As consequências
do Ódio
"Nossas escolhas contam a nossa estória.
Ou você controla seu destino ou alguém mais o fará"
Quando odiámos
os nossos inimigos, estamos-lhes dando poder sobre nós: poder sobre o nosso
sono, o nosso apetite.
a nossa pressão
sanguínea, a nossa saúde, a nossa felicidade, a nossa paz, nossa vida, nossa
aura, nossa vibração.
Os nossos
inimigos dançariam de alegria, se soubessem quanto nos estão preocupando,
dilacerando-nos, desforrando-se de nós! O nosso ódio não lhes causa mal nenhum,
mas faz com que os nossos dias e as nossas noites se transformem em verdadeiros
infernos.
Quem é que você
supõe que disse isto: "Se algum egoísta procurar tirar vantagem da sua
pessoa, apague-o da sua lista, mas não tente desforrar-se, pois, quando a gente
tenta desforrar-se, fere-se mais a si próprio do que a outro indivíduo"?
Estas palavras soam como se tivessem sido
proferidas por algum idealista lírico. Mas não foram. Essas palavras aparecem
num boletim publicado pelo Departamento de Polícia de local.
Como é que ao
procurar desforrar-se, você poderá ser ferido? Por diversas maneiras. Segundo a
revista Life, isso poderá arruinar até mesmo a sua saúde.
"A
principal característica da personalidade dos hipertensos (indivíduos com pressão
alta), é o ressentimento", disse Life. "Quando o ressentimento
é crônico, seguem-se a hipertensão crônica e as doenças cardíacas."
De modo que,
quando Jesus disse "Ame os seus inimigos", não estava apenas
ensinando um princípio elevado de ética. Estava, também, ensinando medicina do
século XX.
Quando disse "Perdoe setenta vezes
sete", Jesus estava recomendando a você e a mim a maneira de evitarmos as
doenças do coração, a hipertensão, as úlceras do estômago e muitas outras
enfermidades.
Uma de minhas
amigas teve, recentemente, séria crise cardíaca. O seu médico a fez ficar na
cama e ordenou-lhe que procurasse não ficar zangada com coisa alguma que acontecesse,
fosse o que fosse.
Os médicos sabem que, se você tiver o coração
fraco, um acesso de raiva poderá matá-lo. Eu disse poderá
matá-lo? Um acesso de raiva matou o dono de um restaurante, há alguns
anos.
Tenho à minha
frente, neste momento, uma carta de Jerry, então chefe do departamento de
polícia dessa cidade.
Diz ela:
"Há alguns anos, William, homem de sessenta e oito anos, proprietário de
um café aqui em Spokane, morreu durante um acesso de raiva, porque o seu
cozinheiro insistia em derramar café em seu pires, quando o servia.
O dono do café,
um dia, ficou tão indignado, que apanhou um revólver e correu atrás do
cozinheiro, caindo morto com uma síncope cardíaca — agarrando ainda a arma. A
polícia declarou que o colapso cardíaco fora causado por acesso de raiva."
Quando Jesus
disse "Ame os seus inimigos", estava também dizendo como melhorar a
nossa aparência. Conheço pessoas — e você também conhece — que têm o rosto
enrugado e duro pelo ódio, desfigurado pelo ressentimento.
Nem todos os tratamentos de beleza existentes
na Cristandade conseguirão melhorar-lhes o aspecto, a metade do que o faria um
coração cheio de perdão, de amor e de ternura.
O ódio destrói a
nossa capacidade de deliciar, mesmo os alimentos que comemos. A Bíblia diz isso
desta maneira: "Melhor um jantar de ervas em que haja paz do que um prato
saboroso acompanhado de ódio".
Será que os
nossos inimigos não esfregariam as mãos de contentamento, se soubessem que o
nosso ódio por eles estava nos esgotando, tornando-nos cansados e nervosos,
arruinando o nosso aspecto físico, trazendo-nos distúrbios cardíacos e,
provavelmente, encurtando a nossa vida?
