segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O processo de meditação






O processo de meditação

Segundo Patanjali, quando a mente se aquieta e se volta para dentro, percebemos o Ser imediatamente.


Na meditação, há quatro fatores envolvidos: o objeto da meditação, que é o Ser interior; o mantra, que é a vibração do Ser; a asana, a postura na qual podemos nos sentar comodamente durante longo tempo; e o pranayama natural, que surge quando repetimos o mantra com amor e reverência. Estes quatro fatores estão inter-relacionados e, quando se unem, a meditação ocorre de maneira muito natural.

A meditação no Ser é muito fácil. Só precisamos realmente de amor e interesse. À medida. que meditamos, a Shakti interior desperta e começa a se expandir. Quanto mais intensamente desejamos a meditação, quanto mais desejamos a Deus, quanto mais desejamos o despertar interior, mais nos aproximamos dele.

Quanto mais honramos a Shakti, quanto mais a reverenciamos e a adoramos, mais ativamente ela trabalha dentro de nós. Quando se unem três fatores — nossa fé na Shakti, a Shakti e o Guru, que é o ativador da Shakti —, ocorre dentro de nós uma explosão de meditação.
Podemos buscar o  guru dentro do nosso mundo espiritual, e receber sua luz e sua iniciação.

 Assim como a Shakti cria universos no mundo exterior, quando ela começa a trabalhar dentro de nós, cria um novo universo interior, um universo de entusiasmo sem fim, um universo de felicidade suprema.


O universo interior é muito maior que o universo exterior; é .. tão vasto que todo o cosmo exterior pode ser guardado em apenas um canto dele. Tudo está contido dentro dele e é por isso que os videntes indianos foram capazes de descobrir, em meditação, todos os segredos do universo.

Dentro de nós há milagres infinitos, maravilhas infinitas. Quando aprofundamos a meditação, compreendemos a realidade de todos os diferentes mundos interiores sobre os quais lemos nas escrituras.

Dentro destes espaços interiores ressoa uma música doce como néctar — todos os diferentes instrumentos musicais foram feitos originalmente pelos yoguis, depois de escutarem a música interior.

Dentro de nós existem néctares tão deliciosos que nada neste mundo pode ser comparado a sua doçura. E existem sóis tão brilhantes que o sol exterior parece apagado diante deles. Devemos meditar sistematicamente, com grande persistência, e nos aprofun­darmos cada vez mais dentro do corpo. Deste modo, a meditação será uma expansão gradual de nosso ser interior.

Ao longo do caminho haverá muitas experiências e estas experiências são boas. Contudo, o verdadeiro estado encontra-se além delas. Quando nos aprofundamos na meditação, chegamos a um lugar em que não vemos nem ouvimos nada. Aí não há nada além de felicidade. Este é o lugar do Ser e a verdadeira meditação é tornar-se imerso Nisso.27

Os videntes do Vedanta explicaram que nosso espírito não está contido em apenas um corpo, mas em quatro, e que, conforme meditamos, atravessamos cada um destes quatro corpos até chegar à Verdade que se encontra dentro deles.28

O primeiro é o corpo físico, no qual experimentamos o estado de vigília. Este é o estado em que nos identificamos com o corpo. Se o corpo sente dor e prazer quando estamos em vigília, dizemos: "Estou sentindo dor" ou "Estou sentindo prazer."

 Quando a Shakti começa a trabalhar neste corpo, podemos experimentar movimentos físicos chamados kriyas, que são parte do processo de purificação do corpo físico.

 Na meditação, quando o meditador se encontra no estado denso, pode ver o corpo físico como uma luz vermelha que o circunda como uma chama de fogo. Esta luz é do tamanho do corpo e no seu interior podem ser vistas coisas maravilhosas. Às vezes, pode-se ver inclusive a força vital e os diferentes fluidos circulando pelo corpo.

Conforme a meditação se aprofunda, o meditador passa do corpo denso ao corpo sutil, que pode ser visto como uma luz branca. Esta luz se encontra no centro da garganta e tem o tamanho de um polegar. No corpo sutil, vivenciamos os sonhos. Neste estado, a pessoa torna-se consciente de que é diferente do corpo físico.

