sábado, 10 de agosto de 2024

O amor e a lei da atração

 




O AMORE A LEI DA ATRAÇÃO

 Na sua obra Tertium Organum, Ouspensky afirma que o amor é um fenômeno cósmico que abre ao ser humano o mundo da quarta dimensão, o “Mundo das Maravilhas.” O amor verdadeiro é desinteressado e livre do temor. Ele se irradia para o objetivo da afeição sem exigir qualquer retribuição.

 Sua satisfação está no prazer de dar. O amor é Deus em manifestação e a mais poderosa força magnética do universo. O amor puro e desinteressado atrai para si o que lhe pertence; não tem necessidade de procurar ou pedir.

O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões. Provérbios, 10: 12. Amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus. V, Epístola de S. João, 4:7.

Todos vós que habitais este planeta estais recebendo vossa iniciação no amor. Assim disse o Cristo: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros.”

Quase ninguém tem a menor idéia do que seja o verdadeiro amor. O ente humano é egoísta, tirânico ou receoso em suas afeições, perdendo assim as coisas que ama.

O ciúme é o pior inimigo do amor, pois perturba a imaginação, faz que ela veja a pessoa amada atraída para outra e, se esse temor não for neutralizado, se expressará objetivamente. O seguinte fato, narrado por uma esoterista, serve de exemplo.

Escreve ela: “Certa moça se dirigiu a mim em estado de profundo desespero, pois o homem a quem amava a havia abandonado por outras mulheres, dizendo que nunca pensara em casar-se com ela. Achava-se exasperada de ciúmes e ressentimento, e disse-me que esperava vê-lo sofrer tanto quanto a fizera sofrer, terminando a pergunta: “Como pôde abandonar-me, se eu o amava tanto?”

“Respondi-lhe: “Bem, isso não é amor verdadeiro. Quando expressardes o amor verdadeiro, este vos será retribuído, quer por esse homem, quer por seu equivalente, pois, se não for o escolhido divino, não precisareis dele.

 Assim como estais unida a Deus, também estais unida ao amor que vos pertence por direito divino.”

 “Passaram-se vários meses e as coisas continuaram na mesma. Entretanto, ela agia conscienciosamente sobre si mesma para modificar a sua atitude. Certa ocasião, disse-lhe: “Quando deixardes de ficar perturbada pela idéia da crueldade dele, deixará de ser cruel, porque pelas vossas próprias emoções, estais atraindo essa crueldade.”

 “Falei-lhe, então, de uma fraternidade existente na índia, na qual nunca se saudavam dizendo: “Bom dia”. Para se saudarem empregavam as palavras: “Saúdo a Deus em vós.”

Eles saudavam a Deus tanto nos homens como nos animais selvagens da floresta, e assim nunca eram molestados, pois viam somente Deus em todo ser vivente.

Aconselhei-lhe o seguinte: “Saudai a Deus nesse homem e afirmai: Vejo apenas vosso ser divino. Vejo-o como Deus vos vê, perfeito, feito à Sua imagem e semelhança.”


 “Ela notou que se tornava mais calma e perdia gradualmente seu ressentimento. Ele era capitão e ela sempre lhe dava esse nome.” “Um dia exclamou repentinamente: “Deus abençoe o capitão, onde estiver.” “Respondi-lhe: “Isso sim é verdadeiro amor, e quando vos tornardes um círculo completo, não ficando mais perturbada pela situação, alcançareis dele o amor e atraireis o seu equivalente.”

 “Nessa ocasião, eu estava de mudança e não possuía telefone, de modo que fiquei fora de contato com ela durante algumas semanas; entretanto, certa manhã recebi uma sua carta, contendo apenas esta palavra: “Casamo-nos.”

“Na primeira oportunidade, fiz-lhe uma visita e minhas primeiras palavras foram: “Que aconteceu?” Ela exclamou: “Oh, um milagre! Certo dia despertei-me e notei que todo o meu sofrimento havia desaparecido. Na tarde daquele mesmo dia, o encontrei e pediu-me em casamento.

 Dentro de uma semana nos casamos, e posso afirmar-vos que nunca vi homem mais delicado.” Uma antiga sentença iniciática diz o seguinte: Ninguém é vosso inimigo, ninguém é vosso amigo, cada um é vosso instrutor.

O namorado daquela moça lhe estava ensinando o amor desinteressado, coisa que toda pessoa tem que aprender, cedo ou tarde.

Assim, pois, é preciso serdes impessoal e aprenderdes o que cada um tem a ensinar-vos e, quanto mais cedo aprenderdes vossa lição, mais depressa ficareis livre.

 Não é necessário o sofrimento para vos desenvolverdes e aperfeiçoardes, e ele resulta sempre de terdes desobedecido a lei espiritual; porém, são poucas as pessoas que parecem poder sair do “sono da alma” sem passar por ele.

 Quando as pessoas, geralmente se tornam egoístas e assim, automaticamente, a lei do Carma entra em atividade. Amiúde elas perdem o que possuem por não saberem apreciá-lo e dar-lhe valor.

Um metafísico americano relata o seguinte caso que serve de ilustração para o princípio exposto: “Conheci uma senhora que possuía um companheiro muito bom, ao qual não dava valor, pois dizia sempre:

“Não me importa casar-me, porém, isso não depõe contra meu companheiro e quer dizer simplesmente que não tenho interesse pela vida conjugal.”

 “Tinha outros interesses e quase nem se lembrava de que possuía um companheiro. Somente quando o via é que se lembrava dele. Um dia o companheiro disse-lhe que gostava de outra mulher e ia deixá-la. Desesperada e cheia de ressentimento, ela veio procurar-me.

 “Após ouvi-Ia queixar-se, respondi-lhe: “É exatamente para dar esse resultado que falastes aquelas palavras. Dizeis que não vos preocupáveis com o casamento, e assim vosso subconsciente agiu para deixar-vos sem ele.”

“Ela concordou: “É verdade; agora compreendo. As pessoas alcançam o que procuram e depois se ofendem muito por não ser como julgam.” Entretanto, em pouco tempo harmonizou-se com a situação e reconheceu que eram muito mais felizes separados.”

 Quando a mulher se torna indiferente ao marido ou companheiro e põe-se a criticá-lo, deixa de ser uma inspiração e incentivo para ele, desaparece o estímulo de suas primeiras relações e ele se sente desanimado e infeliz.


O seguinte exemplo, citado por uma esoterista americana, constitui uma boa ilustração do princípio:

 “Um homem dirigiu-se a mim num estado de grande desânimo e tristeza. Sua mulher se interessara pela Ciência dos Números e fizera examinar o nome dele. Parece que a análise não foi muito favorável, pois ele informou-me:

“Minha mulher diz que nunca conseguirei coisa alguma, porque sou o número 2.” “Respondi-lhe: “Não me interessa qual seja o número de vosso nome; sois uma idéia perfeita na mente divina, e pediremos o êxito e a prosperidade que foram planejados para vós pela Inteligência Infinita”.

 “Dentro de poucas semanas, conseguiu uma posição magnífica e, um ano ou dois mais tarde, obteve um brilhante êxito como escritor.” Não podeis obter êxito em vossos negócios sem amardes o vosso trabalho. A pintura que o artista faz por amor à arte é a maior obra por ele produzida.

 A rotina é sempre um meio de viver humildemente. Ninguém pode atrair dinheiro, se o desprezar. Muitas pessoas permanecem na pobreza por terem o costume de dizer: “O dinheiro nada é para mim, e não aprecio as pessoas que o possuem.”

Essa é a razão por que muitos artistas são pobres. Seu desprezo pelo dinheiro os afasta dele. Lembro-me de ter ouvido um artista falar de outro: “Não é bom artista; tem dinheiro no banco.”

Essa atitude mental, sem dúvida, separa o indivíduo do seu suprimento. Para poder atrair uma coisa, é preciso que esteja em harmonia com ela.

 O dinheiro é uma expressão de Deus como meio de suprir a necessidade e livrar da limitação, porém deve ser sempre posto em circulação e aplicação em coisas justas.

A avareza e a sovinice são terrivelmente vingativas. Isso não quer dizer que o indivíduo não deva possuir casas e riquezas, depósitos e valores, porquanto diz o sábio que “os celeiros do justo são cheios”; significa que o indivíduo não deve ter receio de despender até o último real, quando isso for necessário.

 Gastando-o corajosa e alegremente, abre as portas para vir mais, pois Deus é o suprimento infalível e inesgotável de cada indivíduo. Essa é a atitude espiritual que deveis manter para com o dinheiro, não vos esquecendo que o Banco do Universo nunca falha!

No filme americano intitulado A Avareza, temos um exemplo de sovinice. A protagonista havia ganho cinco mil dólares numa loteria e não queria gastá-los. Continuava a economizar e guardar o que podia do que recebia do trabalho, pois pensava que seu marido podia ficar doente e impossibilitado de trabalhar, e chegou a encerar casas para viver, sem nada tirar da fortuna que recebera.