Mesmo que não
possamos amar nossos inimigos, amemo- nos, pelo menos, a nós mesmos. Amemo-nos
tanto que não possamos permitir que os nossos inimigos controlem a nossa
felicidade, a nossa mente, a nossa saúde, a nossa aparência.
Quando Jesus
disse que devemos perdoar "setenta vezes sete" os nossos inimigos,
estava também nos ensinando excelente negócio.
Talvez não
sejamos suficientemente bons para amar aos nossos inimigos, mas, pelo amor da
nossa saúde e da nossa felicidade, vamos, ao menos, perdoá-los e esquecê-los. Essa é a decisão mais sábia que podemos adotar:
"Que nos façam mal ou nos roubem",
disse Confúcio, "não é nada, a não ser que continuemos a nos lembrar do
que aconteceu".
Perguntei, certa
vez, ao filho do general Eisenhower, John, se o seu pai costumava nutrir
ressentimentos. "Não", respondeu ele. "Papai não desperdiça um
momento sequer pensando nas pessoas de quem não gosta."
Há um velho
ditado que diz ser idiota o homem incapaz de zangar-se, mas sábio o que não
fica zangado.
Isso era o que
pensava William J. Gaynor, que foi prefeito de Nova York. Violentamente atacado
pela imprensa marrom, foi baleado e quase morto por um maníaco. No hospital,
lutando para salvar a vida, Gaynor disse: "Costumo, todas as noites,
perdoar coisas e pessoas".
Demasiado idealismo? Excesso de doçura e de
pureza? Nesse caso, voltemo-nos para Schopenhauer, o grande filósofo alemão,
autor dos Estudos sobre o pessimismo.
Ele encarava a vida como uma aventura inútil e
dolorosa. Quando andava, diziam que a sua figura gotejava melancolia. Não
obstante, do fundo do seu desespero, Schopenhauer lançou este grito:
"Se possível, não devemos sentir
animosidade contra ninguém".
Perguntei, certa
ocasião, a Bernard Baruch — que foi conselheiro de confiança de seis
presidentes: Wilson, Harding, Coolidge, Hoover, Roosevelt e Truman — se não o
perturbava, às vezes, o ataque dos seus inimigos.
"Homem algum me pode humilhar ou
perturbar", respondeu-me ele. "Eu não permitirei."
Quanto a nós —
você e eu — ninguém também nos poderá humilhar nem perturbar—a menos que nós
permitamos.
A humanidade
vem, através dos séculos, queimando incenso a esses seres que, à semelhança de
Cristo, não alimentam rancor contra os seus inimigos.
Um meio seguro
para perdoar nossos inimigos, esquecê- los, é dedicar-nos a alguma coisa
infinitamente maior do que
“ Paus e pedras
podem quebrar-me os ossos, mas as palavras não podem jamais me ferir” A nós
mesmos...
Então os
insultos e as inimizades com que deparamos não terão importância, pois
estaremos alheios a tudo que não seja a nossa causa. Como exemplo,
tomemos um acontecimento extremamente dramático, que estava a ponto de se
verificar nos pinherais do Mississipi, em 1918. Um linchamento!
Laurence Jones,
professor e pregador negro, estava na iminência de ser linchado. Há poucos
anos, visitei a escola que Laurence Jones fundou — a Piney Woods Country School
— e falei diante de seus alunos. Essa escola é, hoje, conhecida em todo o país,
mas o incidente que vou relatar aconteceu muito antes disso. Aconteceu nos dias
de grande tensão emocional da Primeira Guerra Mundial. Espalhara-se por toda a
região central do Estado de Mississipi o boato de que os alemães estavam
incitando os negros à rebelião.
Laurence Jones, o homem que estava prestes a
ser linchado, era, como já disse, negro, e fora acusado de incitar às revoltas
as criaturas da sua raça.
Um grupo de brancos — detendo-se fora da
igreja em que ele pregava — ouvira Laurence Jones exclamar, ante a sua congregação:
"A vida é uma batalha na qual cada
negro deve tomar da sua armadura e lutar para sobreviver e
triunfar".
"Lutar!"
"Armadura!"
