A Prática da Meditação Esotérica
Não é um mistério que todo o nosso mecanismo — os
veículos dos corpos, emocional c mental — emite algum tipo de som. Visto que
cada um desses veículos tem diferentes níveis e diferentes cordas, o som às
vezes parece uma sinfonia, às vezes um ruído.
Algumas pessoas emitem ruídos; outras, música. Se os
três corpos de um homem são saudáveis, ele compõe música de acordo com o seu
nível, e se está altamente alinhado e é uma personalidade de alma infusa, dele
emana uma sinfonia de grande beleza.
No futuro, grandes cientistas criarão um ouvido
mecânico para ouvir os sons dos corpos físico, emocional e mental, e farão seus
diagnósticos de saúde ou doença nessa base.
Eles terão a diagnose mais aperfeiçoada quando esse
“ouvir” for criado e a técnica de decifrar as notas for realizada com
perfeição. Os cientistas serão também capazes de ouvir a nota da alma e de
determinar-lhe a idade ou o desenvolvimento.
Ao entoar o OM estamos realmente liberando as
verdadeiras notas de cada átomo nos três planos, e sincronizando-as com a nota
da Alma.
Não devemos esquecer que foi o homem real que reuniu a
substância dos corpos ao redor dele através da entoação de certas notas, e de
novo, quando esse homem alcançar a liberdade, ele será capaz de criar veículos
mais aperfeiçoados ou de destruir seus veículos e liberar as pequenas vidas dos
veículos, também pela entoação de certas notas.
Depois de entoar os três OMs com grande aspiração e
concentração, você está pronto para começar a meditação no nível mais elevado
de consciência sobre o qual você se focalizou; isto ocorre devido às etapas
anteriores de alinhamento, invocação e entoação do OM.
Assim, você
está livre dos sortilégios do nível astral e das ilusões da mente inferior,
livre do assédio de pensamentos ou forças desagradáveis, e pronto para abrir
suas velas ao mar infinito de ideias, energias e impressões divinas.
A PRÁTICA DA MEDITAÇÃO - Parte I
A meditação é realizada no plano mental e na luz do
Anjo Solar. Nosso objetivo é expandir nossa comunicação com os mundos objetivo
e subjetivo, fazendo uso de objetos de meditação denominados “pensamentos
seminais”.
Patanjali diz: “A consciência de um objeto é alcançada
pela concentração em sua quádrupla natureza:
A forma — através do exame.
A qualidade (gunas) — através da participação
discriminadora.
O propósito — através da inspiração (ou beatitude).
A Alma — como causa — através da identificação.”
Estamos cientes de que a concentração é uma habilidade
muito importante. Podemos nos concentrar em qualquer nível se a energia da
vontade for utilizada para manter a substância do plano determinado focalizada
no objeto.
A concentração
não é possível sem a energia da vontade.
A concentração de que Patanjali fala é estendida a
quatro níveis de consciência:
A forma é mantida à luz da sétima, sexta e quinta
camadas da mente, para exame.
A qualidade é contatada na quarta e terceira camadas
da mente, à luz do Anjo Solar.
O verdadeiro propósito do objeto da nossa
meditação é contatado no plano mental superior, especificamente no segundo
nível, onde registramos a inspiração dos centros superiores.
A verdadeira causa ou “alma” do objeto é
contatada no primeiro nível do plano mental, onde é possível a identificação
com “a alma” e com os centros superiores do mundo subjetivo.
Toda a nossa natureza está em movimento. Os átomos de
todos os nossos corpos estão ou em progressão ou caindo no sono. A meditação é
o melhor meio de pôr os átomos da inércia em movimento e a seguir no ritmo,
elevando assim a qualidade dos corpos e aumentando neles a quantidade dos
átomos rítmicos.
No Sutra das quatro perspectivas, temos quatro técnicas muito
importantes para a meditação:
1.
A forma, através do exame.
2.
A qualidade, através da participação discriminadora.
3.
O propósito, através da inspiração.
4.
A causa, ou alma, através da identificação.
Exame significa comparação com outros objetos, com partes do mesmo
objeto, com o “ideal” do objeto. O exame é feito por percepção direta, na
concentração. Ioga significa também concentração. Concentração é progressão
para o centro e um ato de unidade com o centro, com o núcleo.
A primeira parte da regra é dirigida à forma, e tudo nos mundos físico,
emocional e mental tem uma forma. Temos até mesmo formas sutis denominadas
protótipos. H. P. Blavatsky, na obra A Doutrina Secreta, diz que
“o Ocultismo ensina que nenhuma
forma pode ser dada a qualquer coisa, quer pela natureza, quer pelo homem, cujo
tipo ideal não exista no plano subjetivo”.[1]
Nossa primeira perspectiva é a Forma, e a forma é examinada pelos
nossos cinco sentidos, pois cada forma influencia os cinco sentidos. Um objeto
pode ser tocado, visto, ouvido, cheirado e saboreado.
