O Espírito Santo Dia de Pentecostes
15/05/2016
712. Os traços do
rosto do Messias esperado começam a aparecer no Livro do
Emanuel (74) (quando Isaías [...] teve a visão da glória» de Cristo: Jo 12,
41), particularmente em Is 11, 1-2:
Evangelho (João
20,19-23)
«Naquele dia,
sairá um ramo do tronco de Jessé
e um rebento brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor:
espírito de sabedoria e de entendimento,
espírito de conselho e de fortaleza,
espírito de conhecimento e de temor do Senhor».
sairá um ramo do tronco de Jessé
e um rebento brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor:
espírito de sabedoria e de entendimento,
espírito de conselho e de fortaleza,
espírito de conhecimento e de temor do Senhor».
713. Os traços do
Messias são revelados sobretudo nos cânticos do Servo (75).
Estes cânticos anunciam
o sentido da paixão de Jesus, indicando assim a maneira como Ele derramará o
Espírito Santo para dar vida à multidão:
não a partir do
exterior, mas assumindo a nossa «condição de servo» (Fl 2, 7). Tomando
sobre Si a nossa morte, Ele pode comunicar-nos o seu próprio Espírito de vida.
714. É por isso que Cristo inaugura o anúncio da Boa-Nova, apropriando-Se
desse passo de Isaías (Lc 4, 18-19) (76) :
«O Espírito do
Senhor Deus está sobre Mim,
porque o Senhor Me ungiu.
Enviou-Me a anunciar a Boa-Nova aos que sofrem,
para curar os desesperados,
para anunciar a libertação aos exilados
e a liberdade aos prisioneiros,
para proclamar o ano da graça do Senhor».
porque o Senhor Me ungiu.
Enviou-Me a anunciar a Boa-Nova aos que sofrem,
para curar os desesperados,
para anunciar a libertação aos exilados
e a liberdade aos prisioneiros,
para proclamar o ano da graça do Senhor».
19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro
da semana, estando fechadas, por medo, as portas do lugar onde os discípulos se
encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja
convosco”.
20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.
Salmo (Salmos 103)
— Enviai o vosso Espírito, Senhor,/ e da terra toda a face renovai!
— Bendize, ó minha alma, ao Senhor!/ Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!/ Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras!/ Encheu-se a terra com as vossas criaturas!
— Se tirais o seu respiro, elas perecem/ e voltam para o pó de onde vieram./ Enviais o vosso espírito e renascem/ e da terra toda a face renovais.
— Que a glória do Senhor perdure sempre,/ e alegre-se o Senhor em suas obras!/ Hoje seja-lhe agradável o meu canto,/ pois o Senhor é a minha grande alegria!
742. «E, porque
sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que
clama: "Abbá!" Pai!» (Gl 4, 6).
743. Desde o
princípio até à consumação do tempo, quando Deus envia o seu Filho, envia
sempre o seu Espírito: a missão dos dois é conjunta e inseparável.
744. Na plenitude dos tempos, o Espírito Santo realiza em Maria
todas as preparações para a vinda de Cristo ao povo de Deus. Pela cção do
Espírito Santo n 'Ela, o Pai dá ao mundo o Emanuel, «Deus conosco» (Mt 1, 23).
745. O Filho de
Deus é consagrado Cristo (Messias) pela unção do Espírito Santo, na sua
Encarnação (118).
746. Pela sua morte
e ressurreição, Jesus foi constituído Senhor e Cristo na glória (119). Da sua plenitude, Ele derrama o Espírito Santo sobre os
Apóstolos e sobre a Igreja.
747. O Espírito
Santo, que Cristo-cabeça derrama sobre os seus membros, constrói, anima e
santifica a Igreja. Ela é o sacramento da comunhão da Santíssima Trindade com
os homens.
CREIO NO ESPÍRITO SANTO
683. «Ninguém pode
dizer "Jesus é o Senhor" a não ser pela ação do Espírito Santo» (1Cor 12,
3).
«Deus enviou aos nossos
corações o Espírito do seu Filho, que clama: "Abbá! Pai!'» (Gl
4, 6). Este conhecimento da fé só é possível no Espírito Santo.
Para estar em contato com Cristo, é preciso
primeiro ter sido tocado pelo Espírito Santo. É Ele que nos precede e suscita
em nós a fé.
Em virtude do nosso Batismo,
primeiro sacramento da fé, a Vida, que tem a sua fonte no Pai e nos é oferecida
no Filho, é-nos comunicada, íntima e pessoalmente, pelo Espírito Santo na
Igreja:
O Baptismo «dá-nos a
graça do novo nascimento em Deus Pai, por meio do Filho no Espírito Santo.
Porque aqueles que têm o Espírito de Deus são conduzidos ao Verbo, isto é, ao
Filho: mas o Filho apresenta-os ao Pai, e o Pai dá-lhes a incorruptibilidade.
Portanto, sem o Espírito não é possível ver o
Filho de Deus, e sem o Filho ninguém tem acesso ao Pai, porque o conhecimento
do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus faz-se pelo Espírito
Santo»(1).
684. O Espírito Santo,
pela sua graça, é o primeiro no despertar da nossa fé e na vida nova que
consiste em conhecer o Pai e Aquele que Ele enviou, Jesus Cristo (2). No
entanto, Ele é o último na revelação das Pessoas da Santíssima Trindade. São
Gregário de Nazianzo, «o Teólogo», explica esta progressão pela pedagogia da
«condescendência» divina:
«O Antigo Testamento
proclamava manifestamente o Pai e mais obscuramente o Filho. O Novo manifestou
o Filho e fez entrever a divindade do Espírito.
Agora, porém, o
próprio Espírito vive conosco e manifesta-se a nós mais abertamente. Com
efeito, quando ainda não se confessava a divindade do Pai, não era prudente
proclamar abertamente o Filho:
e quando a divindade do Filho ainda não era
admitida, não era prudente acrescentar o Espírito Santo como um fardo
suplementar, para empregar uma expressão um tanto ousada
[...] É por avanços e progressões "de
glória em glória " que a luz da Trindade brilhará em mais esplendorosas
claridades» (3).
685. Crer no Espírito
é, portanto, professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima
Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, «adorado e glorificado com o Pai e
o Filho» (4).
É por isso que tratamos do mistério divino do
Espírito Santo na «teologia» trinitária. Portanto, aqui só trataremos do
Espírito Santo no âmbito da «economia» divina.
686. O Espírito Santo age juntamente com o Pai e o Filho, desde o princípio
até à consumação do desígnio da nossa salvação.
Mas é nestes «últimos
tempos», inaugurados com a Encarnação redentora do Filho, que Ele é revelado e
dado, reconhecido e acolhido como Pessoa.
Então, esse desígnio divino, consumado em
Cristo, «Primogénito» e Cabeça da nova criação, poderá tomar corpo na
humanidade pelo Espírito derramado: a Igreja, a comunhão dos santos, a remissão
dos pecados, a ressurreição da carne, a vida eterna.
«CREIO NO ESPÍRITO SANTO»
687. «Ninguém conhece
o que há em Deus, senão o Espírito de Deus» (1 Cor 2, 11). Ora, o
seu Espírito, que O revela, faz-nos conhecer Cristo, seu Verbo, sua Palavra
viva; mas não Se diz a Si próprio.
Aquele que «falou pelos profetas» (5) faz-nos
ouvir a Palavra do Pai. Mas a Ele, nós não O ouvimos. Não O conhecemos senão no
movimento em que Ele nos revela o Verbo e nos dispõe a acolhê-Lo na fé. O
Espírito de verdade, que nos «revela» Cristo, «não fala de Si próprio» (6).
Tal escondimento,
propriamente divino, explica porque é que «o mundo não O pode receber, porque
não O vê nem O conhece», enquanto aqueles que crêem em Cristo O conhecem,
porque habita com eles e está neles (Jo 14, 17).
688. A Igreja, comunhão viva na fé dos Apóstolos que ela transmite, é o lugar
do nosso conhecimento do Espírito Santo:
— Nas Escrituras,
que Ele inspirou:
— na Tradição, de que os fieis são testemunhas sempre actuais;
— na Tradição, de que os fieis são testemunhas sempre actuais;
— no Magistério da Igreja, que Ele assiste;
— na liturgia sacramental, através das suas palavras e dos seus símbolos, em que o Espírito Santo nos põe em comunhão com Cristo;
— na oração, em que Ele intercede por nós;
— nos carismas e ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;
— nos sinais de vida apostólica e missionária;
— no testemunho dos santos, nos quais Ele manifesta a sua santidade e continua a obra da salvação.
I. A missão conjunta do Filho e do
Espírito
689. Aquele que o Pai enviou aos nossos corações, o Espírito do seu Filho (7),
é realmente Deus.
Consubstancial ao Pai e
ao Filho, é d'Eles inseparável, tanto na vida íntima da Trindade como no seu
dom de amor pelo mundo.
Mas ao adorar a Santíssima Trindade,
vivificante, consubstancial e indivisível, a fé da Igreja professa também a
distinção das Pessoas. Quando o Pai envia o seu Verbo, envia sempre o seu
Espírito: missão conjunta na qual o Filho e o Espírito Santo são distintos mas
inseparáveis.
Sem dúvida, é Cristo quem aparece, Ele que é a
Imagem visível de Deus invisível; mas é o Espírito Santo quem O revela.
690. Jesus é Cristo, «ungido», porque o Espírito é d'Ele a Unção; e tudo
quanto acontece a partir da Encarnação, decorre desta plenitude (8).
Finalmente, quando Cristo é glorificado (9),
pode, por sua vez, enviar de junto do Pai, o Espírito, aos que crêem n'Ele:
comunica-lhes a sua glória (10), quer dizer, o Espírito Santo que O glorifica
(11).
A missão conjunta desenvolver-se-á, a partir
desse momento, nos filhos adoptados pelo Pai no Corpo do seu Filho: a missão do
Espírito de adopção consistirá em uni-los a Cristo e fazê-los viver n' Ele:
«A unção sugere...
que não há nenhuma distância entre o Filho e o Espírito. Com efeito, do mesmo
modo que entre a superfície do corpo e a unção do óleo, nem a razão nem os sentidos
encontram qualquer entremeio, assim é imediato o contacto do Filho com o
Espírito, de tal modo que aquele que vai tomar contacto com o Filho pela fé,
tem que contactar primeiro com o óleo.
Com efeito, não há pane alguma que esteja
despida do Espírito Santo. É por isso que a confissão do Senhorio do Filho se
faz no Espírito Santo para aqueles que a recebem, pois o Espírito vem, de todos
os lados, ao encontro daqueles que se aproximam pela fé» (12).
II. O nome, as designações e os
símbolos do Espírito Santo
O NOME PRÓPRIO DO
ESPÍRITO SANTO
691. «Espírito Santo»,
tal á o nome próprio d'Aquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho.
A Igreja recebeu este nome do Senhor e professa-o no Baptismo dos seus novos
filhos (13).
O termo «Espírito»
traduz o termo hebraico « Ruah» que, na sua primeira acepção, significa sopro,
ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a
Nicodemos a novidade transcendente d'Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus,
o Espírito divino (14).
Por outro lado, Espírito e Santo são atributos
divinos comuns às três Pessoas divinas. Mas, juntando os dois termos, a
Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do
Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos
«espírito» e «santo».
AS DESIGNAÇÕES DO
ESPÍRITO SANTO
692. Jesus, ao
anunciar e prometer a vinda do Espírito Santo, chama-Lhe o «Paráclito», que, à
letra, quer dizer: «aquele que é chamado para junto», ad vocatus
(Jo 14, 16. 26; 15, 26; 16, 7). «Paráclito» traduz-se habitualmente
por «Consolador», sendo Jesus o primeiro consolador (15).
O próprio Senhor chama ao Espírito Santo «o
Espírito da verdade» (16).
693. Além do seu nome
próprio, que é o mais empregado nos Actos dos Apóstolos e nas epístolas,
encontramos em S. Paulo as designações: Espírito da promessa (Gl
3, 14; Ef 1, 13),
Espírito de
adopção (Rm 8, 15: Gl 4, 6), Espírito
de Cristo (Rm 8, 9), Espírito do Senhor (2 Cor3, 17).
Espírito de Deus (Rm 8, 9. 14; 15, 19; 1 Cor 6, 11;
7, 40), e em S. Pedro, Espírito de glória (1 Pe 4, 14).
OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO
SANTO
694. A água. O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no
Baptismo, pois que, após a invocação do Espírito Santo, ela torna-se o sinal
sacramental eficaz do novo nascimento.
Do mesmo modo que a gestação do nosso primeiro
nascimento se operou na água, assim a água baptismal significa realmente que o
nosso nascimento para a vida divina nos é dado no Espírito Santo.
Mas, «baptizados num só Espírito», «a todos
nos foi dado beber de um único Espírito» (1 Cor 12, 13): portanto,
o Espírito é também pessoalmente a Agua viva que brota de Cristo crucificado
(17) como da sua fonte, e jorra em nós para a vida eterna (18).
695. A unção. O simbolismo da unção
com óleo é também significativo do Espírito Santo, a ponto de se tomar o seu
sinónimo (19).
Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental
da Confirmação, que justamente nas Igrejas Orientais se chama «Crismação». Mas,
para lhe apreender toda a força, temos de voltar à primeira unção realizada
pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo («Messias» em hebraico) significa
«ungido» pelo Espírito de Deus.
Houve «ungidos» do Senhor na antiga Aliança
(20), sobretudo o rei David (21). Mas Jesus é o ungido de Deus de maneira
única: a humanidade que o Filho assume é totalmente «ungida pelo Espírito
Santo». Jesus é constituído «Cristo» pelo Espírito Santo (22).
A Virgem Maria concebe Cristo do Espírito
Santo, que pelo anjo O anuncia como Cristo aquando do seu nascimento (23) e
leva Simeão a ir ao templo ver o Cristo do Senhor (24).
É Ele que enche Cristo (25) e cujo poder emana
de Cristo nos seus atos de cura e salvamento (26). Finalmente, é Ele que
ressuscita Jesus de entre os mortos (27).
Então, plenamente constituído «Cristo» na sua
humanidade vencedora da morte (28), Jesus difunde em profusão o
Espírito Santo, até que «os santos» constituam, na sua união à humanidade do
Filho de Deus, o «homem adulto à medida completa da plenitude de Cristo» (Ef 4,
13), «o Cristo total», para empregar a expressão de Santo Agostinho (29).
696. O fogo. Enquanto a água
significava o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito Santo, o fogo
simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo.
O profeta Elias, que «apareceu como um fogo e
cuja palavra queimava como um facho ardente» (Sir 48, 1), pela
sua oração faz descer o fogo do céu sobre o sacrifício do monte Carmelo (30),
figura do fogo do Espírito Santo, que transforma aquilo em que toca.
João Baptista, que «irá à frente do Senhor com
o espírito e a força de Elias» (Lc 1, 17), anuncia Cristo como
Aquele que «há de batizar no Espírito Santo e no fogo» (Lc 3, 16),
aquele Espírito do qual Jesus dirá:
«Eu vim lançar fogo sobre a terra e só quero
que ele se tenha ateado!» (Lc 12, 49). É sob a forma de
línguas, «uma espécie de línguas de fogo», que o Espírito Santo repousa sobre
os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si (31).
A tradição espiritual reterá este simbolismo
do fogo como um dos mais expressivos da acção do Espírito Santo (32). «Não
apagueis o Espírito!» (1 Ts 5, 19).
697. A nuvem e a
luz. Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do
Espírito Santo. Desde as teofanias do Antigo Testamento, a nuvem, umas vezes
escura, outras luminosa, revela o Deus vivo e salvador, velando a
transcendência da sua glória:
a Moisés no monte Sinai (33), na tenda da reunião (34) e durante a marcha
pelo deserto (35); a Salomão, aquando da dedicação do templo (36).
Ora estas figuras são
realizadas por Cristo no Espírito Santo. É Ele que desce sobre a Virgem Maria e
a cobre «com a sua sombra», para que conceba e dê à luz Jesus (37
No monte da
transfiguração, é Ele que «sobrevém na nuvem que cobriu da sua sombra» Jesus,
Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João, nuvem da qual se fez ouvir uma voz que
dizia: "Este é o meu Filho, o meu Eleito, escutai-O!"» (Lc 9,
35).
E, enfim, a mesma nuvem que «esconde Jesus aos
olhos» dos discípulos no dia da Ascensão (38) e que O revelará como Filho do
Homem na sua glória, no dia da sua vinda (39).
698. O selo é um símbolo próximo do
da unção. Com efeito, foi a Cristo que «Deus marcou com o seu selo» (Jo 6,
27) e é n'Ele que o Pai nos marca também com o seu selo» (40).
Porque indica o efeito
indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do Baptismo, da
Confirmação e da Ordem, a imagem do selo («sphragis») foi utilizada em certas
tradições teológicas para exprimir o «carácter» indelével, impresso por estes
três sacramentos, que não podem ser repetidos.
699. A mão. É pela imposição das mãos que Jesus cura os doentes (41) e abençoa as
crianças (42). O mesmo farão os Apóstolos, em seu nome (43).
Ainda mais: é pela imposição das mãos dos
Apóstolos que o Espírito Santo é dado (44). A Epístola aos Hebreus coloca a
imposição das mãos no número dos «artigos fundamentais» do seu ensino (45).
Este sinal da efusão omnipotente do Espírito
Santo, guarda-o a Igreja nas suas epicleses sacramentais.
700. O dedo. «É
pelo dedo de Deus que Jesus expulsa os demónios» (46). Se a Lei de Deus foi
escrita em tábuas de pedra «pelo dedo de Deus» (Ex 31, 18), a
«carta de Cristo», entregue ao cuidado dos Apóstolos, «é escrita com o Espírito
de Deus vivo:
não em placas de pedra,
mas em placas que são corações de carne» (2 Cor 3, 3). O hino
«Veni Creator Spiritus» invoca o Espírito Santo como «digitus paternae
dexterae» — «Dedo da mão direita do Pai» (47).
701. A pomba. No
final do dilúvio (cujo simbolismo tem a ver com o Baptismo), a pomba solta por
Noé regressa com um ramo verde de oliveira no bico, sinal de que a terra é
outra vez habitável /48).
Quando Cristo sobe das águas do seu baptismo,
o Espírito Santo, sob a forma duma pomba, desce e paira sobre Ele (49). O
Espírito desce e repousa no coração purificado dos baptizados.
Em certas igrejas, a sagrada Reserva
eucarística é conservada num relicário metálico em forma de pomba (o columbarium) suspenso
sobre o altar. O símbolo da pomba para significar o Espírito Santo é
tradicional na iconografia cristã.
III. O Espírito e a Palavra de Deus,
no tempo das promessas
702. Desde o princípio
até à «plenitude do tempo» (50), a missão conjunta do Verbo e do Espírito do
Pai permanece oculta, mas está actuante.
O Espírito de Deus
prepara o tempo do Messias: e um e outro, ainda não plenamente revelados, já
são prometidos com o fim de serem esperados e acolhidos quando da sua
manifestação.
É por isso que, quando a Igreja lê o Antigo
Testamento (51) perscruta nele (52) o que o Espírito, «que falou pelos
profetas» (53), nos quer dizer acerca de Cristo.
Por «profetas», a fé da
Igreja entende aqui todos aqueles que o Espírito Santo inspirou no anúncio vivo
e na redacção dos Livros santos, tanto do Antigo como do Novo Testamento.
A tradição judaica distingue a Lei (os cinco
primeiros livros ou Pentateuco), os Profetas (os livros ditos históricos e
proféticos) e os Escritos (sobretudo sapienciais, em particular os Salmos)
(54).
NA CRIAÇÃO
703. A Palavra de Deus
e o seu Espírito estão na origem do ser e da vida de todas as criaturas (55).
