Dentro de você há uma fonte de
alegria, dentro de você há um oceano de bem-aventurança!
SWAMI SIVANANDA
Gratidão
extrema
Mudita é também
conhecida como a alegria apreciativa, a capacidade de apreciar todas as coisas
como são, de ver a beleza inerente em cada coisa, desde uma maçaneta até um rio
enluarado.
Você não
sente um enorme assombro diante da forma esplêndida como este mundo está
construído, uma admiração de que tudo isso possa acontecer, de que um
computador e uma teia de aranha possam existir lado a lado?
Sentir alegria apreciativa corresponde a tocar
aquela área de profunda gratidão de que tudo isso esteja aqui, a própria
preciosidade da vida e a beleza de seus desdobramentos.
Gratidão é um sentimento de plenitude.
Para mim cada hora de luz e de trevas é um
milagre. Cada centímetro de espaço é um milagre. — WALT
WHITMAN
Podemos
facilmente esquecer de nos sentirmos gratos, esquecer de apreciar o que
possuímos. Você transforma a gratidão em algo que irá sentir em algum momento
futuro: quando sua saúde melhorar, quando seus filhos se casarem, quando o
tempo mudar, quando você tiver mais dinheiro, então poderá agradecer e
valorizar o que possui.
O hábito constante de não permanecer com o que
existe e de não ver sua beleza inerente bem diante dos olhos, neste momento,
causa muita carência, muito sofrimento desnecessário e o adiamento da felicidade.
O ingrato carente, entra em cena na vida, como um pobre coitado, invejoso, pobre e infeliz.
Durante
alguns anos, morei no Havaí. Era um lugar estonteantemente lindo de se viver,
mas mesmo no meio de tamanha beleza existe tristeza, mal-estar, carência.
Eu vinha passando por um pouco de todas essas
coisas, por causa de um relacionamento rompido. Cheguei em casa um dia sentindo
muita pena de mim mesma e fui recebida na porta por meu colega de residência, Jack,
que me disse apenas: "Ponha sua roupa de banho. "Atendí o pedido e
Jack me conduziu por uma trilha que passava próxima a nossa
casa, ao longo da margem de um riacho.
Embora
morássemos acima do riacho, eu nunca havia explorado grandemente a região, pois
a mata era espessa. Alas Jack havia encontrado uma vereda.
Riacho acima, ele havia descoberto a mais
maravilhosa das piscinas naturais, cercada de rochedos e bambus. Parecia um
paraíso mágico. Ele riu ao ver a cara que fiz. "Está vendo? É como a
felicidade”, comentou. "Ela está aqui o tempo todo, bem debaixo de nossos
narizes, mas nunca procuramos no lugar certo!” — DEB
Reserve um tempo para agradecer a Deus a Vida os olhos que podem ver, os pés que seguem em frente, o lar que nos acolhe...
Reserve um
momento agora mesmo para apreciar a cadeira onde se senta enquanto lê estas
palavras. Pense em tudo que entrou na confecção dessa cadeira: a madeira, o algodão,
a lã e outras fibras, as árvores e plantas que se transformaram nesse tecido, a
terra onde cresceram as árvores e as plantas; talvez animais também estiveram
envolvidos;
os homens e mulheres que prepararam os tecidos; a fábrica onde foi
feita a cadeira; o projetista, o carpinteiro e as costureiras; a loja onde você
a comprou — tudo isso apenas para lhe permitir sentar-se nela agora.
Você pode ir
além e incluir o imóvel onde se encontra, as roupas que está vestindo e todos
os elementos envolvidos na confecção delas.
A partir daí,
pode considerar seu corpo, e seus pais que o criaram, a respiração que
sustenta você, a terra que o carrega, a comida que o alimenta e o lugar de onde
ela saiu, todos os fatores que tornaram possível sua vida.
E não se esqueça das árvores de que foi feito
o papel, e das plantas de que foi feita a tinta que imprimiu a página, além de
nosso computador onde ela foi editada e os editores que a publicaram — é tão
extenso que não dá para ver o começo.
Existe apenas
uma interminável corrente de conexão que se juntou para lhe permitir estar aqui
agora, neste momento, lendo esta página, sentado em sua
cadeira. E você ainda acha que não tem nada a agradecer, nada que deva ser
valorizado, nada de que se alegrar?
A gratidão é uma oração de agradecimento a Deus.
Esta é
gratidão que inflama os corações dos praticantes do bhakti yoga, os amantes
devotados do divino, gratidão que permite ao indivíduo apreciar o inseto mais
ínfimo, a sequóia mais gigantesca.
E tudo isso
se origina do simples ato de apreciar este momento, de deixar a alegria lhe
inundar o coração.
Desenvolver
esse coração de gratidão nos traz humildade, A alegria apreciativa vê a
imensidade de nossa conexão, da profusão de coisas que se reúnem neste momento
só para você, e reage com grande humildade e gratidão. Como você tem sorte!
Embora, devemos admitir, tenhamos sabido recentemente de um ditado de Golda
Meir que nos põe a todos em nossos devidos lugares: Não seja humilde. Você
não é tão importante assim!
A alegria
apreciativa é uma celebração de tudo o que é belo. E isso inclui o nascimento,
a morte, o mistério da vida, tudo o que merece gratidão e respeito.
Uma amiga nossa morreu recentemente de câncer.
Ela era uma swami, uma yogue e tinha vivido num ashram durante muitos
anos. A família dela e os membros do ashram se reuniram para o funeral.
Pediu-se que todos viessem vestidos com a cor
laranja, inclusive o agente funerário, mas o máximo que ele conseguiu foi
abrir mão da gravata!
Também esclarecemos que não podíamos usar um
carro funerário preto, será que ele conseguiría alguma coisa mais alegre? Então
ele trouxe um furgão prateado que nós decoramos com fitas de cores vivas.
Quando nos
sentamos a recordá-la, uma amiga descreveu como a vira dançar pela última vez.
Então todos dançamos ao redor do caixão e apreciamos a vida dela.
A gratidão multiplica o que tem, é a graça da graça do seu coração
Você consegue
localizar aqueles momentos de sua vida em que não haja apreciação, não haja
gratidão?
Você pode
reter esses momentos em seu coração e lhes trazer bondade, gratidão e alegria?
Pode ser algo tão simples quanto lavar a
louça, ou tão exaustivo quanto cuidar de um parente enfermo, mas em cada
situação existe alguma coisa para apreciar, para desfrutar, algo pelo qual
devemos ser gratos naquele momento
Estávamos na Austrália em lua-de-mel e eu queria mostrar a Deb minha destreza em pegar “jacaré”. Eu passava o verão na praia pegando jacaré; e por isso entrei nas ondas, conhecedor absoluto do que estava fazendo, e fui nadando para além da arrebentação, pronto a voltar na crista da onda.
Mas eu não conhecia a Austrália, nem aquele trecho específico de praia. De repente, comecei a ser puxado por uma corrente fortíssima. Por mais que lutasse contra ela, não estava conseguindo escapar. Tentei continuar centrado, em meio ao pânico crescente!
Finalmente, comecei a boiar de costas e, fazendo um grande desvio para a lateral, consegui engatinhar de volta à praia. Deb, naturalmente, nada percebeu de minhas agruras, e tudo o que viu foi um fanfarrão enlameado mancando de volta ao longo da praia. Mas a gratidão, a apreciação, a alegria de estar vivo foram muito maiores do que meu ego maltratado! — ED
Postado por Dharmadhannya
Eu fiz alguns comentários com a letra azul
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