A
MENTE É O ESPELHO DO UNIVERSO
"A
mente é a força mestra que modela e faz
E
o homem é mente, e cada vez mais empunha
o
instrumento do pensamento e, afeiçoando o que quer,
produz
mil alegrias, mil males —
Reflete
em segredo, e o que ele pensa acontece:
O
ambiente nada mais é do que o seu espelho.
Anônimo
Somos
feitos da matéria de que se fazem os sonhos, e a nossa vidazinha é cercada de
sono. Shakespeare. A Tempestade, Ato 4, Cena 1
SERÁ A VIDA UM MERO SONHO?
A literatura do mundo, no correr dos
séculos, tem sugerido ou declarado que a vida não passa de um sonho. Ainda me
recordo das palavras que eu costumava cantar quando criança: “Rema, rema, rema,
leva o teu barco delicadamente pela corrente afora. Alegremente, alegremente,
alegremente, alegremente, que a vida não passa de um sonho!”
Os aborígines maoris, na Austrália, vêm
praticando o controle consciente do sonho há séculos; chamam-lhe “caminhar
pelos sonhos”. Os sonhos são muito importantes para eles.
O SONHADOR UNIVERSAL
Há muito, muito tempo, o Algo que
evoluiu a partir do Nada cresceu e resultou no que podemos intitular tempo
linear da Grande e Única Inteligência
Suprema. Esse primeiro e leve movimento produziu um desequilíbrio e um
efeito de pêndulo, ou o início de uma sucessão de ondas.
Finalmente, diferentes ciclos de ondas
se encontraram, criando atrito e luminosidade. Tornaram-se possíveis, ao mesmo
tempo, a auto percepção e o auto conhecimento.
Para se “formar”, a inteligência precisa,
primeiro, estar contida numa área em que ondas luminosas batem em alguma coisa
e principiam a registrar a percepção de que alguma coisa ou a coisa existe.
A vida como a conhecemos não existe
pura e simplesmente, nem apenas como movimento.
Somente quando o movimento é impedido
por uma barreira ou contenção, o impacto e a sensibilidade podem ser
registrados ou conhecidos pela onda dê luz impactante.
Quando uma quantidade suficiente de ondas de
luz turbilhona e se entrechoca torna-se possível a primeira forma de
inteligência.
Essa inteligência aumenta rapidamente
se um número suficiente de ondas luminosas que saltam ou refletem, criar
vórtices triangulares giratórios ou formas cônicas que funcionam como
recipientes.
À proporção que as ondas contidas de luz
continuam a cruzar-se, formam modelos de grades e de “lay line’ que, finalmente, formarão o que reconhecemos hoje como
gânglios nervosos.
O primeiro cérebro universal da
Inteligência Suprema formou-se, portanto, gradualmente no correr de um
sem-número de éons.
Daí por diante, todos os cérebros desde
o da mais diminuta entidade de luz com alguma complexidade e os cérebros
simples de insetos, plantas e criaturas animais, até o do nosso ser humano —
seguiram exatamente o mesmo formato.
Nosso cérebro é uma cópia ou reflexo minúsculo
dentro do nosso universo especular, do primeiro cérebro universal formado pela
Inteligência Suprema.
Somos clones ou cópias especulares do Algo que
veio do vácuo do Nada. Somos Sonhadores individuais que sonhamos sonhos
singulares dentro da mente inteligente cio Grande Sonhador.
Depois que a inteligência universal se
formou e tomou consciência do eu, principiou a “sonhar” ou a criar sonhos ou
peças, utilizando réplicas de Si Mesma projetadas mentalmente em mundos dentro
de mundos de extensões multidimensionais de tempo e espaço.
No curso dos acontecimentos, criou-se
uma quantidade infinita e inexplicável de universos, que passaram a existir,
incluindo este nosso universo único que contém a nós e a nossa imagem invertida
da Teria e das formações de massa de grande diversidade, reverência e beleza.
Tudo o que percebemos erroneamente como
“existente” por causa da dislexia sutil de nossos muitos sentidos foi
literalmente sonhado e transformado em “realidade” pelo Sonhador Universal.
