O processo de meditação
Segundo Patanjali, quando a mente se aquieta e
se volta para dentro, percebemos o Ser imediatamente.
Na meditação, há quatro fatores envolvidos: o
objeto da meditação, que é o Ser interior; o mantra, que é a vibração do Ser; a
asana, a postura na qual podemos nos sentar comodamente durante longo tempo; e
o pranayama natural, que surge quando repetimos o mantra com amor e reverência.
Estes quatro fatores estão inter-relacionados e, quando se unem, a meditação
ocorre de maneira muito natural.
A meditação no Ser é muito fácil. Só precisamos
realmente de amor e interesse. À medida. que meditamos, a Shakti interior
desperta e começa a se expandir. Quanto mais intensamente desejamos a
meditação, quanto mais desejamos a Deus, quanto mais desejamos o despertar
interior, mais nos aproximamos dele.
Quanto mais honramos a Shakti, quanto mais a
reverenciamos e a adoramos, mais ativamente ela trabalha dentro de nós. Quando
se unem três fatores — nossa fé na Shakti, a Shakti e o Guru, que é o ativador
da Shakti —, ocorre dentro de nós uma explosão de meditação.
Podemos buscar o guru dentro do nosso mundo espiritual, e
receber sua luz e sua iniciação.
Assim
como a Shakti cria universos no mundo exterior, quando ela começa a trabalhar dentro
de nós, cria um novo universo interior, um universo de entusiasmo sem fim, um
universo de felicidade suprema.
O universo interior é muito maior que o
universo exterior; é .. tão vasto que todo o cosmo exterior pode ser guardado
em apenas um canto dele. Tudo está contido dentro dele e é por isso que os
videntes indianos foram capazes de descobrir, em meditação, todos os segredos
do universo.
Dentro de nós há milagres infinitos, maravilhas
infinitas. Quando aprofundamos a meditação, compreendemos a realidade de todos
os diferentes mundos interiores sobre os quais lemos nas escrituras.
Dentro destes espaços interiores ressoa uma música
doce como néctar — todos os diferentes instrumentos musicais foram feitos
originalmente pelos yoguis, depois de escutarem a música interior.
Dentro de nós existem néctares tão deliciosos
que nada neste mundo pode ser comparado a sua doçura. E existem sóis tão
brilhantes que o sol exterior parece apagado diante deles. Devemos meditar
sistematicamente, com grande persistência, e nos aprofundarmos cada vez mais
dentro do corpo. Deste modo, a meditação será uma expansão gradual de nosso ser
interior.
Ao longo do caminho haverá muitas experiências
e estas experiências são boas. Contudo, o verdadeiro estado encontra-se além
delas. Quando nos aprofundamos na meditação, chegamos a um lugar em que não
vemos nem ouvimos nada. Aí não há nada além de felicidade. Este é o lugar do
Ser e a verdadeira meditação é tornar-se imerso Nisso.27
Os videntes do Vedanta explicaram que nosso
espírito não está contido em apenas um corpo, mas em quatro, e que, conforme
meditamos, atravessamos cada um destes quatro corpos até chegar à Verdade que
se encontra dentro deles.28
O primeiro é o corpo físico, no qual
experimentamos o estado de vigília. Este é o estado em que nos identificamos
com o corpo. Se o corpo sente dor e prazer quando estamos em vigília, dizemos:
"Estou sentindo dor" ou "Estou sentindo prazer."
Quando a
Shakti começa a trabalhar neste corpo, podemos experimentar movimentos físicos
chamados kriyas, que são parte do processo de purificação do corpo
físico.
Na
meditação, quando o meditador se encontra no estado denso, pode ver o corpo
físico como uma luz vermelha que o circunda como uma chama de fogo. Esta luz é
do tamanho do corpo e no seu interior podem ser vistas coisas maravilhosas. Às
vezes, pode-se ver inclusive a força vital e os diferentes fluidos circulando
pelo corpo.
Conforme a meditação se aprofunda, o meditador
passa do corpo denso ao corpo sutil, que pode ser visto como uma luz branca.
Esta luz se encontra no centro da garganta e tem o tamanho de um polegar. No
corpo sutil, vivenciamos os sonhos. Neste estado, a pessoa torna-se consciente
de que é diferente do corpo físico.
Conforme a pessoa que medita se aprofunda ainda
mais, passa da luz branca do tamanho do dedo polegar à luz do terceiro corpo,
que é negra e do tamanho da ponta do dedo. Este é o corpo causal, o corpo do
sono profundo.
É o estado
da escuridão total, do esquecimento total. Neste estado, o pequeno ser funde-se
no Ser universal e a pessoa nem sequer é consciente de quem ou do que é. Neste
estado, experimenta-se uma grande paz. É o estado do vazio.
Contudo, se o buscador sente um amor profundo
pelo Guru e tem uma fé profunda em sua graça e na Kundalini, ele passa do
terceiro para o quarto plano, o estado de turiya — o estado
transcendental. Então, vê a pequena luz azul, a luz do Ser que chamamos de
Pérola Azul.
A Pérola Azul é o corpo mais íntimo da alma e
sua beleza é fascinante. Conforme a meditação se aprofunda, a pessoa começa a
vê-la faiscando e cintilando no centro espiritual superior, o sahasrara.
A Pérola Azul é o veículo da alma individual.
É na Pérola Azul que a alma deixa o corpo após
a morte e viaja por diferentes mundos. Ela é extremamente refinada e sutil e
se move com a velocidade de um raio. Às vezes, sai pelos olhos do meditador e
se coloca à sua frente, movendo- se de modo tão sutil que os olhos não notam
sua passagem.
A Pérola Azul tem o tamanho de uma semente de
gergelim; porém, na realidade, é tão vasta que contém o universo inteiro.29
É pelo dinamismo da Pérola Azul que podemos agir.
Asana
Outro importante fator na meditação é a postura
sentada, ou asana. A postura sentada é a base sobre a qual repousa toda a
estrutura da yoga. Os Yoga Sutras dizem que a postura sentada correta é
aquela em que a pessoa pode sentar-se comodamente durante longo tempo.26
Para a
meditação, o mais importante da asana é que a coluna se mantenha ereta. Se as
costas se- mantêm eretas, a mente estabiliza-se no coração.
Existem, três posturas sentadas adequadas para
a meditação-, contudo, se nos sentimos muito desconfortáveis sentados, podemos
deitar de costas, em shavasana, a postura do cadáver, e meditar nesta
posição.
As três
posturas principais são: padmasana, a postura de lótus; siddhasana,
a postura perfeita; sukhasana, a postura fácil. Todos devem estar
familiarizados com a postura de lótus, na qual as pernas são dobradas uma sobre
a outra.
O lótus
é especialmente importante porque, se a pessoa sentar nesta posição durante uma
hora e meia, purificará por completo os 72 mil nadis, ou canais sutis internos.
Caso não
possa sentar-se na postura de lótus, sente-se na postura fácil, com uma perna
dobrada sobre a outra. Se você se mantiver firmemente sentado em qualquer uma
destas posturas, a mente começará a se interiorizar e a meditação ocorrerá por
si só.
Quando você move o corpo continuamente, a mente
se inquieta. Quando a postura se estabiliza, o prana se estabiliza
automaticamente. Quando o prana se estabiliza, a mente se estabiliza, e quando
a mente se estabiliza, você começa a saborear a alegria que existe no coração.
Devido à sua presença, a respiração entra e sai
do nosso corpo. Os raios de seu amor divino fluem incessantemente através de
nós e, devido a esses raios, sentimos amor uns pelos outros.
A luz da
Pérola Azul ilumina o rosto e o coração; é por causa desta luz que damos amor
aos outros. Se esta luz deixasse o corpo, este não teria brilho nem atrativo.
Não serviria de nada para ninguém e teria que ser descartado. A Pérola Azul é a
morada de Deus, a forma do Ser dentro de nós. Quando você começar a vê-la em si
mesmo, também começará a vê-la nos outros. Ao continuar meditando, a luz se
expandirá e você verá dentro: de si o cosmo inteiro.
Quando
mergulhar nesta luz, você saberá: "Eu sou Deus. Eu sou Brahman." Foi
depois de ter esta experiência que o santo sufi Mansur Mastana disse:
"Tudo o que vejo ao meu redor nada mais é que uma expansão do meu próprio
ser. Eu não sou este corpo. Eu sou a luz que se propaga por toda parte."
Este estado é o ponto culminante da meditação.
Nele, nossas limitações se desvanecem; nosso sentido de individualidade se
dissolve. Atingimos a visão divina e assim não mais vemos o mundo repleto de
dualidade e de diversidade.
