Como turbinar seu cérebro
Exercitar a mente não
vai transformar um asno num Einstein, mas pode dar uma forcinha para nos deixar
mais espertos. Veja o que fazer
Por Eduardo Szklarz
1. Toque Raul!
Seu cérebro é uma
metamorfose ambulante. E até coisas banais, como tocar violão ou sair com os
amigos, podem ajudá-lo a funcionar melhor.
“A massa cinzenta é extremamente
plástica”, diz Sidarta Ribeiro, um dos mais influentes neurologistas do país.
“E o que mais ajuda é ler muito e conversar.” Mas não fica nisso: se você
quiser aprimorar uma área específica, como a matemática ou a capacidade de
leitura, tem como fazer isso de um jeito inusitado.
Uma pesquisa publicada por um consórcio de 7 grandes universidades americanas mostrou algo que
parecia pouco provável: música e teatro aumentam a capacidade de concentração e
geram ganhos tão significativos para a memória que você tem como extrapolar a
melhora para outras áreas.
Eles observaram que quem treina para tocar um
instrumento parece ficar mais habilidoso em geometria e a compreender melhor um
texto.
Quem faz teatro, por fim, fica com a memória mais apurada, pelo hábito
de decorar textos e interpretá-los no palco, e aumenta o nível de atenção –
algo fundamental para aprender qualquer coisa.
E a coisa não pára por aí. A
escola de medicina de Harvard conduziu uma experiência ainda mais surpreendente
em 2007. Neurocientistas de lá colocaram voluntários para tocar exercícios
fáceis de piano. Eles treinaram duas horas por dia durante uma semana.
Depois
os pesquisadores escanearam o cérebro do pessoal. E viram que a área da massa
cinzenta responsável pelos movimentos dos dedos havia crescido. Calma, essa
ainda não é a parte insólita. Outros estudos já tinham mostrado que o cérebro é
capaz de fazer isso quando você treina um pouco.
A surpresa mesmo veio quando
pegaram outro grupo e pediram que eles só imaginassem que estavam tocando
piano. Resultado: o cérebro deles reagiu da mesma forma. Isso mostrou que o
pensamento puro e simples é capaz de mudar a estrutura da mente. Tem mais.
A
psicóloga Carol Dwek, da Universidade de Stanford, mostrou que até “pensamento
positivo” funciona. Ela dividiu centenas de estudantes em dois grupos: os que
achavam que sua inteligência era fixa e os que pensavam que ela podia mudar.
Nos dois anos seguintes, o segundo grupo se deu melhor nos estudos.
Claro que nada disso
pode fazer milagres com o cérebro: até 80% do seu QI já veio de fábrica com
você. Mas que dá para trabalhar o resto, dá: o negócio é manter a mente ativa
do jeito que você bem entender. E seguir as outras dicas que você vai ver aqui.
2. Coma nozes
“Dieta variada,
exercícios físicos e uma boa noite de sono melhoram nossa capacidade
cognitiva”, afirma o neurocirurgião Fernando Gómez-Pinilla, da Universidade da
Califórnia. Ele diz que os ácidos graxos ômega 3, encontrados em nozes, óleos
vegetais, salmão e outros peixes, são ótimos para o aprendizado e a memória.
Nossas sinapses também gostam de ácido fólico (a vitamina B9, presente em
vísceras de animais, verduras, legumes e grãos) e detestam gorduras trans e
saturadas.
Além disso, técnicas de ioga ajudam no raciocínio porque corrigem a
respiração e mantêm o suprimento de oxigênio ao cérebro. Pelo mesmo motivo,
qualquer caminhada já favorece a cognição.
3. Não se afobe
O psiquiatra americano
Edward Hallowell ensina: quando topar com um teste difícil de resolver, conte
até 20, tentando baixar a frequência do pulso e da respiração.
Isso é uma boa
forma de mandar ao cérebro um sinal de que está tudo ok. Também não se afobe ao ler um texto longo: a compreensão aumenta
quando baixamos a velocidade da leitura.
