sábado, 26 de novembro de 2022

Violência na infância

 


Violência na infancia.

Uma criança que vive a violência dentro de casa, física, emocional, sexual na infância, ou adolescência ou com um familiar violento que agride sua mãe poderá viver as consequências da agressividade em sua vida, que podem manifestar já na infância, na juventude ou na fase adulta

- a figura paterna masculina representa proteção e amparo, mas se for agressiva a criança pode internalizar sua violência contra si mesmo, ou contra o mundo, e assim o ciclo de violência irá perpetuar no futuro da sua vida.

- a Organização Mundial da Saúde (OMS), definiu a violência infantil sob a ótica psicológica. De acordo com o órgão internacional, “a violência emocional ou psicológica inclui a restrição de movimentos, denigração, ridículo, ameaças e intimidação, discriminação, rejeição e outras formas não-físicas de tratamento hostil”.

- Aceitação social da violência contra crianças e adolescentes utilizada como justificativa de “educar”. Essas violências são manifestadas como castigo físico, humilhação, intimidação e assédio sexual, especialmente quando não produzem danos físicos, visíveis e duradouros.

-  a criança pode sofrer abalos emocionais e psíquicos severos que podem se manifestar na adolescência como:

- psicose ou outros distúrbios psicológicos sérios, depressão, sintomas de ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e baixa auto-estima.

- A vítima apresenta sentimentos de vergonha, medo, agressividade, e pode reproduzir na escola, em sua vida social o comportamento violento.

- ansiedade, transtornos depressivos, alucinações, baixo desempenho na escola e nas tarefas de casa, alterações de memória, comportamento agressivo, violento e até tentativas de suicídio.

- há impacto no desenvolvimento escolar pois afetam o desenvolvimento pleno cognitivo e comportamental da criança e que não são resolvidos facilmente, e pode ter crise de ansiedade, isolamento social e depressão.

 Na fase adulta, o mais comum é a vítima apresentar também agressividade e reproduzir a violência tanto com parceiros íntimos quanto com filhos. Também é comum sentimento de culpa, transtorno de estresse pós-traumático e depressão

- A violência pode gerar problemas sociais, emocionais, psicológicos e cognitivos durante toda a vida, podendo apresentar também comportamentos prejudiciais à saúde. Em geral, se manifesta por meio do abuso de substâncias psicoativas, do álcool e outras drogas e da iniciação, precoce à atividade sexual, tornando-os mais vulneráveis à gravidez, à exploração sexual e à prostituição.

Dharmadahnnya

- "COMO ENFRENTAR ESTE GRAVE PROBLEMA DE SAÚDE" PÚBLICA? Todos nós podemos contribuir para a cultura de paz, pois a violência contra as crianças e os adolescentes jamais se justifica. Enfrentar a violência implica lidar com questões complexas que envolvem a moral, ética, ideologia, política e cultura, entre outros fatores.

 Os passos primordiais são:

 1 - Promover ações de sensibilização e mobilização na defesa de tão importante causa.

 2 - Conversar com crianças e adolescentes orientando-os sobre os riscos da violência no cotidiano e suas formas de prevenção. 3 - Adotar posturas proativas frente a qualquer situação de violência.

4 - Debater o assunto nas escolas, comunidades, família, serviços de saúde, entre outros setores da sociedade. O setor de saúde assumiu, a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente, um mandato social para atuar na prevenção, diagnóstico e notificação de casos de violência.

 Criou-se, assim, um espaço privilegiado para a identificação, acolhimento e atendimento de crianças e adolescentes em situação de violência, bem como a orientação às famílias.

PROFISSIONAL DE SAÚDE

https://www.childhood.org.br/

O profissional da saúde que atende crianças e adolescentes é um grande aliado na identificação da violência sexual. O protocolo de atendimento às pessoas em situação de violência sexual é fundamental na identificação de sinais e encaminhamento dos casos.

Além de exercer a função vital de tratar danos físicos e psicológicos, o profissional da saúde deve notificar obrigatoriamente os casos identificados, segundo a portaria do Ministério da Saúde. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por exemplo, prevê punição em casos de omissão.

O relacionamento do profissional de saúde com as famílias das vítimas de violência sexual é fundamental para colher dados sobre os pacientes, tratar os danos e proteger a vítima contra novos episódios de violência.

Para reconhecer se houve violência sexual, o profissional de saúde deve observar alguns sinais e sintomas, sempre lembrando que eles não devem ser considerados isoladamente:

• Marcas pelo corpo, lacerações, hematomas ou outras lesões genitais sem trauma acidental que os justifiquem.
• Corrimento, hemorragia vaginal ou retal, ardência e infecção.
• Presença de sêmen na roupa, boca ou genitais.

• Doenças sexualmente transmissíveis.
• Gravidez na infância ou adolescência.
• Mudança de comportamento e queda no rendimento escolar.
• Perda ou excesso de apetite.

