O que é o amor?
O amor é o encontro orgástico entre a
morte e a vida. E a menos que você venha conhecer o amor, você perdeu. Você
nasceu, você viveu e você morreu – mas você perdeu. Você perdeu absolutamente –
você perdeu o intervalo que há no meio, entre a vida e a morte. Este intervalo
é o pico mais alto, a experiência máxima.
Para atingir o amor, existem quatro
passos a serem celebrados. O primeiro passo: esteja aqui e agora – porque o
amor só é possível no aqui e agora.
Você não pode amar no passado. Muitas
pessoas simplesmente vivem na memória – elas amaram no passado. E há outras
pessoas que amam no futuro. Isso também não pode ser feito.
Essas são maneiras
de evitar o amor. Assim, você ama no passado ou você ama no futuro – e o amor
só é possível no presente, porque somente neste momento a vida e a morte estão
se encontrando – no intervalo escuro que há dentro de você. Este intervalo
escuro é sempre o presente, sempre o presente, sempre o presente. Jamais é
passado ou futuro.
Será que você pensa demais – e pensar é
sempre do passado ou do futuro – suas energias serão desviadas dos sentimentos.
O sentir está no aqui e agora. Se suas energias estiverem se dirigindo para o
pensamento, você não terá energia suficiente para penetrar nos sentimentos – e
o amor não será possível.
Assim, o primeiro passo é estar aqui
e agora. Futuro e passado trazem o pensamento. E uma pessoa obcecada pelo
pensamento acaba esquecendo que ela também tem coração.
Um homem demasiadamente envolvido no
pensar, pouco a pouco toma um caminho no qual o sentimento não tem vez. E
quando a cabeça se torna o senhor e o coração é deixado para trás, você viverá,
você morrerá, mas não saberá o que é Deus, porque não saberá o que é amor. O
sentir está no aqui e agora.
E as pessoas estão se movendo para a cabeça e
esquecendo o coração. Uma pequena minoria ainda vive um pouco no coração, mas
essa minoria comete outro erro: seu amor está muito contaminado por venenos –
como o ódio, o ciúme, a raiva, a possessividade. Então toda a jornada se torna
amarga.
O segundo passo é aprender a
transformar seus venenos em mel. Mil e um venenos rodeiam o seu amor. E o amor
é uma coisa tão delicada. Simplesmente pense em raiva, ódio, possessividade,
ciúme. Como pode o amor sobreviver?
Portanto, a segunda coisa a ser
lembrada é transformar seus venenos em mel. Mas como podem ser transformados?
Existe um processo muito simples, porque você não faz coisa alguma, você
precisa somente de paciência. O que estou lhe dizendo é um dos maiores
segredos.
Experimente-o. Apenas observe as sensações. Quando a raiva vier,
simplesmente sente-se silenciosamente e observe. Não coopere com ela, não a
reprima. Não seja contra ela, não seja a favor dela. Simplesmente observe a
raiva, veja o que acontece. Deixa-a subir.
Nunca faça coisa alguma sob emoção.
Enquanto o veneno estiver possuindo você, simplesmente espere. Esta é uma das
leis básicas da natureza, de que tudo surge, permanece um tempo e desaparece.
Esta é a característica de todas as sensações: surgir e desaparecer, surgir e
desaparecer.
Não aja quando a raiva estiver no seu
ponto mais alto, do contrário você se arrependerá, e criará uma cadeia de
reações. Espere. Quando você estiver com raiva este é o momento de meditar. Não
perca este momento. A raiva está criando tanta energia dentro de você.
Ela pode
destruir – negatividade provoca mais negatividade, raiva traz mais raiva – num
processo sem fim. Esperando e não fazendo nada com pressa, um dia você
perceberá a mudança interior. Você estava cheio de raiva, chegando no clímax. E
então a roda gira. Porque a energia é neutra – a mesma energia que pode
destruir pode ser criativa, pode ser amorosa.
Então, simplesmente observe a si
mesmo. Observe todas as suas variações – o assassino, o pecador, o criminoso, o
santo, o homem virtuoso dentro de você. Observe Deus, o Diabo. Conheça todas as
suas possibilidades e, ao conhecê-las, você estará descobrindo segredos.
As pessoas são muito egoístas. Só
compartilham tristezas. Estão carentes, querem amor e ficam se lamentando esperando
que você lhe dê atenção, carinho, amor.
Então, o terceiro passo em direção ao
amor é compartilhar, mas compartilhar coisas boas, positivas. Isso fará seu
amor fluir como um rio que nasce em seu coração. Tudo que houver de belo em
você, jamais o acumule. Compartilhe sua sabedoria, sua oração, compartilhe seu
amor, sua felicidade, seu prazer.
Acumular envenena o coração. E quando
der, não se importe se será retribuído ou não. Nem mesmo espere por um “muito
obrigado”. Pelo contrário, sinta-se grato à pessoa que lhe permitiu
compartilhar com ela.
E o quarto passo. Seja um nada, um
ninguém. No momento que você passa a acreditar que é alguém, você pára; então o
amor não flui. Quando você está vazio, existe amor. Quando você está cheio de
ego, o amor desaparece. O amor e o ego não podem existir juntos.
Portanto, seja um ninguém. Ser um
ninguém é a fonte de tudo, é a fonte do infinito. Nada significa o Nirvana –
Deus.
Seja nada – e sendo nada, você terá
alcançado toda a existência – você terá chegado em casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário