quarta-feira, 8 de abril de 2015

Sétimo Chakra - CORONÁRIO – Patrick paul





Sétimo  Chakra - O CENTRO CORONÁRIO – SAHASHARA
Patrick Paul

O nome do sétimo chakra em sânscrito, Sahashara, significa coroa. É equivalente a Kether, na Cabala, que também significa coroa. Trata-se de um centro que se situa acima do crânio, portanto não toca o corpo, não é manifestado.

O Coronário também é chamado de “lótus de mil pétalas” e sua qualidade é a fusão com a unidade. Como os dois chakras precedentes, ele também é um éter, mas o éter original, o ar criador.

Na Tradição chinesa, está ligado ao “mundo Divino”, ao “mundo de Deus”, e difere do chakra Frontal que está conectado ao “mundo dos deuses”. Notem bem a nuança: no Frontal atingimos a visão das divindades, mas o caminho não termina aí; no Coronário tocamos o mundo da Unidade Divina. Nele o sono é de certo modo supraconsciente, um contato com a eternidade, um estado incondicionado, uma espécie de simplicidade imaterial que se poderia chamar de vacuidade. Portanto, é um lugar de transcendência para além do cosmo.

Associadas a ele ocorrem as experiências de caos, em seu sentido etimológico. Caos é o estado da corda de uma lira depois de ter sido vibrada; é o estado de repouso, de Vazio, de silêncio e de não vibração da energia da corda. O Coronário refere-se ao intemporal, ao infinito e à consciência universal. Seu reflexo no mundo corporal pode ser associado ao hipotálamo e a hipófise.


No Coronário o ser toca o “aqui e agora” e está livre de todas as formas e também do nível informal do ser que é puramente energético. Aí a energia é completamente neutra. Tradicionalmente a integração desse nível recebe o nome de “Núpcias Alquímicas do Rei e da Rainha”, ou de Shiva e Shakti.

Os cinco primeiros chakras trazem em si uma polarização masculino-feminino, portanto, a dualidade. O sexto e sétimo chakras são neutros, não estão ligados à dualidade, ao exterior, ao outro, ao objeto, à forma.

A abertura deles depende apenas da graça interior ou espiritual. Não é possível abrir voluntariamente esses centros. Se alguém porventura propuser um trabalho para abrir o terceiro olho, saibam tratar-se de um impostor.

Na Cabala, o centro Frontal é a iniciação ao mundo de Briah, e o Coronário, ao mundo de Atziluth. Após as experiências ligadas ao Fogo, ao mundo de Briah, ocorrerão as experiências ligadas ao mundo de Atziluth.

A Tradição hindu sustenta que existem três princípios no centro Coronário: Bindu, Bija e Nada.

-  Bindu é a força de Shiva, a semente masculina, a vontade, a inspiração, o sem forma;
-  Bija é a força de Shakti, a semente feminina, a ação e a realização, o princípio de forma;
-  Nada é a união de Shiva e Shakti, as núpcias propriamente dita e está ligado ao conhecimento.

 Tradicionalmente Bindu é de cor branca,
- Bija é vermelho,
- Nada ligado ao enlace do branco e do vermelho. Constituem experiências que ocorrem na vida interior.

No Tarô há quatro arcanos ligados a este chakra. São eles XIX
- O Sol, XX –
O Julgamento, XXI –
O Mundo e o “Sem Número” - O Louco.

 Os três primeiros correspondem aos três princípios que acabei de citar. No centro do conjunto desses quatro arcanos está o Louco, que representa a essência do Coronário.

 Trata-se de um arcano que tem nome, mas não tem número.

 Meditem sobre isso pois trata-se da relação entre o “nomem” e o “numerus”, entre o nome e o número. Os outros três arcanos representam três atributos ou princípios que podem ser encontrados neste nível de consciência.

Esses três princípios são instrumentos que o ser humano tem para analisar as coisas no sentido da experiência interior em si mesma. A experiência direta deste nível, no entanto, corresponde mais diretamente ao Louco.

A frase do Pai Nosso ligada a este chakra é “Santificado seja o Vosso Nome”. Encontramos aí uma relação evidente com o Nome.

Prática
Puxar o nabo. Encontrem uma posição bem no eixo, alinhem calcanhar, cóccix e ombros. Concentrem-se inicialmente no abdômen e ergam as mão em postura de prece para o alto da cabeça, a partir do acúmulo de energia no abdômen. Ao subirem as mãos, sintam a totalidade do movimento; olhem o céu e percebam o momento de retomo, como se fossem energias aglutinadas.

