A informação é consciência é liberação, é dharma. Os jovens precisam saber cuidar do seu fígado, da sua saúde. A alegria e o bom humor dependem do fígado. Quando cuidamos do nosso fígado, o nosso corpo( nosso cavalo) agradece . Quando o nosso corpo corre feliz nos campos da vida a nossa Alma celebra. Dharmadhannya
"Distúrbios do Fígado e da Vesícula
Biliar"
Pesquisado no site : Mmspf.msdonline
- Manifestações Clínicas das Doenças do Fígado
Ictericia ,hepatomegalia, Hipertensão Porta, Ascite, Encefalopatia Hepática, Insuficiência Hepática
Pesquisado no site : Mmspf.msdonline
- Manifestações Clínicas das Doenças do Fígado
Ictericia ,hepatomegalia, Hipertensão Porta, Ascite, Encefalopatia Hepática, Insuficiência Hepática
As
hepatopatias (doenças do fígado) podem manifestar-se de modos muito diferentes.
As manifestações das hepatopatias que são particularmente importanes incluem a
icterícia, a colestase, a hepatomegalia (aumento do fígado), a hipertensão porta,
a ascite, a encefalopatia hepática e a insuficiência hepática. Ao realizar o
diagnóstico de uma hepatopatia, o médico leva em consideração a descrição dos
sintomas feita pelo paciente e realiza um exame físico.
A icterícia é a coloração amarelada da
pele e das escleras (branco dos olhos) causada por concentrações anormalmente
elevadas da bilirrubina (pigmento biliar) no sangue. Os eritrócitos (glóbulos
vermelhos ou hemácias) velhos ou lesados são removidos da circulação
principalmente pelo baço. Durante o processo, a hemoglobina, a parte do
eritrócito que transporta oxigênio, é transformada em bilirrubina. A
bilirrubina é transportada até o fígado e excretada no intestino como um
componente da bile. Quando a excreção da bilirrubina é comprometida, ocorre um
aumento de sua concentração no sangue, acarretando o surgimento da icterícia.
A concentração elevada de bilirrubina no
sangue pode ocorrer quando uma inflamação ou outras alterações dos hepatócitos
(células do fígado) impedem a sua excreção para a bile. Alternativamente, os
ductos biliares extra-hepáticos (situados fora do fígado) podem ser obstruídos
por um cálculo biliar ou por um tumor.
Menos comumente, podem ocorrer níveis elevados
de bilirrubina em decorrência da destruição de grandes quantidades de
eritrócitos, como ocorre, algumas vezes, em recém-nascidos com icterícia. Na
síndrome de Gilbert, o nível de bilirrubina encontra-se discretamente elevado,
mas, normalmente, não o suficiente para causar icterícia.
Esse distúrbio (algumas vezes
hereditário) comumente é descoberto casualmente em provas da função hepática de
rotina. Ele não produz outros sintomas e não causa problemas.
Sintomas
Na icterícia, a pele e as escleras
tornam-se amarelas. Freqüentemente, a urina é escura, pois a bilirrubina é
excretada pelos rins. O surgimento de outros sintomas depende da causa da
icterícia. Por exemplo, a hepatite (inflamação do fígado) pode causar perda do
apetite, náusea, vômito e febre. A obstrução da bile pode produzir os sintomas
da colestase.
Diagnóstico e Tratamento
O médico utiliza exames laboratoriais e
de diagnóstico por imagens para determinar a causa da icterícia. Quando o
problema é uma doença do próprio fígado (p.ex., uma hepatite viral), a
icterícia normalmente desaparecerá quando a condição do fígado melhorar.
Quando o problema é a obstrução de um
ducto biliar, a cirurgia ou a endoscopia (procedimento que utiliza um tubo de
visualização flexível com instrumentos cirúrgicos acoplados) é realizada o mais
breve possível para desobstruir o ducto biliar afetado.
A colestase é a redução ou a interrupção
do fluxo biliar. O fluxo biliar pode ser comprometido em qualquer ponto entre
os hepatócitos e o duodeno (a porção superior do intestino delgado). Apesar da
bile não estar fluindo, o fígado continua a produzir bilirrubina, que escapa
para o interior da corrente sangüínea.
A
bilirrubina é então depositada na pele e eliminada na urina, causando
icterícia. Para propósitos diagnósticos e terapêuticos, as causas de colestase
são divididas em dois grupos:
as intra-hepáticas (originadas no
interior do fígado) e as extra-hepáticas (originadas fora do fígado). As causas
intra-hepáticas incluem a hepatite, a hepatopatia alcoólica, a cirrose biliar
primária, efeitos de drogas/medicamentos e efeitos de alterações hormonais
durante a gravidez (condição conhecida como colestase da gravidez).
As causas extra-hepáticas incluem o
cálculo no interior de um ducto biliar, a estenose (estreitamento) de um ducto
biliar, o câncer de um ducto biliar, o câncer de pâncreas e a inflamação do
pâncreas.
Principais Características Clínicas das
Hepatopatias
Icterícia
Hepatomegalia (aumento do fígado)
Ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal)
Confusão mental decorrente da
encefalopatia Sangramento gastrointestinal devido a ruptura de varizes
Hipertensão porta
Pele
• Aranhas vasculares (vasos sangüíneos semelhantes a uma aranha) • Palmas das mãos vermelhas • Manchas cutâneas • Prurido
Sangue
• Diminuição do número de eritrócitos (anemia) • Diminuição do número de leucócitos (leucopenia) • Diminuição do número de plaquetas (trombocitopenia) • Tendência ao sangramento (coagulopatia)
Hormônios
• Níveis elevados de insulina, mas uma má resposta a ela • Cessação dos períodos menstruais e diminuição da fertilidade (em mulheres) • Impotência e feminização (em homens)
Coração e vasos sangüíneos
• Aumento da freqüência cardíaca e do volume sangüíneo • Hipotensão arterial (pressão arterial baixa)
Geral
• Fadiga • Fraqueza • Perda de peso • Inapetência • Náusea • Febre |
Sintomas
A icterícia e a urina escura são
decorrentes do excesso de bilirrubina na pele e na urina, respectivamente.
Algumas vezes, as fezes são claras devido à ausência de bilirrubina no
intestino. Alem disso, as fezes podem conter um excesso de gorduras (condição
denominada esteatorréia), pois não existe bile no intestino para ajudar na
digestão das gorduras alimentares. A ausência de bile no intestino também
acarreta uma absorção inadequada de cálcio e de vitamina D. Se a colestase
persistir, a falta desses nutrientes poderá causar perda óssea, que pode
acarretar dores ósseas e fraturas.
As substâncias necessárias para a
coagulação sangüínea também são mal absorvidas, acarretando uma propensão ao
sangramento fácil. A retenção de produtos da bile na circulação pode pode
causar prurido e, conseqüentemente, lesões cutâneas devidas ao ato de coçar. A
icterícia prolongada devida a uma colestase acarreta uma alteração da coloração
da pele, passando a ter uma cor de barro, e a formação de depósitos amarelos
(de gordura) na pele.
A causa da colestase determina se o
indivíduo apresentará outros sintomas como, por exemplo, dor abdominal, perda
de apetite, vômito ou febre.
Diagnóstico
Para determinar se a causa é
intra-hepática, o médico questiona o indivíduo sobre a existência de sintomas
da hepatite, sobre o consumo excessivo de bebidas alcoólicas ou sobre o uso
recente de drogas que causam colestase.
Pequenos vasos sangüíneos semelhantes a
aranhas (aranhas vasculares), um baço aumentado de volume e a ascite (acúmulo
de líquido na cavidade abdominal) são sinais de comprometimento dos hepatócitos
(células do fígado).
Se a causa for extrahepática, o indivíduo pode
apresentar calafrios, dor nas vias biliares ou no pâncreas e uma vesícula
biliar aumentada, que pode ser palpada durante o exame físico ou detectada
através de exames diagnósticos por imagem.
Comumente, o nível sangüíneo de uma
enzima denominada fosfatase alcalina encontra-se muito elevado nos indivíduos
com colestase. A dosagem da bilirrubina no sangue indica a gravidade da
colestase, mas não a sua causa.
A ultra-sonografia e/ou a tomografia
computadorizada (TC) quase sempre são realizadas quando o resultado do exame de
sangue é anormal. Esses procedimentos ajudam o médico a diferenciar uma hepatopatia
de uma obstrução das vias biliares. Quando a causa parece ser intra-hepática,
pode ser realizada uma biópsia hepática (remoção de uma amostra de tecido para
exame microscópico).
