segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Cântico das criaturas

 




Cântico das criaturas
São
Francisco de Assis (1181-1226)

AItíssimo, Onipotente,

Bom Senhor!

Teus são o louvor, a glória, a honra e toda a bênção.

Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas, especialmente o senhor irmão sol, que clareia o dia e que com sua luz nos ilumina.

Ele é belo e radiante, com grande esplendor, de ti, altíssimo, é a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã lua e pelas estrelas, que no céu formastes, claras, preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento, pelo ar e pelas nuvens, pelo sereno e todo tempo com que dás sustento às tuas criaturas.

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, útil e humilde, preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo, pelo qual iluminas a noite. Ele é belo e alegre, vigoroso e forte.

Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa, produz frutos diversos, flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam, pelo teu amor, e suportam as enfermidades e as tribulações.

Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a morte corporal, de quem homem algum pode escapar.

Louvai todos e bendizei ao meu Senhor, dai-lhe graças e servi-o com grande humildade.



Oração atribuída a São Francisco de Assis

Senhor,

faze de mim um instrumento de tua paz! onde houver ódio, que eu leve o amor, onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

 Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;

Onde houver erros, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz!

Mestre,

faze com que eu procure menos

ser consolado que consolar,

ser compreendido que compreender, ser amado do que amar. .

Pois, é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

é morrendo que se vive para a vida eterna!



Meditação sobre o amor de Deus São Bernardo (1091-1153)

Quereis saber como se deve amar a Deus? Respondo:

O motivo do amor a Deus é o próprio Deus e a medida de amá-lo é amá-lo sem medida.

Não amamos a Deus sem sermos recompensados, embora não devamos amá-lo pensando em recompensa.

O verdadeiro amor não é sem proveito, mas também não é mercenário, pois não procura seus próprios interesses.

É um movimento do coração, não é um contrato.

Não se pode comprá-lo ou adquiri-lo, por meio de um mercado.

É espontâneo e nos torna espontâneos como ele.

Se alguém ama o outro, subordinando-o, é a si mesmo que ele ama, não ao outro.

No primeiro grau do amor, o homem se ama para si mesmo. Ele é carne e nada sabe julgar fora da carne.

Depois, quando começa a perceber que não pode bastar-se a si mesmo, começa a procurar Deus, pela fé e pelo amor, como um auxílio que lhe é necessário.

No segundo grau, o ser humano ama Deus, mas para si, não ainda por ele.

Pouco a pouco, a familiaridade que vai adquirindo e que lhe revela quanto Deus é suave o faz passar para o terceiro grau, que é amar a Deus, não para si, mas por ele mesmo.

Normalmente, o homem para neste estágio. Não sei se haverá alguém, sobre a terra, que atinja perfeitamente o quarto grau, em que o homem não se ama a si mesmo a não ser por Deus.

Se alguém já o experimentou, que o diga.

Para mim, confesso, isto até agora me foi impossível.

Mas não duvido que este será nosso quinhão na eternidade.

Oração São Tomas de Aquino (1225-1274)

Que eu chegue a ti, Senhor,

por um caminho seguro e reto,

caminho que não se desvie entre prosperidades ou adversidades, de tal forma que eu te dê graças nas horas prósperas e nas adversas conserve a paciência, não me deixando exaltar pelas primeiras, nem abater-me pelas outras.

Que nada me alegre ou entristeça, exceto o que me conduza a ti ou de ti me separe. Que eu não deseje agradar ou não receie desagradar a ninguém senão a ti.

Tudo o que passa torne-se desprezível a meus olhos

por tua causa, Senhor,

e que tudo que te diz respeito me seja caro, mas tu, meu Deus, mais do que o resto.



Meditação sobre o amor de Deus é contemplar a face de Deus.

É exatamente porque não a vê que ele penetra em seu segredo. De Deus ele não sabe outra coisa senão que transcende o sensível e o inteligível.

Exclama então:

“Tua ciência é demasiado elevada para mim, é por demais maravilhosa, sobrepuja as minhas forças.

Teus caminhos são inacessíveis, teus juízos impenetráveis, teus dons inefáveis.

Tua face excede o entendimento, és totalmente transcendente.

Tu, Criador de todas as coisas, estás além de todas elas!”

Como, porém, aquele que transcende os homens ocupa um lugar entre os homens, não somente por ser o criador da humanidade, mas porque, pessoalmente, se fez homem, na totalidade de seu ser e em verdade, em seu amor Ele estabeleceu sua morada entre nós. Mais que humano, tornou-se perfeitamente homem.

Conservou sua plenitude divina

— a eterna Superessência no seio da essência humana.

Nem somente homem, nem não-homem,

 Mas, ao mesmo tempo, Filho do Homem e Super-Homem.

Fez-se homem, ultrapassando o homem, inserindo-se na humanidade.

Concedeu ao homem, a capacidade de realizar ações, conjuntamente, humanas e divinas!

São Bernardo (1090-1153)

Quereis saber como se deve amar a Deus? Respondo: O motivo do amor a Deus é o próprio Deus e a medida de amá-lo é amá-lo sem medida.

 Não amamos a Deus sem sermos recompensados embora não devamos amá-lo pensando em recompensa. O verdadeiro amor não é sem proveito, mas também não é mercenário pois não procura seus próprios interesses. É um movimento do coração, não é um contrato. 

Não se pode comprá-lo ou adquiri-lo, por meio de um mercado. É espontâneo e nos torna espontâneos como ele. Se alguém ama o outro, subordinando-o, é a si mesmo que ele ama, não ao outro.

No primeiro grau do amor, o homem se ama para si mesmo. Ele é carne e nada sabe julgar fora da carne. Depois, quando começa a perceber que não pode bastar-se a si mesmo, começa a procurar a Deus, pela fé e pelo amor, como um auxílio que lhe é necessário. 

No segundo grau, o ser humano ama a Deus, mas para si, não ainda por ele. Pouco a pouco, a familiaridade que vai adquirindo e que lhe revela quanto Deus é suave, o faz passar para o terceiro grau, que é amar a Deus, não para si, mas por ele mesmo.

 Normalmente, o homem para neste estágio. Não sei se haverá alguém, sobre a terra que atinja perfeitamente o quarto grau, em que o homem não se ama a si mesmo a não ser por Deus. Se alguém já o experimentou, que o diga. Para mim, confesso, isto até agora me foi impossível. Mas não duvido que este será nosso quinhão na eternidade.

Postado por Dharmadhannya


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