terça-feira, 29 de maio de 2018

Meditação - Tecnica






Meditação Técnica e concentração

A palavra meditação não tem na Índia o mesmo significado que no Ocidente. Os hindus usam uma palavra equivalente, pois não existe outra que se aproxime mais dessa idéia. A palavra mais usada por eles é Dhyana, ou Nidihyasana, ou ainda Upasana. 

Normalmente, durante a meditação, objetivamos pensar apenas em um Ideal espiritual ou uma idéia próxima deste ideal. Na Dhyana, o pensamento não se ocupa de modo algum com um tema, mas dirige-se intensamente para o Ideal espiritual. Na Índia, o objetivo buscado é o de se obter uma experiência espiritual que transcenda a mente.

 Se não se admitisse a possibilidade de atingir um estado mais elevado que o nível da mente, a meditação hindu não teria nenhum significado. Para os hindus, a meditação é suscetível de levar um contato direto com o Supremo. Por que é necessário meditar? Para buscar o Supremo. 

Aqueles que meditam desejam encontrar o Supremo. Sabem que a melhor coisa que existe em suas vidas é alcança-lo. É a meta suprema da existência. Na Índia é a salvação. Precisamos dizer também que a meditação deve tornar-se uma concentração intensa, tão fina e aguda quanto possível. 


Trata-se, portanto de uma intuição penetrante. Há, por um lado, a intensidade da concentração e , por outro, uma compreensão bem aguçada, bem afinada, dentro da meditação profunda. Ficamos então completamente separados da vida comum. Normalmente esta prática é difícil, pelo menos no início, porque nossa mente está habituada a afundar-se numa imensa variedade de pensamentos e sentimentos.

 A isto se acrescenta a lembrança de nossas impressões passadas, ou então aquilo que está próximo, o imediato, tornando a concentração muito difícil. Poucas pessoas consentem em desprender-se de todas as suas atividades mentais para se tornarem capazes de absorver-se em seu Ideal Espiritual. Existe um meio eficaz para se conseguir purificar a mente de todos os diferentes tipos de pensamentos. 

Este meio é a introspecção e a análise de si mesmo. Praticando bastante a introspecção, analisando-se a si próprio em seu interior, consegue eliminar todas as más tendências da atividade mental.

 Mas isto é difícil no começo, porque não somos capazes de julgar-nos imparcialmente e dificilmente aceitamos reconhecer nossos defeitos. Muitas vezes as pessoas não se dão conta da dificuldade que há em descobrir seus defeitos, porque sua própria mente, em geral, mascara as más tendências. 

Então, sem compreender que elas próprias estão velando a visão das coisas, não sabem que estão vendo incorretamente e agindo mal. 

Não sabem que sua apreciação de sua própria atitude mental não é nem clara, nem exata. Por esta mesma razão, tais pessoas não compreendem a crítica de seus defeitos, se lhes acontece ouvi-la, pois julgam-se feridas em seu amor-próprio. 

Portanto, é muito difícil. (…) O objetivo supremo da meditação é atingir a Consciência Pura,absolutamente pura, a Luz sem nenhuma nuvem. Mas, antes disto, há diferentes níveis. (…) A consciência pura é o estado de Samadhi. Se pudermos chegar a este estado, seremos realmente mestres.


 A mente ficará completamente controlada, descobriremos muitas coisas muito mais nitidamente do que antes. A compreensão habitual é a do mundo, daquilo que vemos. Não é o real. Não é a verdade. O que tomamos por verdadeiro é o produto de nosso pensamento, a criação da mente. 

Com a mudança da mente, o mundo muda, tudo muda. Nesse momento, pode-se dizer que vocês captaram a meta suprema de suas vidas. Compreendem quem são, compreendem onde estão. Vocês se transformam. Como verificamos nas palavras do Swami Ritajananda, meditação não é apenas fechar os olhos, ficar em silêncio, praticando respiração. 

Meditação é algo muito mais profundo, é a busca da consciência suprema, da conexão com Deus, através de práticas, seja entoando mantras, observando imagens, ou outra forma que seja melhor adequada ao praticante.

 Quando você medita, você se conecta, descobre seu verdadeiro ser. Meditar não é manter a mente vazia, mas sim preenchida de silêncio. É o equilíbrio absoluto, é a paz interior definitiva, criando uma mente centrada, em paz consigo mesma.
Autor: Swami Ritajananda






TÉCNICA DE VISUALIZAÇÃO IOGUE
Postado em Práticas Psíquicas I
- Por Wagner Borges -

Esta técnica veio por intuição, enquanto eu estudava o excelente livro “Concentração e Meditação” de Swami Sivananda. Seu princípio básico é o seguinte: o cérebro físico está cheio de condicionamentos tridimensionais, e estes, por sua vez, bloqueiam os potenciais espirituais que residem em estado latente no chacra frontal.

Sabendo disso, os antigos mestres iogues criaram várias técnicas de visualização, baseadas nas exóticas imagens de divindades hindus.

Um exemplo disso é a figura do deus Ganesha, filho do deus Shiva e da deusa Parvati, com corpo humano e cabeça de elefante. Ou então, a figura de Shiva com três olhos, ou a imagem aterrorizante da deusa Kali.

Segundo os mestres hindus, a visualização de imagens estranhas à mente consciente quebra os condicionamentos cerebrais e, ao mesmo tempo, ativa o potencial parapsíquico do paracérebro* que, por sua vez, acessa as vibrações sutis dos planos extrafísicos.

De alguma maneira, as imagens sugeridas funcionam como “senhas espirituais” para outras dimensões.

* * *
TÉCNICA:

• Sente-se confortavelmente e feche os olhos.

• Eleve a mente e manifeste silenciosamente “amor e consideração” para todos os seres.

• Concentre-se na parte interna dos olhos e visualize-os cheios de luz.

• A seguir, visualize à sua frente, a imagem viva de uma divindade hindu (Ganesha, Shiva, Vishnu etc.) de sua escolha.

• O rosto da entidade escolhida tem três olhos (o terceiro olho bem no meio, logo acima da raiz do nariz, na região que os iogues chamam de trikuti), e está em frente a você, fitando-o diretamente nos olhos.

• Permaneça encarando os três olhos por cerca de um minuto.

• A seguir, concentre-se logo acima da raiz de seu próprio nariz.

• Visualize que exatamente desse ponto emerge uma grande flor branca (como se seu terceiro olho fosse a própria flor desabrochando).

• Fique assim por alguns minutos e perceba uma maravilhosa paz mental estabilizar sua mente.


(Texto extraído do livro “Viagem Espiritual III” – Wagner Borges - Editora Universalista – 1998).

* Paracérebro: cérebro extrafísico; cérebro espiritual.

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