A
equanimidade nos leva para o centro do Tao, é um escudo poderoso para nossa
proteção.
O estado de
compaixão: a neutralidade
O
suave estado de neutralidade, uma das ferramentas mais poderosas e eficazes
para lidar com situações difíceis, encontra- se na essência da nossa prática.
Neutralidade
significa criar uma abertura emocional que nos permite abandonar a resistência
às nossas experiências. Simplesmente observamos e deixamos a experiência ser o
que ela é, sem julgá-la, sem ter de modificá-la.
A
neutralidade, de uma maneira sutil, cria uma estrutura benevolente para nós
mesmos e para os outros.
Manter o
estado de ânimo inalterável, sempre igual, tanto na adversidade como na
prosperidade é a chave do equilíbrio, do espírito sereno, equilibrado, da imparcialidade.
Equanimidade significa
serenidade de espírito. É um estado natural e relaxado, a capacidade de
experimentar de maneira estável as diferentes situações do mundo físico, das
sensações, da mente e dos fenômenos.
É
caracterizada por uma inteligência emocional e pela profunda tranquilidade,
completamente livre de oscilações.
É
"um estado mental que não pode ser influenciado por preconceitos e
preferências" (Bodhi, 2000), uma serenidade face a todo o tipo de
experiências, independentemente do prazer ou da dor estejam ou não
presentes" (Thanissaro Bhikkhu, 1996).
Equanimidade como
significado “estar firme diante de tudo isso”. Equilíbrio diante de toda
agitação que a vida possa trazer junto com uma calma resultante do conhecimento
e reflexão.
Portanto,
podemos concluir que a equanimidade nos protege de todas as oscilações da vida,
sejam elas boas, sejam ruins.
Desenvolvemos
a equanimidade estando atentos a nossas reações àquilo que o Buddha chamou os oito
dhammas (fenômenos) mundanos.
A pessoa
equânime desfruta o bem de modo desapegado e passa pela experiência negativa
também de modo desapegado.
Este estado de equanimidade manifesta-se como
"uma reação equilibrada na alegria e na tristeza e que protege contra a
agitação emocional" (Bodhi, 2005).
Nada paga o preço de estarmos felizes por nós mesmos. Alcançando esse estágio, até mesmo os relacionamentos ficam mais fáceis de se lidar, de pensar usando a razão ao invés do coração. Isso traz uma paz incomensurável.
Neutralidade
e crescimento
Diz-se
que 95 por cento do nosso crescimento pode ocorrer exclusivamente com o
emprego da técnica da neutralidade.[1]
Longe de ser a ausência de emoções, a neutralidade representa uma abertura à
complexidade, à sutileza e à multidimensionalidade das emoções e da experiência.
Quando
alcançamos uma perspectiva neutra, nós nos tornamos mais “presentes” e
eficientes, nosso entendimento se aprofunda e muitas das nossas questões são
resolvidas.
O
significado das complexidades dos relacionamentos, profundos porém sutis,
passa a fazer muito mais sentido. Uma crescente benevolência por nós mesmos e
pelos outros torna- se possível.
Antes
de iniciar a prática, da neutralidade, vamos reservar alguns minutos para
observar qual a sensação de não estarmos no estado de neutralidade.
Como acender a si mesmo intencionalmente
A
técnica que você irá usar para atingir um estado não-neutro chama-se “como
acender a si mesmo”.
Tudo o que você precisa fazer é pensar em algo que tenha
para você uma “carga” emocional e depois deixar que todas as imagens associadas
a essa questão se intensifiquem e se “acendam” na sua aura por um momento.
Essa intensificação deverá fazer com que você
fique muito mais consciente das imagens no seu espaço à medida que elas começam
a se energizar.
Saber acender a si mesmo, e reconhecer quando
você está naturalmente “aceso”, é um poderoso mecanismo para reconhecer
e liberar bloqueios psíquicos e emocionais da aura. Leve agora de um a dois
minutos com a sensação de estar “aceso” antes de iniciar os exercícios de
neutralidade.
Exercício
1: Como acender a si mesmo
1.
Descanse a
consciência no centro dá cabeça, e peça ao seu anjo da guarda sua divina
presença aqui e agora. Faça uma respiração abdominal suave e profunda.
2.
Feche os
olhos e crie uma rosa diante de você.
3.
Imagine a
imagem de algo que o incomoda e coloque essa imagem sobre a rosa.
4.
Sem modificá-la
ou corrigi-la, deixe que sua aura seja invadida pelas várias emoções e imagens
que “se acendem” no espaço relacionado com a imagem incômoda, de alguém que
não é “bem vindo”, de um passado doloroso...
5.
Deixe que
essas imagens e emoções intensificadas se acumulem durante um ou dois minutos,
apenas observando o seu corpo, a respiração, as emoções, simplesmente
“admitindo-os”.
6.
Quando você
se sentir “aceso”, ligue-se à terra, tome posse do lugar e faça explodir todas
as imagens.
7.
Agradeça ao
seu corpo por estar tão disposto a mudar e faça circular um pouco de energia
terrestre e cósmica.
8.
Quando
estiver pronto, levante-se, espreguice-se e inverta as polaridades.
O cultivo da neutralidade: benevolência por si mesmo e pelos outros
Três
práticas importantes e ao mesmo tempo fundamentais irão ajudá-lo a cultivar a
neutralidade. A primeira, com a qual você esteve ligeiramente em contato no
exercício anterior, é simplesmente “reconhecer” a vida, observar e aceitar
abertamente a vida sem fazer julgamentos — com discernimento, mas sem
julgamento.
Chamamos essa atitude de “observação espacial”
em virtude do “espaço” que ela confere ao evento ou à questão. A segunda
prática cultiva e respeita o reconhecimento de que toda experiência é
sagrada e de que toda experiência favorece o crescimento.
Chamamos essa atitude de “o reconhecimento de
que toda experiência é sagrada”. A terceira prática, “ajustar o chakra da coroa
ao ouro”, envolve permitir que o chakra da coroa vibre na freqüência compassiva
e “aberta” do ouro, a freqüência mais isenta de julgamento que podemos ter no
chakra da coroa na condição de seres humanos.
Quando ajustamos o chakra da coroa ao ouro,
criamos em nós um estado mais criativo, receptivo e humano.
O
sutil estado compreensivo e eficaz de neutralidade aumenta com a prática. Não
sendo jamais estática e estando em eterna evolução, a neutralidade não exige
que sejamos completos ou perfeitos, apenas abertos.
A observação espacial: a aceitação
Para
o primeiro exercício de neutralidade, a observação espacial, pense num evento
ou questão que o incomode e “acenda”. Quando uma coisa o incomoda, ela tende a
“aparecer no seu rosto”.
Quando você a contempla com o olho da mente,
ela tende a se insinuar no seu rosto ou na sua aura e não se move com
facilidade. Sem julgá-la ou modificá-la, permita-se observá-la exatamente onde
ela está e como ela é.
Diga
olá a qualquer julgamento que você possa fazer dela ou necessidade que você
tenha de “consertá-la”.
Certifique-se de primeiro admitir quaisquer
sentimentos e depois deixe que eles também iluminem imagens que você faz
explodir à medida que vão surgindo.
Retarde
a explosão da imagem do evento ou questão propriamente dito, apenas continue
a observá-lo, mantendo o espaço livre fazendo explodir quaisquer imagens que se
iluminem.
Um espaço irá se desenvolver espontaneamente
entre você e sua imagem do evento ou questão.
Quando
isso acontecer, sua respiração irá relaxar. Continue a respirar suave e
profundamente enquanto cria e destrói rosas para as imagens que se iluminam.
Quando você conseguir olhar para a imagem e
respirar profundamente e à vontade, sem esforço, você estará em um bom estado
de neutralidade.
Para
essa exploração, continue a trabalhar com a imagem incômoda do exercício
anterior, se ela ainda estiver carregada, ou escolha outra questão ou evento
incômodo.
Deixe
sua imagem acender e, depois, observe-a por um período de 5 a 10 minutos (ou
pelo tempo que lhe parecer apropriado), até você sentir mais “espaço” entre
você e a sua questão, e até a sua respiração ficar relaxada.
A observação espacial: a aceitação
1.
Descanse a
consciência no centro da cabeça e faça uma respiração abdominal suave e
profunda enquanto se liga à terra e toma posse do lugar.
2.
Feche os
olhos e crie uma rosa diante de você.
3.
Visualize a
imagem de algo que o incomoda e coloque essa imagem incômoda na sua rosa.
4.
Retarde a
explosão dessa imagem. Em vez disso, deixe que a imagem o “acenda”. Diga olá a
qualquer julgamento e mantenha sua aura livre fazendo explodir quaisquer
imagens que acendam esses sentimentos na sua aura.
5.
3. Continue a
olhar para a imagem incômoda até ver o sentir um espaço se desenvolver entre
você e a imagem.
6.
Observe sua
respiração relaxar e ficar mais profunda no abdômen.
7.
Apenas
“admita” as suas emoções.
8.
Quando você
se sentir mais relaxado e à vontade com a imagem incômoda, faça circular um
pouco de energia terrestre ou cósmica.
9.
Agradeça ao
seu corpo por ter tanta boa vontade e ser tão destemido.
10.
Quando
estiver pronto, levante-se, espreguice-se e inverta as polaridades.
O reconhecimento de toda experiência como sagrada: perspectiva e
crescimento
A
segunda prática de neutralidade cultiva dois objetivos ao mesmo tempo poderosos
c simples — reconhecer toda experiência como sagrada e considerar toda
experiência como uma oportunidade para o crescimento. O exame desses conceitos
enganosamente simples pode mudar profundamente a sua vida.
Quando cultivamos a idéia de que toda experiência
é sagrada e que toda experiência é uma oportunidade para o crescimento, toda
experiência — boa, má ou indiferente - pode revelar graça e significado.
Esse fato possibilita que a apreciação e
compaixão por nós mesmos e pelos outros se aprofunde.
Para
este exercício, pense em outra imagem incômoda e deixe que ela o “acenda”, como
antes. Considere a possibilidade de que, de alguma maneira, você ajudou a
criar o evento ou questão tendo em vista o aprendizado.
Compreenda,
imagine ou finja que, num nível energético, você colaborou na formação do
evento ou questão para poder praticar uma das tarefas que antes de nascer você
se impôs realizar.
A
partir dessa perspectiva, faça a si mesmo algumas perguntas pertinentes, como,
“O que eu quero que este evento ou questão me ensine
a respeito de mim mesmo?”
Ou,
“O que este evento ou questão está me ensinando a respeito dos meus
relacionamentos?” Ou ainda, “O que o meu Eu Superior espera que eu aprenda com
este evento?”
(Isso poderá “acendê-lo”, de modo que você se
certifique de que está continuando a fazer explodir imagens.)
O
desenvolvimento dessa perspectiva aumentará e cultivará a sua neutralidade e
sua apreciação da qualidade sagrada e da multiplicidade da experiência.
O desenvolvimento dessa perspectiva criará
mais espaço para a compaixão com relação a você mesmo e aos outros.
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