terça-feira, 12 de agosto de 2025

Cuidado com os dentes - O alerta para os jovens da maconha

 



Cuidado com os dentes - Alerta para os jovens da maconha

Há evidências substanciais de que o uso de maconha entre adolescentes está associado com piora no aprendizado. O consumo prejudica as funções cognitivas em vários níveis, incluindo a capacidade de planejar, organizar, resolver problemas, a rapidez do processamento de informações e a habilidade de tomar decisões e a memória (verbal e visual).

A associação da maconha ao uso de cigarros comuns aumentava o risco da dpença gengival e suas conseqüências -- para cada maço frequente de cigarros, o risco aumentava em 6%.

Todas as análises estatísticas permitiram definir que o uso de maconha está relacionado, de forma independente, a doença das gengivas e perda dentária em adultos jovens. Esses problemas, por sua vez, estão associados a dor, desconforto e problemas articulares na mandíbula a médio e longo.

O uso do tabaco e suas conseqüências nocivas já está claramente definido. O alerta a ser feito agora é de que a maconha não é uma droga inocente e está definitivamente ligada a doença pulmonares crônicas, tal qual o cigarro, ao câncer de laringe e, como demonstrado nessa pesquisa, à doença periodontal e perda dentária.

Artigo escrito pelo médico Luís Fernando Correia, apresentador do "Saúde em Foco", da CBN.

O que ocorre é que o consumo da maconha danifica o sistema nervoso central, aumentando o risco de esquizofrenia, ansiedade, paranoia e depressão, além de ideação suicida. Sem falar que seu uso provoca a síndrome amotivacional, tornando os jovens apáticos e incapacitados para a ação e estraga os dentes, os jovens acabam ficando  sem dentes.

A maconha é a substância proibida por lei mais usada em nosso país. Trata-se de uma erva polêmica que gera discussões, em especial sobre a possível descriminalização e seus malefícios.

Descriminalizar significa retirar do consumo de drogas o caráter criminoso, isentar, inocentar, ou seja, não penalizar o consumo.

A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que haja 181,8 milhões de usuários de cannabis, em suas preparações mais comuns, como maconha e haxixe, com idade entre 15 e 64 anos no mundo. [1]

No Brasil cerca de 1,5 milhão de adolescentes e adultos usam maconha diariamente. O dado faz parte do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), Segundo o estudo, 3,4 milhões de pessoas entre 18 e 59 anos usaram a droga no último ano e 8 milhões já experimentaram maconha  alguma vez na vida, o equivalente a 7% da população brasileira. Desses, 62% deles tiveram contato com a droga antes dos 18 anos. [2]

Seu principal ativo mais importante é o delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC). É a concentração do THC que determina a potência dos efeitos. O THC é rapidamente absorvido dos pulmões para a corrente sanguínea, na qual atinge um pico de concentração 10 minutos após ter sido inalado [3]

O THC afeta primeiramente o funcionamento do sistema vascular e do sistema nervoso central. Muitos estudos demonstram que a intoxicação pelo THC compromete a capacidade de dirigir automóveis e de realizar outras atividades que requeiram maior atenção e coordenação motora até cerca de 10 horas após o uso. [3]

Efeitos negativos da maconha

Fumar maconha produz mudanças bastante rápidas no humor, percepção de tempo, memória e outros aspectos da função cerebral. Os efeitos mais desejados são uma sensação de euforia, relaxamento e bem-estar geral. [4]

Ansiedade, disforia, pânico e paranoia são os efeitos indesejáveis mais comumente relatados por usuários não familiarizados com seus efeitos. Sintomas psicóticos, como delírios e alucinações, também podem ocorrer com o uso de altas doses. [3]

Síndrome amotivacional

É uma consequência do uso crônico e pesado da maconha. Este quadro é caracterizado pela diminuição da energia e da vontade, assim como prejuízo social e ocupacional significativos. Na síndrome amotivacional nota-se diminuição da capacidade de atenção e julgamento, além de introversão, com diminuição da comunicação e das habilidades sociais.

Dr. Claudio Jerônimo da Silva psiquiatra explica que a síndrome amotivacional é muito parecida com a depressão e uma diferença relevante é que na síndrome amotivacional o que acontece de mais importante é uma falta de motivação para realizar as coisas, mas a pessoa continua bem. Já na depressão essa falta de desinteresse deixa a pessoa incomodada, ela não se sente bem e tende a buscar ajuda para sair dessa situação. [5]

Principais efeitos causados pelo uso agudo da maconha

Gerais: relaxamento, euforia, pupilas dilatadas, conjuntivas avermelhadas, boca seca, aumento do apetite, rinite, faringite.

Neurológicos: comprometimento da capacidade mental, alteração da percepção, alteração da coordenação motora, maior risco de acidentes, voz pastosa (mole).

Cardiovasculares: aumento dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial.

Psíquicos: despersonalização, ansiedade/confusão, alucinações, perda da capacidade de insights, aumento do risco de sintomas psicóticos entre aqueles com história pessoal ou familiar anterior.

Principais efeitos causados pelo uso crônico da maconha

Gerais: fadiga crônica e letargia, náusea crônica, dor de cabeça, irritabilidade.

Neurológicos: diminuição da coordenação motora, alterações de memória e da concentração, alteração da capacidade visual, alteração do pensamento abstrato.

Psíquicos: depressão e ansiedade, mudanças rápidas de humor, irritabilidade, ataques de pânico, tentativas de suicídio, mudanças de personalidade.

Respiratórios: tosse seca, dor de garganta crônica, congestão nasal, piora da asma. Infecções frequentes dos pulmões, bronquite crônica.

Reprodutivos: infertilidade, problemas menstruais, impotência, diminuição da libido e da satisfação sexual.

Sociais: isolamento social, afastamento do lazer e de outras atividades sociais.

Síndrome de abstinência

Definida como um conjunto de sinais e sintomas que surgem na suspensão do consumo de drogas geradoras de dependência física e psíquica. [3]

Os sintomas de abstinência favorecem para o desenvolvimento da dependência e dificultam a interrupção do uso. A síndrome de abstinência de maconha tem sido descrita por sintomas que desaparecem com a retomada do consumo.

Os principais sintomas relatados são:

– Desconforto generalizado;

– Fissura;

– Diminuição do apetite;

– Perda de peso;

– Inquietação;

– Problemas para dormir;

– Agressividade;

– Irritabilidade;

– Tremores;

– Angústia;

– Cansaço;

– Sonhos estranhos;

– Sintomas depressivos.

Adriana Moraes – Psicóloga da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) – Especialista em Dependência Química – Colaboradora do site da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas)

Dr. Claudio Jerônimo da Silva – Psiquiatra, Diretor da Unidade Recomeço Helvétia, Diretor da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas)

Referências:

[1] http://www.uniad.org.br/interatividade/noticias/item/24201-oms-cannabis-%C3%A9-droga-il%C3%ADcita-mais-consumida-no-mundo-com-180-milh%C3%B5es-de-usu%C3%A1rios

[2] Pesquisa do II LENAD (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas São Paulo) – Disponível em: http://inpad.org.br/lenad/resultados/maconha/resultados-preliminares/  acesso em 29/07/2016.

[3] Aconselhamento em dependência química / Neliana Buzi Figlie, Selma Bordin, Ronaldo Laranjeira. 2ª ed. São Paulo: Roca, 2010.

[4] Prática psicoterápica eficaz dos problemas com álcool e drogas. Arnold M. Washton, Joan E. Zweben; tradução Mônica Armando – Porto Alegre; Artmed, 2009.

[5] http://www.uniad.org.br/interatividade/noticias/item/23150-o-impacto-da-maconha-na-vida-dos-usu%C3%A1rios

Postado por dharmadhannya


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