O psicólogo tibetano Kálu Rinpoche nos
diz o seguinte a respeito do sofrimento do samsara: “... pelo poder do karma,
das tendências fundamentais e das emoções perturbadoras da mente, sobre a
influência de causas e agentes variados, renascemos (continuamente) nos seis
mundos de existência da roda da vida, os quais por sua natureza são sempre
sofrimentos”.
Os budistas tibetanos têm uma crença
profunda no renascimento — a noção de que a morte, longe de ser um fim, é
simplesmente o início de outro ciclo de existência.
O
nome dado ao processo de nascimento, morte e renascimento é samsara. A cada vez
que renascemos, entramos numa existência caracterizada por duhkha (sofrimento,
dor, insatisfação), O ciclo de renascimento continua indefinidamente, até que o
despertar nos liberte de samsara: essa é a meta da prática budista.
Todos os seis reinos possíveis devem ser
entendidos como metafóricos, todos servem como metáforas para a vida presente.
O objetivo deste estudo é nos levar a pensar em nosso processo emocional, em
nossas crises existenciais.
Roda da vida é um termo traduzido da
palavra sânscrita “Bhavachkra” e da palavra tibetana “Sipa i Khorlo”,
significando roda da existência.
A
roda sempre girando nos dá a impressão de perpétua mutação. A existência
consiste de duas partes interdependentes: a existência interior e a existência
exterior; ambas possuindo basicamente a mesma raiz. A tranqüilidade vem com o
equilíbrio entre estes dois tipos de existência.
Este ensinamento faz parte das matérias
estudadas e praticadas pela psicologia transpessoal budista tibetana. A pintura
que ilustra este ensinamento tornou-se clássica e está sempre presente na
entrada das universidades e mosteiros tibetanos.
Esta roda é o retrato do samsara, por
conseguinte também do nirvana, que é o desenrolar da bobina samsárica. Esta
imagem nos dá uma boa base para a compreensão do jogo da ilusão que vem a ser o
estar dentro desta roda que gira sem cessar.
A
roda da vida também pode ser vista como o processo psicológico de nossa vida
diária, apresentando-nos uma nova maneira de encarar o nosso quadro psicológico
em termo de situações práticas.
A atenta observação da roda da vida é um
processo altamente psicológico e terapêutico em ação, onde a visão e a
experiência do que “somos” é um bom ponto de partida. O estudo da roda da vida
é um constante chamado a um encontro conosco e com a vida.
Observar a roda da vida é nos
observarmos. Compreendê-la é nos compreendermos. Seu significado é vasto e
profundo como a existência. Assim como todos os métodos da psicologia tibetana,
a roda da vida foi elaborada para nos ajudar a obter uma nova perspectiva, e
longe está de ser somente um esquema conceitual e intelectual.
O
bom resultado depende da boa compreensão e bom uso que dela fazemos. Pelo
emprego adequado produzimos uma elevada conscientização de nosso modo de ser,
de tal maneira que os “padrões habituais” podem ser penetrados e desmantelados.
A ILUSTRAÇÃO DA RODA DA VIDA
A ilustração da roda da vida consiste em
quatro círculos concêntricos:
1) No círculo central estão simbolizadas
as três raízes ou padrões básicos de todo o sofrimento e insatisfação do
samsara.
2) No segundo círculo há dois lados, um
branco e um preto, simbolizando os dois caminhos como causa e efeito de
pensamentos e ações positivas e negativas.
3) No terceiro círculo estão ilustrados
os seis estados psicológicos que caracterizam a existência samsárica.
4) No quarto círculo estão ilustrados os
doze elos interdependentes da cadeia de ação e reação que determinam nossa situação
existencial atual.
Estes círculos são agarrados, no
exterior, por Yama, o senhor da morte. Acima, um Buda aponta o caminho de saída
da Roda de Existências Condicionadas.
CÍRCULO CENTRAL:
AS TRÊS RAÍZES OU PADRÕES BÁSICOS DA
MENTE CONFUSA (SAMSÁRICA)
O círculo central da roda da vida contém
raízes ou padrões básicos que são a causa de todo o sofrimento e insatisfação
da roda da vida ou samsara: A ignorância primordial é simbolizada por um suíno;
o apego/desejo é simbolizado por um galo; a repulsa/ódio é representada por
urna serpente.
Das três raízes, é a ignorância que gera
as duas outras, criando a dualidade que permeia toda existência humana, e
criando a insatisfação e sofrimento do estado mental confuso.
A ignorância (avidya) da verdadeira
natureza de nosso ser que cria a dualidade do mundo fenomenal do samsara, e que
é responsável pela ilusão que nos impede de ver a realidade. Geralmente vivemos
a “nossa” versão da realidade, projetando esta versão no mundo à nossa volta.
Achando que o mundo verdadeiro é aquele
no qual experimentamos aquela noção básica dualista, até que um dia comecemos a
indagar se tais entidades como “eu” e minhas “projeções” existem realmente.
O mundo dualista gerado pela ignorância
causa tremenda confusão, insatisfação, sofrimento e incerteza, a ponto de, em
determinados momentos, temermos por nossa sanidade mental.
A
luta pela tentativa de “ser” algo é completamente obscurecida pelas duas forças
opostas e extremas da dualidade: de um lado, a “esperança” pelo sucesso e
sanidade e, do outro lado, o “medo” do fracasso e insanidade.
Como disse Kanjur Rinpoche: “Esperança e
medo são a base do samsara”.
Tais experiências continuam acontecendo
ininterruptamente na vida diária até que alguma “força interior” comece a
ligá-las ao estado mental consciente e desperto.
Se a vivência da dualidade é observada de um
ponto de vista totalmente aberto e claro, então nasce a visão de unidade
original. Geralmente o conflito existe porque a dualidade não é vista pelo que
ela “é”.
A essência do sansara é encontrada neste
tumulto, nesta complexa situação, assim como na compreensão das três raízes:
ignorância/ilusão, apego/desejo,
repulsa/ódio.
A menos que se relacione com elas como
parte do caminho — compreendendo as, trabalhando com elas, caminhando com elas
— não se descobre a meta final.
A psicologia budista tibetana nos diz
que “se o sofrimento do samsara existe, ele deve ser realizado, sua origem deve
ser superada, e por este meio sua cessação deve ser alcançada”. Ver as coisas
pelo que elas “são” é o caminho assim como é a meta. A psicologia tântrica
tibetana. acrescenta que “as próprias situações existenciais do samsara, com
toda sua confusão e ilusão, fornecem os meios possíveis de superá-las e
realizá-las”.
Daí, descobrir a verdade do samsara é
descobrir o nirvana, pois a realidade do samsara é a realidade do nirvana. Esta
verdade é vista pela psicologia tântrica tibetana como sendo uma verdade sem
relatividade.
O círculo central, encerrando as três
raízes ou padrões básicos do samsara, contém e descreve a “nobre verdade” da
origem do sofrimento (do samsara), a qual é o caminho.
A
compreensão da natureza destas três raízes ou padrões básicos da insatisfação e
sofrimento do samsara é o tema central da psicologia tibetana da roda da vida,
que nos diz que podemos fazer algo a respeito da qualidade de nossa existência.
No plano relativo, a origem da
insatisfação e consequente sofrimento estaria na não-satisfação de algum desejo
ou necessidade fisiológica, emocional ou mental; no plano absoluto, ela estaria
na não-realização da verdadeira natureza do ser humano.
A terapia dirige-se ao plano da
satisfação das necessidades “imediatas”, a terapia absoluta dirige-se ao plano
da satisfação de todas as necessidades existenciais, tanto imediatas quanto
futuras, pois toca na essência da existência humana.
Logo, a terapia absoluta é aquela que toca
profundamente o problema básico da origem primordial de todos os sofrimentos da
existência samsárica humana.
A terapia relativa lida mais com os
efeitos decorrentes da origem primordial. Pela cura da causa, cura da origem
primordial de todos os sofrimentos, curam-se automaticamente todos os efeitos
decorrentes.
Mas pela simples cura dos efeitos, não
se cura a causa, a origem primordial dos mesmos, e o mal voltará a se repetir
indefinidamente...
Ambas as terapias (relativa e absoluta)
são válidas nos seus respectivos planos. A terapia absoluta vem simplesmente
“alargar” as perspectivas da terapia relativa, dando-lhe uma visão mais ampla
da realidade e das possibilidades existenciais do ser humano.