Em vez
de vermos diferenças entre homem e mulher, oriente e ocidente, passado e
futuro, compreendemos todo o universo como uma expansão de nosso próprio Ser.
Percebemos que tudo é um jogo da Consciência e que, como a espuma e as ondas
aparecem e desaparecem no oceano, tudo o que existe aparece e desaparece no
Ser.
É para alcançar este estado que devemos
meditar, devemos despertar nossa Shakti. Depois de o haver atingido, já não
temos que fechar os olhos e nos sentar para meditar; a meditação acontece o
tempo todo. Durante a meditação formal, experimentamos a felicidade suprema,
mas mesmo durante a vigília experimentamos a alegria do samadhi, vendo
todo o mundo desperto como uma expansão da mesma Consciência.
Para
onde quer que olhemos, vemos Deus. O que quer que escutemos, escutamos Deus.
Isto é conhecido como o estado de samadhi natural, o estado dos grandes seres,
e nele desfrutamos continuamente da felicidade que existe no coração.
A primeira pergunta que surge quando nos
sentamos para meditar é? Em que devemos meditar? As pessoas meditam em toda sorte
de objetos e recomendam muitas técnicas diferentes. Maharishi Patanjali fala da
concentração, ou dharana, na qual focamos nossa atenção num determinado
objeto para aquietar e focar a mente.
Pode-se concentrar a mente no coração, no
espaço entre as sobrancelhas ou em outros centros do corpo. Pode-se também
focar a atenção em um ser que se elevou acima da paixão e do apego e, quando a
mente está ligada a um ser assim, assume suas qualidades. De fato, Patanjali
diz que podemos nos concentrar em qualquer coisa em que a mente encontre
satisfação.
Não obstante, o melhor objeto de meditação é o
Ser ou Eu superior ou Divina Presença, ou alma, ou
Espirito interior. Se o Ser é a meta da meditação, para que escolher
outro objeto? Se queremos ter a experiência do Ser, devemos meditar no Ser. Se
queremos conhecer Deus, devemos meditar em Deus.
A mente
se torna aquilo em que medita. O santo-poeta Sundardas cantou:
A mente que sempre pensa numa mulher assume
a forma de uma mulher.
A mente que está sempre enraivecida queima-se
no fogo da raiva.
A mente que contempla a ilusão cai no poço da
ilusão.
A mente que se refugia sempre no Supremo
finalmente converte-se Nisso.
Por essa razão, devemos escolher para objeto da
meditação aquilo que constitui a nossa verdadeira natureza. Quando meditamos no
Ser, não só temos a experiência do Ser como nos tornamos a própria forma do
Ser.
Uma vez um buscador perguntou a um sábio:
—
Quem é
este Deus em quem posso meditar?
—
Deus é a
testemunha da sua mente — respondeu o sábio.
Esta testemunha é a meta da meditação. Os
Upanishads dizem: "Ela vive na mente, mas a mente não pode conhecê-la,
pois a mente é o seu corpo."17 O Ser é a testemunha da mente e
é também a fonte da mente. No Kena Upanishad há uma afirmação:
"Deus é aquele que faz a mente pensar mas a quem a mente nunca pode
apreender.”
Alguém
em quem a mente pode pensar não pode ser a Verdade suprema, pois o Ser é a
força motriz que existe por trás de todos os movimentos da mente. O Ser faz a
mente pensar, a imaginação fantasiar e faz o ego repetir constantemente:
"eu, eu, eu.” Do mesmo modo, Deus é aquele por cuja inspiração meditamos.
Na Gita, o Senhor Krishna diz:
‘Ó Arjuna, Isso brilha através de todos os nossos sentidos-, no entanto, é
desprovido dos sentidos. Sustenta todos os sentidos, mas permanece separado
deles. Experimenta as diferentes qualidades da natureza e, mesmo assim,
permanece desapegado delas.”19
Quem é este ser que conhece todos os
pensamentos positivos e negativos que vão e vêm na mente? Durante a meditação,
quando temos problemas interiores, o ser percebe todos eles. O ser tem a forma
do conhecimento. É aquele que nos faz conhecer tudo. Por exemplo: na meditação,
surge algo dentro de nós.
Primeiro nos tornamos conscientes disto,
sabemos que está surgindo. Depois sabemos exatamente que é. Nós identificamos
isto como um pensamento bom ou ... mau. O que nos torna conscientes da existência
de algo, e do que isto é exatamente, é o Ser.
