Cântico das criaturas
São Francisco de Assis
(1181-1226)
AItíssimo, Onipotente,
Bom Senhor!
Teus são o louvor, a glória, a honra e toda a bênção.
Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas
criaturas, especialmente o senhor irmão sol, que clareia o dia e que com sua
luz nos ilumina.
Ele é belo e radiante, com grande esplendor, de ti,
altíssimo, é a imagem.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã lua e pelas
estrelas, que no céu formastes, claras, preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento, pelo ar e
pelas nuvens, pelo sereno e todo tempo com que dás sustento às tuas criaturas.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, útil e
humilde, preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo, pelo qual
iluminas a noite. Ele é belo e alegre, vigoroso e forte.
Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a mãe
terra, que nos sustenta e governa, produz frutos diversos, flores e ervas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam, pelo teu
amor, e suportam as enfermidades e as tribulações.
Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a morte
corporal, de quem homem algum pode escapar.
Louvai todos e bendizei ao meu Senhor, dai-lhe graças
e servi-o com grande humildade.
Oração atribuída a São Francisco de Assis
faze de mim um
instrumento de tua paz! onde houver ódio, que eu leve o amor, onde houver
ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia,
que eu leve a união;
Onde houver dúvidas,
que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz!
Mestre,
faze com que eu
procure menos
ser consolado que consolar,
ser compreendido que compreender, ser amado do que
amar. .
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
é morrendo que se vive para a vida eterna!
Meditação sobre o amor de Deus São Bernardo
(1091-1153)
Quereis saber como se deve amar a Deus? Respondo:
O motivo do amor a Deus é o próprio Deus e a medida de
amá-lo é amá-lo sem medida.
Não amamos a Deus sem sermos recompensados, embora não
devamos amá-lo pensando em recompensa.
O verdadeiro amor não é sem proveito, mas também não é
mercenário, pois não procura seus próprios interesses.
É um movimento do coração, não é um contrato.
Não se pode comprá-lo ou adquiri-lo, por meio de um
mercado.
É espontâneo e nos torna espontâneos como ele.
Se alguém ama o outro, subordinando-o, é a si mesmo
que ele ama, não ao outro.
No primeiro grau do amor, o homem se ama para si
mesmo. Ele é carne e nada sabe julgar fora da carne.
Depois, quando começa a perceber que não pode
bastar-se a si mesmo, começa a procurar Deus, pela fé e pelo amor, como um
auxílio que lhe é necessário.
No segundo grau, o ser humano ama Deus, mas para si,
não ainda por ele.
Pouco a pouco, a familiaridade que vai adquirindo e
que lhe revela quanto Deus é suave o faz passar para o terceiro grau, que é
amar a Deus, não para si, mas por ele mesmo.
Normalmente, o homem para neste estágio. Não sei se
haverá alguém, sobre a terra, que atinja perfeitamente o quarto
grau, em que o homem não se ama a si mesmo a não ser por Deus.
Se alguém já o experimentou, que o diga.
Para mim, confesso, isto até agora me foi
impossível.
Mas não duvido que este será nosso quinhão na
eternidade.
Oração São Tomas de Aquino (1225-1274)
Que eu chegue a ti, Senhor,
por um caminho seguro e reto,
caminho que não se desvie entre prosperidades ou adversidades, de tal forma
que eu te dê graças nas horas prósperas e nas adversas conserve a paciência,
não me deixando exaltar pelas primeiras, nem
abater-me pelas outras.
Que nada me alegre ou
entristeça, exceto o que me conduza a ti
ou de ti me separe. Que eu não deseje agradar ou
não receie desagradar a ninguém senão a ti.
Tudo o que passa torne-se desprezível a meus olhos
por tua causa, Senhor,
e que tudo que te diz respeito me seja caro,
mas tu, meu Deus, mais do que o resto.
Meditação sobre o amor de Deus é contemplar a face
de Deus.
É exatamente porque não a vê que ele penetra em seu
segredo. De Deus ele não sabe outra coisa senão que transcende o sensível e o
inteligível.
Exclama então:
“Tua ciência é demasiado elevada para mim, é por
demais maravilhosa, sobrepuja as minhas forças.
Teus caminhos são inacessíveis, teus juízos
impenetráveis, teus dons inefáveis.
Tua face excede o entendimento, és totalmente
transcendente.
Tu, Criador de todas as coisas, estás além de todas
elas!”
Como, porém, aquele que transcende os homens ocupa um
lugar entre os homens, não somente por ser o criador da humanidade, mas porque,
pessoalmente, se fez homem, na totalidade de seu ser e em verdade, em seu amor
Ele estabeleceu sua morada entre nós. Mais que humano, tornou-se perfeitamente homem.
Conservou sua plenitude divina
— a eterna Superessência no seio da essência humana.
Nem somente homem, nem não-homem,
Mas, ao mesmo
tempo, Filho do Homem e Super-Homem.
Fez-se homem, ultrapassando o homem, inserindo-se na
humanidade.
Concedeu ao homem, a capacidade de realizar ações,
conjuntamente, humanas e divinas!
São
Bernardo (1090-1153)
Quereis
saber como se deve amar a Deus? Respondo: O motivo do amor a Deus é o próprio
Deus e a medida de amá-lo é amá-lo sem medida.
Não se pode comprá-lo ou adquiri-lo, por meio de um mercado. É espontâneo e nos torna espontâneos como ele. Se alguém ama o outro, subordinando-o, é a si mesmo que ele ama, não ao outro.
No primeiro grau do amor, o homem se ama para si mesmo. Ele é carne e nada sabe julgar fora da carne. Depois, quando começa a perceber que não pode bastar-se a si mesmo, começa a procurar a Deus, pela fé e pelo amor, como um auxílio que lhe é necessário.
No segundo grau, o ser humano ama a Deus, mas para si, não ainda por ele. Pouco a pouco, a familiaridade que vai adquirindo e que lhe revela quanto Deus é suave, o faz passar para o terceiro grau, que é amar a Deus, não para si, mas por ele mesmo.
Postado por Dharmadhannya
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