Foi o bastante! Partindo a galope, noite
adentro, os jovens que compunham o grupo, excitados, recrutaram uma multidão,
voltaram à igreja, puseram uma corda em torno do pescoço do ministro negro,
arrastaram-no mais de uma milha pela estrada, colocaram-no em cima de um monte
de lenha, riscaram fósforos e estavam prestes a enforcá-lo e queimar-lhe o
corpo, quando alguém gritou:
"Vamos
fazer esse branco-das-neves fazer um discurso, antes de queimá-lo! Fala!
Fala!" Laurence Jones, de pé sobre o monte de lenha, com uma corda em
torno do pescoço, falou — falou em favor da sua vida e da sua causa.
Graduara-se pela Universidade de lowa, em 1907.
O seu caráter reto, a sua cultura, a sua
habilidade musical.
tornaram-no
popular, tanto na faculdade como entre os estudantes. Depois de formado,
rejeitara o oferecimento de um hoteleiro, que desejava iniciá-lo em seu ramo de
negócio, bem como a oferta de um homem de fortuna, que queria financiar a sua
educação musical. Por quê? Porque alimentava, em seu coração, um sonho.
Ao ler a história de Booker T. Washington,
sentira-se inspirado, resolvendo dedicar a própria vida ao ensino dos membros
paupérrimos, analfabetos, da raça a que pertencia.
De modo que se
dirigiu para a região mais atrasada que lhe foi possível encontrar no Sul — uma
localidade situada vinte e cinco milhas ao sul de Jackson, no Estado de
Mississipi.
Empenhando o seu
relógio por $1.65, iniciou a sua escola, em pleno bosque de pinheiros, tendo
como mesa um tronco de árvore. Laurence Jones contou àqueles homens furiosos,
que aguardavam apenas o momento de linchá-lo, a luta que travara para educar
rapazes e moças analfabetos, a fim de que se tornassem bons agricultores,
mecânicos, cozinheiros, donas-de-casa.
Falou-lhes dos
brancos que o auxiliaram em sua luta para criar a Piney Woods Country School —
homens brancos que, para que ele pudesse levar avante o seu trabalho
educacional, lhe haviam dado terras, lenha, porcos, vacas e dinheiro.
Quando
perguntaram, depois, a Laurence Jones, se ele não odiava os homens que o
arrastaram pela estrada para enforcá- lo, respondeu que estava muito ocupado
com a sua causa para ter tempo de odiar — muito absorvido em algo
maior do que ele mesmo.
”Não tenho tempo para brigas nem para
lamentações”, disse ele, "nenhum homem pode me obrigara descer tanto,
aponto de odiá-lo”.
Enquanto
Laurence Jones falava, com sincera e comovente eloquência, não em defesa própria,
mas da sua causa, a multidão começou a acalmar. Finalmente, um velho veterano
confederado, que se achava entre a multidão, disse:
"Penso que o rapaz está dizendo a
verdade. Conheço os brancos cujos nomes ele citou. Ele vem realizando um belo
trabalho. Cometemos um erro. Em lugar de enforcá-lo, devemos auxiliá- lo".
E o veterano confederado passou o chapéu em
meio da multidão e arrecadou cinquenta e dois dólares e quarenta centavos dos
próprios homens que se tinham reunido para enforcar o fundador da Piney Woods
Country School — o homem que disse:
"Não tenho tempo para brigas nem para
lamentações, e nenhum homem pode obrigar-me a descer tanto, a ponto de
odiá-lo".
Epicteto, há
dezenove séculos, afirmou que nós todos colhemos o que semeamos e que, desta
ou daquela maneira, o destino quase sempre nos obriga a pagar pelas nossas más
ações.
"Mais cedo ou mais tarde", disse
Epicteto, "todo homem tem de pagar pelos seus erros. Quem se lembrar disso
não se zangará com ninguém, não se indignará com ninguém, não procurará
desforrar-se de ninguém, não censurará ninguém, não ofenderá ninguém, não
odiará ninguém".