4. Compre um Nintendo
Videogames exigem tanta
atividade cerebral que, sim, podem deixar qualquer um mais inteligente. Essa
tese começou a ganhar terreno em 2005, com o livro Everything Bad Is Good for
You (“Tudo o Que É Bom É Ruim para Você”), do jornalista científico Steven Johnson.
E hoje, com cada vez mais pesquisas mostrando que o simples fato de manter a
cabeça ativa aumenta a cognição, ela vem ganhando terreno. Mas espere aí: se
games melhoram o cérebro de forma indireta, por que não fazer um jogo que tenha
como objetivo deixar os usuários mais espertos?
Foi justamente o que a Nintendo
fez em 2006. Era o Brain Age, um game projetado para melhorar a capacidade de
raciocínio. Ele foi concebido a partir de idéias do neurocientista Ryuta
Kawashima. O japonês observou que, quando alguém está trabalhando em algo muito
complicado, como equações de física quântica, usa só algumas áreas do cérebro.
Mas, se a tarefa for fazer uma sequência de cálculos fáceis (tipo 3 + 2, 4 – 1,
9 + 3…), só que num ritmo frenético, um atrás do outro, acontece um fenômeno:
seu cérebro vira um céu de Copacabana no Ano-Novo.
Neurônios começam a pipocar
suas descargas elétricas em todos os cantos da massa cinzenta. Esse é o
objetivo do Brain Age: jogar problemas fáceis em sequências estroboscópicas. E
isso, pela teoria de Kawashima, funcionaria como uma academia para o cérebro.
Além de sequencias de contas, o Brain Age tem outros jogos parecidos, como
mostrar uma série de números espalhados na tela por um piscar de olhos, depois
esconder tudo e pedir que você clique onde eles estavam, em ordem crescente.
Outro puxa sua capacidade de concentração ao limite mostrando o nome de cores
na tela, mas nas “cores erradas”, tipo a palavra “azul” escrita em amarelo.
E
desafia você a dizer qual é a pigmentação das letras. Parece fácil, mas é o
suficiente para derreter os neurônios. Com essas coisas, o Brain Age vendeu 15
milhões de cópias. O êxito fez surgir uma série de clones do jogo.
E também
chamou a atenção para sistemas que já existiam, como o Supermemo, que promete
deixar os usuários com uma memória de elefante (confira em http://www.supermemo.com). Mas e aí? Tudo
isso funciona mesmo? A ciência não sabe dizer ainda.
Seja como for, os fãs
desse tipo de jogo têm uma boa notícia. Neste ano, pesquisadores americanos e
suíços colocaram 35 voluntários para fazer uma batelada desses exercícios.
E
eles melhoraram seu desempenho em testes de raciocínio aplicados depois dos
treinos. Mesmo assim, a chefe da equipe, Susanne Jaeggi , mantém a cautela:
“Isso ainda não é uma evidência científica”. Bom, mesmo que nunca haja uma,
vale pela brincadeira.
5. E as drogas?
Alguns remédios podem
bombar o raciocínio, em geral alterando o equilíbrio de neurotransmissores
envolvidos nesse processo. Mas cuidado. As estrelas entre as “drogas da
inteligência” são o metilfenidato (Ritalin) e o modafinil (Provigil).
O
primeiro é indicado para o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade,
enquanto o modafinil serve para combater a sonolência.
Mas um recente relatório
da Academia de Ciências Médicas de Londres afirma que eles ajudam a melhorar a
atenção e a memória de pessoas saudáveis. O relatório também alerta para os
perigos de comprar esses compostos sem orientação médica.
O aderal, por
exemplo, pode melhorar a concentração, mas também causar ataque cardíaco; o
aniracetam ajuda na memória, mas gera ansiedade e insônia; as metanfetaminas
contribuem para a concentração, e também para derrames cerebrais.
Já a
vasopressina, um hormônio para o tratamento do diabetes, ajuda na memória e no
aprendizado. Por outro lado, seu consumo desordenado gera náuseas, anginas e
coma.
E tem a velha nicotina.