Normalmente, a biópsia estabelece o
diagnóstico. Quando a causa parece ser uma obstrução das vias biliares, o
médico frequentemente realiza um procedimento endoscópico (utilizando um tubo
de visualização flexível) para esclarecer a natureza da obstrução.
Tratamento
Normalmente, a obstrução extra-hepática
pode ser tratada cirurgicamente ou através de um procedimento endoscópico
(procedimento realizado com o auxílio de um tubo de visualização flexível com
instrumentos cirúrgicos acoplados).
Dependendo da sua causa, a obstrução
intra-hepática pode ser tratada de várias maneiras. Quando existe a suspeita da
causa ser um medicamento, o indivíduo deve interromper o seu uso.
Quando a causa da obstrução é uma
hepatite, a icterícia e a colestase desaparecem no decorrer da doença. Para
tratar o prurido, pode ser administrada a colestiramina pela via oral.
Este medicamento ligase a determinados
produtos da bile no intestino e impede a sua reabsorção. Conseqüentemente, eles
não irritarão a pele. Exceto quando o fígado encontra-se gravemente
comprometido, a administração de vitamina K pode melhorar a coagulação
sangüínea.
Quando a colestase persiste, podem ser
administrados suplementos de cálcio e de vitamina D. No entanto, eles não são
muito eficazes na prevenção da doença óssea. Quando ocorre uma excreção
excessiva de gordura nas fezes, o indivíduo pode necessitar de suplementação de
triglicerídeos.
A hepatomegalia (aumento do fígado)
indica a existência de uma hepatopatia (doença do fígado). No entanto, muitos
indivíduos com hepatopatia apresentam um fígado de tamanho normal ou mesmo
menor do que o normal. Normalmente, a hepatomegalia é assintomática (não produz
sintomas). Entretanto, quando o aumento de volume é acentuado, ele pode causar
desconforto abdominal ou uma sensação de plenitude.
Quando o aumento de volume do fígado
ocorre rapidamente, o fígado pode tornarse sensível à palpação. O médico
comumente avalia o tamanho do fígado palpando-o através da parede abdominal
durante o exame físico.
Ao palpar o fígado, o médico também observa a
sua textura. Quando aumentado de volume devido a uma hepatite aguda, a uma
infiltração gordurosa, a uma congestão sangüínea ou a uma obstrução inicial das
vias biliares, o fígado normalmente é macio. Quando o aumento é causado por uma
cirrose, o fígado é firme e irregular. A presença de nódulos bem definidos
normalmente sugere um câncer.
A hipertensão porta é definida como uma
pressão sangüínea anormalmente elevada na veia porta, uma veia de grande
calibre que transporta o sangue do intestino ao fígado. A veia porta recebe o
sangue oriundo de todo o intestino, do baço, do pâncreas e da vesícula biliar.
Após entrar no fígado, o sangue é distribuído
para pequenos canais disseminados por todo o órgão. Ao deixar o fígado, o
sangue retorna à circulação geral através da veia hepática.Dois fatores podem
aumentar a pressão sangüínea nos vasos sangüíneos do sistema porta: o volume de
sangue que circula através dos vasos e o aumento da resistência ao fluxo
sangüíneo através do fígado.
Nos países ocidentais, a causa mais
comum de hipertensão porta é o aumento da resistência ao fluxo sangüíneo
causado pela cirrose. A hipertensão porta acarreta o desenvolvimento de veias
(denominadas vasos colaterais) que conectam o sistema porta à circulação geral.
Os vasos colaterais desenvolvem-se em locais específicos, sendo o mais
importante a extremidade inferior do esôfago.
Neste local, os vasos tornam-se congestionados
e tortuosos, isto é, tornam-se veias varicosas (denominadas varizes
esofágicas). Esses vasos congestionados são frágeis e apresentam tendência ao
sangramento, o qual pode, algumas vezes, ser grave. Outros vasos colaterais
podem desenvolver-se em torno da cicatriz umbilical e no reto.
Sintomas e Diagnóstico
Freqüentemente, a hipertensão porta
acarreta aumento de volume do baço. Pode ocorrer extravasamento de líquido que
irá se acumular no interior da cavidade abdominal (ascite), causando distensão
abdominal. As veias varicosas localizadas na extremidade inferior do esôfago e
no revestimento gástrico sangram facilmente e, algumas vezes, o sangramento é
abundante.