Conforme a pessoa que medita se aprofunda ainda mais, passa da luz branca do tamanho do dedo polegar à luz do terceiro corpo, que é negra e do tamanho da ponta do dedo. Este é o corpo causal, o corpo do sono profundo.

 É o estado da escuridão total, do esquecimento total. Neste estado, o pequeno ser funde-se no Ser universal e a pessoa nem sequer é consciente de quem ou do que é. Neste estado, experimenta-se uma grande paz. É o estado do vazio.

Contudo, se o buscador sente um amor profundo pelo Guru e tem uma fé profunda em sua graça e na Kundalini, ele passa do terceiro para o quarto plano, o estado de turiya — o estado transcendental. Então, vê a pequena luz azul, a luz do Ser que chamamos de Pérola Azul.

A Pérola Azul é o corpo mais íntimo da alma e sua beleza é fascinante. Conforme a meditação se aprofunda, a pessoa começa a vê-la faiscando e cintilando no centro espiritual superior, o sahasrara. A Pérola Azul é o veículo da alma indi­vidual.
É na Pérola Azul que a alma deixa o corpo após a mor­te e viaja por diferentes mundos. Ela é extremamente refinada e sutil e se move com a velocidade de um raio. Às vezes, sai pelos olhos do meditador e se coloca à sua frente, movendo- se de modo tão sutil que os olhos não notam sua passagem.

A Pérola Azul tem o tamanho de uma semente de gergelim; porém, na realidade, é tão vasta que contém o universo inteiro.29 É pelo dinamismo da Pérola Azul que podemos agir.


Asana
Outro importante fator na meditação é a postura sentada, ou asana. A postura sentada é a base sobre a qual repousa toda a estrutura da yoga. Os Yoga Sutras dizem que a postura sentada correta é aquela em que a pessoa pode sentar-se comodamente durante longo tempo.26

 Para a meditação, o mais importante da asana é que a coluna se mantenha ereta. Se as costas se- mantêm eretas, a mente estabiliza-se no coração.

Existem, três posturas sentadas adequadas para a meditação-, contudo, se nos sentimos muito desconfortáveis sentados, podemos deitar de costas, em shavasana, a postura do cadáver, e meditar nesta posição.

 As três posturas principais são: padmasana, a postura de lótus; siddhasana, a postura perfeita; sukhasana, a postura fácil. Todos devem estar familiarizados com a postura de lótus, na qual as pernas são dobradas uma sobre a outra.

 O lótus é especialmente importante porque, se a pessoa sentar nesta posição durante uma hora e meia, purificará por completo os 72 mil nadis, ou canais sutis internos.

 Caso não possa sentar-se na postura de lótus, sente-se na postura fácil, com uma perna dobrada sobre a outra. Se você se mantiver firmemente sentado em qualquer uma destas posturas, a mente começará a se interiorizar e a meditação ocorrerá por si só.

Quando você move o corpo continuamente, a mente se inquieta. Quando a postura se estabiliza, o prana se estabiliza automaticamente. Quando o prana se estabiliza, a mente se estabiliza, e quando a mente se estabiliza, você começa a saborear a alegria que existe no coração.

Devido à sua presença, a respiração entra e sai do nosso corpo. Os raios de seu amor divino fluem incessantemente através de nós e, devido a esses raios, sentimos amor uns pelos outros.

 A luz da Pérola Azul ilumina o rosto e o coração; é por causa desta luz que damos amor aos outros. Se esta luz deixasse o corpo, este não teria brilho nem atrativo. Não serviria de nada para ninguém e teria que ser descartado. A Pérola Azul é a morada de Deus, a forma do Ser dentro de nós. Quando você começar a vê-la em si mesmo, também começará a vê-la nos outros. Ao continuar meditando, a luz se expandirá e você verá dentro: de si o cosmo inteiro.

 Quando mergulhar nesta luz, você saberá: "Eu sou Deus. Eu sou Brahman." Foi depois de ter esta experiência que o santo sufi Mansur Mastana disse: "Tudo o que vejo ao meu redor nada mais é que uma expansão do meu próprio ser. Eu não sou este corpo. Eu sou a luz que se propaga por toda parte."

Este estado é o ponto culminante da meditação. Nele, nossas limitações se desvanecem; nosso sentido de individualidade se dissolve. Atingimos a visão divina e assim não mais vemos o mundo repleto de dualidade e de diver­sidade.

 Em vez de vermos diferenças entre homem e mulher, oriente e ocidente, passado e futuro, compreendemos todo o universo como uma expansão de nosso próprio Ser. Percebemos que tudo é um jogo da Consciência e que, como a espuma e as ondas aparecem e desaparecem no oceano, tudo o que existe aparece e desaparece no Ser.

É para alcançar este estado que devemos meditar, devemos despertar nossa Shakti. Depois de o haver atingido, já não temos que fechar os olhos e nos sentar para meditar; a medi­tação acontece o tempo todo. Durante a meditação formal, experimentamos a felicidade suprema, mas mesmo durante a vigília experimentamos a alegria do samadhi, vendo todo o mundo desperto como uma expansão da mesma Consciência.

 Para onde quer que olhemos, vemos Deus. O que quer que escutemos, escutamos Deus. Isto é conhecido como o estado de samadhi natural, o estado dos grandes seres, e nele des­frutamos continuamente da felicidade que existe no coração.


A primeira pergunta que surge quando nos sentamos para meditar é? Em que devemos meditar? As pessoas meditam em toda sorte de objetos e recomendam muitas técnicas diferentes. Maharishi Patanjali fala da concentração, ou dharana, na qual focamos nossa atenção num determinado objeto para aquietar e focar a mente.

Pode-se concentrar a mente no coração, no espaço entre as sobrancelhas ou em outros centros do corpo. Pode-se também focar a atenção em um ser que se elevou acima da paixão e do apego e, quando a mente está ligada a um ser assim, assume suas qualidades. De fato, Patanjali diz que podemos nos concentrar em qualquer coisa em que a mente encontre satisfação.

Não obstante, o melhor objeto de meditação é o Ser ou Eu superior ou Divina Presença, ou alma, ou Espirito interior. Se o Ser é a meta da meditação, para que escolher outro objeto? Se queremos ter a experiência do Ser, devemos meditar no Ser. Se queremos conhecer Deus, devemos meditar em Deus.

 A mente se torna aquilo em que medita. O santo-poeta Sundardas cantou:
A mente que sempre pensa numa mulher assume a forma de uma mulher.
A mente que está sempre enraivecida queima-se no fogo da raiva.
A mente que contempla a ilusão cai no poço da ilusão.
A mente que se refugia sempre no Supremo finalmente converte-se Nisso.

Por essa razão, devemos escolher para objeto da meditação aquilo que constitui a nossa verdadeira natureza. Quando meditamos no Ser, não só temos a experiência do Ser como nos tornamos a própria forma do Ser.

Uma vez um buscador perguntou a um sábio:
                     Quem é este Deus em quem posso meditar?
                     Deus é a testemunha da sua mente — respondeu o sábio.
Esta testemunha é a meta da meditação. Os Upanishads dizem: "Ela vive na mente, mas a mente não pode conhecê-la, pois a mente é o seu corpo."17 O Ser é a testemunha da mente e é também a fonte da mente. No Kena Upanishad há uma afirmação: "Deus é aquele que faz a mente pensar mas a quem a mente nunca pode apreender.”

 Alguém em quem a mente pode pensar não pode ser a Verdade suprema, pois o Ser é a força motriz que existe por trás de todos os movimentos da mente. O Ser faz a mente pensar, a imaginação fantasiar e faz o ego repetir constantemente: "eu, eu, eu.” Do mesmo modo, Deus é aquele por cuja inspiração meditamos.

Na Gita, o Senhor Krishna diz:
‘Ó Arjuna, Isso brilha através de todos os nossos sentidos-, no entanto, é desprovido dos sentidos. Sustenta todos os sentidos, mas permanece separado deles. Experimenta as diferentes qualidades da natureza e, mesmo assim, permanece desapegado delas.”19

Quem é este ser que conhece todos os pensamentos positivos e negativos que vão e vêm na mente? Durante a meditação, quando temos problemas interiores, o ser percebe todos eles. O ser tem a forma do conhecimento. É aquele que nos faz conhecer tudo. Por exemplo: na meditação, surge algo dentro de nós.

Primeiro nos tornamos conscientes disto, sabemos que está surgindo. Depois sabemos exatamente que é. Nós identificamos isto como um pensamento bom ou ... mau. O que nos torna conscientes da existência de algo, e do que isto é exatamente, é o Ser.

 O Ser é a consciência pura, e não nossos pensamentos bons ou maus. Dentro e fora, qualquer ação que ocorra, o que quer que façamos, é o Ser quem nos torna conscientes do que está acontecendo.

Esta consciência existe constantemente, dentro de nós. É a pura consciência do 'Eu', sem forma ou atributo. Assim como conhece tudo o que é interior e exterior, ele conhece a si mesmo. Conhecer este conhecedor é a verdadeira meditação.

Como lidar com a mente
A meditação mais elevada é o estado de completa quietude interior. Neste estado, não surge na mente um só pensa­mento. No entanto, a maioria das pessoas não consegue alcançar de imediato o estado de tranquilidade. Por essa razão, é muito importante, para quem medita, compreender como lidar com a mente.

A maior parte das pessoas que medita comete o mesmo erro. Quando elas se sentam para meditar, não se concentram no Ser. E, em vez disto, correm atrás da mente tentando descobrir o que ela está fazendo. As pessoas sempre se queixam comigo: ''Quando tento meditar, vários pensamentos continuam surgindo em minha mente."

 Às vezes suas mentes estão cheias de raiva, às vezes de ódio, às vezes de luxúria. Em um momento, estão pensando em alguém que amam-, em outro, estão recordando suas más ações passadas e se enchem de remorso.

 Quanto mais tentam afastar os pensa­mentos, mais eles surgem. Em vez de meditar no Ser, veem-se meditando nos pensamentos da mente, como o buscador que se surpreendeu meditando num macaco.

Certa vez, um buscador foi a um Guru para aprender a meditar. O Guru disse:
                 Escolherei uma hora auspiciosa para sua iniciação e então o chamarei.
                  
Quando chegou a hora auspiciosa, o Guru chamou o buscador e fez todos os preparativos adequados para a iniciação. Ao terminar todas as partes do ritual, disse:
                 Vou lhe dar uma instrução importante. Quando sentar para meditar, incline-se primeiro para os quatro pontos cardeais e comece a •repetir o seu mantra. Mas lembre-se de uma coisa — o que quer que faça, não pense num macaco.
                  
                 Mas por que eu iria pensar num macaco? — perguntou o discípulo. — Nunca pensei num macaco em toda minha vida. Não me importam os macacos; só Deus me importa.
Quando terminou a iniciação, o jovem voltou para casa e sentou-se numa esteira, olhando para o leste. Tomou um gole de água sagrada e inclinou-se na direção dos quatro pontos cardeais. Depois começou a pensar na última instrução de seu Guru. "Que me disse o meu Guru? Ah, sim, 'não pense num macaco!'" Imediatamente apareceu um macaco em sua mente.

O buscador ficou perturbado. "De onde veio este macaco?", perguntou-se. Abriu os olhos e tomou outro gole de água sagrada. De novo, recordou o que seu Guru lhe dissera-, "Não pense num macaco." De novo, um macaco apareceu diante dele.

O buscador fez mais três, quatro, cinco tentativas para meditar e todas as vezes se viu diante do macaco. Finalmente, correu de volta ao seu Guru.

                 Ó Guru, ó santo vidente, que devo fazer? Antes de vir a você, não sabia como era um macaco, e agora, quando eu me sento para meditar, tudo o que vejo é um macaco.
                  
Isto é o que acontece quando tentamos subjugar a mente pela força, na meditação. Em vez de nos preocuparmos com os pensamentos da mente, em vez de tentarmos apagar os pen­samentos da mente, seria muito melhor se tentássemos com­preender a natureza da mente.

 O que é a mente? A mente não tem existência independente. Os Upanishads dizem que o próprio Ser se transformou na mente.20 A mente é apenas uma... forma contraída da Consciência suprema que criou o universo.

