se passa
como se o choque fosse uma interação entre pontos materiais de dimensão quase
nula, e não entre objetos invisíveis. O elétron é pois uma espécie de
passa-muro, um fantasma que atravessasse a matéria.
Em nosso espaço
clássico, é um ponto sem forma nem dimensão. No interior do espaço-tempo, é uma
esfera em pulsação, com raio inferior a 1/10 do próton, mas cujo estado de
expansão é de aproximadamente dez vezes o de sua contração.
Sua densidade é
imensa, e sua temperatura, de mil bilhões de graus. O elétron é cheio de luz,
de uma irradiação eletromagnética constituída de gás de fótons e de neutrinos
de massa nula. É essa luz que, segundo Charon, vai ser portadora de todas as
virtualidades espirituais do elétron.
Com efeito, ele atribui ao elétron uma consciência, um
espírito cujas quatro propriedades essenciais de ação são o Conhecimento, o
Amor, a Reflexão e o Ato (essas quatro propriedades são as dos gases de fótons
no espaço-tempo interior dos elétrons).
Os fótons encerrados no elétron trocam informações com
o exterior, seja mudando seus impulsos de velocidade com fótons do mundo
exterior, seja mudando seu estado de spin. Sabemos que O spin é a
rotação do elétron sobre si mesmo, como um pião.
204
Os elétrons, assim transformados em emanações (éons)
cheios de memória, vão por conseguinte constituir o tecido do universo, dirigir
o vivo e levar o corpo do espírito do homem, carregado de emanações eternas.
Desde Descartes e Newton, a visão mecanicista do
universo nos levou por um caminho que nos conduziu ao impasse.
Como a física é a matriz de todas as atividades
humanas, não deixou de puxar outras disciplinas, como biologia e sociologia,
para conceitos...205 de onde o espírito estava totalmente ausente.
Graças ao
estudo dos buracos negros e das emanações, micro buracos negros eternos, Jean
Charon transporta o físico para uma psicofísica. A emanação, elétron
espiritual, se torna agente da espiritualidade no mundo, suporte de uma nova
mística na aurora de uma nova era. A diferença de seu ancestral dito primitivo,
o homem moderno rompeu contato com o universo ancestral e se separou assim da
evolução geral desse universo.
O ser humano é
então estranho e solitário, encarregado de se ocupar de seus caracteres
adquiridos, e não de uma crença emprestada de sua aliança ancestral com o
universo.
Nessa ótica, nem seu destino nem seu dever estão
inscritos em parte alguma; o destino se escreve à medida que se cumpre.
A evolução, no
entanto, não opõe matéria e psiquismo, existindo, porém, uma união progressiva
entre o ser humano e o cosmo, entre o ser humano e o universo.
Se se leva em
conta a antiquíssima filosofia chinesa do Tao[5],
“o que penetra o invisível e sua profundidade revela a essência do Tao - que significa caminho. É a vida interior que
o homem deve seguir para atingir a luz.
O Tao é um meio de unir os contrários, de reconciliar
o que é dividido, em um nível de consciência absoluto, representado simbolicamente
pela luz.
O Tao é uma
experiência interior na qual se apaga toda distinção entre sujeito e objeto, eu
e não-eu”. Assim, a célebre frase de Descartes “penso, logo existo” se toma “eu
não penso, logo existo”[6].
Através de sua física de vanguarda, Jean Charon,
baseado numa matéria que ele mesmo chama de “psicofísica”, aventa a ideia de
que nosso espírito, isto é, todos os nossos pensamentos conscientes e inconscientes,
está contido no interior de certas partículas de matéria.
A física de hoje coloca então o problema das relações
entre nossa matéria e nosso espírito. E a única “verdadeira” física será a que
conseguir um dia integrar o homem total em sua representação coerente do mundo.
As formas de
nosso pensamento são tão bem influenciadas pelo tempo quanto por todo o espaço
exterior. Todo ser vivo só tem apenas uma forma de consciência do universo que
o cerca.
Isso vai ao
encontro das grandes tradições míticas que dizem que o ser vê o universo que o
cerca através do véu de suas emoções.
Uma pessoa de tendência triste, e uma pessoa de
tendência alegre nunca verão o universo da mesma maneira. Portanto, nem uma nem
outra jamais verá o universo tal qual ele é. Teilhard de Chardin dizia que o
espírito é uma propriedade que pertence como bem particular aos constituintes
da matéria, prótons, nêutrons, elétrons.
Mas o espírito dessas partículas progride
continuamente no tempo através de sua experiência “vivida”. Somos pois
espírito. E isso confirma uma vez mais os ensinamentos das tradições
orientais, que afirmam que não somos um corpo com um espírito, mas um espírito
que tem temporariamente um corpo.
Em Morte, eis tua derrota, Jean Charon[7] explica que o elétron
invisível se comporta contudo como um pequeno ímã, capaz de desviar a agulha de
uma bússola. É então ao mesmo tempo invisível e perceptível. A partir daí,
estabelece um paralelo entre o elétron e o espírito: o espírito se manifesta,
já que pode se comunicar com o universo, raciocinar, exprimir sentimentos. Mas
permanece invisível. Elétron e espírito são ambos apenas indiretamente
acessíveis aos nossos órgãos dos sentidos.
O espírito e a matéria
Certos astrofísicos pretenderam que, ao aparecer em
nosso universo, um buraco negro em contração se poria em expansão, dando assim
origem a um novo universo com semelhança com o nosso, embora completamente
independente. Nosso universo seria originalmente um buraco negro?206
A matéria é feita de energia, e a energia não pode
morrer. Somos feitos de energia, logo não podemos morrer. Desde o homem de Neandertal,
a consciência do homem conheceu aperfeiçoamentos. Desde há alguns séculos,
porém, pode-se constatar uma aceleração cada vez mais importante do despertar
da consciência humana.
Quem pode saber, nessas condições, o que será o
despertar de consciência de um homem dos séculos XXVI ou XXVII?
Desde as origens, a ciência foi utilizada para
suportar ou refutar os sistemas de crença.
Cada geração
tentou utilizar a física para demonstrar ou negar a realidade do espírito. Os
achados da ciência estão cada vez mais em concordância com as crenças dos
místicos.
Muitos físicos
chegaram a crenças místicas pessoais. Assim, Arthur Edington escreveu ensaios
místicos, o que não o impediu de concluir que a nova física não fornecia
nenhuma possibilidade positiva para a crença religiosa: “Nós suspeitaríamos de
toda intenção de reduzir Deus a um sistema de equação diferencial.”
Será que
procurar a realidade última vem a ser olhar num charco, embora só se possa ver
nele o próprio reflexo? A essência do outro nunca é nada a não ser o próprio
eu?
Essas perguntas sem idade sobre a natureza do universo
levam às antigas escrituras védicas. Em O Céu de Indra, pode-se ler:
“Imagine uma rede de pérolas tão bem arranjadas que se você olhar numa delas
verá todas as outras nela refletidas. Do mesmo modo, cada objeto no mundo não é
unicamente ele, mas compreende todos os outros objetos e, de fato, qualquer
outro objeto.”
Os cientistas aliam cada vez mais a suas pesquisas uma
visão poética e espiritual, dando assim origem a teorias no mínimo
surpreendentes aos olhos dos cientistas “tradicionais”.
Qual é o poder
último de todas essas novas teorias provocadoras? Elas tornarão os cientistas
capazes de exprimir previsões exatas? Obviamente, alguns pesquisadores tentam
resolver os paradoxos que vão da causalidade para a não-causalidade, da
localidade para a não-localidade, da ordem para a desordem, do ser para o
vir-a-ser.
Outros põem em
evidência fenômenos não-explicáveis. O biólogo inglês Rupert Sheldrake, em sua
teoria dos campos morfogenéticos, adianta que a informação pode circular entre
dois animais, por exemplo, sem que tenha havido contato entre eles
Assim, quando
um rato, em laboratório, aprende um novo comportamento, outros ratos, em outros
laboratórios, o aprendem por sua vez com muito mais facilidade, como se estes
se beneficiassem da experiência do primeiro.
Talvez todas essas teorias novas não cheguem a um
termo. Não é menos fundamentado que não são as ideias convencionais e
socialmente apropriadas que permitem a evolução, mas sim os trabalhos dos
visionários, que existiram em todas as épocas.
No início do século, o físico Niels Bohr contava: “Na
segunda, na quarta e na sexta, tento pensar nas idéias mais tolas. Na terça, na
quinta e no sábado, tento desmontá-las e demoli-las.” Obviamente, às vezes
esses visionários incomodam, o que não chega a ser novidade.
O pensamento de
Jean Charon é recebido com prudência pelos meios científicos, mas nem por isso
deixa de constituir uma abordagem extremamente interessante da realidade do
espírito na matéria. Ele nos ensina que a física descobriu o espírito.
Os mundos
materiais e espirituais são espelhos: segundo o lugar em que a pessoa se encontre,
o tempo se desloca para diante ou para trás, a ordem aumenta ou diminui. O
universo do espírito pode ser visto como um quadro no qual o tempo e o espaço
trocam suas funções.
Em espírito, o
espaço flutua como o tempo, e o sujeito pensante para no momento presente, como
na matéria um objeto pode parar no espaço. As partículas subatômicas parecem
mostrar qualidades extraordinárias, que só podem ser descritas como mentais.
Como os buracos
negros, os elétrons incluem universos invisíveis, dirigidos por suas próprias
leis. Jean Charon crê que essas partículas são virtualmente indestrutíveis e
trazem informação desde a aurora dos tempos.
Seus achados
matemáticos, explica ele, resultam de uma psicofísica pós-einsteiniana, que
força os físicos a se formularem novas perguntas fundamentais
sobre o papel do espírito e desembocam no reconhecimento da unidade dos campos
psíquicos com o mundo material.
Ciência comum e ciência complementar
Em sua época, Nietzsche dizia: “Deus morreu!”. Hoje,
proclama-se: “O materialismo morreu.” Vivemos uma época de constantes
mudanças.
Porque a
ciência é nossa metáfora principal, vivemos entre duas histórias da ciência: a
velha e a nova.
Poderíamos
dizer que a ciência de hoje está transcendendo a si mesma. Tendo repelido qualquer
outra forma de verdade, ela revelou seus próprios limites. A física, a
neurofisiologia, a neuropsicologia, a nova psicologia está pondo abaixo o
materialismo do século XIX.
Achamo-nos de fato diante de dois tipos de ciência,
intrinsecamente diferentes uma da outra. Quando a ciência, do exterior,
fortemente positivista, insiste no que é fisicamente mensurável, faz aparecer a
segunda ciência como potencialmente transcendental.
A primeira
tende a ser determinista, e a segunda teleológica, isto é, que admite o
conceito de finalidade, A ciência convencional tem poucas coisas a dizer, no
que diz respeito aos valores, enquanto que a ciência do interior dá uma grande
atenção aos valores.
No colóquio de
Washington[8], Willis Harmann batizou
essas duas correntes científicas de ciência comum e ciência complementar. Ele
resume assim suas diferenças:
Ciência Comum
— objetividade
e repetitividade nos resultados;
— atitude
positivista, relacionada principalmente ao que é fisicamente mensurável;
— reducionista
e determinista;
— não se
preocupa com valores;
— sobretudo
orientada para a produção e controle do conhecimento, ajuda a preparar a
tecnologia.
Ciência complementar
— não-adesão
do investigador;
— confiança
nos resultados tais quais são avaliados e transcendência, incluindo o não-material,
o não-mensurável;
— global;
— teleológica
e atenta aos valores;
a insistência é sobre o conhecimento útil para guiar o
desenvolvimento do humano, ou para esclarecer as significações fundamentais.
E a passagem de uma ciência a outra não se faz sem a
colocação de alguns problemas. Algumas pessoas se sentem perdidas, comprimidas
num velho sistema de pensamento que não chega a dar conta da realidade.
Um dos pilares
da visão holística própria da ciência complementar é que o espírito mantém um
papel central no universo. Os físicos quânticos foram os primeiros a
compreender isso.
E John Wheeler
diz: “a mecânica quântica nos levou a tomar a sério e a explorar o fato de que
o observador é essencial à criação do universo, exatamente como o universo é
essencial à criação do observador”.
O Prêmio Nobel
Roger Sperry adianta que os conceitos correntes da relação espírito-cérebro
levam a um rompimento direto com a doutrina desde há muito estabelecida do
materialismo e da ciência do comportamento, que dominaram a neurociência há
várias décadas.
'Físico, diretor do laboratório de física de Austin
(Texas).
Em vez de ignorar a consciência, a nova interpretação
do universo lhe dá um reconhecimento completo. O despertar da consciência interna
se toma uma realidade causal.
O papel do espírito na cura, por exemplo, começa a ser
reconhecido pelos membros de uma nova ciência chamada psiconeuroimunologia.
A visão mecanicista sustenta que só a matéria existe,
nada sobrevivendo portanto à morte do corpo. O espírito deve ser considerado
como um biproduto do cérebro.
Na visão
holística, ao contrário, o observador é elevado à categoria de participante. A
beleza é um meio de descobrir a verdade científica. O intelecto e a imaginação
são vistos como tão reais quanto a biologia.
A harmonia
espiritual não é mais um objetivo fora de alcance. Nesta nova visão, o ser
humano ocupa um lugar privilegiado na evolução.
O astrofísico Stephen Hawking explica que nossa
existência requer que o universo possua certas propriedades. Já que não poderíamos
observar um universo no qual não estivéssemos, podemos dizer em certo sentido
que a forma de nosso universo é uma consequência de nossa existência.
Na mesma ordem
de ideias, os místicos diriam que o observador está incluído no universo, já
que ele cria seu próprio universo".
Site excelente, parabéns pela maravilhosa divulgação de informações.
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