Como fazer uma Meditação Eficiente.
Huberto Rohden
A paz espiritual é
alcançada pelo sentimento de união com Deus.
1. Durante a
meditação não se deve “meditar”, isto é, pensar, analisar, discorrer
mentalmente sobre algum assunto. Comece a sua meditação
com a atenção na respiração e sinta a respiração da Unidade, da vida.
Sinta o amor da vida, da Unidade, da Divina Presença em seu coração.
2. Meditar
corretamente é pôr-se numa atitude de receptividade tal que a Fonte do Uno
(Deus) ou Divina Presença possa fluir
livremente para dentro dos canais do Verso (homem). Seja o observador e o observado, sinta a Divina Presença respirando com a Unidade , sinta a União.
3. Meditar é se
tornar um mediador, servir de intermediário entre a plenitude do Uno e a
vacuidade do Verso.
5. Meditar é ser 0%
pensante e 100% consciente.
6. Meditar é deixar
de ser ego-pensante para poder ser cosmo-pensado. Eu e
Pai somos UM-a só consciência
7. Pensar é um
processo de sucessividade analítica — conscientizar é um estado de
simultaneidade intuitiva. É a união da Personalidade
com a Alma, como Espírito ou Divina
Presença.
8. Meditar é ser
tudo sem fazer nada; é o nadir do ego e o zênite do Eu.
9. Quem medita
corretamente esvazia o seu ego de todos os obstáculos e obstruções e liga o seu
canal, assim esvaziado, com a plenitude da Fonte. O vazio é a entrega da
Personalidade para a Unidade. É o respirar com o Uno – sentir o amor da
Unidade, o amor de Deus no coração.
10. Segundo leis
cósmicas, a plenitude do Uno plenifica infalivelmente a vacuidade do Verso — e
esta cosmo-plenificação é diretamente proporcional à ego-evacuação.
12. Todo homem pode
e deve ser canal, para que as águas vivas da Fonte fluam através dele.
13. Tanto mais
cosmo-pleno ficará o canal quanto maior for a sua ego-vacuidade.
14. Durante a
meditação não deve o homem preocupar-se com o modo de pôr em prática as suas
experiências espirituais.
15. Basta que seja
totalmente plenificado pela plenitude cósmica — e a plenitude transbordará
espontaneamente para todos os setores do ego.
16. O “primeiro e
maior de todos os mandamentos” é a experiência mística de Deus — a qual se
manifestará depois pela vivência ética com todos os homens.
19. Convém fazer a
meditação na melhor hora do dia, e, possivelmente, sempre no mesmo lugar e na
mesma hora.
20. O simples fato
de alguém continuar por meses e anos a sua meditação diária é a melhor prova da
sua eficiência, embora não haja resultados visíveis — pode haver um longo
período de incubação antes da eclosão.
21. Meditar é “orar
sempre e nunca deixar de orar”, é “andar na presença de Deus e ser perfeito”.
23. Meditar é criar
o hábito da presença de Deus, ter a consciência permanente de que “eu e o Pai
somos um, o Pai está em mim e eu estou no Pai”.
26. Meditação e
pecado são coisas incompatíveis: o homem ou deixará de pecar — ou deixará de meditar.
27. Quem medita
corretamente adquire perfeito auto-conhecimento, que se revela em
auto-realização — mística manifestada em ética.
28. Somente o homem
que se habituou a ser solitário em Deus pode, sem perigo, ser solidário com todas
as creaturas de Deus.
29. O homem
habituado com a meditação proclama a soberania da sua substância divina sobre
todas as tiranias das circunstâncias humanas.
30. O homem assim
auto-realizado, “escolheu a parte boa, que não lhe será tirada”.
31. Muitos
principiantes se preocupam com o problema de por em prática a sua experiência
espiritual, e nada conseguem; não sabem ainda que, quando a visão mística
atinge o zênite da nitidez e intensidade, ela transborda irresistivelmente em
forma de prática diária.
32. O que, pois,
importa é intensificar ao máximo a visão mística, mediante uma sintonização
cada vez mais perfeita e prolongada — e a ação prática virá por si mesma,
talvez sem que o ego o perceba conscientemente.
33. Essa
manifestação da mística em ética nem sempre nos é ego-consciente em forma de
atos intermitentes, mas funciona cosmo-conscientemente em forma de uma nova
atitude permanente em face de todas as coisas da vida diária, atitude essa que
os mestres chamam “orar sempre” ou “andar na presença de Deus”
(In: Minhas
Vivências na Palestina, no Egito e na Índia, Huberto Rohden, Editora Martin
Claret, São Paulo, 1990.)
Invocar a Deus é
chama-lo a vir a ti, é convida-lo paa
tua casa, para o teu coração. Santo Agostinho.
este texto está livre para divulgação desde que seja citada a fonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário