Uma vida de castigo
Alberto Goldin – Revista O Globo.
“Tenho 27 anos e um bom emprego. Sou
bonita, inteligente, divertida, amiga, mas muito ciumenta. Fico chata, amarga e
agressiva.
Nesses anos todos, só tive três namorados. Se tivesse sido menos
ciumenta, poderia ter dado certo. É incontrolável, acho que sempre poderei ser
trocada.
Não acredito nos meus encantos e
qualidades. Sempre sou abandonada. Meu ex-namorado terminou, depois continuamos
nos encontrando apenas para sexo. Quando descobri que estava procurando outras,
briguei e falei que nunca mais queria encontrá-lo. Estou desanimada, me sinto
velha.
Tenho medo da solidão, que já me consome.
Acordo e não tenho vontade de levantar, parece que este mundo não foi feito
para mim. Ninguém nunca será capaz de me amar, jamais serei a primeira opção na
vida de ninguém. Não consigo ver um futuro, só consigo olhar para o passado e me
lamentar.
Foram duas cartas recebidas no mesmo
dia, e suas leituras, quase simultâneas, favoreceram a elaboração de uma hipótese
que pretende decifrar o sintoma de Marta.
A
primeira carta, enviada por Luís, profissional autônomo de meia-idade, relata
uma curiosa repetição. Trabalhador talentoso, alcança razoável sucesso
financeiro rapidamente, mas mal consegue seu objetivo.
Por alguma razão desconhecida, torna-se irresponsável,
gastando compulsivamente ou embarcando em investimentos duvidosos que o levam
rapidamente à falência. É então que reinicia outro ciclo semelhante, com
desfecho idêntico.
A outra carta foi de Marta, uma mulher
bonita, bem empregada, que acabara de perder seu terceiro pretendente.
Quando
se apaixona, transforma-se numa pessoa radicalmente ciumenta, convencida de que
seu namorado a trocará por outra mais bonita, sensual e inteligente.
Esta certeza a obriga a controlar e perseguir
seu namorado, um assédio que termina quando o homem desiste da relação.
Não
existia nenhum vínculo formal entre as duas histórias, mesmo assim, tive a impressão
de que as duas apresentavam um mesmo fator inconsciente que, uma vez
identificado, poderia esclarecer a origem desses transtornos.
No caso do Luís, mudei o tom do seu
relato — ao melhorar suas finanças, não se torna apenas gastador e irresponsável,
mas também obedece a uma ordem superior, um mandato que o faz perder tudo e
cumprir um voto de pobreza.
Ter dinheiro equivale a cometer um
delito, motivo pelo qual cai sempre em exigência e perde tudo. Algo semelhante
acontecia com um antigo paciente que tinha uma rivalidade infantil com seu pai,
um empresário rico. Para não mudar essa condição de superioridade de seu pai,
seu recurso neurótico era viver atolado em dívidas.
Vejamos agora a situação da Marta.
Quando estabelece uma boa relação, ela a perde imediatamente, convencida de que
outra mulher ocupará seu lugar.
Uma frase de sua carta chama a atenção:
“Jamais serei a primeira opção para ninguém',' o que revela sua melhor síntese.
Quando namora, é, de fato, a “primeira
opção" de seu pretendente.
A partir desse instante, ela também entra em exigência,
motivo pelo qual fabrica uma rival que a empurra para a "segunda opção”.
Toda mulher ciumenta sem motivos, quando
imagina a traição, perde o primeiro lugar para cair na "segunda opção','
deslocada pela "outra" que ocupará o primeiro lugar.
Para Luís, é proibido ser rico. Para
Marta, é impossível ser a "primeira” e quando é, rapidamente corrige a situação
inventando uma rival. Não sabemos por que Marta precisa deixar a primeira opção
vaga.
Seria o espaço de sua mãe ou de sua irmã? Por
isso, transformamos o relato de Marta numa lei que a impede de ser amada.
Precisa obedecer a uma ordem inconsciente, um mandato que não pode ser
ignorado.
Ganhar dinheiro ou ser amada somente são possíveis quando não
contradizem as leis secretas ou pactos históricos que governam o mundo interno
de cada indivíduo.
Por isso, meu conselho para Marta e Luís é não
confundir relatos com mandatos. Os relatos são apenas descritivos, os mandatos,
no entanto, são severos e punitivos; castigos antigos, fora de moda que já
prescreveram. No momento atual, eles são irrelevantes e não precisam ser
obedecidos. ©
Pesquisado por Dharmadhannya
Este texto está livre para divulgação desde que seja
citada a fonte:
Repassando à Chama Violeta da
Purificação e da Liberação
se puder repasse...
Meus blogs
http://astrologiadevenusemercurio.blogspot.com.br/
Eu estou no G+ : Dharmadhannya
Comunidade do G+: Dharmadhannya Luz e União
https://plus.google.com/communities/111702837947313549512
e-mail: dharmadhannya@gmail.com
Este espaço está protegido pelos anjos e por Hermes
Estou neste momento me unindo com o Poder e a
Força da Unidade, com o poder de todos os anjos, querubins, Serafins, Elohim.
Melchizedek, Sandalfon, Metraton,
Gabriel, Rafael, Haniel,
Miguel, Camael, Tsadkiel,
Raziel, Uriel, Samuel
Os anjos seguem na frente abrindo meus caminhos
e me protegendo Com a Justiça Divina. Amém!
Copyright © Dharmadhannya - 2011 - Todos
os Direitos Reservados - Autorizamos a reprodução do conteúdo desta página em
outras páginas da web, para fins de
estudo, exclusivamente. Porém, comunicamos que as nossas obras estão protegidas
pela lei dos direitos autorais, o que nos reserva o direito de exigir a
indicação dos nomes dos autores e a
fonte das obras utilizadas em estudos.
Direitos Autorais - Algumas imagens neste Blog foram obtidas no
Google Imagens ,alguns sites e de meus arquivos. A publicação das mesmas não
têm fins lucrativos e é de boa-fé, caso se sinta ofendido em seu direito
autoral, favor entrar em contato para exclusão das imagens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário