O PENSAMENTO
10 - PENSAMENTO E
VONTADE
www.luzespirita.org.br
Rodrigo Félix da Cruz
O fenômeno da sugestão
mental é oportuno. Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe
assemelham. Nesse sentido, somos herdeiros dos reflexos de nossas experiências
anteriores, porém, com a capacidade de alterar-lhe a direção.
Acionando a alavanca da
vontade, poderemos traçar novos rumos para a libertação de nosso espírito. A
vontade é o elemento do livre-arbítrio. Devemos ter comando sobre o pensamento,
pois não falhamos só com palavras e atos. Pelo pensamento (sem barreira ou
distância), o Espírito encarnado age sobre o semelhante, e o desencarnado,
também, atua sobre nós, encarnados.
Melhorando o
pensamento, melhoramos a vida
nos dois planos — físico e espiritual.
CONSEQUÊNCIAS DO
PENSAMENTO
É muito comum ouvirmos
as pessoas dizerem que "pensamento é vida" e sem saberem, estão
falando uma grande verdade. Sob a ótica espírita, o assunto se desdobra
mostrando outras realidades. Inclusive, faz com que passemos a vigiar mais os
nossos pensamentos e atitudes.
Os Espíritos nos
mostram a íntima relação que há entre fluído e pensamento. Em A GÊNESE Kardec
informa que:
"Sendo o fluido
veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles
nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som" (cap. XIV, 15).
No parágrafo seguinte
ele continua dizendo:
"Há mais: criando
imagens fluídicas, o pensamento reflete no envoltório perispirítico, como num
espelho; Toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa."
Kardec conclui o item
afirmando que:
"Desse modo é que
os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma
alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos
do corpo".
Diante disso, quando
pensamos em algo criamos imagens fluídicas. Afinal, "O pensamento do
encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se
transmite de Espírito a Espírito (...) e, conforme seja bom ou mau, saneia ou
vicia os fluidos ambientais" (A GÊNESE, cap. XIX, 18).
Para exemplificar essa força do pensamento é
interessante nos reportamos à pesquisa feita na Inglaterra descrita no livro
PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES (cap. 28).
Com objetivo de
comprovar ou não a força do pensamento, cientistas colocaram dóceis ratinhos da
cidade próximos a ratos selvagens, mas sem possibilidade de contato físico.
Os
ratos selvagens tomavam atitudes de intimidação
e enviam olhares agressivos e
ameaçadores.
Os ratinhos urbanos
acabaram morrendo, embora não tivessem sofrido um único arranhão. A autópsia
mostrou glândulas supra-renais dilatadas, sinal evidente de violenta pressão
nervosa emocional.
O autor conclui que é
possível a agressão através do olhar de ódio ou qualquer outro sentimento menos
digno.
O homem pode manter o
equilíbrio de sua saúde vital através da alimentação e da respiração de ar não
poluído, entre outros fatores, mas, acima disso, mantendo uma conduta mental
sadia.
Nunca é demais reforçar
que o pensamento exerce uma poderosa influência nos fluidos espirituais,
modificando suas características básicas.
Os pensamentos bons
impõem-lhes luminosidade e vibrações elevadas que causam conforto e sensação de
bem estar às pessoas sob sua influência.
Os pensamentos maus
provocam alterações vibratórias contrárias às citadas acima. Os fluidos ficam
escuros e sua ação provoca mal-estar físico e psíquico.
"Os maus
pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios
corrompem o ar respirável"
(Allan Kardec - A GÊNESE, cap. XIV, item 16)
Pode-se concluir,
assim, que em torno de uma pessoa, de uma família, de uma cidade, de uma nação
ou planeta, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia
vibratoriamente, segundo a natureza moral dos Espíritos envolvidos.
À atmosfera fluídica
associam-se seres desencarnados com tendências morais e vibratórias
semelhantes. Por esta razão, os Espíritos superiores recomendam que nossa
conduta, nas relações com a vida, seja a mais elevada possível.
Uma criatura que vive entregue ao pessimismo e
aos maus pensamentos emoções tem em volta de si uma atmosfera espiritual
escura, da qual aproximam-se Espíritos doentios.
A angústia, a tristeza
e a desesperança aparecem, formando um quadro físico-psíquico deprimente, mas
que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus.
"A ação dos
Espíritos sobre os fluidos espirituais tem consequências de importância direta
e capital para os encarnados.
Desde o instante em que
tais fluidos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar
as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades
boas ou más, dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela
pureza ou impureza dos sentimentos." (Allan Kardec - A GÊNESE, cap. XIV,
item 16)
À medida que cresce
através do conhecimento, o homem percebe que suas mazelas, tanto físicas quanto
espirituais, são diretamente proporcionais ao seu grau evolutivo e que ele pode
mudar esse estado de coisas, modificando-se moralmente.
Aliando-se a boas companhias espirituais
através de seus bons pensamentos, poderá estabelecer uma melhor atmosfera
fluídica em torno de si e, consequentemente, do ambiente em que vive.
Resumindo, todos somos responsáveis de alguma maneira pelo estado de
dificuldades morais em que vive o Planeta atualmente e cabe a nós mesmos
modificá-lo.
"Melhorando-se, a
humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não
lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus.
Se um dia a Terra chegar a não ser povoada
senão por homens que, entre si, praticam as leis divinas do amor e da caridade,
ninguém duvida que não se encontrem em condições de higiene física e moral
completamente outras que as hoje existentes". (Allan Kardec - Revista
Espírita, Maio, 1867)
No nosso dia a dia, nem
sempre nos lembramos disso tudo e sem o percebermos, criamos ao redor imagens
daquilo que está em nossas mentes. Tais criações mentais continuarão existindo
enquanto as alimentarmos.
Permanecerão ao nosso redor e fatalmente atrairá
Espíritos com o mesmo padrão vibratório. Enfim, nós mesmos criamos o nosso céu
ou o nosso inferno e cabe a nós desfazê-lo ou mantê-lo.
O PENSAMENTO
1- INTRODUÇÃO
Emmanuel, no prefácio
do livro SINAL VERDE de André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido
Xavier, nós dá uma brilhante explicação sobre o pensamento e suas relações:
“Não desconhecemos que
todos respiramos num oceano de ondas mentais, com o impositivo de ajustá-las em
benefício próprio. Vasto mar de vibrações permutadas.
Emitimos forças e
recebemo-las, o pensamento vige na base desse inevitável sistema de trocas”
Mercado é definido como
sistema de circulação de bens e capital dentro de uma sociedade, ou seja,
trata-se de um sistema de trocas.
Emmanuel explica que nós vivemos num intercâmbio
de pensamentos entre todos os seres humanos encarnados e desencarnados, cujo
funcionamento é semelhante ao Mercado, no sentido de também ser um sistema de
trocas.
O objetivo deste estudo
é compreender, sob a ótica espírita, o pensamento e suas consequências e como
funciona seu intercâmbio entre as pessoas.
2 - CONCEITO
Etimologicamente
falando, a palavra Pensamento vem do latim pensare e significa pesar, isto é,
medir, avaliar e comparar.
No sentido mais lato,
pensamento é toda atividade psíquica.
Numa acepção mais
estreita, é só o conjunto de todos os fenômenos cognitivos, e excluindo,
portanto, os sentimentos e as volições.
Em estrito senso,
pensamento é sinônimo de intelecto, enquanto permite compreender — ou inteligir
— a matéria do conhecimento e, na medida em que realiza um grau de síntese mais
elevado que a percepção, a memória e a imaginação.
O pensamento, neste
sentido mais estrito, toma três formas: concepção, juízo e raciocínio, os quais
são objeto de estudo, já da Lógica, que considera a sua validez em relação ao
objeto pensado, já da Psicologia, que, prescindindo do valor crítico, investiga
a sua natureza e leis de aparecimento (Grande Enciclopédia Portuguesa e
Brasileira).
Podemos dizer, também,
que o pensamento é a sequência de representações e conceitos. Não pertence ao
tempo nem ao espaço. São generalizações que permanecem virtualizadas em nossa
mente. O ato de pensar, como ato, é sempre novo, ou seja, é a atualização temporal
e espacial do conceito.
Exemplo: o círculo,
como conceito, é sempre o mesmo. Ao pensarmos uma, duas, trê, vezes sobre essa
figura, cada uma delas será, para nós, sempre nova. Este é o sentido da
evolução criadora de Bergson. Para ele, todo o momento é criativo, porque nunca
o vivenciamos anteriormente.
Para o Espiritismo, é o
elemento nobre, modelador das ações dos Espíritos, através de fluídos etéreos.
Allan Kardec, em A GÊNESE, diz que o pensamento "é a grande oficina ou o
laboratório da vida espiritual. O pensamento e a vontade são para os Espíritos
aquilo que a mão é para o homem". (1977, cap. 14, it. 14, p.282)
Para expandir o
entendimento de forma dialética apresento três questões básicas para o
entendimento do tema:
a) Pensamento - O que
é? - Tem ele força? - Qual?
O pensamento é uma
manifestação do espírito, que, para tanto, utiliza-se de seu livre-arbítrio.
Quando o emitimos, ele se materializa e ganha o espaço, por intermédio do
fluido cósmico em que estamos mergulhados.
Uma vez exteriorizado
por esse fluido, pode ser recepcionado por outro Espírito, encarnado ou
desencarnado.
Porém, os desencarnados têm maior facilidade de captá-lo, devido
ao fato de sua capacidade perceptiva não se encontrar embaraçada pela matéria
densa.
Alguns, contudo, têm
essa faculdade desenvolvida o bastante para lhes permitir que, embora
encarnados, tenham a percepção do pensamento de outrem.
b) Campo mental é o
mesmo que pensamento?
O campo mental ou corpo
mental, como preferem alguns autores, tem a sua sede no espírito. Segundo André
Luiz, em outra de suas obras, o livro EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS, é "o
envoltório sutil da mente", ainda não suscetível de ser definido.
Por ora, limitando-nos
ao quanto nosso estágio evolutivo permite depreender, podemos dizer que é a parte
do espírito que envolve a mente, mais sutil ainda do que o perispírito. Segundo
alguns autores, seria um quarto elemento de que se compõe o homem, ao lado dos
três outros que os Espíritos informaram a Allan Kardec (espírito, perispírito e
corpo físico).
3.- Mente - O que é? -
Qual sua importância? - Por quê?
Em poucas palavras,
podemos definir a mente como sendo a parte do Espírito que o dirige. É o
elemento de maior importância para ele, chegando, mesmo, alguns, a confundi-la
com o próprio Espírito.
É a responsável pela produção do pensamento e
pela formação do corpo espiritual (perispírito), que a espelha e que, por sua
vez, vai servir de molde à formação do corpo físico.
Por tudo isso, podemos
dizer que somos o resultado da nossa mente ou, até, que somos a mente. A
resposta dessas questões foi fruto da leitura dos ensinamentos de André Luiz
nos livros ENTRE O CÉU E A TERRA e EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS.
O próximo passo é
entender passo a passo o
teor do que até aqui foi exposto.
3 - GÊNESE DO
PENSAMENTO
Quanto às etapas na
gênese do pensamento,
há quem distinga cinco, a saber:
1-) Estímulo — um
problema que o desperta, podendo ser uma dúvida, incerteza, inquietação ou
qualquer outra coisa;
2-) Pesquisa — procura
de documentação capaz de esclarecer o problema, através de uma atividade
nervosa e psíquica que se desencadeia;
3-) Hipótese — fase
crucial e a mais importante do processo do pensamento, em que os dados obtidos
são elaborados;
4-) Solução — abandono
da dúvida em vista da força dos elementos colhidos;
5-) Crítica — fase
final de análise do caminho seguido.
Outros autores
contentam-se em mencionar três momentos no processo do pensamento: este começa
por uma intuição empírica, sensorial e psicológica (introspecção), que faz
conhecer imediatamente um fato não compreendido e levanta problemas.
Depois seguem-se as operações pelas quais se
procura resolver esses problemas, e que constituem o pensamento discursivo. Por
fim aparece a intuição racional, onde desemboca o trabalho do pensamento.
(Enciclopédia Luso- Brasileira de Cultura)
4 - PENSAMENTO E
MATÉRIA MENTAL
Os Espíritos da equipe
codificadora afirmam que uma das modificações mais importantes do fluido
universal é o fluido vital. Ele é o responsável pela força motriz que movimenta
os corpos vivos. Sem ele, a matéria é inerte.
Cada ser tem uma
quantidade de fluido vital, de acordo com suas necessidades. As variações
dependem de uma série de fatores. Allan Kardec nos instrui sobre o assunto em O
LIVRO DOS ESPÍRITOS:
"A quantidade de
fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia segundo as
espécies e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma
mesma espécie.
Há os que estão, por assim dizer, saturados de
fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. É por
isso que uns são mais ativos, mais enérgicos, e de certa maneira, de vida
superabundante".
"A quantidade de
fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida, se não for
renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contêm".
"O fluido vital se
transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode
dá-lo ao que tem menos, e em certos casos fazer voltar uma vida prestes a
extinguir-se".
Pela mente os Espíritos
absorvem o fluido cósmico, transmudando-o em um sub-produto, a matéria mental
vibrátil, um fluido vivo e multiforme, estuante e inextancável, em processo
vitalista semelhante à respiração, cujas vibrações são as impressas pela mente
que a emitiu, cuja ação influencia, a partir de si mesma e sob a própria
responsabilidade, a Criação. Esse subproduto é o fluído vital.
A matéria mental tem
natureza corpuscular, atômica e também resulta da associação de formas
positivas e negativas. Utiliza-se denominar tais princípios de "núcleos,
prótons, nêutrons, posítrons, elétrons ou fótons mentais", em vista da
ausência de terminologia analógica para estruturação mais segura de nossos
apontamentos. (Xavier, 1977, cap. 4)
5 - ASSOCIAÇÃO DE
IDEIAS
O Espírito André Luiz
diz:
"Emitindo uma
ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo
se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em
sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os
que nos esposem o modo de sentir" (Xavier, 1977, p. 48).
Significa dizer: dado
um estímulo, imediatamente colocamos o nosso pensamento em sintonia com o clima
das respostas que o referido estímulo sugere.
Observe a leitura de um jornal: cada um de nós
vai direto àquilo que mais lhe interessa. Se gostamos de futebol, abrimos as
páginas esportivas; se nossa preferência é a saber sobre a vida pública de um
país, consultamos as páginas de economia e política;
se preferimos a arte,
vasculhamos o caderno ilustrado. Desse modo, as "nossas companhias",
quer boas ou ruins, dependem essencialmente de nossa escolha.
Diante disso o ditado
popular "diga-me com quem andas que eu te direi que és" pode ser
adaptado para "diga-me quem és que eu te direi com quem andas" ou
ainda "Diga-me como pensas que eu te direi com quem andas".
6 - PENSAMENTO FORMA E
FORMA PENSAMENTO
Com frequência, as
transformações são
o produto de um pensamento. - Kardec:
"Basta ao Espírito
pensar numa coisa para que tal coisa se produza".
Desta forma, tomando
conhecimento de tal verdade, devemos fazer bom uso dos nossos pensamentos, pois
eles são movimentados por energias cósmicas, fluidos etéreos, que, embora
invisíveis aos nossos olhos, estão presentes onde as nossas forças físicas
jamais chegariam.
Nosso pensamento é um raio que tanto pode conduzir luz
edificante como energias deletérias ou destruidoras.
7 - FOTOGRAFIA DO PENSAMENTO
Sendo o Pensamento o
criador de imagens fluídicas, reflete-se no Perispírito como num espelho,
tomando corpo e, aí, fotografando-se. Se um homem, por exemplo, tiver a ideia
de matar alguém, embora seu corpo material se conserve impassível, seu corpo fluídico
é acionado por essa ideia e a reproduz com todos os matizes.
Ele executa
fluidicamente o gesto, o ato que o indivíduo premeditou. Seu pensamento cria a
imagem da vítima e a cena inteira se desenha, como num quadro, tal qual lhe
está na mente.
É assim que os mais
secretos movimentos da alma repercutem no invólucro fluídico. É assim que uma
alma pode ler na outra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos
olhos corporais (Kardec, 1975, p. 115).
No livro LIBERTAÇÃO,
André Luiz narra que, em determinada região umbralina, as pessoas eram
selecionadas e julgadas por trabalhadores que utilizavam uma espécie de
aparelho que captava as imagens fluídicas das pessoas de acordo com os delitos
cometidos.
No plano espiritual não
há como criar máscaras ou esquivar-se, somos reconhecidos pela nossa imagem
fluídica irradiada pelo nosso perispírito. Tal imagem é decorrente de nossos
atos e pensamentos durante a experiência corpórea.
8 - PERTURBAÇÕES DO
PENSAMENTO
Segundo a Psicologia,
entende-se como o conjunto de alterações mais ou menos profundas da estrutura
diferenciada e intencional do ato psíquico. É assim possível descrever as
anomalias da ideação (encadeamento das ideias), da atenção espontânea e
voluntária, da eficiência intelectual etc.
Numa outra perspectiva, descreve-se, através
das modalidades expressivas do discurso, uma aceleração aparente (fuga das
ideias) ou um abrandamento (bradipsiquia) do pensamento, na mania e na
melancolia. Na esquizofrenia, o pensamento perturbado no seu funcionamento, exprime-se
por meio de uma linguagem estranha, caótica, dissociada, por vezes interrompida
(Thines, 1984).
No próximo tópico
veremos as perturbações
do pensamento segundo o Espiritismo.
9 - FIXAÇÃO MENTAL
(MONOIDEÍSMO)
Monoideísmo é estado
patológico caracterizado pela tendência de uma pessoa retornar sempre em seu
pensamento em sua palavra a um só tema. É a ideia fixa, ou o estado de
consciência mórbida, que se caracteriza pela persistência de uma ideia, que nem
o curso normal das ideias, nem a vontade conseguem dissipar.
Vingança,
desespero, paixões e desânimo
são algumas das causas da fixação mental.
Nosso cérebro funciona à semelhança de um
dínamo. Dado o primeiro estímulo, interno ou externo, o que passa a contar é a
manutenção de nosso pensamento num mesmo teor de ideia.
Quanto mais tempo
permanecermos num assunto, mais as imagens do tema se cristalizarão em nosso
halo mental. A fixação mental é uma questão de atitude assumida:
melhorando o teor energético de nosso
pensamento, ampliaremos o nosso campo mental para o bem e estaremos nos
libertando dos pensamentos malsãos.
Segue uma questão
trazida ao lume por André Luiz:
O que é e qual a
consequência da fixação mental?
Podemos entender como
fixação mental o pensamento permanente do espírito em determinado sentido, no
caso, um ato do passado. Em geral, ocorre quando o espírito se fixa num ato que
praticou contrário às leis naturais e em detrimento de outrem.
Quando o espírito se
deixa levar por esse estado, abstrai-se de tudo o mais que acontece em sua
existência, mantendo seu psiquismo fixado unicamente em torno desse fato.
É o
resultado do julgamento realizado pelo verdadeiro e único juiz das nossas
ações: a nossa consciência.
Quando se encontra
nessa situação, a presença da vítima é constante no pensamento do Espírito, com
o ato recriminado aparecendo com frequência em sua tela mental. É inevitável a
visita da dor reparadora.
SÍNTESE
O pensamento é (1)
nossa identificação, (2) é carreador de nossas emoções, (3) determina nosso
estado de saúde e (4) determina nossas ações.
O pensamento é o
principal atributo do espírito que é o princípio inteligente.
1) Pelos nossos pensamentos somos identificados
no mundo espiritual. Ex: quando estamos nervosos, labaredas vermelhas aparecem
em nós, quando estamos com ódio ou mágoa, somos cobertos por uma luz negra ou
acinzentada.
2) O pensamento leva as nossas emoções para o
ambiente e para o alvo do mesmo.
3) Mantendo bons pensamentos evitamos
diversos problemas de saúde e relacionamento (entre encarnados e
desencarnados).
4) devemos refletir antes de agir.
O pensamento é muito
importante em nossas vidas, pois somos consequência destes.
CONCLUSÃO
Vigilância e oração
atenuam as vicissitudes da senda regenerativa. Através delas, pomo-nos em
sintonia conosco mesmos, tornando-nos cada dia mais autoconscientes.
Percebendo
claramente nossas reações do cotidiano, criamos condições para nos avaliarmos e
consequentemente substituirmos os automatismos negativos pelos positivos.
De acordo com o
Espírito Lourdes Catherine (cap. 42) o momento ideal para impedir que um
pensamento negativo se instale é quando ele surge. Ela sugere que criemos um
"saneador". O interessante é que esse saneador, ou melhor,
"saneadores" estão constantemente junto conosco, mas nem sempre
lançamos mão deles.
O primeiro chama-se
permissão. Quando nos permitimos criar situações aflitivas, de agressões e
desequilíbrio nos envolvemos de tal forma com fluidos desarmônicos que
"infectamos" nossa psicosfera espiritual. Segundo a autora,
"Muitas pessoas não comandam a própria força mental, tornando-se
prisioneiro de si mesmo" (p. 193).
Realmente, não é raro ficarmos nas fantasias
desequilibrantes. Ao invés disso, deveriamos voltar para as ideias de sucesso,
força e paz.
Deveriamos acreditar no nosso potencial e aproveitar as
oportunidades da vida para crescer. E se por acaso nos arranharmos durante o
percurso, é igualmente importante lembrar que as quedas são lições a serem
aprendidas. Cabe a nós nos colocarmos novamente de pé e seguirmos a jornada
evolutiva.
O segundo saneador é a
oração. Através da prece, melhoramos nosso padrão vibratório mesmo que
momentaneamente. Para tanto, ela precisa ser acionada pela vontade e vir do
coração. Se na luta do dia a dia não conseguirmos longo tempo para orar,
façamos pequenos momentos de desprendimento.
Voltemos, por poucos minutos,
nossa mente para o alto, entremos em estado de prece e mentalmente nos permitamos
a "conversar" com o Pai. Ele, com certeza, nos dará forças e a
própria oração "limpará" nossos lixos mentais. Importante é termos
consciência de que nossa psicosfera será de luz ou de sombras na mesma
proporção que investirmos no positivo ou no negativo.
Para encerrar este
trabalho deixo uma prece de André Luiz para nossa reflexão sobre nossos
pensamentos:
PENSAMENTOS IMPRÓPRIOS
Senhor e Mestre, vigia
meus pensamentos! Acomodado na certeza de que meus pensamentos são invioláveis
aos meus semelhantes, muitas vezes ponho-me a pensar o que não devo, não
poupando definições e julgamentos que se revelados, me propiciariam duras
recriminações, senão momentos até piores!...
Movimento-me pela vida
observando e analisando pessoas e circunstâncias, e nem sempre é possível
furtar-me de pensamentos cujo teor não é nem fraterno e nem misericordioso,
levando-me a me recriminar intimamente após emiti-los.
Bem sei que para
conduzir à falta basta o pensamento, porém não me sinto perfeito o bastante
para evitar que eu julgue conforme meu estado de humor, levando a diminuir e
até a ridicularizar o meu próximo em minha imaginação e em meus comentários,
vez ou outra...
Me guarda, Senhor, de
perseverar em semelhante estado de alma, visto que só cabe a Deus o julgamento
de coisas e pessoas, não me sendo permitido emitir conclusões senão aquelas que
possam beneficiar e restabelecer, reconstruir e reerguer...
Sempre que eu me sentir
inclinado a julgar mentalmente meus irmãos, diminuindo-os perante meu imenso
orgulho, recorda-me de que, se eu já consigo visualizar com tamanha perfeição
os erros e os fracassos alheios, este é o momento certo para que eu visualize e
corrija os meus próprios erros e fracassos, com perfeição semelhante!
Assim seja! Assim seja! André
Luiz, IDEAL André, 12.10.2002
"Espíritas,
amai-vos! Este o primeiro ensino!
Instruí-vos, este o
segundo!" (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec - cap. VI item
5)
Agradecimentos: A Deus, a Espiritualidade e ao meu Mentor
espiritual. O PENSAMENTO Rodrigo Félix da Cruz
Trabalho de apoio ao
Curso On-line de Espiritismo do Portal Luz Espírita © 2008 - Brasil
www.luzespirita.org.br
Rodrigo Félix da Cruz
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO — pag. 5
2 - CONCEITO — pag. 5
3 - GÊNESE DO PENSAMENTO — pag. 5
4 - PENSAMENTO E MATÉRIA MENTAL — pag. 5
5 - ASSOCIAÇÃO DE IDEIAS — pag. 5
6 - PENSAMENTO FORMA E FORMA PENSAMENTO —
pag. 5
7 - FOTOGRAFIA DO PENSAMENTO — pag. 5
8 - PERTURBAÇÕES DO PENSAMENTO — pag. 5
9 - FIXAÇÃO MENTAL (MONOIDEÍSMO) — pag. 5
10 - PENSAMENTO E VONTADE — pag. 5
11 - CONSEQUENCIAS DO PENSAMENTO — pag. 5
12 - SÍNTESE — pag. 5
13 - CONCLUSÃO — pag. 5
14 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA — pag. 5
Postado por Dharmadhannya
Nenhum comentário:
Postar um comentário