É provável que
nenhum outro homem, na história dos Estados Unidos, tenha sido tão denunciado,
tão odiado e traído como Lincoln. Não obstante, Lincoln, segundo a biografia de
Herndon, "jamais julgou os homens pela simpatia ou antipatia que lhe
causavam.
Se algo tinha de ser feito, compreendia que um
inimigo seu poderia fazê-lo tão bem como qualquer outra pessoa. Se alguém que o
havia atacado ou tratado com animosidade era pessoa mais bem indicada para o
lugar, Lincoln lhe dava o lugar, como o teria feito se se tratasse de um
amigo...
Não creio que ele tenha jamais afastado uma
pessoa das suas funções por ser essa pessoa seu inimigo ou por não gostar
dela".
Lincoln foi
acusado e insultado por alguns dos próprios homens que havia designado para
altos cargos no Governo — homens como McClellan, Seward, Stanton e Chase.
Contudo, Lincoln acreditava, segundo Herndon,
que foi seu sócio em advocacia, que "nenhum homem deve ser elogiado pelo
que fez, nem censurado pelo que fez ou deixou de fazer", porque todos nós
somos filhos das condições, das circunstâncias, do meio, da educação, dos
hábitos adquiridos e da hereditariedade, que moldam os homens como são e serão
sempre.
Talvez Lincoln
tivesse razão. Você e eu herdamos as mesmas características físicas, mentais, e
emocionais que os nossos inimigos herdaram e, se a vida houvesse feito conosco
o que fez com eles, talvez agíssemos exatamente como eles agem.
Não nos seria
possível agir de outra maneira. Sejamos suficientemente caridosos para repetir
a prece dos índios sioux: "Ó Grande Espírito, impeça-nos de julgar
e criticar um homem sem antes caminharmos com seus sapatos durante duas
semanas".
De modo que, ao invés de odiar os nossos
inimigos, tenhamos piedade deles e demos graças a Deus por não ter a vida feito
de nós o que eles são.
Em lugar de
amontoar condenações e vinganças contra os nossos inimigos, demos- Ihes a nossa
compreensão, a nossa simpatia, o nosso auxílio, o nosso perdão e as nossas
preces.
Fui criado no
seio de uma família habituada a ler a Sagrada Escritura ou a repetir um
versículo da Bíblia todas as noites, para depois ajoelhar e rezar as
"preces da família".
Posso ainda
ouvir meu pai, numa casa de fazenda solitária do Missuri, repetir estas
palavras de Jesus — palavras que continuarão a ser repetidas enquanto o homem
nutrir os seus ideais:
"Amai a vossos inimigos, abençoai aqueles
que vos amaldiçoam, fazei bem aos que vos têm ódio, e orai pelos que vos perseguem,
roubam e caluniam".
Meu pai procurou
viver segundo essas palavras de Jesus — e elas lhe deram uma paz interior que
muitos capitães e muitos reis da terra procuraram frequentemente em vão.
Para cultivar
uma atitude mental que traga paz e felicidade, lembre-se de que o Princípio 2
é:
Não procuremos
nunca desforrar-nos dos nossos inimigos, porque, se o fizermos, nos feriremos
mais a nós mesmos do que o eles.
Façamos o que o
general Eisenhower fez: não desperdicemos um minuto sequer falando das pessoas
que não nos agradam.
Tenho em mãos, por exemplo, ao
escrever este texto, uma carta que me foi escrita por George Rona, de Uppsala,
Suécia. Durante anos, George Rona foi advogado em Viena; durante a Segunda
Guerra Mundial, porém, voou para a Suécia. Não tinha dinheiro e precisava
urgentemente de trabalho.
Como sabia falar
e escrever em várias línguas, esperava conseguir um lugar como correspondente
de alguma empresa que se dedicasse à importação e exportação.
A maior parte das empresas às quais escreveu
responderam-lhe que, devido à guerra, não tinham necessidade de seus serviços,
mas que lhe haviam anotado o nome... E assim por diante.
Um homem, no
entanto, escreveu a George Rona uma carta que dizia: "O que o senhor pensa
a respeito da minha empresa não é verdade. O senhor não só está enganado, como
fazendo papel de tolo.
Não preciso de correspondente algum. Mas mesmo
que precisasse, não contrataria os seus serviços, pois o senhor não sabe sequer
escrever bem em sueco. A sua carta está cheia de erros."
(1)
Não esquentes um forno tão
quente para o teu inimigo ao ponto de tu mesmo saíres chamuscado.
(2)
Ao ler a carta,
George Rona ficou furioso como o Pato Donald. Que pretenderia aquele sueco,
dizendo-lhe que ele não conhecia o seu idioma?! Mas se a carta que o próprio
sueco escreveu estava cheia de erros!
George Rona, então, escreveu uma carta
destinada a arrasar com o homem. Mas, depois, pôs-se a raciocinar. Disse a si
próprio: "Um momento! Como é que sei que este homem não está com a razão?
Estudei sueco, é verdade, mas esta não é minha língua materna, de modo que
talvez cometa erros que me passam inteiramente despercebidos.
Se cometo tais erros, então não há dúvida que
tenho de estudar com afinco, se quiser arranjar um emprego. Talvez esse homem
me tenha prestado um favor, embora não fosse essa sua intenção.
O fato de haver- se expressado em termos
desagradáveis, não altera a minha dívida para com ele. Vou, portanto,
escrever-lhe uma carta agradecendo o que fez por mim".
E George Rona
rasgou a carta violenta que já havia escrito, e redigiu outra, nos seguintes
termos:
"O senhor
foi muito amável em dar-se ao trabalho de responder à minha carta,
principalmente não necessitando de um correspondente. Lamento muito ter-me
equivocado a respeito de sua empresa.
A razão de lhe
ter escrito foi a seguinte: fiz algumas consultas e o seu nome foi citado como
de um dos principais líderes nesse campo de atividade. Eu não sabia que
cometera erros gramaticais na carta que lhe escrevi.
Lamento muito por isso e sinto-me
envergonhado. Doravante, irei me dedicar com afinco ao estudo do sueco,
procurando corrigir os meus erros. Quero agradecer-lhe por haver-me auxiliado a
tomar a decisão de melhorar os meus conhecimentos".
Poucos dias
depois, George Rona recebeu uma carta desse homem, na qual este lhe pedia que
fosse vê-lo. Rona foi — e conseguiu um emprego. George Rona descobriu por si
mesmo que "uma resposta delicada afasta a ira".
Admirava muitas
vezes, no Jasper National Park, no Canadá, uma das mais belas montanhas do
mundo ocidental — uma montanha que se chama Cavell, em honra de Edith Cavell, a
enfermeira inglesa que morreu como uma santa, em 12 de outubro de 1915, ante um
pelotão alemão de fuzilamento.
Qual o seu crime? Escondera em sua casa, na
Bélgica, soldados franceses e ingleses feridos, tratara deles e os ajudara a
escapar para a Holanda.
Quando o capelão inglês, naquela manhã de
outono, entrou em sua cela, no presídio militar de Bruxelas, a fim de
prepará-la para a morte, Edith Cavell proferiu duas frases que foram conservadas
em granito e bronze:
"Compreendo que não basta só patriotismo.
Não devo sentir amargura nem ódio contra ninguém". Quatro anos mais tarde,
o seu corpo foi removido para a Inglaterra, onde se realizaram cerimônias
religiosas na Abadia de Westminster.
Hoje, uma
estátua de granito se ergue diante da National Portrait Gallery, em Londres —
estátua de uma das figuras imortais da Inglaterra. "Compreendo que não
basta só patriotismo. Não devo sentir amargura nem ódio contra ninguém."
Uma noite, anos atrás, quando viajava pelo Yellowstone Park, sentei-me, em companhia de outros turistas, numa arquibancada voltada para um denso bosque de pinheiros.
Apesar disso, observei, aquela noite, que havia um animal, apenas um que o urso cinzento permitia que saísse da floresta e fosse comer em sua companhia, sob o clarão das luzes: a maritaca.
O urso cinzento sabia que com uma patada poderia acabar com a maritaca. E por que não o fez? Porque sabia, por experiência, que não valia a pena.
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