Respirando em harmonia - 5° Chakra da Garganta.
Uma vez que saibamos estabelecer contato com a energia
da respiração, a respiração se tornará numa fonte infinita de energias
vitalizantes, de força de vida, de prana, de harmonia com a Unidade.
Porque o respirar indica os ritmos da vida, do
respirar do universo - o modo com que respiramos assinala a disposição das
nossas energias magnéticas. A agitação ou a excitação torna a respiração
irregular e rápida; mas quando estamos calmos e equilibrados o nosso respirar é
regular, lento e suave.
Podemos
modificar também nosso estado mental e físico o pela maneira de respirar. Até
quando estamos muito perturbados nos podemos acalmar e equilibrar respirando
lenta e regularmente.
Nosso foco e atenção em nossa respiração irá nos
proteger da manipulação emocional do outro, que precisa nos irritar para nos
controlar mentalmente e entrar em nossa mente para nos desequilibrar.
Quando a respiração é consistentemente calma e
regular, a energia aumenta e a saúde melhora. Dormimos melhor. Todo o organismo
mental e físico se equilibra em profunda harmonia.
A mente faz-se lúcida e o corpo alerta e sensitivo: a
audição é mais clara, as cores são mais brilhantes e é possível saborear melhor
os gostos da experiência.
As tonalidades
de sentimento são mais ricas, de modo que pequenas coisas podem ser desfrutadas
tremendamente, como uma pequena gargalhada.
Nosso corpo representa o cavalo que é dirigido pelo
cocheiro ou nossa personalidade ou alma, e a respiração nos une com a Alma e com
o Espírito, que nos guia em direção à luz e à harmonia.
Quando não temos controle das nossas emoções o cavalo
perde a direção e podemos atropelar as pessoas e por isso perdemos amigos,
empregos e amores.
O controle e a atenção em nossa respiração nos dá
poder sobre as emoções.
Uma vez que
soubermos estabelecer contato com a energia da respiração, a respiração se
tornará numa fonte infinita de energias vitalizantes.
Esse suave respirar nos liga a uma espécie fluente de
energia ou "respiração", que é inseparável das sutis energias mentais
e físicas que se movem através do corpo.
Todo esse "padrão de energia" pode ser visto
como uma mandala, centro gerador ou ponto zero do qual flui a energia em todas
as direções.
Dentro desse modelo estão "centros" de energia
que atuam como "terminais" para as energias que se irradiam e
circulam por todo o corpo.
Entre esses
centros figuram o centro da cabeça, o centro da garganta e o centro do coração.
Se pudéssemos
ver o modelo de energia à distância, imaginaríamos estar
vendo uma espiral com o centro da cabeça no topo; visto de cima, dir-se-ia uma
série de círculos concêntricos com um anel para cada centro de energia.
A energia da
"respiração" se associa particularmente com o centro da garganta, que
não só a evoca mas também lhe coordena o fluxo através de todo o corpo.
Por conseguinte, é através do centro da
garganta que aprendemos mais facilmente a fazer contato e a equilibrar a
energia da "respiração" e de outras energias sutis.
Com o centro da
garganta equilibrado, nossa palavra cativa o outro, e o tom da nossa voz se
torna harmônico.
O centro da garganta é
descrito tradicionalmente como uma flor de dezesseis pétalas com duas
florescências de costas uma para a outra, porém ligadas entre si.
Uma flor de oito pétalas está diretamente
associada ao centro da cabeça; a outra, ao centro do coração; à medida que as
energias passam pelo centro da garganta, fluem para fora, demandando os outros
centros.
Quando o centro da garganta
está assentado e calmo, as energias fluem de modo equilibrado e coordenado: as
energias mentais e físicas se integram e a própria "respiração" se
equilibra e purifica.
De ordinário, contudo, o centro da garganta é
agitado, de modo que essas energias ficam "bloqueadas" e não fluem de
forma adequada. Suas palavras podem revelar agressividade e reatividade que
isola.
É possível, todavia, respirar
de tal modo que o centro da garganta se torne calmo e funcione suavemente.
A maneira de fazê-lo consiste em respirar
devagar e de modo uniforme, assim pelo nariz como pela boca, com a boca um
pouco aberta e a língua tocando de leve o céu da boca.
No princípio, isso não é muito confortável,
mas, à medida que a energia viaja uniformemente para os centros da cabeça e do coração,
sentem-se os efeitos vitalizantes desse modo de respirar, cada vez mais fácil e
agradável de executar.
À medida que o fluxo de
energias dentro de nós se equilibra, nossos sentimentos e sensações se
desdobram naturalmente e nós nos abrimos para sensações profundas de
realização.
Mas isso leva tempo. Por ser o
fluxo de energias através de todos os nossos sistemas tão frequentemente desequilibrado,
perdemos o contato com as sensações e sentimentos.
Isto, por si só, dificulta
muitas vezes o nosso encaminhamento sistemático para o equilíbrio íntimo de nós
mesmos.
O nosso velho hábito de "estender a
mão" em busca de satisfação, de esperar que os outros nos proporcionem
sentimentos positivos de alegria e realização, é difícil de quebrar.
Entretanto, quanto mais
olharmos para fora de nós mesmos à procura de realização, ficamos mais carentes
- tanto mais contato perderemos com nós mesmos e com nossas sensações físicas
interiores.
Perdemos contato com o nosso
corpo físico e com o nosso corpo emocional.
Logo que começa a funcionar,
esse padrão entra a perpetuar-se. Em vez de experimentar diretamente, de
assimilar as nossas sensações em toda a sua plenitude e de integrá-las com os
sentimentos do coração, vemo-nos presos a padrões de pensar sobre a nossa
experiência, rotulando-a e reportando sua natureza a nós mesmos.
Desse jeito, reforçamos o sujeito, o
"eu" que realiza a experiência, e a própria experiência se
transforma num "objeto" congelado na forma e no significado.
Quando estamos nesse estado, nossos
sentimentos são, na verdade, sentimentos secundários, interpretações de imagens
mentais que devolvemos a nós mesmos por um processo da realimentação.
Vivemos "em nossa cabeça",
subsistindo à custa de registros da experiência passada, de verbalizações
mentais sem nenhuma ligação com nossos verdadeiros sentimentos.
Surge um sentimento de quase contínua
insatisfação, uma forma sutil de ansiedade que sentimos no centro da garganta
como uma espécie de aperto, e que se manifesta como o "eu" estendendo
a mão em busca de experiência.
O fluxo de energia do centro da cabeça aumenta
e o fluxo de energia para o centro do coração diminui.
Todos os extremos emocionais e
todos os desequilíbrios ocorrem nesse estado: emoção muito acentuada, como a
raiva ou o ódio, ou depressão severa e falta de energia.
Enquanto o centro da garganta não se organiza
e as energias sutis não se distribuem para o coração e para a cabeça, não
podemos contatar efetivamente nossos sentidos nem tocar nossos verdadeiros
sentimentos.
Sem a energia necessária para ativá-los, os
sentidos são incapazes de operar adequadamente e parecem estar adormecidos.
Os exercícios respiratórios
nos ajudam a dissolver com delicadeza esse padrão de ansiedade e de mão
estendida e nos conduz de volta à experiência direta.
Respirando suavemente pela boca e pelo nariz
levamos a respiração, pouco a pouco, a um nível regular, e equilibramos o
centro da garganta de modo que as energias se dirigem uniformemente para o
centro da cabeça e para o centro do coração.
Esse respirar firme, igual e,
contudo, não controlado, tem uma espécie de qualidade aberta. Até ao respirar
pela primeira vez dessa maneira sentimos os sentidos despertarem e começarem a
mover-se.
A princípio, preste atenção ao
respirar pelo nariz e pela boca, sem esforço e sem tensão.
Deixe que o respirar
seja natural; você não precisa pensar em fazê-lo corretamente mas, seja como
for, lá longe, a sua percepção se adverte de que o seu respirar é igualmente
distribuído entre o nariz e a boca e entre a inspiração e a expiração.
À proporção que você respira,
o seu corpo se acalma e você se sente relaxado. Assim que perceber o sentimento
de relaxamento, prove-o e desfrute-o.
Se não notar o sentimento a
princípio, imagine o seu ideal dos sentimentos mais celestiais, mais
requintados.
Desfrute-os, sinta-os. Mais tarde você sentirá fisicamente a energia.
Assim que estabelecer contato com o sentimento de relaxamento, você terá
encontrado o caminho.
Enverede por ele tão
profundamente quanto puder; quanto mais você se aprofundar, tanto mais rico se
tornará o sentimento e você poderá, então, colhê-lo e levar a colheita a todas
as partes do seu corpo.
Você poderá senti-lo até na medula dos ossos e
fora do seu corpo também. Para onde quer que você olhe, lá estará o mesmo
sentimento.
Em seguida, limite-se a
acumular a qualidade desse sentimento, estimulando-o, tornando-o ainda mais
rico, mais profundo e mais amplo. Encoraje a qualidade do respirar.
Deixe que ele se torne alegre;
acumule-o como se acumula a água para criar energia elétrica. O sentimento é
alegre, ditoso, tremendamente aberto, com uma vasta qualidade de união.
A vida
gosta de quem gosta dela e a harmonia da respiração nos faz feliz por existir.
O sentimento pode tornar-se tão vasto que há
uma qualidade quase avassaladora, tão poderosa que você sente não poder mais
suportá-la.
Finalmente, quando o
sentimento adquire essa força, ela pode abrir todos os seus centros de
energia, suas células e sentidos; seu corpo inteiro se torna equilibrado.
