Dez hábitos que fazem mal à visão e cuidados com a lente de contato
Luiza Toschi -
Dentro do carro em movimento, assistir TV de muito perto,
dormir com lente de contato, não retirar a maquiagem antes de dormir, usar
colírios sem prescrição médica e cutucar o olho sem lavar as mãos são hábitos
comuns do dia a dia. A questão é que estas práticas podem prejudicar a saúde
dos olhos e fazer mal à visão.
Este é um dos sentidos mais usados na rotina e mais
suscetíveis a problemas produzidos pelo próprio indivíduo. Um bom exemplo é que
quem precisa de óculos ou lentes de contato fica absolutamente dependente da
correção, mas não presta atenção nos devidos cuidados de higiene e saúde até
que algum problema ocorra.
— É comum que se force a vista, não se cuide da saúde dos
olhos e não se faça o acompanhamento com o oftalmologista, mesmo que se sinta
dores de cabeça ou enjôos, por exemplo — observa o oftalmologista clínico
Richard Yudi Hida, colaborador e membro do Grupo de Estudo em Superfície Ocular
do Departamento de Oftalmologia da USP.
O médico explica que quando se faz um exercício exagerado, a
musculatura do corpo fica cansada. Com os olhos é a mesma coisa:
ficar dez horas na
frente do computador e forçar a vista para enxergar no escuro ou em movimento
provocam a fadiga dos olhos. Ele oriente sobre a importância de preservar
hábitos saudáveis como alimentação balanceada, higiene e exames preventivos
para preservar a saúde ocular.
Sobre lentes de contato, Dr. Richard diz que elas devem ser
higienizadas com produto adequado com a frequência indicados pelo
oftalmologista, retiradas para tomar banho e para dormir. O médico reforça que
os olhos devem relaxar e respirar para que não sejam mais um problema para a
saúde.
Para garantir o relaxamento dos olhos, a recomendação é
fechá-los levemente por algum tempo e depois olhar para longe, na paisagem,
pelo menos seis metros a frente. Esta distância deixa o foco no infinito, por
isso o olho não fica focando em nada e consegue relaxar.
Usar muito o celular faz mal?
Considerando que ver TV de muito perto, ler no escuro ou ler
no carro ou no ônibus em movimento são hábitos listados como prejudiciais à
saúde dos olhos, é quase automático imaginar que as horas que se passa na
frente da tela do celular ou do tablet sejam a condenação dos olhos.
O oftalmologista Richard Yudi Hida explica que não existe
nenhuma comprovação de que o uso dos celulares faça mal à vista. Sua principal
observação sobre o assunto é a respeito da emissão da luz azul pela tela do
aparelho.
— O corpo humano regula o ciclo do dia a partir da emissão
de luz azul no ambiente. Por emitir essa cor nas telas, o uso exagerado dos
celulares não causam um tipo de problema nos olhos, mas podem ajudar a bagunçar
o sono — diz.
O médico explica que é como se o organismo perdesse a
referência de quando é dia e noite e desregulasse o descanso. Por isso, reduzir
o uso dos celulares à noite é bom para controlar o estresse e regular a vida
social e também para tranquilizar o sono.
Não enxergo 3D, e agora?
O Dr. Richard Yudi Hida afirma que pessoas que não enxergam
3D na verdade têm baixa de visão em pelo menos um dos olhos. Ele explica que a
noção de profundidade acontece com a integração da boa visão nos dois olhos.
Por isso, ter o grau desregulado em um dos olhos ou mesmo um princípio de
catarata podem prejudicar o entretenimento 3D.
Aqui temos outro artigo do jornal muito interessante
Lentes de contato exigem cuidado e bom senso para não
prejudicarem a visão
Camilla Muniz
O caso da estudante taiwanesa Lian Kao, que ficou cega após
usar um par de lentes descartáveis por seis meses, circulou o mundo pela
internet e chamou a atenção para o quanto a utilização incorreta desses
acessórios é perigosa para a saúde.
Sem higienizá-los adequadamente, a moça, de
23 anos, acabou contraindo uma ameba, que devorou parte dos tecidos oculares.
Segundo especialistas, casos de complicações causadas por lentes se tornaram
comuns devido ao abuso do tempo de permanência com elas e à falta de cuidados
dos usuários.
Em contato com os olhos, os acessórios têm água, umidade e
material orgânico disponíveis para virar um meio de cultura para fungos,
bactérias e também a ameba Acanthamoeba keratitis, que se alojou no globo
ocular da taiwanesa.
— Usando corretamente, o risco é praticamente zero. Mas se a
pessoa não limpa as lentes como deveria ou não faz a troca após a perda de
validade, elas começam a reter um agregado de partículas e perdem a mobilidade.
Com isso, passa a não haver oxigenação suficiente na parte da frente do olho, o
que pode danificar a córnea — explica o oftalmologista Aldo Barcia, diretor
médico da Clínica de Olhos São Francisco de Assis.
Pessoas com olhos secos são mais propensas a ter essa
redução na oxigenação, o que as torna ainda mais vulneráveis a infecções.
Dependendo da gravidade do problema, pode ser preciso um transplante de córnea.
Por isso, a recomendação é que de, ao menor sinal de desconforto, o usuário de
lentes de contato suspenda o uso e procure logo o médico.
— Quem usa lente tem baixa sensibilidade na córnea. Então,
quando a dor surge, a situação já está mais séria do que parece — diz Barcia.
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do
Instituto Penido Burnier, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, menores
são os riscos de sequelas. Além disso, ele alerta para a obrigatoriedade de
consultar um especialista ao optar pelo uso de lentes de grau ou coloridas. Só
um médico está apto a indicar o melhor tipo do produto (gelatinosas, rígidas ou
semirrígidas) para cada paciente, de acordo com resultado de exames capazes de
medir a curvatura da córnea e detectar o astigmatismo
Jornal Extra-globo Bem-viver
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