Eu gostei muito deste texto e muito aprendi. eu peço por caridade que repassem, a informação pode salvar vidas e é o nossa missão para o plano de Deus. Dharmadhannya
Asma e o Tratamento
Asma sem controle causa
danos graves ao organismo
Pacientes só podem
praticar atividade física com orientação e nunca durante as crises
POR ANTÔNIO MARINHO
Pesquisa mundial, realizada em 16
países, aponta falhas no tratamento da
doença. Falta de comunicação entre médicos e pacientes é o principal motivo de
piora dos sintomas
Como ocorre a doença
A asma é uma doença
pulmonar crônica alérgica, causada pela inflamação dos brônquios (cada um dos
dois canais em que se bifurca a traquéia e que se ramificam nos pulmões).
Os portadores
apresentam reação exagerada a diversos estímulos, como poeira doméstica, como
perfumes e materiais de limpeza; pêlos, infecção respiratória viral,
substâncias irritantes (poluição do ar,
cigarro etc.), mudança de clima, exercícios
físicos e mudanças de temperatura. alteração emocional; medicamentos (aspirina,
anti-inflamatório não hormonal e betabloqueadores) e atividade física.
Falhas
na relação entre médicos
e pacientes, medo dos efeitos "nocivos dos remédios receitados e desinformação são alguns dos motivos que
levam pessoas com asma a não seguir o tratamento de forma correta.
É
o que diz o estudo Global sobre Asma entre Médicos e pacientes
(GAPR na sigla
em inglês), em 16 países, inclusive o Brasil.
O
problema afeta pelo menos 11,4% dos brasileiros,
a maioria (65%) mulheres, acima dos 40 anos. A pesquisa deixou médicos do mundo
inteiro em alerta porque se trata de doença crônica.
E
cerca de dois terços dos pacientes não reconhecem que ela pode ser fatal, se não
for controlada. Hoje o tratamento padrão é com inalação de corticosteróides
(CSi).
São
as chamadas drogas profiláticas, ou seja, para evitar as crises.
Elas
precisam ser aplicadas diariamente, mas muitos asmáticos se esquecem e não seguem
essa regra ou deixam o remédio de lado quando os sintomas desaparecem por um período.
Aí
vivem de se entupir de medicamentos de alívio, como os broncodilatadores. E
correm risco de morte.
0
pneumologista Roberto Stirbulov, da Santa Casa de São Paulo, explica que o
tratamento da asma é inalatório e pelo resto da vida.
—
Existe um
mito de que a bombinha faz mal — comenta o especialista.
Ele
lembra outros fatores que prejudicam o tratamento dos asmáticos.
—
Às vezes os
médicos não esclarecem todas as dúvidas dos pacientes. Outro fator é o custo.
Num mês, o asmático chega a gastar mais de R$ 100 por mês com os medicamentos
profiláticos e de alívio. das crises — diz.
Pacientes
desinformados
No
Ievamento GAPR muitos paciente disseram ter medo dos efeitos nocivos dessas
drogas, especialmente os corticosteróides. Este tipo de substância é associada a maior risco de
osteoporose, catarata, glaucoma, candidíase oral, faringite e rouquidão.
Segundo Stirbulov, isso não se justifica:
—
Os medicamentos contra asma são seguros. Há casos em que o paciente inala o
profilático apenas uma vez ao dia de manhã ou à noite. E a quantidade de
corticóide que entra na circulação é mínima.
Alguns pais também acham que os medicamentos interferem no crescimento da
criança, mas não é verdade .
Mesmo
assim, 34% dos pacientes entrevistados reclamam de efeitos adversos a curto
prazo e 19% a longo prazo. Entre aqueles que se queixaram, 37% contaram que
tiveram que alterar as doses dos medicamentos, 31% interromperam o tratamento
por algum tempo e 21% deixaram de tomar os remédios.
Já
o pneumologista Alberto Cukier, professor da USE acrescenta que 20% a 30% dos
asmáticos sofrem da doença de forma persistente e correm mais riscos,
principalmente nos casos em que não têm acesso a bons serviços de saúde.
—
Uma boa parte só trata das crises e acaba em emergências. Não entende que
tomando a medicação profilática corretamente pode evitar as crises — alerta.
De
acordo com levantamento, a maior dificuldade para o sucesso no tratamento é a
falha no diálogo entre médicos e pacientes.
—A
comunicação entre ambos é essencial ao controle de doenças crônicas, como a asma.
A
pesquisa GAPP indica que esse diálogo precisa ser melhorado em todos os países
estudados — diz o médico G. Walter Canônica, da Universidade de Gênova, e um
dos coordenadores do estudo.
0
médico Carlos E. Baegna-Cagnani, da Universidade Católica de Córdoba, concorda:
—
A melhor educação dos pacientes e o aparecimento de novos tratamentos podem incidir
sobre alguns tópicos discutidos na pesquisa, melhorando os resultados clínicos.
De
acordo com a Organização Mundial da ir Saúde (OMS), 180 mil pessoas morrem
anualmente em decorrência da asma. No Brasil, a doença é responsável por dois
mil óbitos no mesmo período. O estudo GAPP foi subsidiado pela ALTANA Pharma e
conduzido pela Harris Interactive.