 O Pratyabhijnahridayam explica isto com um aforismo: Quer dizer, quando a Consciência desce de seu estado de Consciência pura e assume limitações, converte-se na substância da mente.

Isto é fácil de entender se pensarmos em que, de fato, consistem os pensamentos e imagens da mente. O cavalo, o cachorro e o camelo que aparecem na mente não são feitos de nada material; são feitos de Consciência...

O aforismo diz que a substância da mente que toma a forma de camelo, cachorro ou de cavalo nada mais é que uma pulsação da mesma consciência que formou o universo. Outro aforismo do Pratyabhijnahbridayam diz que svecchaya svabittau vishvam unmilayati,22 o que significa que a Consciência, a energia divina, criou o universo de seu próprio ser, sem ajuda de nada exterior a si mesma. Da mesma forma, quando a Consciência, ao assumir limitações, transforma-se na mente, começa a criar infinitos universos mentais.

 Há muitos universos exteriores, mas todos estão contidos na Consciência. Do mesmo modo, os universos que vibram na mente não devem ser considera­dos diferentes da Consciência. Se pode ver sua mente assim, terá uma meditação muito boa.

Deixe que sua mente dê quantas voltas quiser; não tente controlá-la. Simplesmente, testemunhe os diferentes pen­samentos conforme eles aparecem e desaparecem. Não importa que pensamentos e imagens surjam em sua mente; fique consciente de que eles não estão surgindo de algo material e concreto.

 São simplesmente fantasmagorias da Consciência e, por mais mundos de desejos, caprichos e pensamentos positivos ou negativos que sua mente crie, você deve entender que todos eles são um jogo da Consciência.

 Quando surgirem em sua meditação pensamentos ou imagens, mantenha presente a consciência da igualdade — a compreensão de que todos os objetos são apenas diferentes formas do Ser.

Fique consciente de que mesmo o pior pen- sarnento é Deus. Este entendimento é essencial para a medi­tação. Sua meta não é lutar com a mente, mas ser a teste­munha da mente. Saiba que você é a testemunha, o Ser, dei­xando que a mente vá aonde quiser. Se você meditar com esta compreensão — de que tudo o que existe é Deus —, a mente se acalmará de imediato e essa será uma meditação elevada.

O mantra
Outro grande meio de lidar com a mente é apoiar-se no mantra. Na índia, um ditado diz que a melhor forma de arrancar um espinho do pé é com outro espinho. Da mesma maneira, segundo as escrituras, quando queremos aquietar a mente que vagueia, recorremos à ajuda de um pensamento — o mantra.23

A palavra 'mantra' significa aquele que redime e protege quem o contempla. O mantra é a própria vida da meditação, a melhor de todas as técnicas. O mantra é uma palavra cósmica, ou vibração sonora. É a vibração do Ser, a verdadeira voz do Ser, e, quando mergulhamos nele, ele nos leva ao lugar do Ser.

Os mantras compõem-se de letras que formam palavras, e estas formam sentenças que nos levam à sua meta. Tanto na vida espiritual como na mundana, realizamos todo o nosso trabalho através de mantras, através de palavras. Sem palavras não podemos nos comunicar uns com os outros.

Os mantras dão seus frutos muito rapidamente. O grande santo Tukaram disse: "Quando o nome de Deus está na língua, a liberação está em sua mão." Isto não deve nos surpreender, pois na vida mundana usamos palavras e estas dão fruto imediatamente.

Posso fazê-lo feliz num instante, usando algumas palavras doces, elogiando-o e dizendo-lhe o quanto você é belo. Também posso perturbá-lo, usando alguns insultos, dizendo o quanto você é ruim.
Certa vez, um santo estava fazendo uma palestra sobre o mantra. Ele dizia:
            O mantra é grandioso. O mantra nos leva a Deus.
Alguém gritou do fundo da sala:
            Como você pode dizer que um mantra nos leva a Deus? Se eu disser pão, pão, pão, vou conseguir este pão?