• Agressividade, choro, isolamento social, insegurança e alterações de sono.
• Baixo rendimento escolar.
• Retrocesso no desenvolvimento.
• Interesse súbito e incomum por questões sexuais, masturbação compulsiva.

• Medo de adultos estranhos ou conhecidos, de escuro, de ficar sozinho e de ser deixado em determinados lugares e/ou próximo a determinada pessoa.
• Dificuldade para se movimentar e sentar.

• Roupas íntimas destruídas, sujas ou manchadas de sangue.
• Sentimento de inferioridade e necessidade de agradar.

Profissionais da educação e saúde.

Ao atender uma criança ou adolescente vítima de violência sexual:

• Seja imparcial, evite julgamentos e tom acusatório, mesmo quando identificar algum familiar como agressor.
• Tenha paciência e agilize os exames da vítima, que, em muitos casos, passa por diversos locais de atendimento antes de chegar em você.

• Procure minimizar a exposição da criança, evitando sua revitimização, e entreviste os cuidadores separadamente.
• Trate a criança com carinho, dignidade e respeito, sem expressar piedade, passando confiança para ela se sentir à vontade e contar o que aconteceu.
• Acolha e ouça também os cuidadores, com calma, pois o trauma de um abuso sexual desestrutura toda a família.

• Procure a orientação de uma rede bem articulada de atendimento, ouvindo a opinião de outros profissionais.
• Sempre que necessário, solicite a avaliação dos casos por outros profissionais para confirmar a suspeita de abuso.
• Notifique os casos às autoridades competentes.

• Toda forma de violência sexual deve ser comunicada, independentemente de ter havido penetração ou não.
• Evite encaminhar as vítimas ao Instituto Médico Legal, que em geral é um lugar muito agressivo para a criança e o adolescente. Hoje, em muitos lugares, o Sistema de Justiça, que julga os casos, já aceita como relatório médico um comunicado do profissional de Saúde ao Conselho Tutelar.

• Deixe claro para a criança que ela não tem culpa do que aconteceu e que, para que ela seja protegida, você precisará conversar com outras pessoas.
• Mostre-se disponível para novas conversas ou outros tipos de auxílio que a criança precisar.
• Família e criança precisam ser encaminhados para a assistência social e psicológica.

• Encaminhadas para a realização imediata de exames para evitar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), incluindo a Aids, com administração de medicamentos nas primeiras 72 horas após a agressão.

PROFESSOR/EDUCADOR

Educadores e professores têm papel fundamental na proteção e orientação de crianças e adolescentes. Podem tanto aproveitar o espaço escolar para discutir temas importantes para a prevenção da violência sexual quanto observar mudanças de atitudes nos alunos, que podem ser indicadores de que estejam sofrendo violência sexual.

Por isso, o professor/educador deve estar preparado para observar, abordar e ouvir os alunos, além de saber como buscar ajuda de outros profissionais.

É importante ressaltar que a existência isolada de um dos indicadores não é significativa para a interpretação da presença de violência sexual. É necessário que os órgãos responsáveis pela investigação apurem se houve de fato ou não a agressão.

Veja como abordar ou escutar a criança ou adolescente caso você seja seu professor/educador:
• Demonstre disponibilidade para conversar e busque um ambiente apropriado para isso.
• Ouça atentamente, sem interromper, e não pressione para obter informações.

• Utilize linguagem acessível à criança/adolescente.
• Leve a sério tudo o que ouvir, sem julgar, criticar ou duvidar do que a criança diz.
• Mantenha-se calmo e tranquilo, sem reações extremadas ou passionais.
• Expresse apoio, solidariedade e respeito, e reforce que a criança/adolescente não tem culpa do que aconteceu.

• Explique à criança/adolescente que será necessário conversar com outras pessoas para protegê-lo(a).
• Evite que muitas pessoas saibam dos acontecimentos, para minimizar comentários desagradáveis e inapropriados, e a estigmatização da criança/adolescente.

• Se for entrar em contato com a família, é preciso ouvir antes da criança/adolescente quais são as pessoas que ela aprova como interlocutores.
• Mostre-se disponível para novas conversas, sempre que a criança/adolescente precisar.

• Anote tudo o que lhe foi dito, assim que possível, pois depois isso poderá ser utilizado em procedimentos legais.

JORNALISTA

Quando falamos dos direitos das crianças e dos adolescentes, o papel dos profissionais de imprensa na sociedade vem carregado de uma imensa responsabilidade. É fundamental denunciar a violência contra crianças e adolescentes, incluindo a sexual, além de cobrar políticas públicas eficientes.

 Também é essencial informar caminhos para a prevenção, responsabilização do agressor e ações das instituições de proteção e atendimento às vítimas.

