Obesidade infantil: cuidados para
evitar o mal
“Quando se
força o filho a se alimentar mais
e mais, pode-se contribuir para a obesidade. A melhor
forma de tratar é prevenir por meio de hábitos
saudáveis para a família toda, principalmente
quanto à alimentação e à atividade física”
e mais, pode-se contribuir para a obesidade. A melhor
forma de tratar é prevenir por meio de hábitos
saudáveis para a família toda, principalmente
quanto à alimentação e à atividade física”
Os pais devem
dar o exemplo.
A partir de 1
ano, a alimentação da criança deve ser a da família. Todos devem comer de forma
saudável. Quando um dos pais é obeso, a chance de a criança ser também é grande. Se os dois
forem obesos, a probabilidade aumenta ainda mais.
Isso não é só uma questão de herançagenética, mas também de hábitos.
Meu filho tem 10 anos e está ganhando
muito peso. 0 que devo fazer para evitar que ele fique obeso?"
Para entender a obesidade, é preciso
conhecer o processo de crescimento. Um bebê ganha cerca de 6 kg no primeiro ano
de vida. Depois, ocorre uma desaceleração (até em torno de 6 anos).
A partir daí, ocorre um novo ganho de
peso em relação à altura ao longo dos anos escolares. Bebês, crianças e
adolescentes podem ser acometidos pela obesidade.
0 risco de se tornar um adulto obeso é maior
quando a criança permanece obesa entre a infância e a puberdade. De acordo com
estudos, o ganho rápido de peso ocorre entre 2 e 6 anos. A maior parte das
crianças obesas nessa idade serão obesas na adolescência.
Isso mostra que o excesso de peso deve ser
combatido antes da puberdade. Vários fatores podem contribuir para isso. 0
aleitamento materno é um importante fator protetor.
0 bebê se alimenta de um leite que
atende às suas necessidades e aprende a controlar seu apetite e saciedade. A
introdução alimentar deve se iniciar a partir dos 6 meses.
Na fase de introdução dos alimentos
complementares deve-se continuar respeitando a fome e a saciedade da criança.
Quando se força o filho a se alimentar mais e mais, pode-se contribuir para a
obesidade.
A melhor forma de tratar é prevenir por meio
de hábitos de vida saudáveis para a família toda, principalmente quanto à
alimentação, à atividade física e à boa qualidade de sono.
Recomenda-se ingerir a menor
quantidade possível de alimentos industrializados e frituras, e aumentar o
consumo de cereais, leguminosas, tubérculos, legumes, verduras e frutas.
Evite ainda o excesso de sal e
açúcar. E um alerta: se seu filho está obeso ou com excesso de peso, busque
ajuda! Não espere que ele emagreça ao longo da infância, pois pode ocorrer
exatamente o contrário.
As consequências
Vários
problemas podem surgir decorrentes
da obesidade: diabetes, colesterol alto, hipertensão,
infarto, gordura no fígado, puberdade antecipada etc. Se o
excesso de peso for combatido antes da puberdade, o risco
de doenças na vida adulta diminui em cerca de 50%.
da obesidade: diabetes, colesterol alto, hipertensão,
infarto, gordura no fígado, puberdade antecipada etc. Se o
excesso de peso for combatido antes da puberdade, o risco
de doenças na vida adulta diminui em cerca de 50%.
FERNANDA
ANDRÉ - Endocrinologista pediátrica
Por que a obesidade infantil é uma
doença
A pediatra Louise Cominato discute as
terríveis consequências do excesso de peso na saúde e no futuro da criança
Por Dra. Louise Cominato*
A obesidade é uma doença. Isso mesmo,
uma doença. Não se trata de uma questão estética ou mera consequência dos maus
hábitos. Falamos de um problema multifatorial que deve ser prevenido desde os
primeiros meses de gestação.
O preocupante é que a obesidade vem
crescendo entre as crianças no mundo inteiro e se expandindo de forma alarmante
em todo o Brasil. Estudos recentes mostram que metade das nossas crianças está
acima do peso considerado adequado para a idade.
As consequências do excesso de peso
na infância vão desde o maior risco de se tornar um adulto obeso, bem como uma
maior probabilidade de encarar todos os problemas de saúde que acompanham a
obesidade na vida adulta — hipertensão, diabete, acidente vascular cerebral,
infarto precoce, alguns tipos de câncer, menor expectativa de vida…
Isso sem contar que algumas
alterações e complicações podem aparecer na própria infância. É o caso de
aumento no colesterol, pressão alta, diabete, problemas ortopédicos, baixa
autoestima e até depressão.
Pesquisas mostram que a prevenção é a
melhor arma contra a obesidade infantil, um trabalho que deve ser iniciado
antes mesmo de a mulher ficar grávida.
Medidas como engravidar no peso adequado, não
ganhar quilos a mais durante a gestação, respeitar o aleitamento materno,
evitar o uso de antibióticos na infância, além de zelar por uma alimentação
balanceada e pela prática de atividade física, são comprovadamente importantes
para evitar o excesso de peso nesse período.
Obesidade infantil quadruplica o
risco de ter diabetes tipo 2
Estudo realizado na Inglaterra
investigou a relação entre esses dois problemas. Resultado preocupa
Por Victor Caputo, de Exame*
Médicos encontraram indícios de
relação direta entre a obesidade infantil e a diabetes do tipo 2.
Os
pesquisadores estenderam o estudo também para relação entre obesidade e o
desenvolvimento de diabetes do tipo 1.
Os dados, no entanto, mostram que não deve
haver relação entre as duas coisas. A diabetes do tipo 1 é causada por um
desvio no sistema autoimune.
De acordo com o doutor Ali Abbasi,
líder do estudo e membro do King’s College, na Inglaterra, uma pessoa que teve
obesidade infantil tem quatro vezes mais chances de desenvolver diabetes do
tipo 2 aos 25 anos do que outra que não teve sobrepeso.
“O diabetes impõe um fardo pesado na
sociedade já que é uma condição comum e também de custo elevado para
tratamento”, diz Abbasi em comunicado.
Um estudo recente mostra que a
incidência de diabetes no Brasil tem crescido nos últimos anos. Em 2006, cerca
de 5,5% da população tinha diabetes – o número subiu para 8,9% em 2016. Fazendo
uma relação com a nova pesquisa, o aumento pode estar relacionado ao
crescimento no número de crianças obesas.
De acordo com o Ministério da Saúde,
90% dos portadores de diabetes do Brasil são do tipo 2. A estimativa é que o
Brasil tenha 9 milhões de pacientes com a doença.
Essa reportagem foi publicada
originalmente no site de Exame.
Dieta equilibrada Diagnosticado o
quadro, é hora de cuidar da alimentação. “Não existe um regime único e
específico para esses pacientes, mas aconselhamos a adoção de uma dieta
balanceada com baixo teor de açúcar e sem ingestão de alimentos processados que
possuem altas concentrações de açúcar, gordura e óleo”, afirma Zagury.
O médico indica uma composição
clássica de total de calorias divididas em: 55% de carboidratos complexos, que
são enriquecidos com fibras e não são facilmente absorvidos pelo organismo, 15%
de proteínas, 30% de lipídios (gorduras boas, como azeite, abacate e
castanhas).
“Não é preciso cortar o açúcar completamente,
mas o de mesa e o utilizado no preparo de alimentos devem ser eliminados”,
afirma o endocrinologista.
“Dietas super-restritivas não adiantam, pois
não vai haver adesão. É melhor uma realista que o paciente consiga seguir”,
diz. Ele recomenda que o paciente tenha uma equipe multidisciplinar que inclua
um nutricionista para ajudar a montar a dieta.
explica o endocrinologista e mestre em nutrologia Roberto Zagury
Na década de 1970 o principal entrave
ao desenvolvimento das crianças era a desnutrição, hoje vemos que a preocupação
passa a ser a obesidade, com isso temos um grande aumento de doenças crônicas
não transmissíveis como a hipertensão e o diabetes.
O sobrepeso e a obesidade são
frequentemente identificados em crianças de cinco anos em todos os grupos de
renda, bem como em todas as regiões brasileiras.
Alimentos industrializados,
ricos em açúcar, sódio, gordura e pobres em nutrientes, tornaram-se parte da
rotina alimentar. Ao mesmo tempo, há uma diminuição na prática de atividade
física. Esse quadro faz com que 10% das crianças brasileiras de cinco a nove
anos já estejam acima do peso esperado para a idade.
Ironicamente, uma criança acima do
peso pode até ser considerada desnutrida. Isso por causa da má qualidade da
alimentação, que nas últimas décadas vem perdendo nutrientes “positivos” e
ganhando açúcar, gordura e sódio desde muito cedo. Imagine que 32,5% das
crianças com menos de 2 anos consomem refrigerante ou bebidas adoçadas cinco ou
mais vezes por semana.
Considerando este novo aspecto da
nossa população é que orientamos sobre a importância da mudança de hábitos
alimentares que incluem uma rotina de cuidados tanto para as crianças quanto
para a família.
O ideal é:
Manter a criança com atividades
físicas relacionadas a sua faixa etária e reduzir o tempo em frente a televisão
e com aparelhos de telefone celular e internet;
Incentivar as brincadeiras como:
bicicletas, jogos, danças...
Realizar trocas de alimentos como:
Refri e bebidas lácteas por água,
leite e frutas;
Macarrão instantâneo por macarrão
tradicional;
Pratos congelados por comida feita na
hora;
Biscoito recheado por biscoito feito
em casa
Então, fica a dica: coma comida de
verdade!
Isto é, coloque no seu prato
alimentos que foram preparados por você ou por outra pessoa, e não pela
indústria.
Coma aquilo que a natureza nos
oferece, sem aditivos químicos nem coisas esquisitas que a indústria coloca
para tornar o alimento mais saboroso, ou para fazer com que ele dure mais na
prateleira do mercado.
Evite os alimentos
mega-industrializados, que são os “ultraprocessados”, aqueles que você não sabe
quem fez, de onde vêm ou o que têm dentro.
Aí fica fácil escolher o que é bom
não só para você, mas para sua família, seus amigos e até para o meio ambiente.
Nutricionista Marielli Brondani Mello
Postado por Dharmadhannya
pesquisa realizada na internet
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