■
Segundo dados
do estudo GAPP 82% dos pacientes entrevistados nos 16 países afirmaram que não
aderem totalmente ao tratamento para controlar a doença. Desses, 69% se queixam
de piora dos sintomas da doença, 53% afirmaram ter despertar noturno, 41% tiveram
ataques de asma mais freqüentes e 31% relataram ataques mais intensos. Entre os
pacientes que tomam medicação, 21% trocaram seus remédios por causa de efeitos
colaterais indesejáveis. E 6% não acreditam que precisam tomar as drogas porque
os sintomas desapareceram.
■
No estudo,
23% dos asmáticos afirmam que nenhum tempo durante suas consultas é usado para
discutir técnicas para o controle bem-sucedido da doença.
■
Mas para 87%
dos médicos cerca da metade do tempo das consultas é gasto para discutir esse
tema. E metade dos pacientes afirma nunca discutir efeitos colaterais de curto
ou longo prazos com seus médicos.
■
Entretanto,
um grande número de médicos declara discutir o assunto com seus pacientes.
■
Médicos e
pacientes concordam que os atuais tratamentos para a asma não chegam a ser
ideais. Enquanto 95% dos médicos acreditam que os corticóides inalatórios são o
tratamento profilático padrão para o controle da doença, eles afirmam também
que estão pouco satisfeitos com os efeitos colaterais dessas drogas.
■
A maioria dos
asmáticos quer algum novo medicamento para asma. E 85% dos médicos afirmam que
indicariam um novo corticosteróide mais seguro.
■
Pelo menos
91% dos pacientes brasileiros têm asma desencadeada por substâncias que
provocam alergia (os alérgenos). Poluição, ácaros e pêlos de animais são as
mais comuns.
Dependendo da gravidade
da crise, que causa com falta de ar, tosse e chiado no peito, a doença leva ao
óbito, como aconteceu com Marcelo Dino, de 13 anos, na última terça-feira em
Brasília.
No caso de Marcelo, ainda não se sabe porque ele piorou depois de uma aparente melhora na madrugada no hospital. Porém, quanto mais rápido o atendimento durante o ataque de asma, maior a chance de controlar os sintomas, afirma a médica Izilda Bacil, alergista do Hospital Balbino no Rio, que falou em tese, pois acompanhou o caso pela imprensa.
— Apesar dos avanços no
tratamento, a asma mata, se não for controlada. E adolescentes estão no grupo
mais vulnerável. Um motivo é que o jovem nem sempre usa o medicamento de forma correta.
Na adolescência, o organismo ainda está se desenvolvendo. Além disso, a asma
piora, dependendo do estado emocional — diz Izilda, da Sociedade Brasileira de
Alergia e Imunopatologia
Segundo relatos,
Marcelo, que usava medicamentos para controle de asma, sofreu grave crise
durante a prática de atividade física na escola, e teve que ser internado numa
clínica, na última segunda-feira.
Parentes do adolescente
disseram que na madrugada de terça ele amanheceu um pouco melhor e piorou meia
hora depois de ter recebido a droga Solu-cortef, à base de cortisona e usada
como rotina nesses casos.
— A atividade física
com orientação é boa para o asmático, mas não deve ser praticada durante uma
crise porque há risco de agravar a situação.
É pouco provável que o
Solu-cortef possa ter causado a sua morte. Numa emergência, o que se pode fazer
enquanto o paciente não chega ao hospital é usar a medicação receitada pelo seu
médico — afirma Izilda.
A alergista Heloíza
Silveira, do hospital São Vicente de Paulo, acha prematuro afirmar nesse
momento que houve erro médico.
— Não sabemos se o
paciente fazia um controle adequado de sua doença. Se os médicos aplicaram a
medicação, é porque ele já não estava bem. Às vezes o pulmão se fecha de uma
forma que não responde à droga — diz.
A bula do Solu-cortef
informa dez efeitos colaterais e diz que, embora não seja comum, uma reação
adversa com altas doses em terapia de curta duração é a ulceração péptica.
Estima-se que de 10% a
15% das crianças em idade escolar sofrem de asma.
O tratamento inclui
higiene do ambiente, medicamentos e vacinas. As drogas receitadas são de alívio
de crises (geralmente broncodilatadores) e profiláticas (inalação de
corticosteroides).
Em 2006, o estudo
Global sobre Asma entre Médicos e Pacientes, realizado em 16 países, inclusive
o Brasil, revelou que dois terços dos pacientes não reconheciam que a doença
pode ser fatal, se não for controlada.
Uma das dificuldades é
que as drogas profiláticas precisam ser usadas diariamente, mas muitos
asmáticos se esquecem e não seguem esta regra ou deixam o remédio de lado
quando os sintomas desaparecem por um período. Na pesquisa, 82% dos pacientes
entrevistados afirmaram que não faziam o tratamento adequadamente.
POR ANTÔNIO MARINHO
16/02/2012 e 5/03/2006
Revista Globo
Postado por Dharmadhanna
Psicoterapeuta Transpessoal
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