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Lua cheia e o Fogo do coração
Torkon Saraydarian
Lembro-me de uma noite em que meu pai me levou a uma cerimônia de uma fraternidade sagrada. Cada um dos membros portava uma vela acesa. Havia centenas de velas iluminando a escuridão. Virei-me para o meu pai e disse;
— Essas velas são como seres humanos.
— Sim, são belas. Você disse uma coisa muito linda, e no futuro conseguirá entender o significado do que disse hoje.
Muitos anos se passaram, e as velas ainda permanecem na minha mente — velas acesas na escuridão, brilhando como diamantes.
Através dos anos, com meus estudos, compreendi que em cada ser humano existe uma chama, uma chama criativa, elétrica e invisível — a Chama da Vida.
Ela empresta vida a cada célula do corpo físico, aos átomos do corpo emocional e do corpo mental; é a distribuidora ou administradora do fogo em nosso sistema; é o Ser vivo — a verdadeira pessoa. Mais radiante do que o Sol, mais pura do que a neve, mais sutil do que o éter, é o Ser, o Espírito dentro do meu coração. Eu sou o Ser; esse SER sou Eu.
Este fogo não espalha seu brilho nem se irradia da nossa personalidade trina devido à poluição física, ou ao medo, ao Ódio, ao ciúme, à gula, às ilusões, às mentiras, ao orgulho, aos pensamentos impostos e às sugestões pós-hipnóticas. Todas essas situações impedem que o fogo brilhe e se irradie. O alimento desta natureza humana tripla é a Chama Interior.
Cada vez que a chama é impedida de penetrar livremente no corpo físico temos problemas de saúde, doenças, náuseas. Quando a química do corpo é alterada ou desequilibrada, a energia do fogo tem dificuldades para penetrar em todas as suas partes, desenvolvendo-se condições patológicas nos locais não atingidos por ela como decorrência da falta de vitalidade.