Apreciava o dinheiro por si mesmo, colocando-o acima de tudo. O fim, porém, foi que a assassinaram e roubaram-lhe todo o dinheiro. Os casos como o desta peça servem de ilustração para a sentença: “O amor ao dinheiro é a origem de todos os males.”

 O dinheiro em si é bom e benéfico, porém, empregado para fins destrutivos, procurado e guardado avidamente ou considerado mais importante que o amor, produz moléstias, desastres e a perda do próprio dinheiro.

 Segui o caminho do amor e tudo mais vos será acrescentado, pois Deus é amor e ao mesmo tempo suprimento; segui o caminho do egoísmo e da avareza, e vosso suprimento desaparecerá dele.

 Uma senhora riquíssima, em lugar de aplicar os seus rendimentos em alguma coisa útil, os ia acumulando. Raramente dava alguma coisa e só gastava comprando objetos para guardar. Gostava muito de gravatas e, a uma amiga que lhe perguntara quantas tinha, respondera: - “Sessenta e sete.”

 Ela as comprava e guardava cuidadosamente envoltas em papel de seda. Se ela ocupasse as gravatas seria muito justo que as possuísse, porém as adquiria apenas para guardar, violando, assim, a “lei do uso”. Suas gavetas estavam repletas de roupas que nunca usara e de jóias que nunca haviam visto a luz.

 Aconteceu que seus braços foram gradualmente endurecendo em conseqüência do seu apego aos objetos e, afinal, foi considerada incapaz de cuidar de seus próprios negócios e seus haveres foram entregues à administração de outros.

Portanto, é o próprio indivíduo que, na sua ignorância da lei, produz a destruição própria. Toda moléstia, toda infelicidade provém da violação da lei do amor. As setas do ódio, ressentimento e crítica que o indivíduo envia, voltam para ele, trazendo-lhe moléstia e tristeza.

 O cultivo do amor parece uma arte perdida, porém, aquele que conhece as leis espirituais sabe que é preciso restabelecê-la, pois sem ela o indivíduo é como o bronze que soa ou o címbalo que retine.

Uma professora de Ciência Mental relata o seguinte caso que serve de exemplo ilustrativo: “Tinha uma aluna que vinha mensalmente procurar-me para purificar-lhe a consciência de ressentimento.

 Passado algum tempo, chegou a um ponto em que só tinha ressentimento de uma mulher e, apesar do grande esforço e trabalho, não conseguira vencê-lo. Entretanto, foi pouco a pouco se acalmando e harmonizando-se, até que, certo dia, todo ressentimento desapareceu.

 Quando veio ver-me, estava radiante de alegria e exclamou: “Não podeis compreender como me sinto! Aquela mulher falou comigo e, em vez de ficar furiosa, permaneci amável e bondosa. Ninguém pode compreender como me sinto aliviada!”

 O amor e a bondade são de valor incalculável nos negócios. A mesma professora de Ciência Mental acima citada relata o seguinte caso: “Uma senhora se dirigiu a mim, queixando-se de sua chefe. Disse-me que ela era dura, exigente e manifestara que não a queria sob suas ordens.

 Aconselhei-a, então: “Muito bem, saudai a Deus nessa mulher e enviai-lhe sentimentos de uma mulher de mármore.” Repliquei-lhe: “Estais lembrada da história do escultor que pediu um pedaço de mármore?” Perguntaram-lhe por que o queria e respondeu: Porque há um anjo no mármore, - e fez dele uma admirável obra de arte.” Respondeu-me: “Muito bem, vou tentar.”

“Uma semana depois, voltou dizendo: “Fiz o que me dissestes e agora a mulher é muito delicada comigo, tendo-me até levado à passear em seu automóvel.”

 Certas pessoas, muitas vezes, sentem remorsos por terem prejudicado a alguém, talvez, em tempos afastados. Embora não seja possível corrigir semelhante erro seus efeitos podem ser neutralizados, praticando, no presente, um ato de bondade com outra pessoa.

 A esse respeito, diz o apóstolo S. Paulo: “Mas uma coisa faço, esquecendo-me das coisas que ficam para trás, e avançando para as que estão adiante, prossigo em direção ao alvo.”

 Uma professora de metafísica narra os seguintes exemplos sobre atitudes mentais deprimentes:

 “Uma senhora me disse: “Tratai-me para ser feliz e alegre, pois a minha tristeza me faz tão irritável com os de minha família que continuo a criar mais Carma na minha existência.”

A tristeza, o pesar e o remorso destroem as células do corpo e envenenam a atmosfera mental do indivíduo. Lourenço Prado

Postado por Dharmadhannya


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