A harmonia da respiração
poderá aliviar ou curar a depressão, se for feita com exercícios físicos ou Chi
Kun, Yoga.
Praticando com firmeza esse
respirar e contatando esse sentimento você poderá acumulá-lo cada vez mais até
que você, afinal, tocará diretamente a sua essência.
Concentrado em sua respiração você será conscientemente o
“Observador”.
Você não precisa de interpretações nem de
palavras — estará simplesmente ali de forma direta. Depois, todas as vezes que
quiser utilizar a energia, poderá fazê- lo.
Como se adicionasse tempero à comida, você
estará em condições de usar da energia a quantidade que quiser, toda vez que
precisar dela.
À proporção que você
desenvolver a qualidade do seu respirar, a atenção, nascida da experiência
direta, se expandirá pouco a pouco até que a respiração e a atenção se
transformem numa unidade.
A partir de então, as energias da atenção e da
respiração se estimularão umas às outras, e a energia crescerá, sempre fresca e
acessível. O processo é quase como o de carregar uma bateria: você põe em contato
a atenção ou energia mental com a respiração, e estimula a energia.
Esse é o segredo da energia magnética abundante.
Ainda que ela seja escassa no momento, você poderá alcançá-la e poderá estender
a mão para pegá-la.
Quando souber o que fazer para regenerar sua
energia e manter um bom suprimento dela, você poderá até dar-se ao luxo de
distribuí-la, pois terá dela um manancial infinito.
Quando a respiração estiver
verdadeiramente equilibrada — não controlada nem apertada em demasia, porém
lenta e suave, num nível uniforme — e quando, ao mesmo tempo, a atenção estiver
unida à respiração como num casamento, certos efeitos acontecem naturalmente.
A respiração passa a ser, então, como o radar,
pois você será capaz de detectar sem demora os sinais de qualquer emoção sua ou
de outrem. A sua atenção dos primórdios da emoção e do sentimento é uma espécie
de espaço que o protege.
A atenção passa a ser um campo aberto que lhe
permite exercitar o controle despertado, muito diferente do controle pela supressão
ou pela força.
Quando você estiver cônscio da
sua respiração, toda a sua vida se equilibrará.
Até quando você se encontrar em situações que
despertem uma grande raiva, frustração ou dor, você poderá (dissolver a
perturbação simplesmente ficando atento à sua respiração, pondo atenção nela e
tornando-a calma, lenta e rítmica.
Quanto mais energia você acumular com a
respiração, tanto mais o seu corpo se acalmará; quando você proporcionar à
energia a oportunidade de assentar-se, várias partes do corpo, em todos os
níveis, se aquietarão.
A vida tem um ritmo salutar,
perturbado por poucos extremos, e os sentidos, então, podem sazonar e
amadurecer.
É importante, todavia,
trabalhar continuamente com a respiração, pois, se você não o fizer, os
efeitos durarão pouco tempo: o corpo, a mente e os sentidos voltarão a um ritmo
desequilibrado.
Por conseguinte, pratique essa espécie de
respiração todos os dias pelo menos durante três meses; de vinte a trinta
minutos por dia ajudam bem.
Procure manter a energia
fluindo, acumulando-a e gerando-a com o respirar. A princípio você ficará
alerta, prestando atenção à respiração.
Depois, gradualmente,
desenvolverá uma qualidade de atenção como a meditação. Não importa o nome que
você lhe der— relaxamento, atenção ou meditação, pois estes serão simples
rótulos. O importante é a qualidade da experiência.
Logo que aprendemos a acumular
energia, podemos prosseguir nesse processo noite e dia, e não apenas em certos
momentos.
O corpo todo se relaxa, a tensão muscular e os
bloqueios mentais se dissolvem e a energia se distribui a toda a parte. Nossa
vida se torna mais ampla e saudável.
Futuramente, talvez nem nos seja preciso
esforçar-nos por extrair a energia da respiração, pois ela está por trás de
todas as energias físicas e mentais.
Porque tanto as energias
externas quanto as internas provêem do mesmo "respirar" ou
"prana", à medida que o nosso ambiente interno se modifica,
modifica-se também a nossa relação com o mundo externo,
e o universo se torna
muito mais habitável, como se o mundo externo dos objetos e o nosso mundo
interno dos sentidos — a nossa consciência — devessem fundir-se.
Nós sustentamos o mundo, e o mundo nos
sustenta, a nós e aos nossos sentidos. Estes nos dão prazer, e nós nos sentimos
positivos; nós projetamos e recebemos de volta o que projetamos. O interior e o
exterior se harmonizam e equilibram.
Comece respirando facilmente.
À medida que progride, respire mais devagar.
Permita simplesmente que o respirar se
saliente até se tornar, afinal, totalmente suave e regular, quase sem inspiração
nem expiração.
Sua energia aumentará.
Enquanto pratica verifique a sua respiração de tempos a tempos a fim de ver
como está progredindo no rumo dessa meta.
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