Embora a terapia tibetana reconheça o devido
valor da terapia relativa, ela atua mais no plano absoluto no sentido da origem
primordial das coisas em vez de lidar só com os efeitos.
Os tratados de psicologia budista
tibetana distinguem “três tipos básicos de sofrimento” dentro da roda vida.
1) O ego, que é feito a partir dos cinco
agregados (skandas) ou componentes psicológicos, cujo agrupamento compõe toda
existência individual, possui, por esta mesma razão, um modo sutil de
sofrimento, imperceptível aos seres comuns: o sofri- mento que
penetra tudo o que é composto, ou sofrimento da existência condicionada.
2) Esta primeira forma de sofrimento
transforma-se, sob a influência de agentes diversos, num sofrimento que é mais
perceptível: o sofrimento da mudança continua, ou impermanência.
3) A terceira forma de sofrimento é
aquela que nos assola visivelmente, tanto física quanto mentalmente: o
sofrimento dos sofrimentos, o qual assola os seis mundos da roda da vida.
Nenhum ser, dentro do samsara, está
livre destes três tipos de sofrimento. Esta é a primeira “nobre verdade”
enunciada por Buda em relação ao samsara.
Tentando ilustrar esta tríade de
sofrimentos, comparando-os às três raízes de todos os sofrimentos do samsara,
que ora acabamos de ver, poderíamos dizer que:
- o primeiro tipo de sofrimento (da existência
condicionada) está ligada à primeira raiz (ignorância/indiferença);
- o segundo tipo (sofrimento da mudança)
está ligado à segunda raiz (apego/prazer);
- e o terceiro tipo (sofrimento dos
sofrimentos) está ligado à terceira raiz (repulsa/desprazer).
Estes três tipos de sofrimento se
sucedem continuamente na vida. Resistir ao sofrimento aumenta sua intensidade.
Realizar a sua origem é o primeiro passo à sua dissolução.
2. SEGUNDO CÍRCULO: OS DOIS CAMINHOS
O segundo círculo ilustra dois lados: um
claro e um escuro, o claro sobe e o escuro desce, simbolizando os “altos e
baixos” da existência, enquanto ela for condicionada ao samsara.
De um lado, impulsionados por seu aspecto
positivo, os seres sobem, experimentando sentimentos de satisfação e
felicidade. De outro lado, impulsionados por seu aspecto negativo, os seres
descem, experimentando sentimentos de insatisfação e sofrimento.
Como a existência dentro deste círculo ainda é
condicionada, ela é sempre relativa, e ninguém consegue gozar de uma satisfação
duradoura e permanente. Tudo o que sobe tem que descer, e quanto mais alto se
sobe mais baixo tem que se descer. A existência samsárica é regida pela
“impermanência”.
Estes altos e baixos, estas subidas e
descidas, funcionam, tanto no plano material e social, quanto no emocional e
mental. Pelo acúmulo de atitudes positivas sobe-se; pelo acúmulo de atitudes
negativas desce-se. E como tudo está misturado no plano relativo, a existência
do ser humano é composta de subidas e descidas, de altos e baixos.
Até que se consiga ir ao plano que está além
da força da lei da relatividade entre causa efeito, entre ação e reação. Isto
só é possível no plano absoluto da realização da verdadeira natureza da
existência.
A psicologia transpessoal tibetana nos
fala sempre em dois planos: o absoluto e o relativo. O absoluto lida com a
causa com a origem primordial, e o relativo lida com o efeito. Ambos coexistem
simultaneamente na existência humana, aonde a cada instante pode-se, a partir
do relativo, chegar ao absoluto.
Quando tudo em nossa existência vai bem e que
subimos pelo amadurecimento das atitudes positivas, então estamos felizes e
satisfeitos, e desejamos permanecer para sempre dentro destas circunstâncias
existenciais.
Mas acontece que quando o capital de
atitudes positivas se esgota temos que novamente descer e sentir a infelicidade
e a insatisfação da descida, até que mais uma vez consigamos subir, e assim por
diante... A roda da existência gira sem fim.
Ora subindo, ora descendo, ora felizes e
satisfeitos, ora infelizes e insatisfeitos, assim estes estados vão se
repetindo dezenas, centenas e milhares de vezes no decorrer de um simples dia
de existência.
Não se trata de querer parar esta
“roda”, pois o simples fato de existir implica estar “dentro” de determinada
situação existencial, seja ela agradável ou desagradável. O que faz toda a
diferença é a maneira de encará-las. “Se a perspectiva é boa não há problema,
se a perspectiva é ruim não há solução” (B. 5. Benson).
A boa perspectiva seria aquela proposta
pela psicologia tibetana de brir-se à existência e com ela dançar, mesmo nas
situações difíceis, de procurar realizar as causas que determinaram as
situações existenciais em que nos encontramos; de realizar a origem tanto do
sofrimento da insatisfação, quanto da alegria da satisfação.
Em vez de “reagir” criando uma cadeia ininterrupta
de ação e reação, tentar “realizar”. Em vez de lidar com os efeitos, lidar com
as causas. Pela realização aprende-se a transmutar as situações, em vez de
querer evitá-las ou eliminá-las. Esta perspectiva nos dá a chance de sair fora
da roda da existência condicionada do samsara.
A outra perspectiva seria ainda dentro dualidade,
de querer de um lado apegar-se às situações agradáveis e, de outro lado, querer
afastar-se das situações desagradáveis, em vez de tentar realizar a sua causa,
sua origem primordial.
Aqui lida-se constantemente com os
efeitos, sem jamais chegar a uma solução satisfatória e duradoura. Aqui
tenta-se destruir tudo o que estiver
fora dos limites do alcance pessoal. Esta é uma perspectiva limitada, que não
pode levar muito longe.
Como resultado de suas vitórias e
derrotas relativas contra a falta de conhecimento (ignorância) da verdadeira
natureza da existência, os seres sobem e/ou descem no interior da roda da vida
(samsara)... A cada subida segue uma descida, a cada descida, uma subida, e
assim sucessivamente... Como uma mosca voando presa no interior de uma garrafa
tampada.
3. TERCEIRO CIRCULO: OS SEIS ESTADOS
PSICOLÓGICOS
(OU SEIS MUNDOS DA EXISTÉNCIA)
Entre subidas e descidas os seres vão
passando de um tipo de existência, ou de um estado psicológico, a outro. Seja
em cima ou embaixo será sempre “dentro” da roda; como uma mosca no interior de
uma garrafa fechada, conforme já foi dito anteriormente.
O terceiro círculo, justamente, ilustra
os seis tipos de estados psicológicos que caracterizam a existência
condicionada do samsara. Eles são os “padrões básicos” da mente confusa, com
seus altos e baixos emocionais e mentais. É neste nível de confusão mental e
emocional que encontramos os seis estados psicológicos básicos do samsara,
assim como os modelos incontroláveis e ilógicos das emoções e dos pensamentos
discursivos.
É
neste estado que se encontram todos os seres que vivem dentro da roda da vida
ou samsara. Este tumulto é muito mais “interior” do que exterior.
O estado mental e emocional irregular e
imprevisível começa então a provocar sonhos e alucinações. Sonhos e alucinações
no sentido de atribuirmos valores a coisas e fatos que não os possuem
necessariamente; no sentido de possuirmos opiniões precisas sobre o modo que as
coisas são ou deveriam ser; no sentido de projetarmos a própria versão das
coisas sobre o que existe.
Desta forma, estes seres começam a se afundar
num mundo de sua própria criação, um mundo de valores e opiniões conflitantes.
Sonhos e alucinações, neste sentido, são uma pseudo interpretação das coisas e
dos fatos, prestando-se aos fenômenos significados que eles não possuem.
Começa-se então a se sentir perdido e a
ficar louco. Cansado de lutar (com as próprias projeções), é tentador o fato de
deixar a mente e as emoções errarem na alucinação e no sonho do samsara...
É a criação dos seis mundos de
existências, que nada mais são do que os diversos estados psicológicos do ser.
São as diferentes formas de projeções, os mundos de sonho e alucinação que os
seres criam dentro e fora de si.
