Hipertensão: causas,
sintomas, diagnóstico e como baixar a pressão
Aproveite o Dia Mundial
da Hipertensão para saber tudo sobre a pressão alta, da prevenção ao tratamento.
E veja como identificar!
Por Chloé Pinheiro e
Goretti Tenorio
Revista Exame
A hipertensão arterial
é o aumento anormal – e por longo período – da pressão que o sangue faz ao
circular pelas artérias do corpo. Não à toa, a doença também é chamada de
pressão alta.
Para chegar a cada
parte do organismo, o sangue bombeado a partir do coração exerce uma força
natural contra as paredes internas das artérias. Os vasos, por sua vez,
oferecem certa resistência a essa passagem. E é essa disputa que determina a
pressão arterial.
A pressão varia ao
longo do dia. Numa pessoa deitada, ela fica mais baixa. Quando nos
movimentamos, os valores sobem, porque o cérebro avisa que o corpo precisa de
mais energia.
A pressão é apresentada
em milímetros de mercúrio (mmHg). O indivíduo é considerado hipertenso quando
sua pressão fica maior ou igual a 14 por 9 na maior parte do tempo. A partir
desse limite, o risco de ocorrerem doenças cardiovasculares, renais e por aí
vai é significativamente maior. Aliás, entidades americanas já até baixaram o
sarrafo para 13 por 8.
Para fazer a medição, é
utilizado um aparelho chamado
esfigmomanômetro, posicionado em volta do braço,
e um estetoscópio para ouvir os sons do peito.
O primeiro número é registrado
no momento em que o coração libera o sangue. Essa é a pressão sistólica, ou
máxima – o recomendável é que não passe de 12 mmHg. O segundo valor é a pressão
diastólica, ou mínima. O ideal é que fique em torno de 8 mmHg.
É o famoso 12
por 8.
Quando a pressão fica
descontrolada, o coração é o órgão mais afetado. Como a circulação está
prejudicada pelo aperto nas artérias coronárias, ele não recebe sangue e
oxigenação suficientes – um quadro que leva ao sofrimento do músculo cardíaco,
podendo ocasionar o infarto.
O acidente vascular
cerebral (AVC), o popular derrame, é outra consequência frequente da
hipertensão. Com as constantes agressões da pressão, as artérias da cabeça não
conseguem se dilatar e ficam suscetíveis a entupimentos. Os picos hipertensivos
acabam servindo de estopim para um vaso ficar completamente obstruído ou então
se romper.
Além do derrame, a
pressão alta provoca uma série de pequenas obstruções e hemorragias no cérebro.
Ao longo do tempo, esses episódios destroem os neurônios – o quadro é
denominado demência vascular e leva à perda de memória.
Os rins também deixam
de filtrar o sangue a contento quando a hipertensão se instala por muito tempo,
e essa falha pode provocar insuficiência renal.
A pressão alta
interfere ainda nos vasos que irrigam a retina, tecido no fundo do olho crucial
para captação das imagens. É por isso que alguns hipertensos relatam sofrer de
visão embaçada.
Sinais e sintomas
A hipertensão é uma
doença silenciosa. Se os sintomas abaixo surgirem, provavelmente ela já estará
em fase mais avançada. O ideal, portanto, é detectá-la com exames.
• Dor de cabeça
• Falta de ar
• Visão borrada
• Zumbido no ouvido
• Tontura
• Dores no peito
Veja também
Fatores de risco
– Histórico familiar:
filhos de pais hipertensos têm um risco 30% maior de ter pressão alta
– Idade: a partir dos
60 anos de idade, as artérias perdem a flexibilidade
– Etnia: a doença é
mais prevalente na população negra e asiática
– Obesidade
– Poluição
– Estresse
– Sono irregular
– Menopausa: a queda
dos hormônios femininos danifica as artérias
– Excesso de bebida
alcoólica
– Tabagismo
– Alto consumo de sal
– Sedentarismo
– Diabetes
– Doenças renais
– Apneia do sono
– Hipertireoidismo
A prevenção
Um estilo de vida
saudável influencia muito aqui. Dar um basta no sedentarismo, especialmente se
valendo de atividades aeróbicas, como correr e nadar, induz a liberação óxido
nítrico, substância vasodilatadora. Com as artérias relaxadas, a tendência é a pressão
se manter mais baixa.
Verdade que, durante os
treinos, é esperado que a pressão até suba um pouco – daí porque pacientes com
hipertensão devem ter certos cuidados com os exercícios e buscar supervisão de
um expert. Mas logo depois os números se estabilizam.
