Zumbido nos ouvidos pode surgir após os
shows.
Saiba como lidar com o problema
Aumenta que isso aí é rock and roll”!
Finalmente, começa hoje o Rock in Rio, com a promessa de muita música,
literalmente, em alto e bom som. Para quem for ao festival curtir tudo de
pertinho, um zumbido nos ouvidos pode aparecer após horas e horas de shows em
sequência. Por isso, é importante se precaver e saber lidar com o incômodo,
caso ele surja.
Segundo a otorrinolaringologista
Patrícia Ciminelli, o zumbido ou a sensação de ouvido tampado decorrente da
exposição a sons muito altos em concertos indica que houve uma lesão temporária
das células auditivas.
— É um desvio temporário do limiar
auditivo, ou seja, uma perda de audição reversível. Em até 24 horas, espera-se
que o ouvido já tenha voltado ao normal. Se o problema não melhorar em, no
máximo, 48 horas, vale a pena procurar ajuda médica — orienta Patrícia
Ciminelli, chefe da residência médica de otorrinolaringologia do Hospital da
Lagoa.
De acordo com a especialista, o melhor
remédio contra este tipo de zumbido é a paciência, já que, após um tempo de
repouso, os sintomas somem.
No entanto, mais perigoso do que a
exposição esporádica a sons altos em shows é o uso constante de fones de ouvido
com música em volume exagerado. O hábito pode levar à deficiência auditiva
permanente.
— A perda começa pequena e, muitas vezes, a pessoa não
relaciona aos fones de ouvido. Quando a pessoa para de usá-los, a progressão da
lesão estaciona, mas o que já foi lesionado é irreversível — destaca Patrícia
Ciminelli.
Jornal Extra – 13 de setembro de 2013
Queixa de zumbido no ouvido atinge 28 milhões de
brasileiros e tem tratamento
Antonio Marinho
Imagine viver com um chiado no ouvido, um ruído de
apito, de cigarra ou grilo, e o médico dizer que há pouco a fazer para acabar
com a queixa. Esta é a realidade de pelo menos 28 milhões de brasileiros que
sofrem de zumbido. Porém, especialistas no assunto garantem que o problema -
causado por hábitos nocivos e doenças, desde ouvir som alto e abuso de cafeína
a estresse e males digestivos e neurológicos - tem boa solução em 70% dos
casos. E 10% se livram de vez dele. A melhora na qualidade de vida depende de
um diagnóstico preciso, e muitas vezes difícil de fazer.
Uma dificuldade no diagnóstico e tratamento de zumbido
é que há poucos médicos dedicados a estudar o sintoma, apesar da alta
incidência em várias faixas etárias, inclusive crianças. Uma tese de doutorado
que avaliou 506 alunos, de 5 anos a 12 anos, de escolas públicas e privadas, na
cidade de Lageado (RS), mostrou que 27% relataram zumbido, e em 19% o sintoma
incomodava. Brinquedos barulhentos e sequelas de otites foram apontados como
possíveis motivos.
O zumbido é extremamente comum. Se a pessoa não
reclama, ele passa despercebido. Há pacientes que não se incomodam muito e
evitam procurar médicos; outros têm dificuldade de explicar a queixa e há ainda
quem prefira esconder o problema por medo de demissão.
Nos Estados Unidos, de 15% a 17% da população vivem
com alguma forma de zumbido ou ele é muito frequente, diz a torrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez,
fundadora do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas e professora
da faculdade de medicina da USP. Em idosos, o índice chega a 33%.
- O zumbido é extremamente comum. Se a pessoa não
reclama, ele passa despercebido. Há pacientes que não se incomodam muito e
evitam procurar médicos; outros têm dificuldade de explicar a queixa e há ainda
quem prefira esconder o problema por medo de demissão - comenta Tanit, autora
de "Quem disse que zumbido não tem cura?" (H Maxima Editora) e
coordenadora do Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido (GAPZ), e de um instituto
que leva seu nome: www.institutoganzsanchez.com.br.
Dieta é um dos fatores de risco
São muitas as causas de zumbido e a exposição a ruído
alto, de curta ou longa duração, é uma delas:
- Isso é comum nos dias de hoje, principalmente entre
jovens com seus MP3s. Aumentou o número de pacientes desse grupo. Antes de
perceber alguma perda de audição, um primeiro sinal pode ser o zumbido - diz
Tanit.
Ruído alto é apenas um dos fatores que pode
desencadear zumbido. Erros alimentares, diabetes, gordura em excesso no sangue,
abuso de cafeína, nicotina e álcool, hipertensão, doenças do coração e da
tireoide são outros frequentes. Estresse e problemas psicológicos (ansiedade,
depressão e fobias) também estão nessa lista. Daí a importância da consulta
detalhada.
- Temos que olhar o indivíduo, não só o ouvido -
afirma a médica. O zumbido é um problema que foi rotulado como sem solução, mas
isso não é verdade. Todos os casos devem ser investigados porque o sintoma pode
ser sinal de algo sem importância, que às vezes nem chega a incomodar, mas pode
indicar dano mais grave - diz Tanit, lembrando que há um grupo do GAPZ, no Rio,
que dá apoio a pacientes e funciona no Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho (da UFRJ) e atende pelo endereço eletrônico gapzrj@forl.org.br.
Às vezes, o problema é atenuado ou corrigido com
mudanças de hábitos alimentares. A cafeína, por exemplo, é um excitante
cerebral e o seu abuso pode desencadear um ritmo mais acelerado no ouvido, o
zumbido. Já o excesso de gordura no sangue obstrui a artéria auditiva (muito
fina e delicada), e o açúcar aumenta a produção de insulina, alterando a
bioquímica do ouvido. Por sua vez, o jejum corta a energia do órgão.
Problema piora a qualidade de vida
Portanto, o tratamento dependerá da história clínica,
do exame físico, do resultado de exames de audiometria (quase 90% das pessoas
com zumbido apresentam algum grau de perda auditiva, e nem sempre percebem),
entre outros.
- Em pelo menos 15% dos casos o zumbido dificulta a
concentração e o sono. Em 5% piora tanto a qualidade de vida que o indivíduo se
sente incapaz de levar vida social e profissional normal - diz.
Por mais que a avaliação médica seja bem realizada, há
situações nas quais não se sabe a causa do zumbido. Isso porque os exames
disponíveis nem sempre são sensíveis o suficiente para o diagnóstico. Mesmo
nessas situações há alguma forma de aliviar a queixa.
Segundo a médica, nem todos os zumbidos indicam
problema. Algumas pessoas percebem sons de baixíssimo volume quando em
silêncio. Esse ruído é o próprio funcionamento da vida auditiva. É o que alguns
chamam de "som do silêncio". Na dúvida, vale a pena consultar um
especialista.
Leia mais: jornal extra -globo - saúde e ciência.
Olá, tenho 26 anos de idade e a 8 anos eu tenho zumbido temporário nos ouvidos, eu ouço um ''pii'' e passa, dura em média de 3 a 4 segundos, fiz um exame de audiometria em uma fono e deu negativo, não tenho nenhuma perda auditiva, o que pode estar causando esses zumbidos? Obrigado.
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