Mas, para isso, é preciso ter alguns cuidados ao produzir as matérias, pois quando o assunto é violência sexual, ainda tabu na sociedade, ou é muitas vezes é invisibilizado por pactos de silêncio, ou equivocadamente exposto por uma cobertura sensacionalista.

O profissional de comunicação que busque ter uma postura comprometida e ética não pode apenas registrar e denunciar os fatos, mas também abordar o tema sob a perspectiva dos direitos humanos.

Retratar os personagens preservando sua imagem é um desafio na cobertura jornalística. Mas é possível fazer um bom trabalho de informação e sensibilização da sociedade sem revitimizar as crianças e os adolescentes que sofreram violência.

Considere o seguinte para realizar uma boa reportagem:

• Invista na qualidade de informação para mobilizar a sociedade na busca de soluções.
• Ouça todos os lados da história (vítimas, agressores, familiares, especialistas, mediadores), com pontos de vista divergentes.
• Ofereça serviços úteis. Informe sobre canais de denúncia, indique instituições de apoio, serviços especializados e organizações sociais.

• Trate crianças e adolescentes vítimas de violência sexual respeitando sua condição de pessoa em desenvolvimento.
• Produza discurso ético e contextualizado na reportagem, com linguagem acessível.
• Discuta o sistema de recuperação de agressores e de assistência às vítimas.
• Acompanhe o inquérito policial e atualize a população sobre os desdobramentos do caso.

• Consulte os especialistas e autoridades responsáveis pelo problema, mas evite a cobertura baseada apenas em boletins de ocorrência.
• Utilize linguagem didática e adequada para a faixa etária ao abordar o assunto em suplementos infantis e juvenis.

• Aprofunde a cobertura e amplie a repercussão do caso  (continuação das matérias do mesmo tema).
• Apure o que há por trás do abuso sexual (valores culturais, questões socioeconômicas, de gênero, étnicas, problemas de educação e saúde).
• Leia publicações especializadas e participe de encontros e seminários para se aprofundar no tema.

• Analise o que leva a sociedade a interpretar erroneamente a questão da culpabilidade da vítima.

Evite equívocos na cobertura jornalística com estas dicas:

 Redobre a atenção ao tratar de suspeitas e acusações de abuso ou exploração sexual para que não se cometam equívocos na cobertura jornalística. Crimes sexuais contra crianças e ado
lescentes têm forte apelo emocional e levantam a ira da opinião pública.

Evite o sensacionalismo e o julgamento precipitados, que podem ocasionar sérios danos à imagem e à integridade física de uma pessoa. O acusado só pode ser considerado agressor em casos de flagrante, confissão ou de sentença já determinada.

Nunca use crianças e adolescentes em reportagens se for para perguntar sobre a violência sofrida. Isso gera revitimização e sofrimento, além de uma exposição desnecessária na mídia que pode até colocar a vida delas em risco.
Não divulgue informações que possam identificar a vítima. Além de preservar nome, imagem e voz, cuidado ao citar ou mostrar cidade, rua ou fachada da residência da vítima.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a preservação da imagem de crianças e adolescentes. Com isso, quem trabalha com filmagem ou fotografia tem o desafio da maneira de retratar os entrevistados sem expô-los. Assim como a palavra mal empregada, a imagem também pode reforçar preconceitos e tabus.

Seguem algumas dicas de boas práticas para utilização de recursos de imagem ao tratar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes.

• Não coloque tarja preta nos olhos das vítimas. Esse recurso costuma estar relacionado à marginalidade e não impede o reconhecimento da pessoa.
• Utilize ilustrações ou outros recursos técnicos como um artifício imagético para a reportagem, usando o bom senso e a criatividade.

• Faça a desfocalização da imagem e distorção da voz.
• Mostre imagens de partes do corpo isoladas, como mãos e pés.
• Use imagens de objetos e situações que remetam à infância.
• Use silhuetas refletidas em superfícies capazes de distorcer formas.
• Use sombras explorando perfil.

Em textos jornalísticos, a terminologia usada exige muita atenção para não apelar para o sensacionalismo e não prejudicar o entendimento do fenômeno.

• Não confunda notificação (a comunicação de uma situação de violência para o Conselho Tutelar ou para uma Vara da Infância e Juventude) com denúncia (quando o promotor de justiça formaliza a acusação, dando início a uma ação penal).

• Meninos e meninas são sempre vítimas de exploração sexual e nunca de prostituição, que é exercida apenas a partir da escolha consciente de adultos que conhecem as consequências de comercializar o próprio corpo.
• O termo "menor" não deve ser utilizado para designar crianças e adolescentes, por ser considerado pejorativo.

 A definição remete ao Código de Menores, Lei 6.697/67, revogado em 1990, a partir da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e se destinava a meninos e meninas em situação de abandono, de trabalho precoce ou em conflito com a lei.

Postado por Dharmadhannya

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