 Ao mesmo tempo que as mãos sobem, os pés afundam-se no solo. Estirem-se a partir do centro, situado no abdômen. Sintam no calcanhar a pressão da parte que desce, como se fossem puxados pelos dois lados.

 Pratiquem primeiro o acúmulo de energia, a capacidade de esticá-la para ambos os lados e, em seguida, a possibilidade de direcioná-la de novo ao centro. Durante a prática olhem para o alto. Sintam o balanço da energia. Sintam o ponto em que não é mais possível subir diretamente sem a interferência da vontade pessoal.

Fiquem na energia e percebam o gesto de subida e o ponto exato em que ocorre uma mutação da energia; aí, enraízem-se de novo e permitam que o movimento jorre. Energeticamente não é possível ir além de um determinado ponto e se quisermos continuar, teremos que nos adensarmos e nos relançarmos.

Trata-se de uma prática sutil, com poucos gestos; portanto é preciso sentir todo o processo na energia. Os pequenos detalhes são interessantes, pois obedecem a realidades interiores. E como se chegássemos ao máximo de nós mesmos, ao máximo do manifestado, da criação, e resolvêssemos ir adiante.

 Para tanto será necessário permanecer em cima, concentrar-se mais uma vez antes de prosseguir.

Visualização.

Para o centro Coronário, podemos visualizar uma chama em cujo centro nos encontramos. Essa chama destrói todas as formas, numa espécie de consciência do fogo ou da luz.
Meditação, Se quisermos desenvolver uma consciência do centro Coronário através da meditação, sugiro contatar outros dois lugares.

Concentrem-se inicialmente numa região do corpo localizada a meia distância entre o centro Umbilical e o Cardíaco, isto é pouco acima do estômago. Numa primeira etapa, partam desse ponto até atingir o centro Frontal. A seguir, partam do Frontal, passando pelo topo da cabeça e tentar ir em direção a uma experiência ligada ao Coronário.

Não se esqueçam que poderíamos induzir um certo caminho, mas as experiências reais dos centros Frontal e Coronário dependem da graça.
Mantras. Falamos dos mantras da Tradição oriental, mas para esse centro sugiro de preferência mantras ocidentais, como por exemplo, o Canto das vogais U, O, A, E, 1.

As vogais são energias de passagem. Entre o centro Basal e o Sacral a passagem está ligada ao U; entre o Sacral e o Umbilical, ao O; entre o Umbilical e o Cardíaco, ao A; entre o Cardíaco e o Laríngeo, ao E; entre o Laríngeo e o Frontal, ao 1; e finalmente, entre o Frontal e o Coronário, ao M, que pode ser vibrado de boca fechada ou em silêncio.

Intercâmbio
Aluno: No chakra Frontal já há uma espécie de casamento?
Patrick: Sim, mas é o casamento entre a natureza celeste e a natureza terrestre de nós mesmos, é um casamento conosco mesmo. No sétimo chakra o casamento tem uma dimensão bem diferente. Quando ele ocorre o ser reencontra sua dimensão original e não mais carrega em si o microcosmo, mas o macrocosmo. Aí então o casamento não é mais entre o masculino e o feminino em nós, mas entre o céu e a terra ou entre a Divindade e sua criação.

A: Mas o centro Frontal também se refere a núpcias?
P: Não. Nele a relação não poderia ser qualificada como sexual, mas sim como polar, no sentido de reunificar uma polarização.

Enquanto o ser funciona no nível psico-corporal, como é o caso da grande maioria dos seres, o casamento significa uma relação com o outro, em que se desenvolve o amor pelo outro, como por exemplo na relação de casal. Quando o ser aproxima-se do centro Frontal, trata-se da relação entre nossas duas naturezas, de uma relação de si para si mesmo, de um amor por si mesmo, O casamento se realiza entre a dimensão celeste e terrestre de si mesmo.

No Coronário, trata-se da natureza unificada do homem que adora o divino, O casamento não será mais consigo mesmo, mas com Deus. Vejam que se trata de diferentes níveis de relação de amor.

A. O Frontal seria mais a encarnação do Verbo e o Coronário, o casamento?
P: Sim, ou seja, quando o Verbo se encarna ele se transforma em carne ou terra, mas como ele é da mesma natureza que o Mundo Divino, essa encarnação pede, em seguida, uma retificação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário