A GULA – No eneagrama corresponde ao ENEATIPO VII:
A gula está
relacionada com uma fome insaciável, com a ingratidão, com o egoísmo. Aquele
que não conhece a gratidão não reconhece o que tem, “está” faminto, carente e
precisa se alimentar daquilo que carece, tem fome de felicidade. A criança é estimulada a comer para crescer e ficar forte, é ensinada a comer sem fome, sem horário e quando engorda, sente que está mais forte e poderoso do que os outros. Dharmadhannya
Maitri diz que a gula tem uma qualidade oral, bucal. No sentido
rotineiro, a palavra gula significa a ingestão demasiada de alimentos; mas, no
caso do no eneagrama, esse exagero não se restringe ao comer.
Pode ter ele um apetite voraz por
ideias, histórias, livros, drogas, comida, bebida ou qualquer outra coisa que o
faça sentir-se bem. Também pode ser um apetite de atenção, uma vez que, para
alguns, essa é uma coisa que os deixa “nas nuvens”.
Quando a pessoa pratica o trabalho espiritual, sua gula pode ser uma
gula de experiências contemplativas e estados místicos, de novas e diferentes
impressões da Verdadeira Natureza.
A gula é, na verdade, um apego ao consumo. É a necessidade de estar
constantemente ingerindo alguma coisa, mastigando e sentindo o gosto das
coisas, mas não necessariamente digerindo-as.
A falta de estímulos provoca ansiedade
essa que é um sinal de que sua fome interior está ameaçando chegar à tona da
consciência. Por trás da fome estão a dor e a angustia da árida esterilidade
interior, a sensação de deficiências vazia no âmago de sua personalidade.
Por isso ele tem fome e sede de
boas experiências, de experiências elevadas, transcendentes, jubilosas. Lá no
fundo, essa gula é uma tentativa
inconsciente de recuperar o paraíso perdido interior – o vínculo com a mãe e,
ainda dessa personificação , o vínculo com o
SER.
“Para o guloso o prazer em comer
é certamente a menos importante de suas manifestações, e ainda pode estar
mascarada por uma excessiva preocupação dietético-espiritual nascida do
sentir-se inconscientemente culpado de sua gula e assim a proibir.
Parece-me que no mundo de hoje, são mais
numerosas as pessoas deste caráter que de outros entre aqueles que pensam que
“somos o que comemos” e favorecem a dieta macrobiótica, o vegetarianismo e,
mais geralmente, a medicina natural.
A paixão pelo mais e melhor que é
a gula, manifesta- se de forma generalizada nas relações interpessoais como um
afã de degustar, de ser popular, de receber admiração.
Frequentemente, o homem guloso é
um adorador de sua mãe, e sua vida se orienta - como no filme Oito e Meio
de Fellini - em torno a uma imagem idealizada de mulher que representa o
princípio e fim de todos os prazeres e as boas coisas da vida.
Porém, também é importante a gula intelectual que faz deste o mais curioso dos caracteres,
tanto no sentido de uma busca de novos horizontes e experiências no mundo
concreto, como na busca abstraia, no mundo das ideias;
sente-se atraído pelas últimas
fronteiras do conhecimento com tudo o que apresentam de misterioso e exótico.
Aludindo a um defeito ainda mais
fundamental que a gula, Inchado caracterizava este tipo de personalidade como a
do “charlatão”.
Certamente trata-se de uma pessoa
loquaz, e sua loquacidade serve tanto para a exibição de conhecimentos
especiais como para “enrolar” os demais persuasivamente em suas ideias,
projetos e desejos.
Sua loquacidade serve principalmente para sua
gula - quer dizer, implica numa forma de conseguir o objeto de seus desejos
através de boas explicações. E tais boas explicações, e opiniões são
particularmente importantes quando se trata de ir além dos limites impostos
pelo ambiente.
É um caráter que apresenta certo
“frescor” que consegue o que quer por sua simpatia e engenhosos argumentos;
porém a “charlatanice” não se fundamenta só em boas razões, mas principalmente
na capacidade de encantar - que envolve não só inteligência e sutileza, como
também um certo nível de bem-estar e alegria sem os quais a pessoa não poderia
sustentar sua ascendência nem sua capacidade de convencimento.
Para conseguir este nível de bem-estar tem
que, naturalmente, enganar-se a si mesmo - pois o nível de sofrimentos ou de
conflitos não é intrinsecamente maior ou menor em um caráter do que em outro e
para este autoengano convergem a necessidade de manter uma fachada encantadora
da própria gula, pois mais importante ainda que o desejo de prazer é a evitação
da dor que este hedonismo traz consigo.
O caráter guloso se situa no
eneagrama a meio caminho entre o covarde e o luxurioso. Poderia ser descrito como uma
covardia mascarada em que a pessoa se refugia no prazer para evitar a angústia;
e poderia, por outro lado, entender-se como uma luxúria suavizada, que não
busca mais intensidade à custa da dor – como no EVIII - porém mais doçura.
Não se trata de um hedonismo do
tipo “motos e rock’ roll”, mas de um hedonismo do agradável e do evitar
o desagradável. O guloso compartilha com o caráter luxurioso a rebeldia, porém
não se trata de uma rebeldia aberta e direta, mas indireta e sutil para a qual
é mais apropriada uma palavra diferente: anticonvencionalismo.
Este caráter desdenha o costumeiro e se sente
atraído sempre pela inovação, pelo não-usual.
Talvez os traços mais destacados
do “narcisista” da psiquiatria norte-americana e do DSM-III sejam a boa imagem
de si e o sentir-se com direitos, em virtude de um talento especial, o que
certamente se aplica ao EVII.
Ainda que a pessoa projete uma
boa imagem de si e, em maior medida que os outros, sinta-se bem, pode-se dizer
que isto é fruto de uma contínua autopropaganda ante o mundo e ante si mesmo
que contrapõe uma também consciente insegurança.
Talvez por isso a boa impressão
que se esforça em causar no outro não é motivada por uma apresentação
arrogante de si mesmo, megalômana ou ostensivamente superior, mas corresponde
a de uma pessoa amistosa que insiste em uma aproximação igualitária, e espera
um reconhecimento especial não só por seu talento mas também por sua modéstia
e disposição fraternal.
É muito presente neste caráter o
mecanismo de defesa chamado “racionalização”, que supõe atribuir aos próprios
atos uma motivação diferente e socialmente mais admirável ou aceitável do que a
real - essencialmente a negação da parte gulosa e aproveitadora da pessoa, enquanto
mostra, de forma chamativa, um estilo generoso, dadivoso e serviçal.
Ao descrever um personagem deste
tipo entre seus caracteres, Elias Canetti observa que “não deixa que lhe
ofereçam sequer uma xícara de café”.
Um traço importante deste caráter,
ainda não mencionado, é o humor. O “guloso” não é só um falador simpático,
mas também uma pessoa que diverte e se diverte: sabe rir de si mesmo
(distanciando-se de suas emoções verdadeiras), sabe divertir e rir dos demais,
defendendo- se de tomá-los completamente a sério.
Quando inspecionamos as
observações dos clássicos em matéria de caráter, vemos que o retrato do caráter
guloso aparece em Teofrasto sob o nome de “loquacidade”13.
De forma bastante significativa. Teofrasto, ao
definir loquacidade, emprega uma palavra essencial para captar esta
caracterologia: a incontinência - no sentido de uma “incontinência do
discurso”.
Descreve este tipo como aquele
que está continuamente falando e não deixa tempo para respirar.
“E quando aturdiu uns poucos é
quem logo se dirige aos grupos e se dedica a distrair as pessoas que se reúnem
para falar de um assunto.
Vai às aulas ou à escola de luta
livre e perturba os alunos que estão tendo suas aulas mexericando com os
mestres e treinadores”
Evidentemente a imagem que
Teofrasto nos mostra é de uma pessoa que não só fala demasiado, mas também tem
um grande desejo de contato, é narcisista e sem delicadeza para com os demais:
“Impede com sua verborreia que se
desenvolva um juízo ou que se contemple o espetáculo no teatro ou que se coma à
vontade numa ceia (...)”
Com sua loquacidade este homem é
pouco receptivo, porém admite seu defeito e acomoda a crítica dos demais. É
como se com esta mostra de amabilidade esperasse a mesma condescendência por
parte de suas vítimas; uma indulgência parecida com sua própria indulgência.
Também encontramos o charlatão no
perfil do “traficante de notícias” de Teofrasto. Em nossos dias vemos o
traficante de notícias na pessoa que está a par do último escândalo ou das
últimas publicações acadêmicas; portanto tem informações para oferecer em troca
de ouvidos que o escutem.
Vemos aqui, na gula de contato, como a atenção
e o apreço são adquiridos por meio de palavras.
É claro que nos tempos da Comedia
Del Arte este tipo humano era bem conhecido e o encontramos na simpática
figura de Arlecchino. Assim o apresenta Carla Poesio em seu livro sobre as
máscaras italianas.
“Sou Arlecchino Batocio, de
Bérgamo, humilíssimo servo dos senhores. Quem é este homem desprezível? Parece
de borracha, com seus saltos e cabriolas, com as piruetas que mescla com as
palavras.
Usa uma máscara de couro com dois
pequenos orifícios para os olhos. Belo certamente não é, ao contrário. Pode dar
medo? Não! Olha que divertida é a forma como se move, sua voz de papagaio, os
gestos vivazes - que mescla com os despropósitos que saem de sua boca (...)
Não se sabe se é um pouco
estúpido ou se pretende sê-lo, e seus enredos certamente os cria sem maldade,
e termina sendo ele mesmo o mais enredado neles. Não tem muito desejo de
trabalhar, ao contrário, seu ofício é o de servidor, sem jamais encontrar um
patrão a seu contento.
Seu salário com frequência está
cheio de batatas e bordoadas. Merecidos ou não, ali está o problema. Que sou
ignorante não é culpa minha, sustenta, e conta a quem quiser escutá-lo que
quando ia para a escola, ocorreu um curioso acidente: uma vaca comeu seus
livros com muito apetite.
Como poderia interromper- lhe uma refeição tão
substanciosa? Não teve coragem. Deixou que a vaca lhe comesse a cartilha, a
tábua pitagórica e todas as demais fontes da ciência, até a última página.
Desde aquele dia em diante,
pobrezinho, não pode estudar. Não será uma boa desculpa, porém para Arlecchino
a história funciona, e ele mesmo é o primeiro a acreditar nela (...) Uma coisa
não lhe falta nunca: a fome.
É um eterno esfomeado. Quando está finalmente
por satisfazer essa grande voracidade que sente no estômago, e que parece
durar-lhe dias, semanas, meses, noventa vezes em cem algo se interpõe entre ele
e sua merenda. E então sonha.
Seu nome Arlecchino deriva da palavra lecchare
(lamber) em referência à fome e glutonaria. (Provavelmente primeiro se chamou
Lecchino e logo em seguida Arllecchino.)”
A gula, que o eneagrama assinala
como vizinha do medo, por mais que o caráter guloso não seja um em que a pessoa
conscientemente tenda a sentir-se intimidada. O guloso que se examina profundamente,
certamente chega a compreender que sua busca de prazer tanto quanto a evitação
da dor são uma reação de escape diante da angústia e uma forma de fuga de si
mesmo.
Naturalmente não se trata aqui de gula por
alimentos somente, corresponde à gula que descrevem os teólogos, e que a
psicanálise designa como oralidade receptiva, que constitui um gesto psíquico
semelhante ao de uma criança que mama, e bem se pode considerar como a
regressão de um adulto a esta posição infantil mais privilegiada na vida.
A gula não só evoca hedonismo em
um sentido sensual, como também num sentido mais amplo que inclui o não querer
incomodar-se e o prazer particular da não- frustração - quer dizer: a
autoindulgência.
Os teólogos também tinham razão ao colocar a
gula no começo da série mais antiga dos pecados (antes disso era tida como
orgulho): pois a atitude gulosa redunda em mais prazer que as outras e ,
portanto, é particularmente tentadora.
O obstáculo que a gula pode significar no
caminho da maturidade pode ser entendido à luz da divertida anedota de Oscar
Wilde que dizia: “A única coisa a que não posso resistir é à tentação.”
Mesmo a gula pertencendo à
família do medo, sua relação com a luxúria é igualmente estreita e se faz
visível de forma que as pessoas predominantemente gulosas se parecem às
luxuriosas tanto em seu hedonismo como em sua rebeldia. No entanto a luxúria busca
a intensidade e a gula busca prazer (e talvez mais decisivamente evitar a dor).
'
Parece-me que o círculo das nove
paixões básicas, apresentado por Ichazo constitui um refinamento da octada de
Evagrio não só pela inclusão do medo entre os pecados como por constituir
precisamente, um círculo e não só uma eneada:
uma ordenação das paixões e, um modelo
“psicodinâmico”; quer dizer, uma noção da origem de cada uma das paixões como
resultante de uma espécie de hibridização das vizinhas, da formação do conjunto
a partir de uma tríade básica e de cada uma destas básicas por transformação
de alguma outra.
É certo que a idéia de que uns
pecados procedem de outros não é nova na literatura cristã: dela falou particularmente
Casiano (ainda no século V) que, depois de passar vinte anos no Egito, veio a
radicar-se em Marselha.
Cada um dos oito últimos livros de seus Institutos
está dedicado a um dos pecados, ilustrados com exemplos bíblicos e com anedotas
dos monges egípcios. Segundo Casiano, cada um dos pecados deriva do precedente,
segundo uma ordenação que começa com a gula e termina no orgulho.
Mas parece-me que a ordenação das
paixões no eneagrama vai além das noções de Casiano tanto em exatidão como em
detalhe. À parte as relações psicodinâmicas entre medo, falsidade e comodidade
indolente, trajetos unidirecionais entre os pontos do eneagrama indicam
relações psicodinâmicas entre as demais paixões, apontando: como a ira
volta-se contra si, transformando-se em inveja autodestrutiva; como a
voracidade invejosa volta-se ao espelho, tornando-se generosidade alimentadora
do orgulho;
como a atitude de conquista
sedutora do orgulho transforma-se na conquista avassaladora da luxúria; como a
cobiça luxuriosa por autonegação transforma-se na cobiça impotente da avareza;
como o economizar-se e privar-se
da avareza engendra, compensatoriamente, a atitude de auto dissipação e
autoindulgência da gula; e, como uma vez mais, a doce autoindulgência engendra
um oposto: a severidade austera da ira.
Mais significativamente, a
psicologia transpessoal exposta por Ichazo constitui a expressão de uma
tradição
Lá no fundo, essa gula é uma
tentativa inconsciente de recuperar o paraíso perdido interior — o vínculo com
a mãe e, além ainda dessa personificação, o vínculo com o Ser.
A dor e a angústia da árida esterilidade interior, por isso a sensação de deficiência vazia no âmago de sua personalidade. Por isso ele tem fome e sede de boas experiências, de experiências elevadas, transcendentes, jubilosas.
A maioria das doutrinas espirituais nos dizem que o desejo é a raiz de todo O Amarelo aperfeiçoa essa compreensão e nos mostra que, quando o nosso desejo das coisas vem do amor que temos por elas, nós sentimos alegria no coração e, na verdade, perdemos todo e qualquer apego a elas.
Ou seja, quando o desejo é sentido em sua plenitude, transforma-se no amor altruísta. É o que sentimos quando amamos profundamente uma pessoa e esquecemo-nos totalmente de nós mesmos ao desejar o melhor para essa pessoa. Quando, porém, o desejo nasce da deficiência e da compulsão de preencher o vazio, tudo o que sentimos é desespero.
Por isso, talvez seja dizer que, se o sofrimento for a raiz do desejo, deste só há de resultado sofrimento.
O Aspecto Idealizado do Tipo Sete manifesta-se de maneira mais pronunciada
nessa busca da felicidade perdida da primeira infância. O estado de consciência
que ele busca reproduzir é, na terminologia do Caminho do Diamante, o do
Aspecto Amarelo da Essência, ou Aspecto de Alegria. O Amarelo é o estado de
alegria na alma que nasce do contato com as coisas que amamos.
O Tipo Sete não gosta de empanturrar-se de uma única coisa, especialmente
de uma coisa corriqueira e acessível. Gosta, isto sim, de provar um pouco de
muitas coisas diferentes — e, quanto mais estranhas, desconhecidas,
inexploradas e extraordinárias, melhor.
É como ir na La Basque e provar
uma colheradinha de cada um dos sabores de sorvete. Ele quer o entusiasmo, a
novidade das coisas desconhecidas e diferentes.
À semelhança de sua hiperativa
“mente de macaco”, o Tipo Sete passa rapidamente pela vida, buscando novos e
diferentes estímulos e navegando na crista da onda de expectativas elevadas
gerada por seus sonhos e planos idealistas e excessivamente otimistas.
Energeticamente, as pessoas de Tipo Sete costumam ser cheias de
adrenalina e de entusiasmo com a vida, ou melhor, com a ideia que fazem da
vida — e, como seria de se esperar, as glândulas suprarrenais são a parte do
corpo associada a esse tipo.
Essas pessoas se lançam de
foguete rumo ao futuro, a um futuro que parece guardar em seu seio a promessa
de um número cada vez maior de coisas interessantes.
Pode manifestar-se como um entusiasmo borbulhante ou como um deleite
muito silencioso e profundo. A doutrina do Amarelo diz respeito à descoberta
das coisas que nós realmente queremos, das coisas que realmente nos farão
felizes.
Quanto mais ouvimos atentamente ao nosso coração e procuramos saber o que
é que nos dá alegria, percebemos que essa alegria surge na mesma medida em que
somos realistas e encaramos sem medo a verdade do nosso ser, pois essa atitude
nos deixa um pouco mais próximos das profundezas da alma.
Percebemos também que a alegria
surge quando contemplamos o desdobramento do Ser — a Obra Divina — em todas as
formas por Ele assumidas em nosso universo. A compreensão do Amarelo nos revela
que nós amamos as pessoas que amamos e gostamos das coisas de que gostamos
porque essas pessoas e coisas nos manifestam e nos lembram aquilo que os
corações mais amam, a nossa Verdadeira Natureza.
A Alegria é uma celebração do Ser e uma celebração da participação no
Seu desdobramento, na Sua manifestação. Ela surge em medida tanto maior quanto
mais o nosso coração se abre, espontâneo e liberto do medo. A busca de
estímulos e novidades por parte do Tipo Sete é, na verdade, uma tentativa de
encontrar aquela felicidade que só pode provir da união com essa Bem-Amada de
todos os corações, a nossa Verdadeira Natureza.
Este texto é resultado de uma
pesquisa, é uma compilação inspirada nos mestres do assunto.
Sandra Maitri e Claudio Naranjo
especialistas em Eneagrama.
Pesquisado por Dharmadhannya
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