O Ser é
a consciência pura, e não nossos pensamentos bons ou maus. Dentro e fora,
qualquer ação que ocorra, o que quer que façamos, é o Ser quem nos torna
conscientes do que está acontecendo.
Esta consciência existe constantemente, dentro
de nós. É a pura consciência do 'Eu', sem forma ou atributo. Assim como conhece
tudo o que é interior e exterior, ele conhece a si mesmo. Conhecer este
conhecedor é a verdadeira meditação.
Como lidar com a mente
A meditação mais elevada é o estado de completa
quietude interior. Neste estado, não surge na mente um só pensamento. No
entanto, a maioria das pessoas não consegue alcançar de imediato o estado de tranquilidade.
Por essa razão, é muito importante, para quem medita, compreender como lidar
com a mente.
A maior parte das pessoas que medita comete o
mesmo erro. Quando elas se sentam para meditar, não se concentram no Ser. E, em
vez disto, correm atrás da mente tentando descobrir o que ela está fazendo. As
pessoas sempre se queixam comigo: ''Quando tento meditar, vários pensamentos
continuam surgindo em minha mente."
Às vezes
suas mentes estão cheias de raiva, às vezes de ódio, às vezes de luxúria. Em um
momento, estão pensando em alguém que amam-, em outro, estão recordando suas
más ações passadas e se enchem de remorso.
Quanto
mais tentam afastar os pensamentos, mais eles surgem. Em vez de meditar no
Ser, veem-se meditando nos pensamentos da mente, como o buscador que se
surpreendeu meditando num macaco.
Certa vez, um buscador foi a um Guru para
aprender a meditar. O Guru disse:
—
Escolherei
uma hora auspiciosa para sua iniciação e então o chamarei.
—
Quando chegou a hora auspiciosa, o Guru chamou
o buscador e fez todos os preparativos adequados para a iniciação. Ao terminar
todas as partes do ritual, disse:
—
Vou lhe
dar uma instrução importante. Quando sentar para meditar, incline-se primeiro
para os quatro pontos cardeais e comece a •repetir o seu mantra. Mas lembre-se
de uma coisa — o que quer que faça, não pense num macaco.
—
—
Mas por
que eu iria pensar num macaco? — perguntou o discípulo. — Nunca pensei num
macaco em toda minha vida. Não me importam os macacos; só Deus me importa.
Quando terminou a iniciação, o jovem voltou
para casa e sentou-se numa esteira, olhando para o leste. Tomou um gole de água
sagrada e inclinou-se na direção dos quatro pontos cardeais. Depois começou a
pensar na última instrução de seu Guru. "Que me disse o meu Guru? Ah, sim,
'não pense num macaco!'" Imediatamente apareceu um macaco em sua mente.
O buscador ficou perturbado. "De onde veio
este macaco?", perguntou-se. Abriu os olhos e tomou outro gole de água
sagrada. De novo, recordou o que seu Guru lhe dissera-, "Não pense num
macaco." De novo, um macaco apareceu diante dele.
O buscador fez mais três, quatro, cinco
tentativas para meditar e todas as vezes se viu diante do macaco. Finalmente,
correu de volta ao seu Guru.
—
Ó Guru, ó
santo vidente, que devo fazer? Antes de vir a você, não sabia como era um
macaco, e agora, quando eu me sento para meditar, tudo o que vejo é um macaco.
—
Isto é o que acontece quando tentamos subjugar
a mente pela força, na meditação. Em vez de nos preocuparmos com os pensamentos
da mente, em vez de tentarmos apagar os pensamentos da mente, seria muito
melhor se tentássemos compreender a natureza da mente.
O que é
a mente? A mente não tem existência independente. Os Upanishads dizem que o
próprio Ser se transformou na mente.20 A mente é apenas uma... forma
contraída da Consciência suprema que criou o universo.
O Pratyabhijnahridayam
explica isto com um aforismo: Quer dizer, quando a Consciência desce de seu estado
de Consciência pura e assume limitações, converte-se na substância da mente.
Isto é fácil de entender se pensarmos em que,
de fato, consistem os pensamentos e imagens da mente. O cavalo, o cachorro e o camelo
que aparecem na mente não são feitos de nada material; são feitos de
Consciência...
O aforismo diz que a substância da mente que toma
a forma de camelo, cachorro ou de cavalo nada mais é que uma pulsação da mesma
consciência que formou o universo. Outro aforismo do Pratyabhijnahbridayam
diz que svecchaya svabittau vishvam unmilayati,22 o que
significa que a Consciência, a energia divina, criou o universo de seu próprio
ser, sem ajuda de nada exterior a si mesma. Da mesma forma, quando a
Consciência, ao assumir limitações, transforma-se na mente, começa a criar
infinitos universos mentais.
Há
muitos universos exteriores, mas todos estão contidos na Consciência. Do mesmo
modo, os universos que vibram na mente não devem ser considerados diferentes
da Consciência. Se pode ver sua mente assim, terá uma meditação muito boa.
Deixe que sua mente dê quantas voltas quiser;
não tente controlá-la. Simplesmente, testemunhe os diferentes pensamentos
conforme eles aparecem e desaparecem. Não importa que pensamentos e imagens
surjam em sua mente; fique consciente de que eles não estão surgindo de algo
material e concreto.
São
simplesmente fantasmagorias da Consciência e, por mais mundos de desejos,
caprichos e pensamentos positivos ou negativos que sua mente crie, você deve
entender que todos eles são um jogo da Consciência.
Quando
surgirem em sua meditação pensamentos ou imagens, mantenha presente a
consciência da igualdade — a compreensão de que todos os objetos são apenas
diferentes formas do Ser.
Fique consciente de que mesmo o pior pen-
sarnento é Deus. Este entendimento é essencial para a meditação. Sua meta não
é lutar com a mente, mas ser a testemunha da mente. Saiba que você é a
testemunha, o Ser, deixando que a mente vá aonde quiser. Se você meditar com
esta compreensão — de que tudo o que existe é Deus —, a mente se acalmará de
imediato e essa será uma meditação elevada.
O mantra
Outro grande meio de lidar com a mente é
apoiar-se no mantra. Na índia, um ditado diz que a melhor forma de arrancar um
espinho do pé é com outro espinho. Da mesma maneira, segundo as escrituras,
quando queremos aquietar a mente que vagueia, recorremos à ajuda de um
pensamento — o mantra.23
A palavra 'mantra' significa aquele que redime
e protege quem o contempla. O mantra é a própria vida da meditação, a melhor de
todas as técnicas. O mantra é uma palavra cósmica, ou vibração sonora. É a
vibração do Ser, a verdadeira voz do Ser, e, quando mergulhamos nele, ele nos
leva ao lugar do Ser.
Os mantras compõem-se de letras que formam
palavras, e estas formam sentenças que nos levam à sua meta. Tanto na vida espiritual
como na mundana, realizamos todo o nosso trabalho através de mantras, através
de palavras. Sem palavras não podemos nos comunicar uns com os outros.
Os mantras dão seus frutos muito rapidamente. O
grande santo Tukaram disse: "Quando o nome de Deus está na língua, a
liberação está em sua mão." Isto não deve nos surpreender, pois na vida
mundana usamos palavras e estas dão fruto imediatamente.
Posso fazê-lo feliz num instante, usando
algumas palavras doces, elogiando-o e dizendo-lhe o quanto você é belo. Também
posso perturbá-lo, usando alguns insultos, dizendo o quanto você é ruim.
Certa vez, um santo estava fazendo uma palestra
sobre o mantra. Ele dizia:
—
O mantra é
grandioso. O mantra nos leva a Deus.
Alguém gritou do fundo da sala:
—
Como você
pode dizer que um mantra nos leva a Deus? Se eu disser pão, pão, pão, vou
conseguir este pão?
—
Sente-se,
bastardo! — gritou o santo.
Ao ouvir isso, o homem ficou furioso. Começou a
tremer e seus cabelos ficaram arrepiados. Até sua gravata começou a vibrar. Ele
gritou:
—
Você se
chama de santo e logo usa uma palavra tão suja comigo?
—
Sinto
muito, senhor — disse o santo. — Por favor, acalme-se e diga-me o que
aconteceu.
—
—
Você tem a
audácia de me perguntar o que aconteceu? Não percebe que me insultou?
—
Apenas
usei um insulto, e que efeito tão poderoso causou sobre você! — disse o santo.
— Se é isto o que acontece com um insulto, o que o faz pensar que o nome de
Deus, que é a Verdade suprema, não tem seu próprio poder e não vai afetá-lo?
—
Se os insultos podem fazer nosso sangue ferver,
por que o nome de Deus não tem o poder de nos transformar?
O mantra tem um poder extraordinário. Os sábios
da índia, através do poder do mantra, podiam queimar montanhas inteiras sem
fogo. Através do poder do mantra, podiam criar universos inteiros.
As escrituras dizem: mantra Maheshvara,
"O mantra é Deus." Não existe diferença entre Deus e o Seu nome; o
mantra tem todo o poder de Deus. Na Gita, o Senhor diz: mantro'ham
[em todos os rituais), “Eu sou o mantra."24
Quando repetimos o mantra, devemos voltar nossa
atenção para dentro, para o lugar que é a fonte do mantra. À medida que
repetimos o mantra, este penetra toda a região de nossa mente, de nosso
intelecto e de nossa imaginação, e a purifica por completo.
É muito importante repetir o mantra com a
compreensão do seu significado. Além disso, quem quiser alcançar o poder do
mantra, quem quiser fundir-se com o mantra deve ter a consciência de que a meta
do mantra é o seu próprio Ser, e que não há diferença entre nós mesmos, o
mantra e a meta do mantra.
Se
ouvimos um insulto, imediatamente nos identificamos com o objeto deste insulto,
e por isso ele tem um efeito tão grande sobre nós.
A única razão pela qual um mantra não nos afeta
tão profundamente quanto um insulto é que não nos identificamos com ele da
mesma maneira. Se uma pessoa mantém separados o mantra, a meta do mantra e a si
mesma, nunca realizará a meta do mantra.
O
Shivaísmo da Caxemira diz que devemos meditar em Deus, tornando-nos Deus; só
então podemos alcançá-Lo.25
Existem oitenta e quatro milhões de mantras que
podem ser encontrados em livros ou obtidos através de diferentes mestres.
Contudo, um mantra não é verdadeiramente eficaz, a menos que seja um mantra
consciente, um mantra vivo.
Um
mantra consciente é recebido de um Guru que o recebeu de seu próprio Guru, que
por sua vez repetiu este mantra e alcançou a plena realização de seu próprio
Ser interior. Tal mantra traz consigo o poder pleno da realização do Guru, e,
quando o repetimos na meditação, esta se torna preenchida pela força desta
realização.
O poder
que flui através de um Guru que realizou o Ser é o poder outorgador da graça do
Supremo, e este mesmo poder existe em seu mantra. Tradicionalmente, o Guru
inicia um discípulo por meio de um mantra e o mantra é um dos meios pelo qual o
Guru dá Shaktipat.
Quando o
repetimos com grande amor e reverência durante a meditação, ele começa a trabalhar
dentro de nós. A energia do mantra consciente do Guru, que é a energia do Guru
supremo, entra em nós e desperta nossa própria energia interior, nossa própria
Shakti....
O último fator na meditação é o pranayama,
o processo respiratório. Praticam-se muitos tipos diferentes de pranayama.
Algumas pessoas o praticam tanto que arruinam a
mente, o intelecto e o corpo. Na meditação, o processo respiratório deve ser
natural e espontâneo. Não devemos tentar perturbar o ritmo natural da
respiração.
A mente e o prana trabalham integrados. Deixe
que o ritmo respiratório seja natural. Com a repetição do mantra, a respiração
entrará e sairá com o ritmo do mantra e se estabilizará por si só.
Swami Muktananda.
Este texto está livre para divulgação desde que
seja citada a fonte
Agradeço a todos os amigos que permitem que meu
rio se una a sua Fonte, e assim, unimos
nossas forças e somos prósperos e abençoados por Deus.
Meu blog
foi inteiramente plagiado, e foi copiado por outros blogs com o nome do usurpador.
Peço a todos que avisem aos blogs sobre o plagio. Eu trabalho pelo bem de
todos, acordo 4 horas da manhã e vem outro na sombra e nos rouba e colhe os
frutos.
Que Deus me liberte para sempre da sombra do
karma, quero seguir na luz do bem, livre para ser feliz.
Pesquisado por Dharmadhannya
Este texto está livre para divulgação desde que seja
citada a fonte:
Repassando à Chama Violeta da Purificação e da
Liberação
passe para frente...
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Comunidade do G+: Dharmadhannya Luz e União
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Estou neste momento me unindo com o Poder e a
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Gabriel,
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Raziel, Uriel, Samuel
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