CONSCIÊNCIA ENCARNADA
FORÇA ESSENCIAL QUE MOVE O CORPO.
- Primeira parte.
O intuito deste texto é apresentar esclarecimentos e evidências
incontestáveis sobre a existência de uma força que dirige, controla e anima o
mecanismo neuroorgânico de cada um de nós: a Consciência Encarnada.
Antes de nos aprofundarmos, faremos um breve apanhado histórico
sobre esta força inteligente cujo atributo principal é a inteligência.
01. Pré-História
Através das escavações arqueológicas somos capazes de examinar
que o homem de Neanderthal, que viveu no período de 60.000 a 35.000 anos a.C.,
não só tinha consciência da morte como também da sua transcendência e
renascimento.
Os mortos eram sepultados com os objetos que
acreditavam serem úteis na jornada para outro mundo e outra vida. Desta forma, concluímos
que estes primitivos sabiam, de alguma forma que algo inteligente residia no
corpo, ou melhor, que este era animado por uma força.
02. Alma
Os antigos egípcios (5.000 anos a.C.) afirmavam que
uma força essencial movia o corpo. Ela tinha como atributo a inteligência e se
libertava do mundo físico no momento da morte.
Era crença que
a alma
(ba — na linguagem egípcia) levava consigo as características físicas e
comportamentais adquiridas neste mundo para a terra dos mortos, podendo
retornar através da reencarnação.
Os seguidores
da tradição hermética acreditavam que ela detinha a força do Todo, podendo
receber e transmitir a energia constante em todo o Universo.
Já Aristóteles
preconizava a alma como o princípio vital do Homem. Anaxímenes dizia que a alma
mantinha agregada a si, por atração, o corpo. No próprio vocabulário grego a
palavra psique significa alma, mente e vida. Portanto, concluímos que
alma é o princípio vital que
movimenta um corpo.
03. Espírito
Do latim Spiritus, que significa respiração ou
ar. Ao longo
do tempo, pessoas de várias crenças religiosas vêm empregando o conceito de
espírito de maneira totalmente errônea. O espectro que se manifestava em
formato antropomórfico, e que já não pertencia a este mundo tridimensional, era
chamado de espírito.
Na verdade
a expressão espírito significa vida transcendente, força e energia
que advém da alma. Num sentido mais amplo, o espírito de qual-
quer coisa é a qualidade vital que torna a manifestação possível.
Em nosso próprio dia-a-dia utilizamos o termo espirituoso para
designar um indivíduo que é cheio de energia e astuto.
4.Consciência Encarnada
Agora chegamos bem próximo do conceito da força que
rege a totalidade mente-corpo. Chamarei esta força inteligente de Consciência
Encarnada.
Esta terminologia será empregada daqui em diante no lugar de alma e
espírito, no intuito de nos desvincularmos de outras concepções religiosas, místicas e
sacras tão peculiares à este tipo de tema.
Além do mais, a preferência ao termo Consciência
Encarnada é devido a sua abrangência de definição, ampliando racionalmente o
conceito até então conhecido apenas através de doutrinas secretas, religiões e
seitas.
Consciência Encarnada é uma expressão inteligente e
individualizada da Totalidade que atua em interação com o meio ambiente físico
e mental.
Para quem
vivenciou ao menos
uma experiência fora do corpo (EFC), poderá compreender melhor que me refiro. Ao longo de sua
permanência junto ao corpo físico, a
consciência encarnada terá adquirido conhecimento e evoluído relativamente.
Graças a esta relação,
podemos assim construir a entre as
realidades de dois mundos distintos que coexistem simultaneamente, ou seja, a
realidade do corpo humano e a realidade da consciência encarnada.
05.Totalidade
Mencionei acima o termo Totalidade. Me refiro à fusão
de
Iodas as consciências. O chamado Deus de todas as religiões é a
união total destas consciências em seus variados níveis de evolução. Somos a
própria manifestação deste Todo individualizado.
06.Evolução
A consciência, independentemente de estar ou não
vinculada
a um corpo físico (quando não mais possui um corpo físico, perde
a denominação de consciência encarnada e passa a ser somente
consciência), possui várias maneiras de evoluir.
Considerando isto,
podemos classificar três tipos diferentes de consciências em fase
evolutiva, como segue:
06.01 — Consciências que acreditam que a reencarnação
é a
maneira mais eficaz de expurgar suas máculas. Após um determinado período de
permanência neste plano tridimensional, concluem por si
só, que estarão prontas para assumirem a posição de seres que não mais
necessitarão reencarnar.
06.02—; Consciências que se submetem ao plano tridimensional no
intuito de angariarem conhecimento.
06.03— Consciências que simplesmente gostam do plano
tridimensional e dele não querem se desvincular. Daí o eterno ciclo reencarna
tório.
Para as consciências, que se encaixam nos conceitos
06.01 e
06.03, a única maneira de se desvincularem do plano tridimensional é através da
autoconsciência transexistencial.