As veias. varicosas localizadas no reto também
podem sangrar, embora isto seja muito menos comum. Normalmente, o médico
consegue palpar um baço aumentado de volume através da parede abdominal.
A presença de líquido no interior da
cavidade abdominal pode ser detectada através da observação da distensão
abdominal e da audição de um som surdo à percussão abdominal. A
ultra-sonografia e radiografias fornecem informações substanciais sobre a
hipertensão porta.
A
ultra-sonografia pode ser utilizada para se observar o fluxo sangüíneo nos
vasos do sistema porta e para se detectar a presença de ascite (líquido no
interior da cavidade abdominal).
A
tomografia computadorizada (TC) também pode ser utilizada para examinar as
veias dilatadas. A pressão do sistema porta pode ser mensurada diretamente com
o auxílio de uma agulha inserida através da parede abdominal até o interior do
fígado ou do baço.
Causas de Ascite
Distúrbios Hepáticos
• Cirrose, especialmente a causada pelo alcoolismo • Hepatite alcoólica sem cirrose • Hepatite crônica • Obstrução da veia hepática
Distúrbios Não Hepáticos
• Insuficiência cardíaca • Insuficiência renal, especialmente a síndrome nefrótica • Pericardite constritiva • Carcinomatose, na qual o câncer dissemina para áreas da cavidade abdominal • Tuberculose afetando o peritôneo (revestimento da cavidade abdominal) • Hipoatividade da tireóide • Inflamação do pâncreas |
Tratamento
Para reduzir o risco de sangramento das
varizes esofágicas, o médico pode tentar reduzir a pressão da veia porta. Uma
forma de fazê-lo é administrar propranolol, um medicamento utilizado no
tratamento da hipertensão arterial.
O sangramento de varizes esofágicas é
uma emergência médica. Para contrair as veias sangrantes, pode ser realizada a
administração intravenosa de medicamentos como a vasopressina ou a octreotida.
Para repor o sangue perdido, podem ser realizadas transfusões sangüíneas.
Normalmente, é realizada uma endoscopia para se confirmar que a origem do sangramento
são as varizes.
As veias podem então ser bloqueadas com
faixas elásticas ou com injeções de substâncias químicas administradas através
do endoscópio. No caso de persistência do sangramento, pode ser utilizado um
cateter que possui um balão em sua extremidade.
Este dispositivo é passado através de uma das
narinas do indivíduo e avançado até o esôfago. A insuflação do balão comprime
as veias varicosas e, normalmente, interrompe o sangramento.
Quando o sangramento persiste ou recorre
repetidamente, o indivíduo pode ser submetido a uma cirurgia de derivação
(bypass ou shunt) entre o sistema venoso porta e o sistema venoso sistêmico
(geral). Este procedimento diminui a pressão da veia porta, pois a pressão é
muito mais baixa no sistema venoso sistêmico.
Existem vários tipos de cirurgia de derivação
porto-sistêmica, inclusive um tipo que pode ser realizado no setor de
radiologia, sob orientação radiográfica e com o auxílio de instrumentos
especiais. No que diz respeito à interrupção, as cirurgias de derivação
normalmente são eficazes, mas são relativamente perigosas. Elas também aumentam
o risco de disfunção cerebral devido à insuficiência hepática (encefalopatia
hepática).
A ascite é o acúmulo de líquido no
interior da cavidade abdominal. A ascite tende a ocorrer em distúrbios crônicos
(de longa duração) e não em distúrbios agudos (de curta duração). Ela ocorre
mais comumente na cirrose, especialmente na cirrose alcoólica. A ascite também
pode ocorrer em doenças não hepáticas como, por exemplo, o câncer, a
insuficiência cardíaca, a insuficiência renal e a tuberculose.
Nos indivíduos com uma hepatopatia
(doença do fígado), o líquido extravasa da superfície do fígado e do intestino.
A
responsabilidade pela ocorrência da ascite recai em uma combinação de fatores,
como: hipertensão portal, diminuição da capacidade dos vasos sangüíneos em
reter líquido, retenção de líquido pelos rins e alterações em diversos
hormônios e substâncias químicas que regulam os líquidos do corpo.
Sintomas e Diagnóstico
O acúmulo de pequenas quantidades de
líquido no interior da cavidade abdominal normalmente não causa sintomas. No
entanto, o acúmulo de um grande volume pode causar distensão e desconforto
abdominais, assim como dificuldade respiratória.
À
percussão abdominal, o líquido produz um som surdo. Quando o abdômen contém uma
grande quantidade de líquido, ele torna-se tenso e a cicatriz umbilical pode
tornar-se plana ou protuberante.
Alguns indivíduos com ascite apresentam
edema (inchaço) dos tornozelos devido ao excesso de líquido. Quando a presença
ou causa da ascite é duvidosa, a ultra-sonografia pode ser utilizada para
elucidação.
Alternativamente, pode ser realizada a
coleta de uma pequena amostra de líquido através de uma punção com agulha
através da parede adominal, procedimento denominado paracentese diagnóstica. Os
exames laboratoriais do líquido podem ajudar a determinar a causa.
Tratamento
O tratamento básico da ascite é o
repouso ao leito e a dieta sem sal, normalmente combinados com a administração
de drogas diuréticas, as quais fazem com que os rins excretem mais líquido na
urina.
Quando a ascite produz dificuldade
respiratória ou para se alimentar, pode ser realizada a remoção do líquido
através de um procedimento denominado paracentese terapêutica.
O líquido tende a acumular novamente no
interior da cavidade abdominal, exceto quando o indivíduo também faz uso de
diurético. Freqüentemente, ocorre uma grande perda de albumina (a principal
proteína plasmática) do sangue para o líquido abdominal e, por essa razão, a
albumina pode ser administrada pela via intravenosa.
Ocasionalmente, ocorre o desenvolvimento
de uma infecção no líquido ascítico sem uma causa aparente, especialmente nos
indivíduos com cirrose alcoólica. Esta infecção é denominada peritonite
bacteriana espontânea e é tratada com antibióticos.
A encefalopatia hepática (também
denominada encefalopatia porto-sistêmica, encefalopatia hepática ou coma
hepático) é um distúrbio no qual ocorre uma deterioração da função cerebral
devido ao acúmulo de substâncias tóxicas no sangue, as quais são normalmente
removidas pelo fígado.
As substâncias absorvidas para o
interior da corrente sangüínea a partir do intestino passam através do fígado,
onde as toxinas são removidas. Na encefalopatia hepática, as toxinas não são
removidas por causa da disfunção hepática.
Além disso, como pode ocorrer a formação
de conexões entre o sistema porta e a circulação geral (como resultado da
hepatopatia), algumas toxinas podem concomitantemente desviar do fígado. Uma
derivação cirúrgica (bypass) para corrigir a hipertensão porta (derivação
portosistêmica) pode ter o mesmo efeito.
Qualquer que seja a causa, o resultado será o
mesmo. As toxinas podem atingir o cérebro e afetar a sua função.
Desconhece-se com exatidão quais são as
substâncias tóxicas para o cérebro. No entanto, os níveis sangüíneos elevados
de produtos da degradação metabólica das proteínas (p.ex., amônia) podem ter um
papel.
Em um indivíduo com hepatopatia crônica
(de longa duração), a encefalopatia normalmente é desencadeada por um evento
como, por exemplo, uma infecção aguda ou um consumo excessivo de bebidas
alcoólicas, o qual aumenta o dano hepático.
Por outro lado, a encefalopatia pode ser
desencadeada pelo consumo excessivo de proteínas, o que aumenta o nível de
produtos da degradação metabólica das proteínas no sangue. A hemorragia
digestiva (p.ex., a decorrente da ruptura de varizes esofágicas) também pode
acarretar um acúmulo de produtos da degradação metabólica das proteínas, o qual
pode afetar diretamente o cérebro.
Alguns medicamentos (sobretudo alguns
sedativos, analgésicos e diuréticos) também podem desencadear a encefalopatia.
Quando a causa desencadeante é removida, a encefalopatia pode desaparecer.
Sintomas e Diagnóstico
Os sintomas da encefalopatia hepática
são decorrentes de uma diminuição da função cerebral, especialmente o
comprometimento do nível de consciência. Nos primeiros estágios, o indivíduo
pode apresentar alterações sutis do raciocínio lógico, da personalidade e do
comportamento.
