Arritmia: quando o coração anda fora
do compasso
O problema é perigoso e ainda causa
muitas dúvidas (e mortes) no Brasil. Fique atenta aos sintomas!
Ana Bardella
A doença é perigosa!
Sessenta vezes: em
média, esse é o tanto que nosso coração bate (ou pelo menos deveria bater) a
cada minuto quando estamos em repouso. Mas é claro que o número não é rígido:
para algumas pessoas, principalmente os atletas, a quantidade pode ser menor.
Para outras, incluindo aquelas que ficam nervosas facilmente, maior. Logo, se
os batimentos acontecem entre 50 e 100 vezes por minuto em situações calmas, o
funcionamento do coração, na maior parte das vezes, é considerado normal. Mas
nem sempre ele trabalha dentro desses limites. E é aí que mora o perigo! Saiba
o que é a arritmia cardíaca e quando devemos nos preocupar.
Tum-tum fora do ritmo
A doença se manifesta
quando a frequência dos batimentos se altera (para mais ou para menos) sem um
motivo aparente. Por exemplo: se levamos um susto, ocorre uma descarga de
adrenalina no corpo, que faz com que o ritmo deles acelere.
Se estamos correndo
ou praticando outros exercícios, o organismo precisa de mais oxigênio – por
isso o coração trabalha rapidamente e a circulação aumenta. Nesses casos, é
esperada a variação. “Já quando ela se dá durante atividades cotidianas, como mexer nocomputador, ver
televisão ou antes de
dormir, é arritmia”, explica José Moura Jorge, da Sociedade Brasileira
de Cardiologia.
Atenção aos sinais
Os sintomas dependem do tipo de arritmia. Se a doença estiver provocando batimentos lentos, o cérebro passa a
trabalhar com menos sangue. “Isso gera tontura, escurecimento da vista e pode até provocar desmaios, já
que a pressão arterial também sofre uma queda”, alerta.
Em compensação, se o
ritmo ficar acelerado, a pessoa sentirá a famosa batedeira ou taquicardia: aquele incômodo no peito que pode passar
sozinho dentro de alguns minutos e até passar despercebido, ou durar por dias,
até que ela procure um atendimento médico. O importante é não vacilar com os
sinais que seu coração está dando. Médico, hein!
Causas variadas
Às vezes a raiz do problema está lá
atrás, quando a pessoa ainda se desenvolvia na barriga da mãe. Nesses casos, uma má-formação pode ocorrer e manifestar seus resultados
ainda quando o indivíduo era uma criança ou, talvez, apenas muitos anos depois,
só quando a pessoa chega à vida adulta.
O descompasso também atinge quem já sofreu um infarto, nos
casos em que o coração fica com sequelas que podem originar a taquicardia. Por
fim, há quem sofra com batimentos que ocorrem antes da hora e por isso são
considerados prematuros – estes costumam provocar incômodos leves (ou até
passarem despercebidos).
Perigosas ou nem tanto?
As arritmias são classificadas entre
benignas ou malignas. As primeiras podem ser
assintomáticas, provocar desconfortos leves ou profundos, mas não oferecem
riscos a curto prazo. Já o segundo tipo é aquele que coloca a pessoa em risco
de perder a vida subitamente. Para dar o veredito, é necessário que o médico localize
e analise a parte exata do coração em que a falha está ocorrendo.
“Para isso,
são requisitados exames de investigação, tais como eletro e ecocardiograma”,
ressalta o especialista. Ou seja: não
é possível fazer a diferenciação com base somente nas queixas do
paciente. Portanto, qualquer que seja a anormalidade no órgão, é essencial procurar um médico. Mas
não se engane:
“O fato de ser benigna não quer dizer que apessoa não precisa de
tratamento. Alguns tipos incomodam demais, atrapalhando a qualidade de vida”,
reforça Jorge. Imagine ser atingido pelos batimentos desordenados durante uma
viagem de avião, por exemplo. É muito aflitivo!
“Para que o paciente
volte a se sentir seguro, buscamos solucionar a raiz do problema”, completa.
Entre as opções mais comuns estão o tratamento com medicações ou procedimentos
cirúrgicos.
Estilo de vida interfere?
Diretamente, a
alimentação tem pouca relação com o desenvolvimento de arritmias. Apenas os
casos de batimentos prematuros estão relacionados com o consumo excessivo de
cafeína (presente em refrigerantes, energéticos e no próprio café) e, portanto,
essas bebidas devem ser ingeridas com cautela por quem sofre com o problema.
No
entanto, o consumo de alimentos industrializados ou gordurosos, que aumentam os níveis de colesterol no sangue, contribuem para o desenvolvimento de outros males, como o entupimento das veias. Caso a passagem do
sangue seja obstruída, pode faltar oxigenação para o coração, levando-o a um
estado de sofrimento agudo.
Na maior parte dos casos, esse sofrimento resulta
em um descompasso grave nos batimentos e pode resultar em morte súbita. Por
isso, indiretamente, manter uma alimentação
saudável e evitar o
sedentarismo também são formas
de prevenção da doença.
Postado por Dharmadhannya
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