No decorrer do desenvolvimento dos seis
mundos, experimenta-se toda espécie de idéias, de pensamentos discursivos, de
fantasmas e de modelos mentais. Estes modelos são padronizados pela psicologia
tibetana na ilustração dos seis mundos ou estados psicológicos da roda da vida.
O estudo da psicologia da roda da vida
faz parte do curriculum inicial do estudo da psicologia budista tibetana, onde
o “ponto de partida é o que somos atualmente”; logo, o estudo e prática desta
psicologia, em vez de começar falando de nirvana, de libertação e liberdade,
começa por examinar a base de nossa existência: nossa confusão interior.
Muitas vezes isto pode não ser
agradável, mas é sempre melhor ver as coisas de frente. É assim que trabalhamos
na psicologia tibetana. Para se almejar o nirvana é preciso ver primeiro o
sansara.
Isto é simples de explicar: Se queremos só ver
nossas qualidades, só ver o nosso lado bom, se nos julgamos perfeitos, então,
estamos nos iludindo e ao mesmo tempo anulando as possibilidades de aprender e
de evoluir.
Para que nasça em nós o desejo sincero de
evoluir é preciso que primeiro tomemos consciência de quem somos, que tomemos
consciência de nossos defeitos, de nosso estado mental confuso, de nossas alucinações.
Só então é que teremos um forte estímulo para nos impulsionar. Afinal somos
feitos de bom, e de ruim.
Logo, todo este processo psicológico da
roda da vida, por mais chocante que seja no início, pode resultar sempre num
aspecto positivo no final.
Se assumimos nosso verdadeiro papel, se
colocamos a carapuça, sem hipocrisia, estaremos dando o primeiro passo sério
rumo à porta de saída da roda da vida.
Este trabalho sobre si exige muita
honestidade consigo mesmo. Isto se aprende e se adquire com o tempo. Do
contrário até este trabalho sobre si pode tornar-se uma continuação da auto-ilusão.
Lembremo-nos que a inteligência do ego é muito bem dotada, e que chega sempre a
distorcer tudo a seu favor.
Se pudermos aceitar nossas imperfeições
como elas são, naturalmente, então poderemos utilizá-las como parte do caminho.
Mas se tentarmos reprimi-las, então elas se tornam nossas maiores inimigas no
caminho do auto-aperfeiçoamento.
A psicologia tântrica tibetana nos
ensina a tirar partido de nossas imperfeições. Os seis estados psicológicos da
roda da vida tibetana são também aludidos como “mundos”, no sentido de neles
existirmos dentro de uma versão particular da realidade: a nossa versão.
Os seis mundos da existência da vida são
divididos em três superiores e três inferiores:
1. Os três mundos superiores
a) O mundo dos devas, onde predominam o
orgulho, a auto- imagem e a felicidade sensual.
b) O mundo dos asuras, onde predominam a
inveja e a competição.
e) O mundo dos humanos, onde predominam
o raciocínio lógico/intelectual, o pensamento discursivo e a dualidade; e onde
há a chance de conscientização da condição humana.
2. Os três mundos inferiores
a) O mundo dos animais, onde predominam
a ignorância estúpida, o instinto e o comportamento condicionado.
b) O mundo dos espíritos famintos, onde
predominam a avidez, a insatisfação e a insaciabilidade.
e) O mundo dos infernos, onde predominam
o ódio, a agressão e a ansiedade.
Cada mundo possui uma característica
psicológica predominante, sendo que no mundo humano há uma mescla das outras
cinco, mais o raciocínio e o pensamento.
Este é o mundo onde há maiores chances de
evolução, mesmo dentro da maior confusão. Os seres humanos podem, no decorrer
de um dia, experimentar os estados psicológicos de todos os outros cinco
mundos, desde o orgulho dos devas ao ódio dos infernos.
Apesar desta mistura na psicologia dos
humanos, há sempre a predominância do padrão psicológico de um dos cinco
mundos, sendo que ele pode variar nas diferentes fases da vida.
Vamos, a seguir, no próximo texto dar um
enfoque maior em cada um destes mundos, ou estados psicológicos, que são também
conhecidos como o redemoinho da ilusão sansara. Clovis C.S. Filho
Pesquisado por DharmadhannyaEl
Pesquisado por DharmadhannyaEl
Este texto está livre para divulgação
desde que seja citada a Fonte:
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