Nossos sentidos, conveniente e obedientemente,
nos induzem a pensar e sentir que estamos vivendo ou morando em nossos corpos
humanos únicos, cercados por uma paisagem física densa e segura chamada Terra.
Todos os movimentos aparentes estão
apenas na nossa mente!
Somos literalmente os pensamentos vivos
do Sonhador Universal que nos sonhou
como uma porção do sonho da Terra.
Todos os mundos ou realidades do sonho,
sem exceção, foram sonhados e convertidos em percepção individual pela Coisa. Você e eu somos um rosto dentro de um rosto, ad infinitum!
Como você descobrirá antes de chegar ao
fim deste volume, você e eu temos um propósito e um destino amedrontadores
dentro desse sonho magnífico na Terra.
Em algum ponto dele, despertaremos e sairemos
do sonho dotados de suprema inteligência supremo poder para virmos a ser, nós
mesmos, criadores universais conscientes!
Creio que você concorda comigo que se
trata de um sonho que merece ser sonhado.
A mecânica e a física do que, de quem e
do porquê somos
podem ser, e serão, compreendidas e logo conhecidas por todo o mundo na
existência humana.
Você é um fragmento da Inteligência
Suprema que está a ponto de sair conscientemente do sonho para renascer na
verdadeira realidade física, pela primeira vez, em toda a eternidade!
Eu e Pai somos Um-a só consciência.
Eu sou tudo aquilo que é.
Eu sou aquele que tudo é.
O SONHADOR INDIVIDUAL
Como fragmentos vivos do Sonhador
Individual, você e eu repetimos o mesmo processo criativo do sonho. Nossos
sonhos de saúde, riqueza, prosperidade, fama e sucesso, em inúmeras tentativas
diferentes, não ocorrem apenas em nossas horas de “vigília” durante o dia ou à
noite, mas também, constantemente, durante nossos ciclos “de sono”.
Muitas pessoas não se lembram de seus
sonhos noturnos. Apesar disso, todos sonhamos, sem exceção, durante o estado de
sono.
Até o cético mais empedernido pode ser
colocado num programa de auto-sugestão ou de auto-hipnose e acabar evocando uma
lembrança consciente dos sonhos noturnos.
Nossa herança comum consiste em sermos
sonhadores conscientemente criativos.
Com efeito, podemos afirmar corretamente
que o principal propósito dentro de cada um de nós é tornar nossos sonhos uma
realidade viva.
Podemos realmente dar substância e vida
a qualquer coisa que se possa imaginar se nossos desejos e persistência forem
suficientemente fortes. Inúmeros outros já o fizeram. Eu o fiz.
Você pode fazê-lo — se é que já não o
fez!
Se, por exemplo, você se imaginar
desejando criar um novo jornal em sua comunidade, dará ao seu jornal o nome que
bem entender e com o qual tenha “sonhado”.
Em seguida, mandará imprimir uma porção de
bonitos cartões comerciais com o seu nome e o do jornal a que você quer dar
vida. Vai para o telefone, envia cartas e entra em contato com os homens de
negócios locais, comunicando-lhes que o seu jornal será impresso no dia que
você determinar.
Junta o dinheiro dos anúncios deles,
prepara um “boneco” bem-feito do primeiro número e leva-o a um impressor. Este
imprime as páginas de acordo com suas instruções, faz o número de exemplares
que você contratou com ele, e pronto! — nasceu o jornal com que você sonhou,
com vida, nome e personalidade próprios!
Ele continuará a viver e a crescer enquanto
você ou qualquer outra pessoa o alimentar ou lhe emprestar vida consciente.
Se você decidir encerrar o sonho da
existência ou da realidade do jornal, este deixará de existir. Quando qualquer
sonhador desvia sua atenção do que está sonhando, a “entidade” criada no sonho
morre e desaparece.
Com uma única exceção: se tiver sido adotada
ou se tiver vida própria suficiente, a entidade poderá individualizar-se e
continuar a viver até independente do sonhador que lhe deu vida.
A música de Beethoven ou as pinturas de
Michelangelo são exemplos clássicos disso. Elas viveram para ser conhecidas e
amadas por inúmeras gerações muito tempo depois de haver perecido o sonhador
humano que lhes deu vida.
Se você pensar realmente em tudo isso,
compreenderá que o seu propósito principal aqui, em forma humana como sonhador
consciente, consiste em criar sonhos novos e singulares e em dar-lhes tanta vida
quanto lhe for possível.
A isto se chama viver! Você estará, de fato,
plenamente vivo quando estiver aberto para novos sonhos e quando colocar neles
o máximo que puder de si mesmo! Minha vida é intensamente jubilosa porque dou
vida aos meus sonhos!
Você e eu somos sonhadores individuais.
As únicas limitações para o seu sonho e para o meu são as que nós mesmos lhes
impomos.
O amor sem condições, a fartura e a alegria
sem limites do universo inteiro são seu e meus para que os aproveitemos. A
medida dos seus sonhos são unicamente suas decisões.
Você foi generosa e incondicionalmente
dotado do poder de dar vida a pequenos ou imensos sonhos universais fora do
alcance e da compreensão dos outros.
Só você pode pintar o seu sonho na tela
universal. Ainda que outros queiram pintar sobre o seu sonho, não poderão
fazê-lo — exatamente como você não poderá pintar o seu sonho sobre o deles. O
seu sonho é só seu, as tristezas, alegrias e grandes triunfos criados por você
são só seus.
O pai sonhador e seus muitos sonhadores
individuais sobre a Terra criam coletivamente o rico pano de fundo existente de
céus, auroras e ocasos, altas montanhas vestidas de neve, gigantescos oceanos
de profundidade e amplitude imensas e continentes ricos de matas; vastas
planícies cobertas de árvores, lagos, rios, catadupas e vales escondidos — uma
terra carregada de todas as formas de plantas, insetos e animais que os criadores
podem imaginar.
Tudo o que nossos sentidos percebem tem
sido magistralmente sonhado e convertido em rica realidade pelo nosso pai
sonhador e por nós.
Mantemos juntos, de forma coletiva, o sonho da
Terra dando vida individualmente ao que cada um presencia. Trata-se, deveras,
de um sonho magnífico e belo de uma terra ou de um lar planetário,
diversíssimo, só possível através da mente antiga do nosso pai sonhador e da
imensa hoste representada por nós, sonhadores individuais.
Quem, portanto, se atreveria a dizer
que os sonhos são insignificantes ou que não são poderosos?...
Sonho Lúcido
O melhor sonho que cada sonhador pode
ter é o sonho lúcido. O que quer dizer que o sonho é aparentemente mais real do
que os sonhos noturnos normais ou os devaneios espontâneos.
Há um elemento de absoluta clareza na mente do
sonhador. O sonho parece estar revestido de outras dimensões, e tudo o que é
visto e sentido de algum modo pelo sonhador é inteiramente real.
Quase todos os sonhos clarividentes ou
precognitivos que tive na minha vida têm sido extremamente lúcidos. Na sua
mente, não há dúvida alguma de que um sonho lúcido é real.
Num dos meus sonhos premonitórios e
precognitivos (um dos muitos), tive um sonho muito vivido, em que eu estava
descendo a alta estrada. Eu dormira no Hotel e pretendia voltar para casa, na manhã seguinte.
No sonho, eu estava fazendo uma curva
fecda montanha abaixo quando, com uma sensação de náusea, percebi que meu carro perdera
os freios. O sonho era muito lúcido e eu, imediatamente, fiz tudo o que me
ocorreu à mente para desacelerar o carro na descida.
Cheguei a entrar na folhagem da beira
da estrada, na tentativa de dimínuír-lhe o ímpeto, mas tudo em vão. Além de
fechada, a curva era muito íngreme, e quando, afinal, consegui terminar a curva
escarpada,
vi uma nesga de céu azul à minha esquerda e
compreendi que o carro transpusera a borda da rocha e que eu mergulhava
rapidamente em direção à morte, de uma altura de mais de trezentos e trinta
metros.
Logo em seguida, despertei do sonho,
com o coração a bater com força e ouvindo uma voz calma dentro da minha cabeça
que dizia, autoritária: “Tenha esse sonho outra vez!” Inadvertidamente, eu me
sentara ereto na cama, ao despertar do sonho, na tentativa de refletir sobre
ele.
Depois de pensar na sugestão,
entretanto, coloquei a cabeça de novo no travesseiro e tive a impressão de ter
adormecido quase instantaneamente, voltando a ter o mesmo sonho muito lúcido e
desagradável.
Eu estava adentrando a mesma curva fechada na
descida da montanha quando percebi, mais uma vez, que os freios falharam e que
eu estava ganhando velocidade ao fazer a curva.
Mais uma vez, atirei-me a todas as
pequenas moitas e árvores que pude ver. O carro ganhou velocidade, mas, desta
vez, notei uma grande pilha de rochas mais adiante, à minha direita, e me dei
conta de que aquela era a última oportunidade que se me oferecia de desacelerar
o carro.
Dirigi-o diretamente para as rochas e
colidi com a pilha com muita força. O carro saltou no ar, virou de banda,
derrapou numa extensão de dezoito metros e acabou parando, ainda sobre as
quatro rodas.
Meu
coração batia com força e, muito embora uma nuvem de poeira continuasse caindo,
pulei para fora do carro com grande alívio. Eu podia ver o céu azul à minha
esquerda e, enquanto caminhava, cauteloso, de lado, olhei para baixo, por cima
do rochedo, e vi que havia uma grande distância dali até o leito do precipício
lá embaixo.
Nesse ponto, despertei do sonho.
Compreendi de imediato que ele fora precognitivo e que eu devia tomar cuidado
para impedir que os freios do carro falhassem na viagem de volta para casa, na
manhã seguinte.
Quando me levantei, preparei o carro e
desci, verificando os freios de quinze em quinze minutos, enquanto rodava pela
estrada.
Tudo estava ótimo, os freios
funcionavam perfeitamente. Lembrei-me de verificá-los todas as vezes antes de
entrar em qualquer curva íngreme morro abaixo, e foi o que fiz.
Cerca de quinze minutos mais tarde
entrei numa curva especialmente escarpada, e então me lembrei de que não
verificara os freios. Tarde demais, eu já entrara na curva, e meu pé encostou
no chão do automóvel.
Os freios tinham falhado! Pela terceira vez se
desenrolou a cena assustadora. Pus-me a abalroar pequenos arbustos e árvores à beira da
estrada sem, contudo, conseguir diminuir, por pouco que fosse, a velocidade; em
vez disso, o carro rodava cada vez mais depressa!
Eu entrevia o céu azul à esquerda e, súbito,
avistei a imensa pilha de rochas, à direita. Imediatamente me dirigi para ela.
BUMBA!
O pesado carro bateu na pilha de
rochas, fazendo-as voar, saltou no ar e virou de lado. Derrapou numa extensão
de uns dezoito metros e parou. Com o coração batendo forte e profundamente
aliviado, saltei para fora do carro; depois de alguns momentos, caminhei com
cuidado até a borda do rochedo e olhei para baixo.
A distância até o fundo era, pelo menos, de
uns trezentos e trinta metros.
Agradeci ao “navegador espiritual”, que eu
agora conhecia como o Grande Sonhador, por me haver, tanto fora como dentro do
meu ser, avisado com antecedência através do sonho lúcido — e por eu ter
seguido o sábio conselho daquele Espírito Condutor e criado um desfecho
diferente para o sonho, salvando meu corpo físico da morte mais uma vez.
Tenho agora perfeita Consciência do
poder de um sonho lúcido, e sempre dou uma atenção cuidadosa a qualquer sonho
de clareza excepcional.
Você descobrirá que todo e qualquer
sonho que pareça inusitadamente real costuma ter uma importância genuína em sua
vida.
Aparentemente despertos e aparentemente
adormecidos, você e eu somos sonhadores, e, como Shakespeare sabia muito bem,
os sonhos são a substância de que é feita a vida.
Pesquisado por DharmadhannyaEL
Este texto está liberado para divulgação desde que seja citada a fonte:
http://dharmadhannyael.blogspot.com.br/2013/10/a-mente-e-o-espelho-do-universo.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário