O AMORE A LEI DA ATRAÇÃO
Na sua obra Tertium Organum, Ouspensky afirma que o amor é um fenômeno cósmico que abre ao ser humano o mundo da quarta dimensão, o “Mundo das Maravilhas.” O amor verdadeiro é desinteressado e livre do temor. Ele se irradia para o objetivo da afeição sem exigir qualquer retribuição.
Sua satisfação está no prazer de dar. O amor é Deus em manifestação e a mais poderosa força magnética do universo. O amor puro e desinteressado atrai para si o que lhe pertence; não tem necessidade de procurar ou pedir.
O ódio
excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões. Provérbios, 10: 12.
Amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus. V, Epístola de S. João, 4:7.
Todos vós
que habitais este planeta estais recebendo vossa iniciação no amor. Assim disse
o Cristo: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros.”
Quase ninguém tem a menor idéia do que seja o verdadeiro amor. O ente humano é egoísta, tirânico ou receoso em suas afeições, perdendo assim as coisas que ama.
O ciúme é
o pior inimigo do amor, pois perturba a imaginação, faz que ela veja a pessoa
amada atraída para outra e, se esse temor não for neutralizado, se expressará
objetivamente. O seguinte fato, narrado por uma esoterista, serve de exemplo.
Escreve
ela: “Certa moça se dirigiu a mim em estado de profundo desespero, pois o homem
a quem amava a havia abandonado por outras mulheres, dizendo que nunca pensara
em casar-se com ela. Achava-se exasperada de ciúmes e ressentimento, e disse-me
que esperava vê-lo sofrer tanto quanto a fizera sofrer, terminando a pergunta:
“Como pôde abandonar-me, se eu o amava tanto?”
“Respondi-lhe:
“Bem, isso não é amor verdadeiro. Quando expressardes o amor verdadeiro, este
vos será retribuído, quer por esse homem, quer por seu equivalente, pois, se
não for o escolhido divino, não precisareis dele.
Assim como estais unida a Deus, também estais
unida ao amor que vos pertence por direito divino.”
“Passaram-se vários meses e as coisas
continuaram na mesma. Entretanto, ela agia conscienciosamente sobre si mesma
para modificar a sua atitude. Certa ocasião, disse-lhe: “Quando deixardes de
ficar perturbada pela idéia da crueldade dele, deixará de ser cruel, porque
pelas vossas próprias emoções, estais atraindo essa crueldade.”
“Falei-lhe, então, de uma fraternidade
existente na índia, na qual nunca se saudavam dizendo: “Bom dia”. Para se
saudarem empregavam as palavras: “Saúdo a Deus em vós.”
Eles
saudavam a Deus tanto nos homens como nos animais selvagens da floresta, e
assim nunca eram molestados, pois viam somente Deus em todo ser vivente.
Aconselhei-lhe
o seguinte: “Saudai a Deus nesse homem e afirmai: Vejo apenas vosso ser divino.
Vejo-o como Deus vos vê, perfeito, feito à Sua imagem e semelhança.”
“Ela notou que se tornava mais calma e perdia gradualmente seu ressentimento. Ele era capitão e ela sempre lhe dava esse nome.” “Um dia exclamou repentinamente: “Deus abençoe o capitão, onde estiver.” “Respondi-lhe: “Isso sim é verdadeiro amor, e quando vos tornardes um círculo completo, não ficando mais perturbada pela situação, alcançareis dele o amor e atraireis o seu equivalente.”
“Nessa ocasião, eu estava de mudança e não
possuía telefone, de modo que fiquei fora de contato com ela durante algumas
semanas; entretanto, certa manhã recebi uma sua carta, contendo apenas esta
palavra: “Casamo-nos.”
“Na
primeira oportunidade, fiz-lhe uma visita e minhas primeiras palavras foram:
“Que aconteceu?” Ela exclamou: “Oh, um milagre! Certo dia despertei-me e notei
que todo o meu sofrimento havia desaparecido. Na tarde daquele mesmo dia, o
encontrei e pediu-me em casamento.
Dentro de uma semana nos casamos, e posso
afirmar-vos que nunca vi homem mais delicado.” Uma antiga sentença iniciática
diz o seguinte: Ninguém é vosso inimigo, ninguém é vosso amigo, cada um é vosso
instrutor.
O
namorado daquela moça lhe estava ensinando o amor desinteressado, coisa que
toda pessoa tem que aprender, cedo ou tarde.
Assim,
pois, é preciso serdes impessoal e aprenderdes o que cada um tem a ensinar-vos
e, quanto mais cedo aprenderdes vossa lição, mais depressa ficareis livre.
Não é necessário o sofrimento para vos
desenvolverdes e aperfeiçoardes, e ele resulta sempre de terdes desobedecido a
lei espiritual; porém, são poucas as pessoas que parecem poder sair do “sono da
alma” sem passar por ele.
Quando as pessoas, geralmente se tornam
egoístas e assim, automaticamente, a lei do Carma entra em atividade. Amiúde
elas perdem o que possuem por não saberem apreciá-lo e dar-lhe valor.
Um
metafísico americano relata o seguinte caso que serve de ilustração para o
princípio exposto: “Conheci uma senhora que possuía um companheiro muito bom,
ao qual não dava valor, pois dizia sempre:
“Não me
importa casar-me, porém, isso não depõe contra meu companheiro e quer dizer
simplesmente que não tenho interesse pela vida conjugal.”
“Tinha outros interesses e quase nem se
lembrava de que possuía um companheiro. Somente quando o via é que se lembrava
dele. Um dia o companheiro disse-lhe que gostava de outra mulher e ia deixá-la.
Desesperada e cheia de ressentimento, ela veio procurar-me.
“Após ouvi-Ia queixar-se, respondi-lhe: “É
exatamente para dar esse resultado que falastes aquelas palavras. Dizeis que
não vos preocupáveis com o casamento, e assim vosso subconsciente agiu para
deixar-vos sem ele.”
“Ela
concordou: “É verdade; agora compreendo. As pessoas alcançam o que procuram e
depois se ofendem muito por não ser como julgam.” Entretanto, em pouco tempo
harmonizou-se com a situação e reconheceu que eram muito mais felizes
separados.”
Quando a mulher se torna indiferente ao marido
ou companheiro e põe-se a criticá-lo, deixa de ser uma inspiração e incentivo
para ele, desaparece o estímulo de suas primeiras relações e ele se sente
desanimado e infeliz.
O seguinte exemplo, citado por uma esoterista americana, constitui uma boa ilustração do princípio:
“Um homem dirigiu-se a mim num estado de
grande desânimo e tristeza. Sua mulher se interessara pela Ciência dos Números
e fizera examinar o nome dele. Parece que a análise não foi muito favorável,
pois ele informou-me:
“Minha
mulher diz que nunca conseguirei coisa alguma, porque sou o número 2.”
“Respondi-lhe: “Não me interessa qual seja o número de vosso nome; sois uma
idéia perfeita na mente divina, e pediremos o êxito e a prosperidade que foram
planejados para vós pela Inteligência Infinita”.
“Dentro de poucas semanas, conseguiu uma
posição magnífica e, um ano ou dois mais tarde, obteve um brilhante êxito como
escritor.” Não podeis obter êxito em vossos negócios sem amardes o vosso
trabalho. A pintura que o artista faz por amor à arte é a maior obra por ele
produzida.
A rotina é sempre um meio de viver
humildemente. Ninguém pode atrair dinheiro, se o desprezar. Muitas pessoas
permanecem na pobreza por terem o costume de dizer: “O dinheiro nada é para
mim, e não aprecio as pessoas que o possuem.”
Essa é a
razão por que muitos artistas são pobres. Seu desprezo pelo dinheiro os afasta
dele. Lembro-me de ter ouvido um artista falar de outro: “Não é bom artista;
tem dinheiro no banco.”
Essa
atitude mental, sem dúvida, separa o indivíduo do seu suprimento. Para poder
atrair uma coisa, é preciso que esteja em harmonia com ela.
O dinheiro é uma expressão de Deus como meio
de suprir a necessidade e livrar da limitação, porém deve ser sempre posto em
circulação e aplicação em coisas justas.
A avareza
e a sovinice são terrivelmente vingativas. Isso não quer dizer que o indivíduo
não deva possuir casas e riquezas, depósitos e valores, porquanto diz o sábio
que “os celeiros do justo são cheios”; significa que o indivíduo não deve ter
receio de despender até o último real, quando isso for necessário.
Gastando-o corajosa e alegremente, abre as
portas para vir mais, pois Deus é o suprimento infalível e inesgotável de cada
indivíduo. Essa é a atitude espiritual que deveis manter para com o dinheiro,
não vos esquecendo que o Banco do Universo nunca falha!
No filme
americano intitulado A Avareza, temos um exemplo de sovinice. A protagonista
havia ganho cinco mil dólares numa loteria e não queria gastá-los. Continuava a
economizar e guardar o que podia do que recebia do trabalho, pois pensava que
seu marido podia ficar doente e impossibilitado de trabalhar, e chegou a
encerar casas para viver, sem nada tirar da fortuna que recebera.
Apreciava
o dinheiro por si mesmo, colocando-o acima de tudo. O fim, porém, foi que a
assassinaram e roubaram-lhe todo o dinheiro. Os casos como o desta peça servem
de ilustração para a sentença: “O amor ao dinheiro é a origem de todos os
males.”
O dinheiro em si é bom e benéfico, porém,
empregado para fins destrutivos, procurado e guardado avidamente ou considerado
mais importante que o amor, produz moléstias, desastres e a perda do próprio
dinheiro.
Segui o caminho do amor e tudo mais vos será
acrescentado, pois Deus é amor e ao mesmo tempo suprimento; segui o caminho do
egoísmo e da avareza, e vosso suprimento desaparecerá dele.
Uma senhora riquíssima, em lugar de aplicar os
seus rendimentos em alguma coisa útil, os ia acumulando. Raramente dava alguma
coisa e só gastava comprando objetos para guardar. Gostava muito de gravatas e,
a uma amiga que lhe perguntara quantas tinha, respondera: - “Sessenta e sete.”
Ela as comprava e guardava cuidadosamente
envoltas em papel de seda. Se ela ocupasse as gravatas seria muito justo que as
possuísse, porém as adquiria apenas para guardar, violando, assim, a “lei do
uso”. Suas gavetas estavam repletas de roupas que nunca usara e de jóias que
nunca haviam visto a luz.
Aconteceu que seus braços foram gradualmente
endurecendo em conseqüência do seu apego aos objetos e, afinal, foi considerada
incapaz de cuidar de seus próprios negócios e seus haveres foram entregues à
administração de outros.
Portanto,
é o próprio indivíduo que, na sua ignorância da lei, produz a destruição
própria. Toda moléstia, toda infelicidade provém da violação da lei do amor. As
setas do ódio, ressentimento e crítica que o indivíduo envia, voltam para ele,
trazendo-lhe moléstia e tristeza.
O cultivo do amor parece uma arte perdida,
porém, aquele que conhece as leis espirituais sabe que é preciso
restabelecê-la, pois sem ela o indivíduo é como o bronze que soa ou o címbalo
que retine.
Uma
professora de Ciência Mental relata o seguinte caso que serve de exemplo
ilustrativo: “Tinha uma aluna que vinha mensalmente procurar-me para
purificar-lhe a consciência de ressentimento.
Passado algum tempo, chegou a um ponto em que
só tinha ressentimento de uma mulher e, apesar do grande esforço e trabalho,
não conseguira vencê-lo. Entretanto, foi pouco a pouco se acalmando e
harmonizando-se, até que, certo dia, todo ressentimento desapareceu.
Quando veio ver-me, estava radiante de alegria
e exclamou: “Não podeis compreender como me sinto! Aquela mulher falou comigo
e, em vez de ficar furiosa, permaneci amável e bondosa. Ninguém pode
compreender como me sinto aliviada!”
O amor e a bondade são de valor incalculável
nos negócios. A mesma professora de Ciência Mental acima citada relata o
seguinte caso: “Uma senhora se dirigiu a mim, queixando-se de sua chefe.
Disse-me que ela era dura, exigente e manifestara que não a queria sob suas
ordens.
Aconselhei-a, então: “Muito bem, saudai a Deus
nessa mulher e enviai-lhe sentimentos de uma mulher de mármore.” Repliquei-lhe:
“Estais lembrada da história do escultor que pediu um pedaço de mármore?”
Perguntaram-lhe por que o queria e respondeu: Porque há um anjo no mármore, - e
fez dele uma admirável obra de arte.” Respondeu-me: “Muito bem, vou tentar.”
“Uma
semana depois, voltou dizendo: “Fiz o que me dissestes e agora a mulher é muito
delicada comigo, tendo-me até levado à passear em seu automóvel.”
Certas pessoas, muitas vezes, sentem remorsos
por terem prejudicado a alguém, talvez, em tempos afastados. Embora não seja
possível corrigir semelhante erro seus efeitos podem ser neutralizados,
praticando, no presente, um ato de bondade com outra pessoa.
A esse respeito, diz o apóstolo S. Paulo: “Mas
uma coisa faço, esquecendo-me das coisas que ficam para trás, e avançando para
as que estão adiante, prossigo em direção ao alvo.”
Uma professora de metafísica narra os
seguintes exemplos sobre atitudes mentais deprimentes:
“Uma senhora me disse: “Tratai-me para ser
feliz e alegre, pois a minha tristeza me faz tão irritável com os de minha
família que continuo a criar mais Carma na minha existência.”
A tristeza, o pesar e o remorso destroem as células do corpo e envenenam a atmosfera mental do indivíduo. Lourenço Prado
Postado por Dharmadhannya
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