Isto significa que, a
partir do momento em que a consciência adquirir conhecimento ou reconhecimento
sobre si mesma e sua transcendência, poderá dominar suas próprias falhas
existenciais, e assim, queimar etapas no seu
caminho evolutivo.
No entanto, para a consciência que já atingiu o reconhecimento
sobre sua própria verdade, não mais necessitará de
veículos físicos, a menos que deseje, e se tornará com o próprio Todo.
Antes de prosseguirmos com os estudos, ressalto que ao
citar o
termo consciência, não estou me referindo à consciência da Psicologia.
Esta
ciência designa o termo como a condição subjetiva e inacessível da atividade
psíquica, cujas alterações são simplesmente provocadas por mudanças bioquímicas
do corpo.
Conforme mencionado
anteriormente, coloco na arena do conhecimento uma consciência que
independe do corpo físico, indestrutível, que anima o organismo humano e capaz
de dominar todas as funções organo-bioquímicas.
08. Fatos sobre a
existência da Consciência Encarnada
A questão sobre a existência dos estados físicos e
mentais são
conhecidos como problemas de corpo-mente ou físico-psíquico.
A ciência vem empenhando-se para encontrar a interação
entre estes dois mundos. Temos, como exemplo deste esforço, o surgimento da
medicina psicossomática, que visa identificar o problema mental que poderá ser
o provável fator causador de uma disfunção orgânica.
Na mesma linha
de raciocínio encontramos a homeopatia. Mas os pesquisadores não passam da pura
manifestação do estado mental. Para
muitos basta saber que a tensão psicoemocional excessiva provocará uma
disfunção gástrica.
Mas o que
ocorre por detrás deste processo
doentio? Que fatores ou o que provoca determinada alteração física?
O que faz um indivíduo se autodestruir ou mesmo se locomover?
Como seria o comando do cérebro para os músculos? Como o organismo “sabe” que
tal comando é para efetuar determinada função motora? O que provoca tal
transmissão de energia para que isso
ocorra?
Sob a perspectiva do domínio da consciência sobre o
complexo neuro-orgânico, sabemos que as emoções ou estados mentais são extensões
energéticas de manifestação desta força inteligente.
Certo tipo de energia consciencial transforma-se em
sentimentos, e os mesmos transformam-se em energia orgânica positiva ou
negativa, sendo
danosa ou não para a harmonização e o desenvolvimento orgânico.
Mesmo assim, isto ainda não é o que origina as disfunções conhecidas como
doenças ou distúrbios. Temos por detrás deste complexo de
sentimentos, emoções e estados mentais, uma consciência inteligente que
assimila, classifica, traduz e processa infinitas informações.
Por isso o
surgimento deste tratado. Existe definitivamente uma força que
guia e rege todas estas e demais funções: a consciência encarnada.
Muitos cientistas assumiram a visão epifenomenalística, acreditando que o Homem
não passa de reações químicas. Ora, vamos partir da seguinte analogia. Digamos
que alguém necessite imputar as duas pernas.
A ausência
destas não fará o indivíduo per-
dia sua identidade.
Mesmo assim,
imaginemos que por uma fatalidade ainda maior este mesmo indivíduo tenha que
cortar os dois braços
e retirar parte de seu fígado. Após tudo isto, ele continuará a manter sua
identidade a despeito do problema em si.
Isto significa que existe
uma força central que reside naquele corpo e que mantém sua identidade e seus
maneirismos, muito embora parte de seu corpo tenha sido eliminado. Então, mesmo
assim, alguém poderá dizer que o cérebro é o que comanda e mantém a autoconsciência.
Pessoas que sofreram alguma intervenção cirúrgica
cerebral, tais como remoção par-
cial, lobotomia, hemisferectomia, ou mesmo danos acidentais, continuaram
mantendo a auto-identidade.
Nos casos de
amnésia profunda
e danos cerebrais sérios, existe uma explicação que gostaria de reservar para
depois. A crença científica de hoje me faz
recordar a passagem histórica de Aristóteles, que dizia que a mente eslava
localizada no coração. Tal ideia foi mantida durante dezenas de anos com todo o
absolutismo.
Outro ponto a considerar é a consciência de estarmos
vivos.
Cada um de nós mantém a individualidade do “EU”. Mesmo
logo após o sono, ao acordarmos, sabemos que somos nós mesmos e
quanto a isso não há dúvida. Se fôssemos tão mecânicos assim, provavelmente
teríamos nossa memória frequentemente adulterada por
lapsos de ordem física.
Esta analogia leva-nos
ao interacionismo entre consciência encarnada e o corpo.
Mantenho o
embasamento neste conceito, pois, tenciono sugerir que o cérebro, bem como o resto
do sistema orgânico, é possuído
pela consciência encarnada e não ao contrário.
A consciência está sempre
em atividade, é o programador ativo do cérebro e este é a
peça que executa os comandos (veja explicação do hiperfluxo mais a frente).
Isto mostrará que a consciência não é um simples ego, mas incrivelmente
poderosa no que concerne a várias atividades, sejam físicas ou conscienciais.
Geraldo Medeiros Jr.
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