quinta-feira, 22 de março de 2018

Meditação da compaixão



"Meditação do Buda Shakyamuni"

Comece colocando seu corpo numa atitude de meditação, de silêncio...
"Relaxe e concentre sua consciência na respiração.

Sinta o fluir da vida, do todo, da respiração do Um...
Visualize a imagem de Buda Shakyamuni meditando sob a árvore bodhi.
Sua compleição é dourada e usa vestes monásticas da cor de açafrão. em sua mão esquerda segura uma taça cheia de néctar que destrói os quatro obstáculos que Buda superou : o sofrimento de nossos agregados, o demônio da morte; nossa mente inquieta e indomável e o demônio do desejo.

Sua mão direita toca a terra porque, quando so Senhor Buda se sentou sob a árvore bodhi, atentadora Mara Kama Deva veio pertubá-lo. ela tentou persuadi-lo de sua meta de iluminaçãomas, apesar dos meios que usou, Buda permaneceu imóvel em sua meditação.Tocando-a, pediu à terra que testemunhasse que ele não estava pertubado pela tentadora. a terra tremeu e sacudiu seis vezes em resposta; daí o significado do Mudrá do toque-da-Terra.

A seguir, olhe fixamente para a face de Buda, sinta a profundidade da sua tranquilidade, a sua compaixão no seu coração. E então perceba quão imóvel e relaxado está o seu corpo. 

Como uma pedra, seu corpo repousa solidamente sobre o solo. Contemple o Guru Buda Shakyamuni como um ser plenamente iluminado, de infinita compaixão, paciência e conhecimento para conduzir todos os seres do sofrimento ao caminho da libertação.

Rogando que lhe conceda sua sabedoria e compaixão, reze com suas próprias palavras para que sejam removidos da sua mente e do seu coração todos os obstáculos.
Meu coração é pleno de compaixão e por isso vivo no dharma

Em seguida, prometa refrear aquelas ações de corpo, palavra e mente que podem tornar-se empecilhos no caminho da iluminação. 

E finalmente, reze para que voce desperte para a Natureza búdica para benefício de todos os seres. 

Visualize um OM branco na sua testa, um AH vermelho na sua garganta e um Hum azul no seu coração. 

Os raios de luz provenientes dessas três sílabas constituem o poder da Sabedoria e Compaixão do corpo, palavra e mente sagrados de Buda, respectivamente.

Á medida que a luz branca do Om brilha no sexto chakra, todas as energias negativas no corpo são purificadasA medida que a luz vermelha do AH brilha no quinto chakra, todas as impurezas da palavra são depuradas. a luz azul do Hum clarifica todas as ilusões de sua mente-coração.

Depois de receber esse fortalecimento de Shakyamuni, sinta-se mergulhando mais e mais no estado de meditação. Mais e mais, até atingir a profundeza da concentração de Buda. 

À medida que isso acontece, a imagem de Buda se dissolve em você. Você é transformado em Buda sentado sob a árvora bodhi na postura da Mudrá do Toque-da­Terra. 

Seu corpo está estável e fixo como uma rocha e você absorvido em serena meditação. 

Permitindo que sua consciência desça como um peso enorme à base da sua pelve,

sinta-se continuando a descer a níveis mais e mais profundos de paz interior enquanto você simplesmente permanece atento à respiração que entra e sai de suas narinas.

Se quaisquer pensamentos errantes surgirem, suavemente leve de volta sua consciência a essa imagem de você mesmo e continue a focalizar a sua respiração.

À medida que continua a se concentrar, você pode imaginar que está descendo através das profundezas do seu self interior. Do tumulto da superfície da sua mente,

você desce às profundezas calmas do mar da consciência interior. Enquanto continua a respirar e a relaxar, você se aprofunda mais e mais nesse mar de consciência, onde calmamente fixa a sua morada num maravilhoso e sereno estado de meditação.

Permaneça nessa paz pelo tempo que desejar.

Antes de sair da meditação, repasse mentalmente o dia que está à sua frente, vendo-se nesse calmo e claro estado de consciência.

Ao ver-­se em situações específicas, escolha alguns aspectos dessas situações como lembretes. 

Veja a si mesmo tomando-se consciente desses lembretes e se lembrando deste estado de tranqüilidade e do seu compromisso com o estado de Buda.

Ao repassar esse dia à sua frente, veja-se e sinta-se agindo como um Buda.
"Antes que ponha o pé sobre o degrau superior da escada, da escada dos sons místicos,tens de ouvir a voz do teu Deus interior


 Meditação da compaixão
Pema Chodron
Quando fazemos o tonglen da  compaixão como uma meditação formal, há 4 estágios:

1-                 Primeiro, descanse sua mente um pouco, um segundo
ou dois, num estado de abertura e serenidade.

2-                 Segundo, use as texturas do ar. Inspire a sensação de calor, de peso, de escuridão, e expire a sensação de
fresco, luminoso, leve. Inspire completamente, através de
todos os poros de seu corpo. Faça isso até se sentir
sincronizado com seu ritmo in/out.

3-                 Terceiro, trabalhe com uma situação pessoal -uma situação de dor que é real e verdadeira para você. Tradicionalmente começamos o tonglen para uma pessoa que queremos ajudar. Mas você pode começar a prática para uma dor que você está sentindo e simultaneamente para todos que
como você estão nesse tipo de sofrimento.

4-                 Finalmente, inspire toda a dor do mundo e expire toda a felicidade possível Se você está fazendo a prática por alguém que você ama, estenda-a para todos que estão na mesma situação que ela. Sinta-se no mesmo barco, com todas as pessoas.

5-                  Você pode fazer o tonglen para as pessoas que considera inimigas -aqueles que feriram você ou que feriram outros. Faça o tonglen para elas, pensando que elas têm a mesma confusão e estupidez que seu amigo ou você tem. Inspire a dor delas e expire alívio para elas.

Conforme você vai desenvolvendo essa prática, uma das
mais poderosas e revolucionárias que existem, sua
compaixão vai expandir-se infinitamente, e você
compreenderá o que os físicos dizem - que as coisas não
são tão sólidas como parecem ser.

 E você estará pronto
para ajudar aos outros nas mais impossíveis situações.
Essa será a prática mais necessária
no próximo milênio...



A Pratica

A prática do tonglen reverte a lógica usual de evitar o sofrimento e buscar o prazer. No processo, nos libertamos dos velhos padrões de egoísmo. Começamos a sentir amor por nós mesmos e pelos outros; começamos a cuidar de nós mesmos e dos outros.

 0 tonglen acorda nossa compaixão e aumenta nossa visão de mundo. Ele leva ao espaço sagrado de shunyata (vacuidade). Fazendo essa prática, começamos a nos conectar com a dimensão mais aberta do nosso ser.

A princípio isso nos ajuda a experimentar as coisas não tão como sólidas como imaginávamos antes.

Tonglen pode ser feito para pessoas que estão doentes, que estão morrendo ou que já morreram, ou pessoas que estão passando por qualquer tipo de sofrimento. Pode ser feito como uma meditação formal ou acontecer em qualquer lugar. 

Estamos caminhando e vemos alguém com dor - no momento podemos começar a inspirar a dor dessa pessoa e a expirar alívio para ela.
Ou estamos passando e vemos alguém passando por dor e seguimos adiante. A dor traz o medo ou. a raiva; traz resistência e confusão. 

Então podemos fazer o tonglen para as pessoas exatamente como nós - pessoas que querem desenvolver a compaixão mas, ao contrário, têm medo - que em vez de corajosas se tornam covardes. 

Em vez de nos envergonharmos, usamos nossa estupidez como um degrau para entender melhor todos os seres humanos. Inspiramos por todos nós e expiramos por todos nós. Usamos o que seria um veneno como um remédio. Usamos nosso sofrimento pessoal como um caminho para sentir compaixão por todos os seres.

A mestra em budismo tibetano Pema Chõdrõn é uma das mais famosas figuras do mundo espiritual dos Estados Unidos, hoje. Qualquer revista sempre tem uma entrevista sua, e ela viaja dando workshops e palestras por todo os EUA. Aqui ela nos fala da suprema meditação na tradição Mahayana, que trabalha diretamente com a compaixão. 

Essa meditação, das mais antigas do budismo tibetano e largamente ensinada pelo Dalai Lama, chama- se tonglen e consiste em inspirar toda a dor e sofrimento do mundo e expirar toda felicidade e alegria possível. Parte de um ensinamento chamado lojong, e requer muita coragem.



"0 sofrimento, a insatisfação, são parte inerente ao ser humano; não é nenhum mal-entendido sobre si mesmo. Mas se você viver o momento, e relaxar na sensação, a insatis¬fação não tem necessidade de continuar a escalada. De fato, essa consciência se trans¬forma na semente da compaixão, na semente da bondade e do amor."

Quando iniciamos um caminho espiritual temos muitos ideais a preencher. Mas com essa prática, você toma a si mesmo exatamente como você é. Sentir-se no mesmo barco com todos os outros seres humanos, e respirar a sua dor e a dor dos outros, mostra aspectos que você ainda precisa trabalhar, interiormente. 

Não há que ter medo da negatividade. Não há nada de errado com ela. 0 problema é a negatividade negativa, onde você fica rodando sem fim nos seus pensamentos.

No Budismo, você pode transformar as energias negativas - raiva, luxúria, inveja e ciúme

em sabedoria. Mas você precisa saber relaxar nessa energia. Isso significa relaxar nesse momento, seja ele prazeroso ou doloroso. Esse é o segredo. Mas a prática da meditação não deve ser feita como mais uma obrigação diária. Essa noção a transforma em mais um motivo de preocupação.


Minha experiência de trabalhar com essa prática é que ela me traz uma sensação de bem-estar. Um dos primeiros ensinamentos de Buda é que todos desejam a felicidade e a libertação do sofrimento, mas que os métodos que os seres humanos usam não estão exa-tamente em sintonia com esse desejo. Todos os métodos acabam numa escalada de dor.

Por exemplo, alguém grita com você, e você responde mais alto, e então de repente todos estão irados e gritando. Precisamos enxergar que o que faz o outro me agredir é o seu próprio sofrimento. Então você está ali, sendo provocado, sentindo a agressão - o que fazer?

 Nesse momento, o tonglen se torna de muita valia. Você inspira e se conecta com a sua própria agressividade, com muita honestidade. Você reconhece a sensação que todas as pessoas oprimidas sentem. Se você continuar nesse caminho, talvez fale uma coisa muito diferente do que falaria normalmente.

Chõgian Trungpa dizia que a vida é um experimento, e devemos sempre experimentar. Você pode experimentar gritar de volta para ver o que acontece. Você pode experimentar com o tonglen e ver o que ocorre...

(A prática do tonglen está explicada na próxima página, pela própria Pema Chõdrõn.)


Postado por dharma dhannya

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