Até mesmo uma forma de pensamento
pode ser examinada pelos cinco sentidos, em níveis sutis, mas, ainda assim,
permanecer no mundo da forma. Qualquer objeto assim examinado é melhor e mais
plenamente conhecido.
A segunda perspectiva é a Qualidade, que é encoberta pela forma.
A qualidade é a consciência da forma, o mecanismo de resposta por trás da forma,
o aspecto da alma, o aspecto do raio, o aspecto impulsivo, motivador, direcionador,
subjetivo.
As virtudes são qualidades.
Para melhor compreender a qualidade precisamos recorrer à palavra sânscrita
original. Em sânscrito, o termo para qualidade é guna.
De acordo com os sábios da índia, temos três espécies de átomos em
nossos veículos e em todas as formas da natureza. Temos átomos de inércia,
átomos de movimento e átomos de ritmo.
Esses átomos compõem os nossos
veículos e todas as formas da natureza. Em sânscrito, são denominados tamas,
rajas e satva. Essas são as três qualidades ou gunas.
Todas as formas, em todos os níveis do plano cósmico físico, são feitas
de substância. E essa substância pode mostrar uma dessas qualidades, de acordo
com o plano em que ela atua, e de acordo com a força ou energia que expressa.
Os átomos da substância têm um dos três movimentos:
Movimento rotativo
Movimento cíclico espiralado
Movimento progressivo, à frente, ou movimento
progressivo cíclico e rotativo.
Isto é válido para todo o plano cósmico físico, desde o plano da matéria
até o plano do puro espírito. Nossos corpos, emoções, pensamentos, ideias,
visões ou inspirações são todos substanciais e expressam uma dessas qualidades
ou gunas: mais especificamente, inércia, movimento e ritmo; ou movimento
rotativo, movimento cíclico espiralado e movimento progressivo, cíclico e
rotativo.
Individualmente, cada um de nossos corpos pode ter essas três
qualidades, mas uma delas predomina. O corpo físico e as formas físicas podem
ser controladas por inércia, por movimento ou por ritmo. Se a inércia dá lugar
ao movimento e o movimento ao ritmo, dizemos que o corpo está no processo de sublimação.
O Mestre tibetano diz que quando o corpo animal do homem pré-humano
alcançou a mais alta vibração sátvica ou rítmica, a individualização tornou-se
possível.[2]
A qualidade da inércia cria a concreção na substância. A qualidade do
movimento cria atividade senciente e a qualidade do ritmo cria atividade mental
na substância.
O reino mineral tem predominância da guna da inércia; o reino vegetal,
basicamente da guna do movimento; o reino animal, principalmente da guna do ritmo.
Mas todas essas gunas são relativas entre si. Por exemplo, o ritmo do
corpo físico é inércia em comparação com o ritmo do corpo emocional.
O ritmo do corpo emocional é movimento em comparação com o ritmo do
corpo mental, e inércia cm comparação com o corpo causai.[3]
O ritmo do corpo mental é inércia em comparação com o corpo átmico e
movimento cm comparação com o corpo causal.
Também podemos dizer que a personalidade, a Alma e a Centelha formam uma
trindade; a personalidade representa a inércia, a Alma representa o movimento
e a Centelha representa o ritmo.
Todas se referem às qualidades com as quais as formas estão carregadas.
Essas são as três gunas, as três qualidades. E todas as três podem ser
encontradas em cada corpo em várias porcentagens.
Estudemos o diagrama a seguir:
DIAGRAMA I
DIAGRAMA I
Legenda: I
- Inércia
M — Movimento R - Ritmo
|
DIAGRAMA II
Vejamos isso
sob outro ângulo.
Domínio Divino___________________ I
|
Essa questão pode ser explicada um pouco mais supondo que tenhamos três
aviões: um se desloca a uma velocidade de 50 km por hora, o segundo a 500 km
por hora e o terceiro a 5.000 km por hora. Se você comparar 50 a 5.000, os 50
km/h são inércia. Se comparar 500 a 5.000, os 500 km/h são movimento. Se
comparar 50 com um objeto parado, os 50 km/h são ritmo.
Na verdade, o rajas, que representa movimento ou movimento cíclico espiralado,
é uma relação entre as gunas sátvica e tamásica. É um ponto de encontro das
forças de inércia e as energias do ritmo; duas correntes encontram-se e criam
um redemoinho, movimento, ou movimento cíclico espiralado.
Lemos no Bhagavad Gita que as qualidades, ou as três gunas, são
ativas: “Ninguém pode, por um instante que seja, deixar de agir, pois foi feito
para agir mesmo que involuntariamente, através dos poderes das gunas.”[4]
As gunas são encontradas no homem e também na Grande Natureza. Os sábios
da índia dizem que essas três gunas são responsáveis por toda a existência,
por todos os fenômenos nos mundos físico, emocional e mental. Um objeto é mais
bem conhecido se sua qualidade também é encontrada — a qualidade da inércia,
movimento ou ritmo.
Os sábios indianos dizem ainda que da inércia surge a estagnação, do
movimento vêm os vícios e do ritmo provêm todas as qualidades superiores que
chamamos virtudes.
Isto significa que, se a personalidade contém principalmente átomos de
inércia, a Vida Interior não será capaz de expressar-se em toda a sua glória, e
as energias irão estagnar e degenerar.
Quando a personalidade contém
mais átomos de movimento, o indivíduo será muito exteriorizado, auto impositivo,
exagerado e não avançará no Caminho. Todas as suas energias serão utilizadas
para propósitos egoístas e o homem viverá uma vida de vícios.
Mas se os átomos de seu corpo têm
uma alta porcentagem de átomos rítmicos, ele é um homem virtuoso, um homem que
irradia, um homem de amor, luz e poder.
É a porcentagem desses três tipos de átomos que condiciona a expressão
vital de um homem, ou de qualquer objeto ou ser. Sugere-se que o peregrino
medite sobre a qualidade do objeto “através da participação discriminadora”.
Participação significa
comunicação, comunhão mesmo. Um homem sente a qualidade do objeto através da
comunicação com ele e pode comunicar-se com um objeto se tiver a mesma
qualidade que o objeto tem.
Isto é como combinar duas notas,
como estar sintonizado. Se as notas têm a mesma vibração ou são oitavas,
dizemos que estão afinadas, em comunicação ou comunhão. Isto é participação.
Mas essa participação ou comunhão
leva a consciência à fusão e ao não-registro. Aqui entra a frase: participação
discriminadora.
Participação discriminadora
significa que o intelecto humano, embora em comunicação e em fusão, deve ter
ao mesmo tempo um sentido de distanciamento. Ele deve observar o processo de
participação, registrar individualmente o resultado da participação ou a
qualidade do objeto.
Assim, ele é unificação parcial com a quantidade do objeto, com a mesma
qualidade que temos em nós próprios, para medir e descobrir a qualidade do
objeto através da participação e experiência.
A qualidade do ritmo num objeto pode ser reconhecida e registrada por
nós, se tivermos a qualidade do ritmo; se não, não podemos participar da
qualidade do ritmo do objeto ou reconhecê-la.
Isto significa que, para ampliar
nossa comunicação ou nossa consciência, devemos desenvolver dentro de nós
mesmos as dimensões superiores das qualidades.
Suponha que você esteja meditando sobre a coragem.
Qual é a qualidade? Você pode descobri-la, se tiver a qualidade da
coragem, se for corajoso, se tiver praticado ações corajosas. Se não puder
descobrir a qualidade da coragem, você pode desenvolvê-la em si mesmo praticando
atos de coragem. Assim, você descobrirá qual é a sua qualidade.
Na meditação isso acontece naturalmente: primeiro, você supõe; depois, é
desafiado a provar a sua -suposição; em seguida, você tenta e, tentando,
desenvolve a qualidade da coragem na medida da sua sinceridade.
Você então verá a qualidade real de qualquer ato corajoso.
Verá quanta inércia ele contém, quanto movimento, quanto ritmo.
No decurso da meditação, intuitivamente você começará a traduzir os nomes
dessas três qualidades no seu sentido original, intuicional e simbólico.
Por exemplo, em vez de inércia, movimento e ritmo, você poderá
chamá-las: insensibilidade, agitação, serenidade; ou passado, presente,
eternidade; ou o que é observado, a observação e o observador; ou mesmo morte,
doença, saúde; ou silêncio, ruído, música.
Nossa terceira perspectiva é “o propósito através da inspiração”. O propósito
é o alvo da flecha. Esse alvo, esse propósito, é encontrado somente através da inspiração.
Aqui entramos em planos mentais superiores e registramos níveis
superiores de consciência, entrando em contato com a ideia subjacente ao
objeto.
Inspiração é o momento em que o
reflexo da Mônada, que é a alma humana, registra a mensagem oriunda do seu
íntimo. Isso acontece quando os passos precedentes da meditação foram dados
conscientemente e com cuidado. Inspiração é inalação; a Mônada, por um breve
segundo, inspira e a atenção do reflexo é harmonizada e direcionada para
dimensões superiores, para mais luz.
Através da “resposta idêntica”, o propósito do objeto é revelado. Assim,
a consciência é expandida c não se cristaliza nos planos mentais inferiores.
Não é fácil encontrar o propósito real do objeto na sua meditação
enquanto você não começar a ter experiências de inspiração. A inspiração é um
desdobramento progressivo na direção do âmago da luz, como um botão é atraído
na direção do sol.
Gradualmente, e na proporção de sua aproximação do sol, ele abre suas
pétalas e, quando alcança o sol, a semente do sol no botão ou flor é liberada e
se torna una com o sol.
No caminho desse processo e como
resultado de uma maior iluminação, o homem se toma criativo em todos os níveis,
e se dá conta do propósito, não só da sua individualidade, mas de toda a
criação.
Aqui deve ser mencionado que a fonte original de inspiração é a Mônada,
mas sua mensagem é registrada em níveis diferentes. Por exemplo, se o corpo
etérico-físico registra a inspiração, um grande fluxo de energia derrama-se
nesse nível e remove e purifica o maya, os impulsos cegos no corpo
etérico.
Se a inspiração é registrada no
plano astral, alguns dos sortilégios são removidos. Se no plano mental,
algumas das ilusões são removidas. Assim, o mecanismo da personalidade se
afina com o núcleo interior e pode expressar a voltagem de energia liberada por
sua entrada nesse interior mais profundo.
É somente através da inspiração que a verdadeira luz, o verdadeiro amor
e o verdadeiro poder são contatados e estes são usados, para que se pense o
propósito do universo manifestado.
A bem-aventurança é uma energia que emana do núcleo íntimo do ser humano. A bem-aventurança e a inspiração
constituem o mesmo processo, mas a inspiração é o ato de inalação pela Mônada,
no qual a alma humano é encaminhada para o âmago.
A bem-aventurança é o registro do
tipo de energia que é liberada por esse encaminhamento e inalação. Na verdade,
a inspiração é a resposta do núcleo interior, a resposta ao vôo invocativo que
você efetua na direção dos valores espirituais.
Nossa etapa seguinte é descobrir a causa, “a alma” do objeto da
meditação. Isso é feito através da identificação.
Temos duas espécies de identificação: uma é aquela em que o homem se
identifica com o lado formal do objeto: a segunda é quando o homem se
identifica com o lado vital do objeto.
A causa é encontrada nesta segunda identificação, porque o lado vital do
objeto é a causa do objeto.
Esta identificação não é fácil. As três etapas anteriores devem ser cumpridas
muito cuidadosa e inteiramente, se a pessoa quiser chegar à quarta etapa e,
assim, encontrar a causa do objeto através da identificação.
Sabemos que todo objeto tem uma forma, uma qualidade, um propósito e uma
causa. Esta última é o aspecto de vida do objeto. O aspecto vital não pode ser
compreendido por esforços mentais, mas somente através da identificação.
Depois do estágio da inspiração, o homem lentamente perde seu sentido de
separatividade e entra em profunda comunicação com o aspecto vital do objeto.
Este é o estágio mais elevado da meditação, o estágio em que a alma humana se
funde com o núcleo do Anjo Solar e experimenta uma felicidade imensurável.
Aqui o homem entra em contato com a alma do objeto e, por um breve tempo,
identifica-se com ela. Essa identificação produz o iluminamento ou iluminação
de todo o objeto.
Mesmo na última etapa, o cérebro e a mente do homem não estão em suspenso;
ao contrário, estão muito serenos e sensíveis a qualquer impressão do alto.
Assim, todos os estados de consciência são experimentados e a pessoa retorna à
sua consciência normal enriquecida e fortalecida pelo alto.
Torkon Saraydarian
Muito bom, mas ainda restaram algumas duvidas. Apesar de entender o processo em sí ainda não consigo visualizar bem a sua prática, sobre quais objetos você recomenda a meditação??
ResponderExcluirOlá Fernando, desculpe eu soó vi agora seu recado, eu tenho muitas tarefas para realizar e sou eletrica, virgem ascendente virgem, meurcurio no ascendente. Eu acredito que um dos objetos é o anjo solar, eu desenhei o Maha choan que está aqui no blog e medito muito com ele, e quando medito eu e o Sua consciencia nos unimos, é um trabalho de gotas, mas que com o tempo voce sente resultado... intuição, expansão da consciencia, desenvolvimentos de visão, audição, espiritual, e com o mestre eu me ligo com shambala e com meu anjo guardião. grata
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