Ele pode apresentar alteração do humor e a sua
capacidade de julgamento pode ser comprometida. Com a evolução do distúrbio, o
indivíduo normalmente torna-se sonolento, confuso e sua fala e seus movimentos
tornam-se lentos.
A desorientação é comum. Um indivíduo
com encefalopatia pode tornar-se agitado ou excitado, mas isto é incomum. As
crises convulsivas também são incomuns. Finalmente, o indivíduo pode apresentar
perda de consciência e entrar em coma.
Os sintomas do comprometimento da função
cerebral em um indivíduo com hepatopatia representam fortes indícios para o
diagnóstico. Além disso, o indivíduo pode apresentar um hálito adocicado.
Quando ele estende os braços, as mãos não podem ser mantidas firmes e o indivíduo
apresenta movimentos adejantes grosseiros.
Um eletroencefalograma (EEG) pode ajudar
no diagnóstico precoce de uma encefalopatia. Mesmo em casos leves, o EEG revela
ondas cerebrais anormais. Normalmente, os exame de sangue mostram níveis
anormalmente elevados de amônia.
Tratamento
O médico procura e tenta remover
qualquer causa desencadeante como, por exemplo, uma infecção ou um medicamento
que o indivíduo esteja utilizando. Ele também tenta eliminar as substâncias
tóxicas dos intestinos. As proteínas são eliminadas da dieta e a principal
fonte de calorias serão os carboidratos, os quais são administrados pela via
oral ou intravenosa. A lactulose (um açúcar sintético) administrada pela via
ora produz três efeitos benéficos: ela altera a acidez intestinal e,
conseqüentemente, altera o tipo de bactérias presentes; ela diminui a absorção
da amônia; e ela atua como laxante. (Enemas evacuadores também podem ser
administrados.)
Ocasionalmente, o indivíduo pode tomar
neomicina (um antibiótico) no lugar da lactulose. A neomicina reduz a
quantidade de bactérias intestinais que normalmente auxiliam na digestão das
proteínas.
Com o tratamento, a encefalopatia
hepática é freqüentemente reversível. Na realidade, a recuperação completa é
possível, especialmente quando a encefalopatia foi desencadeada por uma causa
reversível. Contudo, para um indivíduo em coma severo como conseqüência de uma
inflamação aguda do fígado, a condição é fatal em até 80% dos casos apesar do
tratamento intensivo.
A insuficiência hepática é uma
deterioração grave da função hepática. A insuficiência hepática pode ser
decorrente de qualquer tipo de distúrbio hepático como, por exemplo, hepatite
viral, cirrose e a hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de
álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o
acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma
lesão de grande porção do fígado.
Sintomas e Diagnóstico
O indivíduo com insuficiência hepática
comumente apresenta icterícia, uma tendência à confusão mental ou ao
sangramento, ascite, comprometimento da função cerebral (encefalopatia
hepática) e uma deterioração do estado geral da saúde.
Outros sintomas comuns incluem a fadiga, a
fraqueza, a náusea e a perda do apetite. As manifestações clínicas isoladamente
provêem fortes evidências da existência de uma insuficiência hepática. Os
exames de sangue normalmente revelam uma disfunção hepática grave.
Prognóstico e Tratamento
O tratamento depende da causa e de
manifestações clínicas específicas. Normalmente, o indivíduo é submetido a uma
dieta restrita. O consumo de proteínas é rigorosamente controlado: o excesso de
proteínas pode causar disfunção cerebral e a deficiência pode causar perda de
peso. O consumo de sódio é mantido em níveis baixos para tratar a ascite
(acúmulo de líquido no interior da cavidade abdominal).
O consumo de álcool é completamente
proscrito, pois ele pode agravar a lesão hepática. Finalmente, a insuficiência
hepática é fatal quando não tratada ou quando a hepatopatia for progressiva.
Mesmo com tratamento, ela pode ser irreversível.
Nos casos terminais, o indivíduo pode morrer
devido à insuficiência renal (síndrome hepatorrenal) quando ocorre falência do
fígado. O transplante de fígado, quando realizado no momento oportuno, pode
restaurar a saúde normal do indivíduo, mas ele é adequado somente para uma
pequena minoria de pacientes com insuficiência hepática. mmspf.msdonline.com.br
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