Uma
criança que vive a violência dentro de casa, física, emocional, sexual na infância, ou adolescência ou com um familiar violento que agride sua mãe poderá viver as consequências da
agressividade em sua vida, que podem manifestar já na infância, na juventude ou na
fase adulta
- a
figura paterna masculina representa proteção e amparo, mas se for agressiva a
criança pode internalizar sua violência contra si mesmo, ou contra o mundo, e
assim o ciclo de violência irá perpetuar no futuro da sua vida.
- a Organização
Mundial da Saúde (OMS), definiu a violência infantil sob a
ótica psicológica. De acordo com o órgão internacional, “a violência emocional
ou psicológica inclui a restrição de movimentos, denigração, ridículo, ameaças
e intimidação, discriminação, rejeição e outras formas não-físicas de tratamento
hostil”.
-
Aceitação social da violência contra crianças e adolescentes utilizada como
justificativa de “educar”. Essas violências são manifestadas como castigo
físico, humilhação, intimidação e assédio sexual, especialmente quando não
produzem danos físicos, visíveis e duradouros.
- a criança pode sofrer abalos emocionais e psíquicos
severos que podem se manifestar na adolescência como:
- psicose
ou outros distúrbios psicológicos sérios, depressão, sintomas de ansiedade,
depressão, transtorno de estresse pós-traumático e baixa auto-estima.
- A
vítima apresenta sentimentos de vergonha, medo, agressividade, e pode
reproduzir na escola, em sua vida social o comportamento violento.
- ansiedade,
transtornos depressivos, alucinações, baixo desempenho na escola e nas tarefas
de casa, alterações de memória, comportamento agressivo, violento e até
tentativas de suicídio.
- há
impacto no desenvolvimento escolar pois afetam o
desenvolvimento pleno cognitivo e comportamental da criança e que não são
resolvidos facilmente, e pode ter crise de ansiedade, isolamento social e
depressão.
Na fase adulta, o mais comum é a vítima apresentar
também agressividade e reproduzir a violência tanto com parceiros íntimos
quanto com filhos. Também é comum sentimento de culpa, transtorno de estresse
pós-traumático e depressão
- A
violência pode gerar problemas sociais, emocionais, psicológicos e cognitivos
durante toda a vida, podendo apresentar também comportamentos prejudiciais à
saúde. Em geral, se manifesta por meio do abuso de substâncias psicoativas, do
álcool e outras drogas e da iniciação, precoce à atividade sexual, tornando-os
mais vulneráveis à gravidez, à exploração sexual e à prostituição.
Dharmadahnnya
- "COMO
ENFRENTAR ESTE GRAVE PROBLEMA DE SAÚDE" PÚBLICA? Todos nós podemos contribuir
para a cultura de paz, pois a violência contra as crianças e os adolescentes
jamais se justifica. Enfrentar a violência implica lidar com questões complexas
que envolvem a moral, ética, ideologia, política e cultura, entre outros
fatores.
Os passos primordiais são:
1 - Promover ações de sensibilização e
mobilização na defesa de tão importante causa.
2 - Conversar com crianças e adolescentes
orientando-os sobre os riscos da violência no cotidiano e suas formas de
prevenção. 3 - Adotar posturas proativas frente a qualquer situação de
violência.
4 -
Debater o assunto nas escolas, comunidades, família, serviços de saúde, entre
outros setores da sociedade. O setor de saúde assumiu, a partir do Estatuto da
Criança e do Adolescente, um mandato social para atuar na prevenção,
diagnóstico e notificação de casos de violência.
Criou-se, assim, um espaço privilegiado para a
identificação, acolhimento e atendimento de crianças e adolescentes em situação
de violência, bem como a orientação às famílias.
PROFISSIONAL
DE SAÚDE
https://www.childhood.org.br/
O
profissional da saúde que atende crianças e adolescentes é um grande aliado na
identificação da violência sexual. O protocolo de atendimento às pessoas em
situação de violência sexual é fundamental na identificação de sinais e
encaminhamento dos casos.
Além de exercer a função vital de tratar danos físicos e psicológicos, o
profissional da saúde deve notificar obrigatoriamente os casos identificados,
segundo a portaria do Ministério da Saúde. O Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), por exemplo, prevê punição em casos de omissão.
O relacionamento do profissional de saúde com as famílias das vítimas de
violência sexual é fundamental para colher dados sobre os pacientes, tratar os
danos e proteger a vítima contra novos episódios de violência.
Para reconhecer se houve violência sexual, o profissional de saúde deve
observar alguns sinais e sintomas, sempre lembrando que eles não devem ser
considerados isoladamente:
• Marcas pelo corpo, lacerações, hematomas ou outras lesões genitais sem trauma
acidental que os justifiquem.
• Corrimento, hemorragia vaginal ou retal, ardência e infecção.
• Presença de sêmen na roupa, boca ou genitais.
• Doenças sexualmente transmissíveis.
• Gravidez na infância ou adolescência.
• Mudança de comportamento e queda no rendimento escolar.
• Perda ou excesso de apetite.
• Agressividade, choro, isolamento social, insegurança e alterações de sono.
• Baixo rendimento escolar.
• Retrocesso no desenvolvimento.
• Interesse súbito e incomum por questões sexuais, masturbação compulsiva.
• Medo de adultos estranhos ou conhecidos, de escuro, de ficar sozinho e de ser
deixado em determinados lugares e/ou próximo a determinada pessoa.
• Dificuldade para se movimentar e sentar.
• Roupas íntimas destruídas, sujas ou manchadas de sangue.
• Sentimento de inferioridade e necessidade de agradar.
Profissionais da educação e saúde.
Ao atender uma criança ou adolescente vítima de violência sexual:
• Seja
imparcial, evite julgamentos e tom acusatório, mesmo quando identificar algum
familiar como agressor.
• Tenha paciência e agilize os exames da vítima, que, em muitos casos, passa
por diversos locais de atendimento antes de chegar em você.
• Procure minimizar a exposição da criança, evitando sua revitimização, e
entreviste os cuidadores separadamente.
• Trate a criança com carinho, dignidade e respeito, sem expressar piedade,
passando confiança para ela se sentir à vontade e contar o que aconteceu.
• Acolha e ouça também os cuidadores, com calma, pois o trauma de um abuso
sexual desestrutura toda a família.
• Procure a orientação de uma rede bem articulada de atendimento, ouvindo a
opinião de outros profissionais.
• Sempre que necessário, solicite a avaliação dos casos por outros
profissionais para confirmar a suspeita de abuso.
• Notifique os casos às autoridades competentes.
• Toda forma de violência sexual deve ser comunicada, independentemente de ter
havido penetração ou não.
• Evite encaminhar as vítimas ao Instituto Médico Legal, que em geral é um
lugar muito agressivo para a criança e o adolescente. Hoje, em muitos lugares,
o Sistema de Justiça, que julga os casos, já aceita como relatório médico um
comunicado do profissional de Saúde ao Conselho Tutelar.
• Deixe claro para a criança que ela não tem culpa do que aconteceu e que, para
que ela seja protegida, você precisará conversar com outras pessoas.
• Mostre-se disponível para novas conversas ou outros tipos de auxílio que a
criança precisar.
• Família e criança precisam ser encaminhados para a assistência social e
psicológica.
• Encaminhadas para a realização imediata de exames para evitar doenças
sexualmente transmissíveis (DSTs), incluindo a Aids, com administração de
medicamentos nas primeiras 72 horas após a agressão.
PROFESSOR/EDUCADOR
Educadores
e professores têm papel fundamental na proteção e orientação de crianças e
adolescentes. Podem tanto aproveitar o espaço escolar para discutir temas
importantes para a prevenção da violência sexual quanto observar mudanças de
atitudes nos alunos, que podem ser indicadores de que estejam sofrendo
violência sexual.
Por isso, o professor/educador deve estar preparado para observar, abordar e
ouvir os alunos, além de saber como buscar ajuda de outros profissionais.
É importante ressaltar que a existência isolada de um dos indicadores não é
significativa para a interpretação da presença de violência sexual. É
necessário que os órgãos responsáveis pela investigação apurem se houve de fato
ou não a agressão.
Veja como abordar ou escutar a criança ou adolescente caso você seja seu
professor/educador:
• Demonstre disponibilidade para conversar e busque um ambiente apropriado para
isso.
• Ouça atentamente, sem interromper, e não pressione para obter informações.
• Utilize linguagem acessível à criança/adolescente.
• Leve a sério tudo o que ouvir, sem julgar, criticar ou duvidar do que a
criança diz.
• Mantenha-se calmo e tranquilo, sem reações extremadas ou passionais.
• Expresse apoio, solidariedade e respeito, e reforce que a criança/adolescente
não tem culpa do que aconteceu.
• Explique à criança/adolescente que será necessário conversar com outras pessoas
para protegê-lo(a).
• Evite que muitas pessoas saibam dos acontecimentos, para minimizar
comentários desagradáveis e inapropriados, e a estigmatização da
criança/adolescente.
• Se for entrar em contato com a família, é preciso ouvir antes da criança/adolescente
quais são as pessoas que ela aprova como interlocutores.
• Mostre-se disponível para novas conversas, sempre que a criança/adolescente
precisar.
• Anote tudo o que lhe foi dito, assim que possível, pois depois isso poderá
ser utilizado em procedimentos legais.
JORNALISTA
Quando falamos dos direitos das crianças e dos adolescentes, o papel dos profissionais de imprensa na sociedade vem carregado de uma imensa responsabilidade. É fundamental denunciar a violência contra crianças e adolescentes, incluindo a sexual, além de cobrar políticas públicas eficientes.
Também é essencial informar caminhos para a prevenção,
responsabilização do agressor e ações das instituições de proteção e
atendimento às vítimas.
Mas, para isso, é preciso ter alguns cuidados ao produzir as matérias, pois
quando o assunto é violência sexual, ainda tabu na sociedade, ou é muitas vezes
é invisibilizado por pactos de silêncio, ou equivocadamente exposto por uma
cobertura sensacionalista.
O profissional de comunicação que busque ter uma postura comprometida e ética
não pode apenas registrar e denunciar os fatos, mas também abordar o tema sob a
perspectiva dos direitos humanos.
Retratar os personagens preservando sua imagem é um desafio na cobertura
jornalística. Mas é possível fazer um bom trabalho de informação e
sensibilização da sociedade sem revitimizar as crianças e os adolescentes que
sofreram violência.
Considere o seguinte para realizar uma boa reportagem:
• Invista na qualidade de informação para mobilizar a sociedade na busca de
soluções.
• Ouça todos os lados da história (vítimas, agressores, familiares,
especialistas, mediadores), com pontos de vista divergentes.
• Ofereça serviços úteis. Informe sobre canais de denúncia, indique
instituições de apoio, serviços especializados e organizações sociais.
• Trate crianças e adolescentes vítimas de violência sexual respeitando sua
condição de pessoa em desenvolvimento.
• Produza discurso ético e contextualizado na reportagem, com linguagem
acessível.
• Discuta o sistema de recuperação de agressores e de assistência às vítimas.
• Acompanhe o inquérito policial e atualize a população sobre os desdobramentos
do caso.
• Consulte os especialistas e autoridades responsáveis pelo problema, mas evite
a cobertura baseada apenas em boletins de ocorrência.
• Utilize linguagem didática e adequada para a faixa etária ao abordar o
assunto em suplementos infantis e juvenis.
• Aprofunde a cobertura e amplie a repercussão do caso (continuação
das matérias do mesmo tema).
• Apure o que há por trás do abuso sexual (valores culturais, questões
socioeconômicas, de gênero, étnicas, problemas de educação e saúde).
• Leia publicações especializadas e participe de encontros e seminários para se
aprofundar no tema.
• Analise o que leva a sociedade a interpretar erroneamente a questão da
culpabilidade da vítima.
Evite equívocos na cobertura jornalística com estas dicas:
Redobre a atenção ao tratar de suspeitas
e acusações de abuso ou exploração sexual para que não se cometam equívocos na
cobertura jornalística. Crimes sexuais contra crianças e adolescentes têm forte
apelo emocional e levantam a ira da opinião pública.
Evite o sensacionalismo e o julgamento precipitados, que podem ocasionar sérios danos à imagem e à integridade física de uma pessoa. O acusado só pode ser considerado agressor em casos de flagrante, confissão ou de sentença já determinada.
Nunca use crianças e adolescentes em reportagens se for para perguntar sobre a
violência sofrida. Isso gera revitimização e sofrimento, além de uma exposição
desnecessária na mídia que pode até colocar a vida delas em risco.
Não divulgue informações que possam identificar a vítima. Além de preservar
nome, imagem e voz, cuidado ao citar ou mostrar cidade, rua ou fachada da
residência da vítima.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a preservação da imagem de
crianças e adolescentes. Com isso, quem trabalha com filmagem ou fotografia tem
o desafio da maneira de retratar os entrevistados sem expô-los. Assim como a
palavra mal empregada, a imagem também pode reforçar preconceitos e tabus.
Seguem algumas dicas de boas práticas para utilização de recursos de imagem ao tratar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes.
• Não coloque tarja preta nos olhos das vítimas. Esse recurso costuma estar
relacionado à marginalidade e não impede o reconhecimento da pessoa.
• Utilize ilustrações ou outros recursos técnicos como um artifício imagético
para a reportagem, usando o bom senso e a criatividade.
• Faça a desfocalização da imagem e distorção da voz.
• Mostre imagens de partes do corpo isoladas, como mãos e pés.
• Use imagens de objetos e situações que remetam à infância.
• Use silhuetas refletidas em superfícies capazes de distorcer formas.
• Use sombras explorando perfil.
Em textos jornalísticos, a terminologia usada exige muita atenção para não
apelar para o sensacionalismo e não prejudicar o entendimento do fenômeno.
• Não confunda notificação (a comunicação de uma situação de violência para o Conselho Tutelar ou para uma Vara da Infância e Juventude) com denúncia (quando o promotor de justiça formaliza a acusação, dando início a uma ação penal).
• Meninos e meninas são sempre vítimas de exploração sexual e nunca de
prostituição, que é exercida apenas a partir da escolha consciente de adultos
que conhecem as consequências de comercializar o próprio corpo.
• O termo "menor" não deve ser utilizado para designar crianças e
adolescentes, por ser considerado pejorativo.
A definição remete ao Código de
Menores, Lei 6.697/67, revogado em 1990, a partir da promulgação do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), e se destinava a meninos e meninas em situação
de abandono, de trabalho precoce ou em conflito com a lei.
Postado por Dharmadhannya
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