            Sente-se, bastardo! — gritou o santo.
Ao ouvir isso, o homem ficou furioso. Começou a tremer e seus cabelos ficaram arrepiados. Até sua gravata começou a vibrar. Ele gritou:
               Você se chama de santo e logo usa uma palavra tão suja comigo?
               Sinto muito, senhor — disse o santo. — Por favor, acalme-se e diga-me o que aconteceu.
                
            Você tem a audácia de me perguntar o que aconteceu? Não percebe que me insultou?
            Apenas usei um insulto, e que efeito tão poderoso causou sobre você! — disse o santo. — Se é isto o que acontece com um insulto, o que o faz pensar que o nome de Deus, que é a Verdade suprema, não tem seu próprio poder e não vai afetá-lo?
             
Se os insultos podem fazer nosso sangue ferver, por que o nome de Deus não tem o poder de nos transformar?
O mantra tem um poder extraordinário. Os sábios da índia, através do poder do mantra, podiam queimar montanhas inteiras sem fogo. Através do poder do mantra, podiam criar universos inteiros.

As escrituras dizem: mantra Maheshvara, "O mantra é Deus." Não existe diferença entre Deus e o Seu nome; o mantra tem todo o poder de Deus. Na Gita, o Senhor diz: mantro'ham [em todos os rituais), “Eu sou o mantra."24

Quando repetimos o mantra, devemos voltar nossa atenção para dentro, para o lugar que é a fonte do mantra. À medida que repetimos o mantra, este penetra toda a região de nossa mente, de nosso intelecto e de nossa imaginação, e a purifica por completo.

É muito importante repetir o mantra com a compreensão do seu significado. Além disso, quem quiser alcançar o poder do mantra, quem quiser fundir-se com o mantra deve ter a consciência de que a meta do mantra é o seu próprio Ser, e que não há diferença entre nós mesmos, o mantra e a meta do mantra.

 Se ouvimos um insulto, imediatamente nos identificamos com o objeto deste insulto, e por isso ele tem um efeito tão grande sobre nós.

A única razão pela qual um mantra não nos afeta tão profundamente quanto um insulto é que não nos identificamos com ele da mesma maneira. Se uma pessoa mantém separados o mantra, a meta do mantra e a si mesma, nunca realizará a meta do mantra.

 O Shivaísmo da Caxemira diz que devemos meditar em Deus, tornando-nos Deus; só então podemos alcançá-Lo.25

Existem oitenta e quatro milhões de mantras que podem ser encontrados em livros ou obtidos através de diferentes mestres. Contudo, um mantra não é verdadeiramente eficaz, a menos que seja um mantra consciente, um mantra vivo.

 Um mantra consciente é recebido de um Guru que o recebeu de seu próprio Guru, que por sua vez repetiu este mantra e alcançou a plena realização de seu próprio Ser interior. Tal mantra traz consigo o poder pleno da realização do Guru, e, quando o repetimos na meditação, esta se torna preenchida pela força desta realização.

 O poder que flui através de um Guru que realizou o Ser é o poder outorgador da graça do Supremo, e este mesmo poder existe em seu mantra. Tradicionalmente, o Guru inicia um discípulo por meio de um mantra e o mantra é um dos meios pelo qual o Guru dá Shaktipat.

 Quando o repetimos com grande amor e reverência durante a meditação, ele começa a trabalhar dentro de nós. A energia do mantra consciente do Guru, que é a energia do Guru supremo, entra em nós e desperta nossa própria energia interior, nossa própria Shakti....

O último fator na meditação é o pranayama, o processo respiratório. Praticam-se muitos tipos diferentes de pranayama.

Algumas pessoas o praticam tanto que arruinam a mente, o intelecto e o corpo. Na meditação, o processo respiratório deve ser natural e espontâneo. Não devemos tentar perturbar o ritmo natural da respiração.

A mente e o prana trabalham integrados. Deixe que o ritmo respiratório seja natural. Com a repetição do mantra, a respiração entrará e sairá com o ritmo do mantra e se estabilizará por si só.
Swami Muktananda.

Este texto está livre para divulgação desde que seja citada a fonte

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Que Deus me liberte para sempre da sombra do karma, quero seguir na luz do bem, livre para ser feliz.

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