Estudos mostram que ela parece aumentar a interação entre os neurônios, o que
favorece a atenção. Mas o preço a pagar por ela você sabe qual é. Segundo
Gabriel Horn, da Universidade de Cambridge, mais de 500 substâncias como essas
estão sendo pesquisadas – em geral para o tratamento de Alzheimer, Parkinson e
outras doenças degenerativas.
A maioria provavelmente terá seu uso restringido
por agências reguladoras, mas algumas devem chegar às farmácias em breve.
6. Faça cara de inteligente
Não basta ser, tem que
parecer. Dividir uma conta de bar de cabeça, saber com que países a Lituânia, o
Chade ou o Butão fazem fronteira e responder testes de inteligência mais rápido
que os outros é privilégio de poucos. Mas, com estes truques aqui, qualquer
ignóbil pode posar de Prêmio Nobel! Pode testar: eles ajudam sua cabeça a fazer
coisas que nem ela acredita.
Existem diversas causas para a perda de memória, sendo que a principal é a ansiedade,
mas também pode estar associada a diversas condições como a depressão, alterações do sono,
uso de remédios, hipotireoidismo, infecções ou doenças neurológicas, como doença de Alzheimer.
A maioria das causas são preveníveis ou reversíveis, com hábitos de vida como meditação, técnicas de relaxamento e treino da memória, mas, em caso de dúvidas, é importante consultar-se com um neurologista ou geriatra para investigar as possíveis causas da perda de memória e iniciar o tratamento correto.
As principais causas de perda de memória
e as formas de tratá-las são:
e as formas de tratá-las são:
1. Estresse e ansiedade
A ansiedade é a principal causa de perda da memória, principalmente em jovens, pois momentos de estresse causam a ativação de muitos neurônios e regiões do cérebro, o que o torna mais confuso e dificulta sua atividade mesmo que para uma tarefa simples, como se lembrar de algo.
Por esse motivo, é comum haver uma perda de memória repentina, ou um lapso, em situações como uma apresentação oral, uma prova ou após uma acontecimento estressante, por exemplo.
- Como tratar: o tratamento da ansiedade faz com que a memória volte ao normal, o que pode ser feito com atividades relaxantes, como meditação, yoga, prática de exercícios físicos ou com sessões de psicoterapia. Para casos de ansiedade intensa e frequente, pode ser necessário o uso de remédios, como ansiolíticos, prescritos pelo neurologista ou psiquiatra.
2. Falta de atenção
A simples falta de atenção em alguma atividade ou situação, faz com que se esqueça muito mais rápido de alguma informação, portanto, quando se está ou se é muito distraído, é mais fácil esquecer de detalhes como um endereço, o número de telefone ou onde se guardou as chaves, por exemplo, não sendo necessariamente um problema de saúde.
- Como tratar: a memória e a concentração podem ser treinadas, com exercícios e atividades que ativam o cérebro, como a leitura de um livro, fazer um curso novo ou, simplesmente, um jogo de palavras cruzadas, por exemplo. A meditação também é um exercício que estimula e facilita a manutenção do foco.
3. Depressão
A depressão e outras doenças psiquiátricas como síndrome do pânico, ansiedade generalizada ou transtorno bipolar são doenças que podem causar déficit de atenção e afetar o funcionamento dos neurotransmissores cerebrais, sendo uma importante causa para alteração da memória e, até, podem confundir-se com a doença de Alzheimer.
- Como tratar: deve ser iniciado o tratamento com antidepressivos ou medicamentos orientados pelo psiquiatra para melhora dos sintomas. A psicoterapia também é importante para auxiliar no tratamento.
4. Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é uma importante causa de perda da memória, pois, quando não tratado adequadamente, causa lentificação do metabolismo e prejudica o funcionamento cerebral.
Geralmente, a perda de memória pelo hipotireoidismo é acompanhada de outros sintomas como sono excessivo, pele seca, unhas e cabelos quebradiços, depressão, dificuldades de concentração e cansaço intenso.
- Como tratar: o tratamento é orientado pelo clínico geral ou endocrinologista, com a Levotiroxina, e a sua dose é adaptada para o grau da doença de cada pessoa.
5. Falta de vitamina B12
A deficiência de vitamina B12 acontece em veganos sem acompanhamento nutricional, pessoas com desnutrição, alcoólatras ou pessoas que tenham alterações na capacidade de absorção do estômago, pois é uma vitamina que adquirimos através da alimentação equilibrada e, preferencialmente, com carne. A falta desta vitamina altera o funcionamento cerebral, e prejudica a memória e o raciocínio.
- Como tratar: a reposição desta vitamina é feita com orientações da alimentação equilibrada, suplementos nutricionais, ou em caso de má absorção pelo estômago, com injeções da vitamina.
6. Uso de remédios para ansiedade
Alguns medicamentos podem provocar um efeito de confusão mental e prejudicar a memória, sendo mais comum em quem usa sedativos frequentemente, como Diazepam e Clonazepam, por exemplo, ou pode ser efeito colateral de remédios de vários tipos, como anticonvulsivantes, neurolépticos e alguns medicamentos para labirintite.
Estes efeitos variam de pessoa para pessoa, portanto é sempre importante relatar ao médico os remédios usados caso haja suspeita de alteração da memória.
- Como tratar: é orientado conversar com o médico para a troca ou suspensão dos possíveis medicamentos associados à perda de memória.
7. Uso de drogas
O álcool em excesso, e o uso de drogas ilícitas como maconha e cocaína, por exemplo, além de interferirem no nível de consciência, têm um efeito tóxico sobre os neurônios, o que pode prejudicar as funções do cérebro e a memória.
- Como tratar: é importante abandonar o uso de drogas ilícitas e consumir álcool com moderação. Caso seja uma tarefa difícil, existem tratamentos que auxiliam contra a dependência química, e são orientados no posto de saúde.

8. Dormir menos de 6 horas
A alteração do ciclo do sono pode prejudicar a memória, pois a falta de um descanso diário, que deve ser, em média, de 6 a 8 horas por dia, dificulta a manutenção da atenção e do foco, além de prejudicar o raciocínio.
- Como tratar: um melhor sono pode ser adquirido com hábitos regulares como adotar uma rotina para deitar e levantar, evitar consumo de café após as 17h, além de evitar o uso de celular ou ver TV na cama. Casos mais graves podem ser tratados com medicamentos ansiolíticos, orientados pelo neurologista.
9. Demência de Alzheimer
A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro, que acontece em idosos, que prejudica a memória e, à medida que progride, interfere na capacidade de raciocínio, compreensão e de controlar o comportamento.
Também existem outros tipos de demência que também podem causar alterações da memória, principalmente no idoso, como a demência vascular, demência do Parkinson ou demência por corpúsculo de Lewy, por exemplo, que devem ser diferenciados pelo médico.
- Como tratar: após confirmada a doença, o neurologista ou geriatra podem iniciar remédios anticolinesterásicos, como Donepezila, além de indicar atividades como terapia ocupacional e fisioterapia, para que a pessoa consiga manter suas funções o maior tempo possível.
10. Confusão mental
A confusão mental leva à alteração do raciocínio e memória, e é mais comum em idosos ou em pessoas em situações internamento hospitalar, após cirurgia, infecções graves ou por doenças graves, como insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou traumatismo cerebral, por exemplo.
- Como tratar: o tratamento é feito de acordo com a causa, e a melhora do quadro clínico da pessoa pode ser suficiente para melhorar a capacidade de raciocínio e memória.
Como melhorar a memória naturalmente
Comer alimentos ricos em ômega 3, como salmão, peixes de água salgada, sementes e abacate, por exemplo, ajuda a melhorar a memória e a concentração, e por isso deve-se apostar numa alimentação saudável, equilibrada, que contenha os alimentos certos. Confira outros exemplos de alimentos que melhoram a memória nesse vídeo da nutricionista Tatiana Zanin:
https://www.tuasaude.com
Postado por Dharmadhannya
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