É próprio do
Espírito Santo reinar, santificar e animar a criação, porque Ele é Deus
consubstancial ao Pai e ao Filho [...]. Pertence-Lhe o poder sobre a vida,
porque, sendo Deus, guarda a criação no Pai pelo Filho (56).
704. «Quanto ao homem,
foi com as suas próprias mãos (quer dizer, com o Filho e o Espírito Santo) que
Deus o moldou [...] e sobre a carne moldada desenhou a sua própria forma, de
modo que, mesmo o que havia de ser visível, tivesse a forma divina» (57) .
O ESPÍRITO DA PROMESSA
705. Desfigurado pelo
pecado e pela morte, o homem permanece «à imagem de Deus», à imagem do Filho,
mas está «privado da glória de Deus» (58) , privado da «semelhança».
A promessa feita a
Abraão inaugura a «economia da salvação», no termo da qual o próprio Filho
assumirá «a imagem»(59) e restaurá-la-á na «semelhança» com o Pai, voltando a
dar-lhe a glória, o Espírito «que dá a vida».
706. Em toda a
esperança humana, Deus promete a Abraão uma descendência, como fruto da fé e do
poder do Espírito Santo (60). Nessa descendência serão abençoadas todas as
nações da terra (61). Essa descendência será o Cristo (62) no qual a efusão do
Espírito Santo fará «a unidade dos filhos de Deus dispersos» (63).
Comprometendo-Se por juramento (64), Deus
obriga-Se, desde logo, ao dom do seu Filho muito-amado (65) e ao dom do
«Espírito Santo prometido, que constitui o título de garantia da nossa herança
para a redenção do povo que Deus adquiriu para Si mesmo» (66).
NAS TEOFANIAS E NA LEI
707. As teofanias
(manifestações de Deus) iluminam o caminho da promessa, dos patriarcas a Moisés
e de Josué até às visões que inauguram a missão dos grandes profetas.
A Tradição cristã sempre reconheceu que,
nestas teofanias, o Verbo de Deus Se deixava ver e ouvir, ao mesmo tempo
revelado e «velado», na nuvem do Espírito Santo.
708. Esta pedagogia de
Deus manifesta-se especialmente no dom da Lei (67). A Lei foi dada como um
«pedagogo» para conduzir o povo a Cristo (68). Mas a sua impotência para salvar
o homem, privado da «semelhança» divina e o conhecimento acrescido que ela dá
do pecado (69) suscitam o desejo do Espírito Santo. Os gemidos dos Salmos são
disso testemunho.
NO REINO E NO EXÍLIO
709. A Lei, sinal da promessa e da Aliança, deveria reger o coração e as
instituições do povo nascido da fé de Abraão. «Se ouvirdes realmente a minha
voz, se guardardes a minha Aliança [...], sereis para Mim um reino de
sacerdotes, uma nação consagrada» (Ex 19, 5-6) (70) .
Mas depois de David,
Israel sucumbe à tentação de se tornar um reino como as outras nações. Ora o
Reino, objecto da promessa feita a David (71) , será obra do Espírito Santo:
pertencerá aos que são pobres segundo o Espírito.
710. O esquecimento da
Lei e a infidelidade à Aliança levam à morte: é o Exílio, aparentemente o
fracasso das promessas, mas, na realidade, fidelidade misteriosa do Deus
salvador e o princípio duma restauração prometida, mas segundo o Espírito.
Era preciso que o povo de Deus sofresse esta
purificação (72). O exílio traz já a sombra da cruz no desígnio de Deus; e o
«resto» dos pobres que regressa do Exílio é uma das figuras mais transparentes
da Igreja.
A EXPECTATIVA DO
MESSIAS E DO SEU ESPÍRITO
711. «Eis que vou
fazer algo de novo» (Is 43, 19): duas linhas proféticas vão ser
traçadas, incidindo uma sobre a expectativa do Messias e outra sobre o anúncio
dum Espírito novo, convergindo ambas no pequeno «resto», o povo dos pobres
(73), que aguarda na esperança a «consolação de Israel» e «a libertação de
Jerusalém» (Lc 2, 25.38).
Vimos mais atrás como
Jesus cumpriu as profecias que Lhe diziam respeito. Limitamo-nos agora àquelas
em que aparece mais clara a relação entre o Messias e o seu Espírito.
712. Os traços do
rosto do Messias esperado começam a aparecer no Livro do
Emanuel (74) (quando Isaías [...] teve a visão da glória» de Cristo: Jo 12,
41), particularmente em Is 11, 1-2:
«Naquele dia,
sairá um ramo do tronco de Jessé
e um rebento brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor:
espírito de sabedoria e de entendimento,
espírito de conselho e de fortaleza,
espírito de conhecimento e de temor do Senhor».
sairá um ramo do tronco de Jessé
e um rebento brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor:
espírito de sabedoria e de entendimento,
espírito de conselho e de fortaleza,
espírito de conhecimento e de temor do Senhor».
713. Os traços do
Messias são revelados sobretudo nos cânticos do Servo (75). Estes cânticos
anunciam o sentido da paixão de Jesus, indicando assim a maneira como Ele
derramará o Espírito Santo para dar vida à multidão: não a partir do exterior,
mas assumindo a nossa «condição de servo» (Fl 2, 7). Tomando
sobre Si a nossa morte, Ele pode comunicar-nos o seu próprio Espírito de vida.
714. É por isso que Cristo inaugura o anúncio da Boa-Nova, apropriando-Se
desse passo de Isaías (Lc 4, 18-19) (76) :
«O Espírito do
Senhor Deus está sobre Mim,
porque o Senhor Me ungiu.
Enviou-Me a anunciar a Boa-Nova aos que sofrem,
para curar os desesperados,
para anunciar a libertação aos exilados
e a liberdade aos prisioneiros,
para proclamar o ano da graça do Senhor».
porque o Senhor Me ungiu.
Enviou-Me a anunciar a Boa-Nova aos que sofrem,
para curar os desesperados,
para anunciar a libertação aos exilados
e a liberdade aos prisioneiros,
para proclamar o ano da graça do Senhor».
715. Os textos
proféticos, respeitantes diretamente ao envio do Espírito Santo, são oráculos
em que Deus fala ao coração do seu povo na linguagem da promessa, com os
acentos do «amor e da fidelidade» (77), cujo cumprimento São Pedro proclamará
na manhã do Pentecostes (78)».
Segundo estas
promessas, nos «últimos tempos» o Espírito do Senhor há-de renovar o coração
dos homens, gravando neles uma lei nova; reunirá e reconciliará os povos
dispersos e divididos; transformará a primeira criação e Deus habitará nela com
os homens, na paz.
716. O povo dos «pobres» (79) , dos humildes e dos mansos, totalmente
entregues aos desígnios misteriosos do seu Deus, o povo dos que esperam a
justiça, não dos homens,
mas do Messias, tal é, afinal, a grande obra
da missão oculta do Espírito Santo, durante o tempo das promessas, para
preparar a vinda de Cristo.
É a qualidade do seu coração, purificado e
iluminado pelo Espírito, que se exprime nos salmos. Nestes pobres, o Espírito
prepara para o Senhor «um povo bem disposto» (80).
IV. O Espírito de Cristo na plenitude
do tempo
JOÃO, PRECURSOR,
PROFETA E BAPTISTA
717. «Apareceu um
homem, enviado por Deus, que tinha o nome de João» (Jo 1,
6). João é «cheio do Espírito Santo já desde o seio materno» (Lc 1,
15) (81), pelo próprio Cristo que a Virgem acabava de conceber por obra e graça
do Espírito Santo. A « visitação» de Maria a Isabel tornou-se, assim, «visita
de Deus ao seu povo» (82).
718. João é «Elias que
devia vir» (83). O fogo do Espírito habita nele e fá-lo «correr à frente» (como
«precursor») do Senhor que chega. Em João o Precursor, o Espírito Santo acaba
de «preparar para o Senhor um povo bem disposto» (Lc 1, 17).
719. João é «mais do que um profeta» (84). Nele, o Espírito Santo consuma o
«falar pelos profetas». João termina o ciclo dos profetas inaugurado por Elias
(85).
Anuncia como iminente a consolação de Israel;
é ele a «voz» do Consolador que vai chegar (86). Tal como fará o Espírito da
verdade, «ele vem como testemunha, para dar testemunho da Luz» (Jo 1,
7) (87).
A respeito de João, o
Espírito cumpre assim as «indagações dos profetas» e o «desejo» dos anjos (88):
«Aquele sobre Quem vires o Espírito Santo descer e permanecer, é Ele que
baptiza no Espírito Santo. Ora, eu vi e dou testemunho de que Ele é o
Filho de Deus [...] Eis o Cordeiro de Deus!» (Jo 1, 33-36).
720. Finalmente, com
João Baptista, o Espírito Santo inaugura, em prefiguração, aquilo que vai
realizar com e em Cristo: restituir ao homem «a semelhança» divina. O baptismo
de João era para o arrependimento: o Baptismo na água e no Espírito será um
novo nascimento (89).
«ALEGRA-TE, Ó CHEIA DE
GRAÇA»
721. Maria, a
santíssima Mãe de Deus, sempre virgem, é a obra-prima da missão do Filho e do
Espírito na plenitude do tempo.
Pela primeira vez no desígnio da salvação e
porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a morada na
qual o seu Filho e o seu Espírito podem habitar entre os homens.
É neste sentido que a Tradição da Igreja
muitas vezes lê, em relação a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria
(90):
Maria é cantada e
apresentada na Liturgia como «o Trono da Sabedoria». Nela começam a
manifestar-se as «maravilhas de Deus», que o Espírito vai realizar em Cristo e
na Igreja:
722. O Espírito
Santo preparou Maria pela sua graça. Convinha que fosse «cheia
de graça» a Mãe d'Aquele em Quem «habita corporalmente a plenitude da
divindade» (Cl 2, 9).
Ela foi, por pura graça, concebida sem pecado,
como a mais humilde das criaturas, a mais capaz de acolher o dom inefável do
Omnipotente. É a justo título que o anjo Gabriel a saúda como «Filha de Sião»:
«Ave» (= «Alegra-te») (91).
É a ação de graças de todo o povo de Deus, e
portanto da Igreja, que ela faz subir até ao Pai, no Espírito Santo, com o seu
cântico (92) , quando já portadora, em si, do Filho eterno.
723. Em Maria, o
Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo
Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. A sua
virgindade torna-se fecundidade única, pelo poder do Espírito e da fé
(93).
724. Em Maria, o
Espírito Santo manifesta o Filho do Pai feito Filho da Virgem.
Ela é a sarça ardente da teofania definitiva: cheia do Espírito Santo, mostra o
Verbo na humildade da sua carne; e é aos pobres (94) e às primícias das nações
(95) que Ela O dá a conhecer.
725. Finalmente, por
Maria, o Espírito começa a pôr em comunhão com Cristo os
homens que são «objecto do amor benevolente de Deus» (96); e os humildes são
sempre os primeiros a recebé-Lo: os pastores, os magos, Simeão e Ana, os
esposos de Caná e os primeiros discípulos.
726. No termo desta
missão do Espírito, Maria torna-se a «Mulher», a nova Eva «mãe dos vivos», Mãe
do «Cristo total» (97).
É como tal que Ela está presente com os Doze,
«num só coração, assíduos na oração» (Act 1, 14), no alvorecer
dos «últimos tempos», que o Espírito vai inaugurar na manhã do Pentecostes, com
a manifestação da Igreja.
JESUS CRISTO
727. Toda a missão do Filho e do Espírito Santo, na plenitude do tempo, está
contida no fato de o Filho ser o ungido do Espírito do Pai, desde a sua
Encarnação: Jesus é o Cristo, o Messias.
Todo o segundo capítulo
do Símbolo da Fé deve ser lido a esta luz. Toda a obra de Cristo é missão conjunta
do Filho e do Espírito Santo. Aqui mencionaremos somente o que se refere à
promessa do Espírito Santo feita por Jesus, e à sua doação pelo Senhor
glorificado.
728. Jesus não revela
plenamente o Espírito Santo enquanto Ele próprio não for glorificado pela sua
morte e ressurreição.
No entanto, sugere-O
pouco a pouco, mesmo no seu ensino às multidões, quando revela que a sua carne
será alimento para a vida do mundo (89).
Insinua-O também a Nicodemos (99) , à
samaritana (100) e aos que tomam parte na festa dos Tabernáculos (101). Aos
seus discípulos, fala d'Ele abertamente a propósito da oração (102) e do
testemunho que devem dar (103).
729. Só quando chega a
Hora em que vai ser glorificado, é que Jesus promete a vinda
do Espírito Santo, pois a sua morte e ressurreição serão o cumprimento da
promessa feita aos antepassados (104).
O Espírito da verdade, o outro Paráclito, será
dado pelo Pai a pedido de Jesus; será enviado pelo Pai em nome de Jesus; Jesus
O enviará de junto do Pai, porque do Pai procede.
O Espírito Santo virá, nós O conheceremos, Ele
ficará conosco para sempre, habitará conosco; há de ensinar-nos tudo, há de
lembrar-nos tudo o que Cristo nos disse e dará testemunho d'Ele; conduzir-nos-á
à verdade total e glorificará a Cristo.
Quanto ao mundo, confundi-lo-á em matéria de
pecado, de justiça e de julgamento.
730. Chega, por fim, a
«Hora de Jesus» (105) : Jesus entrega o seu espírito nas mãos do Pai (106) , no
momento em que pela sua morte vence a morte, de tal modo que, «ressuscitado dos
mortos pela glória do Pai» (Rm 6, 4), logo dá o
Espírito Santo «soprando» sobre os discípulos (107).
A partir dessa «Hora», a missão de Cristo e do
Espírito torna-se a missão da Igreja: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu
vos envio a vós» (Jo 20, 21) (108).
V. O Espírito e a Igreja nos últimos
tempos
O PENTECOSTES
731. No dia de
Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo
completou-se com a efusão do Espírito Santo que Se manifestou, Se deu e Se
comunicou como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo Senhor derrama em
profusão o Espírito (109).
732. Neste dia,
revelou-Se plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia, o Reino
anunciado por Cristo abre-se aos que n'Ele crêem.
Na humildade da carne e
na fé, eles participam já na comunhão da Santíssima Trindade.
Pela sua vinda, que não cessará jamais, o
Espírito Santo faz entrar no mundo nos «últimos tempos», no tempo da Igreja, no
Reino já herdado mas ainda não consumado:
«Nós vimos a
verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontrámos a verdadeira fé:
adoramos a Trindade indivisível, porque foi Ela que nos salvou» (110).
O ESPÍRITO SANTO – DOM
DE DEUS
733. «Deus é
Amor» (1 Jo 4, 8.16) e o Amor é o primeiro dom, que contém
todos os outros. Este amor «derramou-o Deus nos nossos corações, pelo Espírito
Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5).
734. Uma vez que
estamos mortos, ou pelo menos feridos pelo pecado, o primeiro efeito do dom do
Amor é a remissão dos nossos pecados. E é a comunhão do Espírito Santo (2
Cor 13, 13) que, na Igreja, restitui aos baptizados a semelhança
divina perdida pelo pecado.
735. Ele dá-nos então
as «arras» ou as «primícias» da nossa herança (111): a própria vida da
Santíssima Trindade, que consiste em amar «como Ele nos amou» (112).
Este amor (a caridade de que se fala em 1
Cor 13) é o princípio da vida nova em Cristo, tornada possível graças
ao facto de termos «recebido uma força vinda do alto, a do Espírito Santo»(Act 1,
8).
736. É graças a esta
força do Espírito que os filhos de Deus podem dar fruto. Aquele que nos
enxertou na verdadeira Vide far-nos-á dar «os frutos do Espírito:
caridade, alegria, paz, paciência,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio» (Gl 5, 22-23).
«O Espírito é a nossa vida»: quanto mais renunciarmos a nós próprios (113),
mais «caminharemos segundo o Espírito» (114):
«Pela comunhão com
Ele, o Espírito Santo torna-nos espirituais, recoloca-nos no paraíso,
reconduz-nos ao Reino dos céus e à adopção filial, dá-nos a confiança de chamar
Pai a Deus e de participar na graça de Cristo, de ser chamados filhos da luz e
de tomar parte na glória eterna» (115).
O ESPÍRITO SANTO E A
União
737. A missão de
Cristo e do Espírito Santo completa-se na Comunhão, corpo de Cristo e templo do
Espírito Santo. Esta missão conjunta associa, doravante, os fiéis de Cristo à
sua comunhão com o Pai no Espírito Santo:
o Espírito prepara os homens
e adianta-se-lhes com a sua graça para os atrair a Cristo.
Manifesta-lhes o Senhor ressuscitado, lembra-lhes a sua Palavra e abre-lhes o espírito à
inteligência da sua morte e da sua ressurreição.
Torna-lhes presente
o mistério de Cristo, principalmente na
Eucaristia, com o fim de os reconciliar, de os pôr em comunhão com
Deus, para os fazer dar «muito fruto» (116).
738. Assim, a missão
da Graça não se acrescenta à de Cristo e do Espírito Santo, mas é o sacramento
dela: por todo o seu ser e em todos os seus membros, é enviada para anunciar e
testemunhar, atualizar e derramar o mistério da comunhão da Santíssima Trindade
«Nós todos, que
recebemos o único e mesmo Espírito, quer dizer, o Espírito Santo, fundimo-nos
entre nós e com Deus. Porque, embora sejamos numerosos separadamente,
e Cristo faça com que o Espírito do Pai e seu
habite em cada um de nós, este Espírito único e indivisível reconduz
pessoalmente à unidade os que são distintos entre si [...] e faz com que todos
apareçam n'Ele como sendo um só.
E assim como o poder da santa humanidade de
Cristo faz com que todos aqueles em quem ela se encontra formem um só corpo,
penso que, do mesmo modo, o Espírito de Deus, que habita em todos, único e
indivisível, os leva todos à unidade espiritual» (117).
739. Uma vez que o
Espírito Santo é a unção de Cristo, é Cristo, a Cabeça do corpo, quem O derrama
nos seus membros para os alimentar, os curar, os organizar nas suas mútuas
funções, os vivificar,
os enviar a dar testemunho, os associar à sua
oferta ao Pai e à sua intercessão pelo mundo inteiro. É pelos sacramentos da
Igreja que Cristo comunica aos membros do seu corpo o seu Espírito Santo e
santificador
740. Estas «maravilhas
de Deus», oferecidas aos crentes nos sacramentos da Igreja, dão os seus frutos
na vida nova em Cristo, segundo o Espírito (será este o objeto da terceira
parte do Catecismo).
741. «Também o
Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos o que pedir
nas nossas orações; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos
inefáveis» (Rm 8, 26). O Espírito Santo, artífice das obras de
Deus, é o Mestre da oração
Resumindo
742. «E, porque
sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que
clama: "Abbá!" Pai!» (Gl 4, 6).
743. Desde o
princípio até à consumação do tempo, quando Deus envia o seu Filho, envia
sempre o seu Espírito: a missão dos dois é conjunta e inseparável.
744. Na plenitude dos tempos, o Espírito Santo realiza em Maria
todas as preparações para a vinda de Cristo ao povo de Deus. Pela cção do
Espírito Santo n 'Ela, o Pai dá ao mundo o Emanuel, «Deus conosco» (Mt 1, 23).
745. O Filho de
Deus é consagrado Cristo (Messias) pela unção do Espírito Santo, na sua
Encarnação (118).
746. Pela sua morte
e ressurreição, Jesus foi constituído Senhor e Cristo na glória (119). Da sua plenitude, Ele derrama o Espírito Santo sobre os
Apóstolos e sobre a Igreja.
747. O Espírito
Santo, que Cristo-cabeça derrama sobre os seus membros, constrói, anima e
santifica a Igreja. Ela é o sacramento da comunhão da Santíssima Trindade com
os homens.
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