A alimentação é tão
importante na prevenção da pressão alta que há uma dieta específica para esse
fim. É a DASH, sigla em inglês para “dieta para combater a hipertensão”.
Ela foi criada em 1997
e se baseia em generosas doses de vegetais, frutas, legumes e grãos integrais
no cardápio como forma de combater a elevação da pressão. São alimentos
carregados de nutrientes como potássio, cálcio e magnésio – minerais que
regulam a contração dos vasos sanguíneos e do coração.
O consumo de sódio, por
outro lado, deve ser moderado. Ele é o principal componente do sal de cozinha,
e exagerar na dose é um perigo. A recomendação da Organização Mundial da Saúde
(OMS) é ingerir no máximo 5 gramas de sal por dia. Isso equivale a uma colher
de chá.
Só não se esqueça de
considerar os alimentos que têm sódio em sua composição, como o pãozinho, os
temperos prontos, embutidos e produtos processados. Hoje, estima-se que o
brasileiro consuma mais ou menos o dobro de sódio do que deveria. Essa é uma
das razões pelas quais 30% da população possui hipertensão.
Não fumar, não
extrapolar na ingestão de bebidas alcoólicas e driblar a insônia são atitudes
bem-vindas. É importante também arrumar uma brecha na agenda para incluir
momentos de prazer capazes de aliviar o estresse do dia a dia, outro sabotador
das artérias.
O diagnóstico
Como a hipertensão não
costuma dar sinais, é fundamental medir a pressão pelo menos uma vez por ano.
Nas consultas de rotina, seja com o clínico geral ou algum especialista, sempre
informe se algum parente sofre desse mal, sobretudo se for for o pai ou a mãe.
Para confirmar se uma
pessoa possui pressão alta, a medição tem que ser feita em três dias
diferentes. Antes de cada uma, o paciente deve seguir orientações como evitar
tomar café ou bebidas estimulantes, descansar bem e relaxar.
Na hora do exame,
não se deve conversar nem ficar se mexendo. Esses cuidados são importantes para
que o resultado seja o mais confiável possível. Se ainda assim restar alguma
dúvida, o especialista solicita um exame que vigia a pressão ao longo de 24
horas – é o holter.
Quando a pressão é
considerada alta?
Em quais números ficar
de olho e o que a hipertensão provoca se não controlada
Por Redação Saúde é
Vital
A regra básica é ficar
sempre no 12 por 8
A hipertensão é uma
encrenca tão sorrateira e suas consequências podem ser tão graves que os
médicos tiveram que encontrar um jeito simples de verificar como as artérias
estão.
Isso é feito, claro,
medindo a pressão, principalmente com aquele aparelhinho colocado no braço da
gente. Hoje se considera que a pressão está ótima quando o valor de medição
fica na faixa de 12 por 8 — ou, como preferem os especialistas, 120 por 80
milímetros de mercúrio (mmHg).
Se o índice passou dos 14 por 9, aí ela é
considerada alta.
Quando os números
variam entre 12 por 8 e 14 por 9, o quadro é chamado de pré-hipertensão,
segundo o consenso da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Recentemente, os
médicos americanos atualizaram suas diretrizes de hipertensão e passaram a
enquadrar esses valores intermediários como uma “pressão elevada”.
Agora, em terras
americanas, taxas acima de 13 por 8 já recebem o diagnóstico de hipertensão
mesmo. O objetivo é chamar atenção para flagrar o problema mais cedo e, a
partir daí, iniciar mudanças de estilo de vida que vão fazer toda a diferença
na saúde de veias e artérias.
No entanto, como não é
só a hipertensão que sabota o coração, o ideal é que as metas sejam individuais
e traçadas pelo médico, que vai considerar outros fatores de risco. Uma coisa é
certa: as evidências deixam claro que a ameaça de um acidente vascular
cerebral, o AVC, é maior entre quem ultrapassou os 14 por 9.
Convém ficar atento a
essa história porque a escalada da pressão arterial não costuma dar sintoma.
Muitas vezes, quando uma pessoa é diagnosticada com hipertensão, já tem danos
no coração, nos rins, nos olhos…
Por isso que os experts reforçam tanto a
importância de checar a pressão pelo menos uma vez por ano. Quando o problema é
flagrado cedo, com ajustes no estilo de vida e, se preciso, o apoio de um medicamento,
a situação pode ser muito bem controlada.
Postado por Dharmadhannya
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