Cuidado com os dentes - Alerta para os jovens da maconha
Há evidências substanciais de que o uso de maconha entre adolescentes está associado com piora no aprendizado. O consumo prejudica as funções cognitivas em vários níveis, incluindo a capacidade de planejar, organizar, resolver problemas, a rapidez do processamento de informações e a habilidade de tomar decisões e a memória (verbal e visual).
A associação da maconha ao uso de cigarros comuns aumentava o risco da dpença gengival e suas conseqüências -- para cada maço frequente de cigarros, o risco aumentava em 6%.
Todas as análises estatísticas permitiram definir que o uso de maconha está relacionado, de forma independente, a doença das gengivas e perda dentária em adultos jovens. Esses problemas, por sua vez, estão associados a dor, desconforto e problemas articulares na mandíbula a médio e longo.
O uso do tabaco e suas conseqüências nocivas já está claramente definido. O alerta a ser feito agora é de que a maconha não é uma droga inocente e está definitivamente ligada a doença pulmonares crônicas, tal qual o cigarro, ao câncer de laringe e, como demonstrado nessa pesquisa, à doença periodontal e perda dentária.
Artigo escrito pelo médico Luís Fernando Correia, apresentador do "Saúde em Foco", da CBN.
O que ocorre é que o consumo da maconha danifica o sistema nervoso central, aumentando o risco de esquizofrenia, ansiedade, paranoia e depressão, além de ideação suicida. Sem falar que seu uso provoca a síndrome amotivacional, tornando os jovens apáticos e incapacitados para a ação e estraga os dentes, os jovens acabam ficando sem dentes.
A maconha
é a substância proibida por lei mais usada em nosso país. Trata-se de uma erva
polêmica que gera discussões, em especial sobre a possível descriminalização e
seus malefícios.
Descriminalizar
significa retirar do consumo de drogas o caráter criminoso, isentar, inocentar,
ou seja, não penalizar o consumo.
A
estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que haja 181,8 milhões de
usuários de cannabis, em suas preparações mais comuns, como maconha e haxixe,
com idade entre 15 e 64 anos no mundo. [1]
No Brasil
cerca de 1,5 milhão de adolescentes e adultos usam maconha diariamente. O dado
faz parte do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), Segundo o
estudo, 3,4 milhões de pessoas entre 18 e 59 anos usaram a droga no último ano
e 8 milhões já experimentaram maconha alguma vez na vida, o equivalente a
7% da população brasileira. Desses, 62% deles tiveram contato com a droga antes
dos 18 anos. [2]
Seu
principal ativo mais importante é o delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC). É a
concentração do THC que determina a potência dos efeitos. O THC é rapidamente
absorvido dos pulmões para a corrente sanguínea, na qual atinge um pico de
concentração 10 minutos após ter sido inalado [3]
O THC
afeta primeiramente o funcionamento do sistema vascular e do sistema nervoso
central. Muitos estudos demonstram que a intoxicação pelo THC compromete a
capacidade de dirigir automóveis e de realizar outras atividades que requeiram
maior atenção e coordenação motora até cerca de 10 horas após o uso. [3]
Efeitos negativos da maconha
Fumar
maconha produz mudanças bastante rápidas no humor, percepção de tempo, memória
e outros aspectos da função cerebral. Os efeitos mais desejados são uma
sensação de euforia, relaxamento e bem-estar geral. [4]
Ansiedade,
disforia, pânico e paranoia são os efeitos indesejáveis mais comumente
relatados por usuários não familiarizados com seus efeitos. Sintomas
psicóticos, como delírios e alucinações, também podem ocorrer com o uso de
altas doses. [3]
Síndrome
amotivacional
É uma
consequência do uso crônico e pesado da maconha. Este quadro é caracterizado
pela diminuição da energia e da vontade, assim como prejuízo social e
ocupacional significativos. Na síndrome amotivacional nota-se diminuição da
capacidade de atenção e julgamento, além de introversão, com diminuição da
comunicação e das habilidades sociais.
Dr.
Claudio Jerônimo da Silva psiquiatra explica que a síndrome amotivacional é
muito parecida com a depressão e uma diferença relevante é que na síndrome
amotivacional o que acontece de mais importante é uma falta de motivação para
realizar as coisas, mas a pessoa continua bem. Já na depressão essa falta de
desinteresse deixa a pessoa incomodada, ela não se sente bem e tende a buscar
ajuda para sair dessa situação. [5]
Principais
efeitos causados pelo uso agudo da maconha
Gerais: relaxamento,
euforia, pupilas dilatadas, conjuntivas avermelhadas, boca seca, aumento do
apetite, rinite, faringite.
Neurológicos: comprometimento
da capacidade mental, alteração da percepção, alteração da coordenação motora,
maior risco de acidentes, voz pastosa (mole).
Cardiovasculares: aumento
dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial.
Psíquicos: despersonalização,
ansiedade/confusão, alucinações, perda da capacidade de insights, aumento do
risco de sintomas psicóticos entre aqueles com história pessoal ou familiar
anterior.
Principais
efeitos causados pelo uso crônico da maconha
Gerais: fadiga
crônica e letargia, náusea crônica, dor de cabeça, irritabilidade.
Neurológicos: diminuição
da coordenação motora, alterações de memória e da concentração, alteração da
capacidade visual, alteração do pensamento abstrato.
Psíquicos: depressão
e ansiedade, mudanças rápidas de humor, irritabilidade, ataques de pânico,
tentativas de suicídio, mudanças de personalidade.
Respiratórios: tosse
seca, dor de garganta crônica, congestão nasal, piora da asma. Infecções
frequentes dos pulmões, bronquite crônica.
Reprodutivos: infertilidade,
problemas menstruais, impotência, diminuição da libido e da satisfação sexual.
Sociais: isolamento
social, afastamento do lazer e de outras atividades sociais.
Síndrome
de abstinência
Definida
como um conjunto de sinais e sintomas que surgem na suspensão do consumo de
drogas geradoras de dependência física e psíquica. [3]
Os
sintomas de abstinência favorecem para o desenvolvimento da dependência e
dificultam a interrupção do uso. A síndrome de abstinência de maconha tem sido
descrita por sintomas que desaparecem com a retomada do consumo.
Os
principais sintomas relatados são:
–
Desconforto generalizado;
–
Fissura;
–
Diminuição do apetite;
– Perda
de peso;
–
Inquietação;
–
Problemas para dormir;
–
Agressividade;
–
Irritabilidade;
–
Tremores;
–
Angústia;
–
Cansaço;
– Sonhos
estranhos;
–
Sintomas depressivos.
Adriana Moraes – Psicóloga da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) – Especialista em Dependência Química – Colaboradora do site da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas)
Dr. Claudio Jerônimo da Silva – Psiquiatra, Diretor da Unidade Recomeço Helvétia, Diretor da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas)
Referências:
[2]
Pesquisa do II LENAD (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas São Paulo) –
Disponível em: http://inpad.org.br/lenad/resultados/maconha/resultados-preliminares/ acesso
em 29/07/2016.
[3]
Aconselhamento em dependência química / Neliana Buzi Figlie, Selma Bordin,
Ronaldo Laranjeira. 2ª ed. São Paulo: Roca, 2010.
[4]
Prática psicoterápica eficaz dos problemas com álcool e drogas. Arnold M.
Washton, Joan E. Zweben; tradução Mônica Armando – Porto Alegre; Artmed, 2009.
Postado por dharmadhannya
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